Flertando com o desastre: Os intocáveis.

Ah, você lembra do filme, vai...

Cada vez mais existem grupos sociais que, sendo minorias ou não, promovem uma histeria de “não me toque” com argumentos vitimizados e chantagistas. Eu poderia fazer um Flertando com o Desastre sobre cada um deles em específico, mas como já tratei do assunto mais de uma vez aqui, no fórum e no Orkut, não creio que valha a pena.

O primeiro grande grupo, e talvez o mais polêmico, é o dos deficientes físicos. “Mas Sally, você não tem coração? Tá dizendo que deficiente é tudo escroto? Sally, você vai pro inferno!”. Não, não estou dizendo isso. Estou dizendo que quem SE UTILIZA de sua deficiência para se dar bem ou abusar é um filho da puta e merece tratamento igual ao de quem não tem deficiência. Ser deficiente físico não te autoriza a qualquer coisa. Não é um GreenCard para relações sociais. Ou melhor, não deveria ser, porque hoje em dia acaba sendo.

Não importa a atrocidade que aconteça, ai de quem levantar a voz com um deficiente físico “Coitaaaado, que horrrrrrrorrrrr, brigando com um deficieeeeente”. Canalhas também sofrem de deficiências físicas, vai desculpar. E tem muitos que justamente por serem deficientes acabam abusando, afinal, tem a certeza de que a sociedade vai passar a mão na cabeça.

Uma vez um sujeito sem pernas que pedia esmolas em cima de um skate levantou a minha saia no meio da rua. Adivinha se eu não lhe enfiei uma bolsada? Adivinha se os transeuntes não disseram “Coitaaado! Ele é deficieeeente!”. Quer dizer, Deficientes do Meu Brasil, venham ver a bunda da Tia Sally, porque se você tem uma deficiência, tem o direito de levantar a roupa dos outros! Não. MAS NÃO MESMO.

Outro grupo que tem membros que abusam são os idosos. E como tem velho safado e filho da puta… Sim, os canalhas também envelhecem. Se teve condições de fazer a merda, não é tão “idoso indefeso” assim. Passarinho que come pedra sabe o cu que tem. Tem que assumir as conseqüências dos atos. Ou alguém aqui deixaria de tomar satisfações se um idoso passasse a mão na sua bunda? (vale para homens e mulheres).

Como acontece com os demais grupos, basta levantar a voz para um idoso que todos se voltam contra você. Presunção absoluta de bondade e caráter se você tem mais de 60 anos. E ai de quem ousar peitar um idoso abusado, já enchem a boca para falar de “Estatuto do Idoso” e começam a gritar que é crime. Parece aqueles pivetes que assaltam com uma faca no seu pescoço e quando o policial pega começa a gritar que não pode fazer nada com ele porque é “De Menor”. Podiam criar logo o termo “De Maior”, em referência a idosos intocáveis!

E por falar em pivete, criança é outra raça que tem autorização social para fazer qualquer merda. Se os pais não repreenderem (coisa cada vez mais comum), ai de quem der um pio! “Tadeeeenho, é só uma criaaaaança!”. Eu também já fui criança e não era mal educada.

Querem um exemplo de como criança pode tudo? Um vez estava eu no metrô, com um sobretudo de veludo novinho. Uma criança se aproximou e começou a assoar nariz no meu sobretudo de veludo novinho. Cutuquei a mãe, que estava no banco do lado lendo um jornal (nem aí para o filho). A mãe abaixou o jornal por um segundo e miou “Joaãããão Vííííítor, não faz isso não que a mamããããe fica triiiiste” e continuou a ler o jornal. O pequeno delinqüente juvenil João Vítor continuou descarregando suas catotas no meu casaco novo. Eu mesma tentei mandar João Vítor parar, mas ele me ignorou e continuou assoando seu nariz. Chegou a um ponto em que eu empurrei João Vítor e, no que ele caiu de bunda no chão e começou a chorar, o metrô todo se voltou contra mim: “Aaaaai que horrrrrorrrr! Covaaaarrrdeee! Empurrando uma criaaaança!”. Inclusive a mamãe relapsa, que saiu da sua inércia contemplativa e veio me falar desaforos.

Criança não sabe o que faz? Sabe sim. E se não sabe, tem que ensinar. Esse papo de “criaturas inocentes abençoadas” é bastante relativo. Tem algumas que são criaturas demoníacas, manipuladoras e chantagistas. Que porra é essa que criança pode tudo só porque é criança? Só porque não faz com maldade pode fazer qualquer merda?

Temos também outro grupo recente de Intocáveis. Os gordos. Sim, os gordos. Podemos fazer piada com qualquer característica física de alguém, as pessoas costumam levar numa boa. Neguinho se chama de careca, de baixinho e de outras coisas. Aliás, todo mundo sacaneia o meu tamanho e eu nunca me importei com isso. Agora, experimenta dizer para um gordo que ele é gordo! (se for gorda, pior ainda). Ataque de Preta Gil, ameaça processar e tudo!

Ser gordo é uma característica física elegível (porque sim, é possível emagrecer, apesar de muitos gordos fazerem parecer que não é). Ser baixo é uma característica física não elegível. Supostamente, deveria se menos “sacenável”. Entretanto, sacaneiam pessoas com características físicas não elegíveis sem qualquer problema, mas falar de gordo não pode! Quem chama gordo de gordo é uma pessoa fútil, babaca, superficial, que só liga para aparência, escravo da ditadura social da magreza e piores. Quem chama uma pessoa baixa de anã é um brincalhão. Então tá. Parabéns para os gordos, ao não permitirem que se brinque com seu peso, estão se equiparando a deficientes físicos.

Outro grupo que tem membros que adoram ser intocáveis, por mais que neguem, são os negros. Apesar de que, vem melhorando, ao contrário dos demais citados, que só pioram sua mania de perseguição. Somos todos iguais, eles repetem. Experimenta sair com uma camisa escrito 100% branco (Deja? Oi?) ou Orgulho em ser branco ou White is Beautiful para ver o que te acontece. Se te chamarem de branquelo azedo, ta bacana, se você reclamar é um pentelho. Chama alguém de “crioulo azul” e você vai ver a merda que dá. E para alguns, TUDO é racismo. Contrariar a vontade de alguém, só porque é negro, é racismo. Vai tomar no meio do cu preto, faz favor…

Tem um preconceito cultural histórico contra negros? Tem, tem sim. Mas não justifica as atitudes de ALGUNS representantes da raça. Somir escreveu um texto excelente sobre o assunto em uma das primeiras postagens do blog e outro há pouco tempo. Leiam, vale a pena. Acaba que com essa atitude os próprios negros provocam sua discriminação. Chegamos a um ponto onde é socialmente reprovável falar que “a coisa tá preta”.

O que dizer dos judeus? Esses também tem representantes na categoria dos Intocáveis. Ninguém aqui nega o horror do Holocausto, mas porra, não pode fazer uma piadinha chamando judeu de pão duro? Qual é! Eu ouço piadas sobre argentinos o tempo todo e jamais me importei com elas, muito pelo contrário, acho a maior graça. Não vejo porque o tabu de brincar com etnia. Aliás, tem texto sobre eles também, salvo engano, um Flertando com o Desastre meu.

E por falar em tabu geográfico, não entendo porque não podemos nos referir aos Nordestinos com qualificações de sua terra natal (Paraíba, Baiano e etc). É pejorativo? Todo mundo chuta carioca e paulista numa boa e ninguém sai em nossa defesa. Na hora de chamar um loiro ou um ruivo de “russinho” ou “alemão” ninguém se ofende. Percebem na cabeça DE QUEM está o preconceito?

Mas o grupo que mais me preocupa são as mulheres, porque pertenço a ele. Mulheres estão se tornando mais um grupo dos Intocáveis. É histeria legal colocando no papel que não pode falar mal de mulher ou leis tão repressivas que não se pode mais nem flertar no local de trabalho. Mulheres que usam o Estado como uma figura paterna e correm para ele em socorro cada vez que levam uma sacaneada masculina, chorando por indenização por danos morais (esquecendo quantas vezes já fizeram alguém sofrer). Se continuar assim, homens vão começar a nos tratar como intocáveis. A todas nós, não apenas às histéricas que de fato o são.

Recentemente venho sentindo um certo cheiro de “Intocáveis” com os torcedores do Vasco. Quando alguém faz alguma piada, sempre tem um que cutuca e sussurra “Não fala assim com o cara, ele é vascaíno” (BACALHAAAAAU CAIU PARA A SEGUNDONA! NÃO CANSO DE SACANEAAAR!). Isso me fez refletir e chegar a uma conclusão.

O que move essa aura de “intocabilidade” (eu sei que a palavra não existe, porra) é PENA. Pena pura. E aquela pena ruim, a pena da menos valia. “Coitada da pessoa, vamos deixar ela ter ALGUMA compensação da vida, afinal, ela é deficiente física”. Como se já não bastam aquelas vagas BACANAS nos melhores lugares do estacionamento shoping?. Viram? Eu não senti pena. Eu fiz uma piada com deficientes, porque acho eles tão dignos, fortes e capazes de lidar com piadas quanto eu, fisicamente normal (porém mentalmente perturbada, namorei o Somir! Alooooooooouuu!).

Temos pena de deficientes, crianças, idosos, doentes, negros, judeus, gordos e tantos outros grupos socialmente intocáveis. Temos pena porque somos socialmente obrigados, porque se quebrarmos com a ordem estabelecida ainda saímos como “os escrotos” do evento. Poucas pessoas seguram o rojão de sair como “o escroto” de um evento público e notório (Somir adora, mas não vem ao caso). Na verdade, seria muito mais digno para todos estes grupos se pudéssemos fazer piada com eles, como fazemos com o resto das pessoas. Aí sim poderíamos dizer que eles levam uma vida normal.

Deve ser um fardo pesado de carregar não poder ser objeto de piada, de humor. Deve ser terrível perceber que por mais que você faça coisas escrotas e socialmente reprováveis, sua aparência, situação ou etnia provoca tanta PENA que as pessoas preferem entubar o desaforo a te falar umas verdades. Talvez em um primeiro momento possa parecer até uma malandragem, um “me dei bem”, mas imagino que a longo prazo seja muito deprimente.

Fico muito feliz que as pessoas POSSAM me dizer, para o bem ou para o mal, que eu sou anã, que eu sou argentina filha da puta, que eu sou advogada filha da puta, que eu tenho uma cicatriz horrível na minha barriga ou qualquer outro defeito físico que queiram me imputar (até porque, geralmente quem abre a boca para falar é mulher, e mulher moooito mais feia! Hahaha), porque ao jogar essas coisas na minha cara, está mostrando que me acha forte o suficiente para não sofrer uma condenação social por fazê-lo. É o tipo de ofensa que quase que me agrada. Convenhamos, se o pior que tem para falar de mim são atributos físicos, eu devo ser uma pessoa muito da legal! Hahahaha

E nesse ponto eu tenho que bater palmas para os gays. Porque eles são minoria, são excluídos, são marginalizados e mesmo assim, não se vitimizam! Chama um gay de viado ou viadinho e periga ele rir da sua cara e ainda dizer “Sou mesmo, e você com isso? Sou muito feliz!”. Palmas para todos os gays, minha eterna admiração (eu tenho uma teoria que eu sou um traveco em um corpo de mulher, mas o Somir não gosta de ouvir muito sobre ela).

Para me dizer que eu sou uma preconceituosa filha da puta, para me fazer ofensas físicas infantilóides na linha dã, você tem tal parte do corpo feia, dããã e para contar experiências de como você peitou um Intocável e como foi execrado socialmente por isso: sally@desfavor.com

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Comments (60)

  • Uns anos atrás, fui assediada em um ônibus por um velho que também era deficiente. Duvido que ele, sentado, tivesse a necessidade absoluta de segurar logo nas minhas coxas ou na minha bunda a cada acelerada que o ônibus dava. Ônibus quebrou, fui pedir licença pra sair e ele e uma menina intrometida armaram um escândalo perguntando se eu queria trocar minhas pernas saudáveis pelas dele. Por sorte, uma outra velhinha percebeu o que o duplo intocável estava fazendo, me perguntou se estava bem e me ajudou a não ter de seguir viagem com ele do lado mais. A menina sentou na minha frente de propósito pra encher o saco, e eu cortei porque sabia que se o escândalo aumentasse, eu é que sairia como vilã da história.

    Mas também nunca mais fiz viagens de ônibus indefesa ou desprotegida. Comprar briga com intocáveis raramente vale a pena, ainda mais quando implica barraco em público.

    • Não vale mesmo. As pessoas ao redor, salvo honrosas exceções, estão loucas para demonstrar virtude, tomando o lado dos intocáveis e atacando quem eles escolhem como vilão. É pedir para ser trucidada. Mas, tá tudo bem, em algum momento os que tomaram o lado do velho fdp também serão sacaneados por intocáveis. A vida ensina.

    • ADORO

      Todo baiano que eu conheço tem uma idolatria doente pela Bahia. Francamente, Salvador é uma desgraça suja cheia de gente incompetente. Só presta para passear, para morar…

      • Pelo menos para passear ? Agora faz sentido o que ouvi de uma pessoa de confiança que passou férias lá, ah tá…haha

            • Entendo, já havia notado mas percebi definitivamente depois….

              Acho que ainda visitarei, soube – também por outras fontes – de muita coisa que eu iria gostar lá, enfim.

              Obs : antes de entrar na RID eu já “estranhava / repudiava” (…) o senso comum no repúdio de vários nordestinos a paulistas e na “rivalidade do eixo”, mesmo sendo do “Jio” e parente de nordestinos “por parte de mãe”.

  • Olha, isso é verdade. Sobre ser gorda, geralmente adoto a atitude que você atribui aos gays. Uma vez um desconhecido despediu de mim com um “tchau, gordinha”; e eu: “tchau, feinho”. Eu sou gorda, ele é feio (e MUITO feio), todas as cartas na mesa.

    A coisa só começa a ficar pesada (hahaha também sou piadista!) quando querem TE emagrecer. Exemplo: meu pai. Paga o quanto for, me suborna, me leva no médico, me ameaça de ficar o resto da vida sozinha [obs: sempre tive namorado e inclusive fases de galinhagem absoluta] e não entende que, ok, eu posso não estar linda e me amando horrores, mas não deixa de ser uma opção que EU fiz a respeito do MEU corpo. EU decidi não me exercitar, EU decidi não me privar de porcarias (oi, Somir) etc. Escolhas erradas? Quem viver, verá. Estou comendo horrores, cozinhando horrores e minha vida sexual está em dia.

    Agora, sobre os negros, acho que gerações mais antigas até dá pra entender. Minha coworker é negra e conta que foi levar o pai dela pra ver Django Livre. Ela contou que nunca se importou com isso, que acha que a pessoa é quem ela se vê. Mas que o pai saiu de alma lavada porque já passou por situações de preconceito muito radical (tipo esvaziarem a piscina depois dele nadar). Aí eu superentendo. Mas quanto à colega, ela vive falando de lista negra e tal. Tá nem aí.

    Mas a coisa que mais me emputece são as tais vagas pra idoso no shopping. Estacionar longe e ter acesso difícil não pode, mas BATER PERNA NO FUCKIN’ SHOPPING pode, né? Outro dia vi um casal de velhinhos pegando fila normal pra pagar o estacionamento. Quase dei um abraço neles de comoção. Velhinhos COM NOÇÃO de que foram BATER PERNA e que portanto PODEM PEGAR FILA.

    Eu e meu namorado, depois de muito debate (ele também é escroto, e aliás adora ser judeu porque, como minoria, se sente no direito de fazer piada com os intocáveis), decidimos que vagas para idosos são razoáveis em casos de necessidade: supermercado (todo mundo tem que comer), farmácia (você vai porque está doente) e hospital. SÓ.

    • Maíra, é provável que as pessoas que queiram te emagrecer o façam não pensando em estética e sim em saúde. Obesidade aumenta em mais de 40% as chances de ter câncer, dobra as chances de problemas cardiovasculares, majora as chances de diabetes e tantas outras doenças graves. É como gente que tenta convencer fumante a parar de fumar. Tudo bem que você faz o que quiser com seu corpo, mas quem gostar de você não vai ficar parado assistindo você detonar sua saúde. Eu compreendo seu pai e eu faria a mesma coisa.

      • Não tenho dúvidas de que querem o meu bem. Mas depois de um tempo não há quem aguente tanta paunocuzação. Minha mãe fuma, eu acho ruim, péssimo. Já tentei convencê-la a parar, ela não parou. Mas eu não fico lá o dia inteiro torrando a porra do saco dela que nem meu pai. Querer comprar emagrecimento com suborno meio que passa do limite do “estou preocupado com você” e começa a ser uma questão de controle.

        Se eu quero que minha (hipotética) filha seja gorda? Claro que não, apesar de que tendência a engordar ela provavelmente vai ter, além do belo exemplo em casa (embora eu tenha minhas fases health freak, quem sabe não coincide de eu ter filho nessa época). Mas se preocupar demais com a saúde do corpo da pessoa a ponto de paunocuzar tanto assim, te juro, estraga a saúde mental da pessoa. Quantas vezes só deu Maíra chorando no divã? Olha, não foi nem uma vez, nem duas, nem três, nem….

        • Compreendo que você estabeleça um limite para tentar convencer alguém, mas talvez se a pessoa fosse sua filha em vez de ser sua mãe você simplesmente não conseguisse assistir quieta. Ver a pessoa se fazendo mal diariamente é muito mais duro quando você se sente responsável por ela e por suas escolhas. Talvez querer comprar emagrecimento com suborno seja apenas desespero. Dê uma chance a ele.

          • ;)
            o triste é que realmente prejudica nossa relação, que em tempo de vaca magra (eu, no caso) é bastante boa. enfim…

              • Ah, mas isso não cola comigo não. Existem milhões de maneiras de ferrar com sua saúde que praticamente todo mundo vai ter um defeito. Minha mãe fuma, meu irmão dirige bêbado (jura que não), o outro fuma maconha, meu pai bebe (e se estressa horrores com qualquer coisa). Pick your poison.

                • Olha, eu ouvia muito isso do Somir quando a gente namorava: “Eu tenho o direito de fazer o que quiser com meu corpo e de escolher o meu veneno”. Não concordo. Não concordo que todo mundo se detone (não nesse grau, ficava muito fácil para o Somir se permitir fumar feito uma chaminé se consolando que “todo mundo se detona de algum jeito”) nem que tenha o direito de fazê-lo. Acho que a pessoa não tem o direito de se detonar na frente das pessoas que gostam dela, é falta de consideração com quem gosta dela. Se alguém que convive com você também está se detonando (pode ser que isso seja um padrão na sua família), você também tem o direito de reclamar. Mas isso não te autoriza a se detonar. Porque você não faz um trato com seu pai: se ele para de beber ou beber menos, ou se estressar menos você faz uma reeducação alimentar e exercícios na tentativa de emagrecer?

                  • Que é a família é de fudidos ninguém tem dúvida, rs. Mas eu não quero fazer uma reeducação alimentar etc. Eu sei como é. Eu já fiz. Aliás, costumo dizer que sei perfeitamente como emagrecer (oi, efeito sanfona). Ultimamente tenho achado que não vale a pena tudo o que perco quando estou reeducada. Está nos planos, sim, perder uns quilinhos, mas essas coisas são do tempo da pessoa, Sally. Sério mesmo. Pressão de ninguém ajuda em nada (ou pelo menos não a mim). Enquanto isso pode me chamar de filha-da-puta sem consideração, se assumo meu sobrepeso, assumo isso também.
                    (PS: não estamos falando de uma pessoa com dificuldade de locomoção, ou que entala nas coisas nem nada, ou que não consegue subir escadas. E no meu último exame de sangue / pressão, bem recentes, estava tudo bem. Até comentei isso com a médica – era exame pré-admissional – e ela mesma disse que enquanto eu me sentir bem, está tudo bem. Meu analista, que é médico, partilha da opinião. E, sim, médica-de-exame-de-RH pode ser tosco, mas meu analista é professor emérito de federal etc).

                    • Se não for nada que comprometa sua saúde, realmente é escolha sua e somente sua. Se um dia mudar de ideia e quiser umas dicas de uma forma mais racional e eficiente para perder peso me manda um e-mail…

                    • Talvez seu pai esteja projetando a detonação da saúde dele em você e vendo isso “refletido” em você ele se irrite. É muito comum.

                    • Pra ser sincera eu acho que ele tem aflição porque sou muito parecida com minha mãe. E ele não é lá muito fã dela (assim, a respeita etc, mas não divorciou à toa).

                    • Aprenda a deixar entrar por um ouvido e sair pelo outro tudo que ele fala. Trate de se blindar para que isso não te faça mais mal.

                    • Estou aprendendo! Gostei do chat, rs. Vou fazer isso mais vezes. (E sim, mudei o email para um que não está vinculado à minha foto. Somir me convenceu que é melhor ler o Desfavor na calada, hehehe)

                    • Sim, melhor não se identificar aqui. Bater papo aqui é bom, a gente é tosco mas no fundo, lá no fundo, a gente é legal. Sem contar que centenas de pessoas que estão passando pela mesma coisa que você mas não tem coragem de falar podem estar lendo e se sentindo melhor. Ao longo dos anos me dei conta pelos e-mails que a gente recebe que a gente ajuda uma grande massa silenciosa aqui sem nem saber disso.

                    • Fora o Desfavor Explica, que é um favor. Ou alguns Sally Surtada, que também são favores (pra mulherada, pelo menos)…

                    • Sally Surtada são um favor mais para os homens do que para as mulheres, pena que muitos não aproveitem a oportunidade. Mesmo que não concordem com o que eu digo, é valioso ter ciência de como pensa uma mulher. Mas eles preferem me atacar e menosprezar o que eu digo. Bando de imbecilóides.

                    • Sem contar o Desfavor Explica, que é um favor. Ou alguns Sally Surtada, que também são favores (pra mulherada, pelo menos)…

                    • Tem um que estou preparando um comentário bombástico. Com estatísticas (do meu caso pessoal) e tudo. Quero ver neguinho encher o saco depois.

                    • HAHAHAHAHAHAHA

                      Eles sempre enchem, mas não tem problema. Se uma alma repensar suas atitudes no meio de centenas já terá valido a pena!

      • Conversa. O número que fode com a saúde idade e não o peso. Eu que o diga. Tem gordo saudável e magro doente. Se bem que o mais comum é jovem saudável e velho doente.

    • Eles querem que voce cuide de voce por que quando voce tiver algum problema (por qualquer motivo), eles cuidarão (terão que cuidar) de voce.
      Quanto mais voce se cuidar, se preservar e se amar, menos trabalho voce vai dar pras pessoas que querem te amar.
      O segredo para ser amado é nao dar trabalho pras pessoas que querem te amar.
      Resumindo.
      Quem não se cuida, quem nao se preserva, não ama nem a si mesmo e nem a que tenta ama-lo(a).
      Quem tem essa postura está pouco se fodendo pros outros.
      Diz que “a vida é dela, que ela faz o que quer e que ninguem tem nada com isso”, mas quando se fode, são os “chatos” que viviam enchendo o saco e te immplorando para se cuidar que irão até lá ficar limpando sua bunda e te dando comida na boca.
      Pense nisso.

      • Mas pelo que eu entendi, ela não é obesa, tem apenas um leve sobrepeso, nada que comprometa a saúde e o pai dela fica encrencando por questões meramente estéticas, pelo fato dela não ser magrinha como mandam as revistas de moda…

        Ou entendi errado?

        • Qualquer pessoa na rua me acharia “gordinha” (termo odiável por si só), mas de acordo com médicos estou bem.

          E não se preocupem, ninguém vai limpar minha bunda. Eu me mataria antes.

          • Tem que ver seu percentual de gordura corporal, peso não diz nada sobre a boa forma de uma pessoa. Um percentual de gordura acima do desejado gera riscos para a saúde, não caber em uma calça 38 não.

              • Exames em si não provam muita coisa, existem pessoas obesas que tem exames ótimos até que não tem mais: é um processo de detonação a longo prazo. Mas se um médico te avaliou e disse que não havia necessidade de emagrecer, seu sobrepeso não deve ser significativo. Se tiver curiosidade faça uma avaliação de percentual de gordura corporal, talvez você esteja melhor do que imagina

                  • Sim, um aparelho que pinça as dobrinhas. Mas também existem aparelhos mais moderninhos que o fazem, tipo balanças (apesar de serem menos confiáveis). Olha, necessário nem é, mas pode ser um cala boca definitivo que você vai dar na sociedade e no seu pai. Já vi muita gente com físico robusto e quando foi medir viu que era quase tudo massa magra, que tinha percentual de gordura baixíssimo e que por isso estava com a saúde melhor do que muita modelo. Percentual de gordura alto é alerta máximo de fodeção de saúde e não ponteiro da balança!

  • MilenaJohnJohn

    Esse texto me lembra de algumas situações que quase ninguém pára um pouco para analisar: pensão alimentícia para mulheres-coitadinhas-que-tem-filho-pra-criar. É incrível como F… com o cara literalmente para depois f.. com o cara financeiramente. Depois as mulheres querem direitos iguais mas na hora de trabalhar pesado para sustentar o filho que voluntariamente teve (sem essa de furou a camisinha (InMETRO fail?) e esqueci d tomar o anti) correm para a solução mais confortável: extorquir o pai da criança que mal consegue se sustentar. Acho que isso merecia um desfavor, que tal?

  • O texto está perfeito moça, só a parte dos GAYS é que não está correta…
    com certeza esse é um dos grupos mais intocáveis da sociedade, igualando-se as crianças, idosos e deficientes físicos…posso dizer que até mais intocável do que todos os que citei acima.
    Estão começando a mostrar o verdadeiro motivo deste orgulho gay, estão começando a mostrar o verdadeiro sentido de toda esta campanha, os verdadeiros frutos que querem colher com todo este protesto colorido na nossa sociedade. Estão começando a pregar o seu conceito, a discriminar quem não simpatiza, quem é hetero, estão começando a plantar a semente da supremacia homossexual.

    aquele veado do BBB dicésar é o maior exemplo desse tipo de gay que tem preconceito com heterossexuais.

    e justamente os gays como ele usam e abusam da comoção nacional pelos "coitadinhos excluidos" para se dar bem na vida… e ainda sonham com um brasil onde a bissexualidade é absoluta. ou seja, putaria total.

    se eu sair com uma camisa orgulho hetero, sou homofóbico. Agora quando eles saem em passeata pela rua da minha casa, fazendo tudo o que é pornográfico e horrendo pra sociedade como forma de "protesto" pelos seus "direitos"(direito de que? tem alguma deficiencia especial?), chocando a cabecinha infantil do meu irmão caçula ao presenciar dois ou mais homens(ou mulheres) beijando-se(de uma vez só, acredite) seminus e regados de bebidas e drogas, é totalmente normal né, chega até ser "lindo", uma coisa linda e um exemplo de protesto pacifico e cheio de alegria e felicidade, sem futilidade ou anarquia…só o amor nas suas "variadas formas"…¬¬

    fiquei sabendo que até se os religiosos falarem sobre algumas passagens que abominam o homossexualismo na biblia, pode ser preso!isso é um absurdo! onde está a liberdade de expressão? Jesus seria preso se estivesse vivo nos dias atuais por ser homofóbico? ele que foi o maior exemplo de humanismo nessa merda desse mundo cheio de desgraça? tsc tsc…

    é lamentável…

    e preparem-se que os maconheiros de plantão estão vendo que tá dando certo esse negócio de colocar fobia no final das palavras e já estão querendo legalizar a sua droga cotidiana…(narcofobia ainda vai ser crime, esperem pra ver)

  • Não tinha coisas nenhuma do velho no caixa, anônimo infeliz, só uma garrafa d'agua naquele cesto aonde os pobres que percebem que seus trocados não serão suficientes para suas compras, descartam algumas coisas, porra!

  • Hahá, Sally você foi boazinha demais com o esporozoário skatista.Não sou uma mulher mais imagino como deve ser foda passar por uma situação dessas no meio da rua.Com certeza eu teria dado uma canelada no meio do nariz e pisotiado a cabeça do infeliz.Queria ver ele levantar *sorrisomaligno

  • Ficamos todos emocionados ao ponto das lágrimas aqui em casa com esse seu texto, Sally

    Suellen

    p.s.: meu irmão ainda acha que velhinhos, tendo trabalhado 40, 50 anos acordando cedo, são loucos em ainda querer sair junto com o fluxo cada vez maior nos transportes coletivos (a desenvolver esse tema em um desfavor convidado)

  • Deja, se as coisas do coroa tavam na caixa, o lugar era dele, mesmo se ninguém viu.
    Sally, tu é azarada pra kralho!
    Quanto aos gays, agradeço a parte que me toca! hahaha
    Valeu, gata.

  • Só uma coisa que estava pensando comigo…

    O Desfavor é um dos poucos blogs que tenho prazer em ler. O resto virou tudo propaganda velada, ou então aquela coisa de massa, o q tem em um tem em todos.

    O que vcs ganham mantendo este blog, o que os motiva a continuar?!

    Claro, vcs sabem tem muita coisa que não passam de obviedades, mas ninguem para pra pensar em mais ainda formular e organizar as ideias em textos tão bons.

    Obrigado.

    Ps.: Sim. Estou bebado.

    Somir! … vc é meu amigo…be considero bacaraio!

  • Outro dia eu estava no metrô, reparando na placa acima dos acentos preferenciais. Ela diz sobre gestantes, crianças de colo, idosos, deficientes fisicos e pessoas com o IMC acima de 40. Inclusive fizeram bancos especiais, duplos, para as pessoas obesas. Há desenho da gestante, do idoso, do deficiente físico, mas não há desenho de um gordo! Pensei em duas provavéis: ou os gordos se sentiriam ofendidos, o que é um absurdo pois, na hora de exigir lugar eles nao se ofendem; ou o bonequinho gordo ficaria muito parecido com a grávida, o que daria muita confusão.
    Eu fiquei indignada com o fato de equipararem os gordos à uma "classe de incapazes" e inclusive facilitarem a vida deles. Eu sou baixinha, e no entanto, tenho q me virar pra me segurar em dia de metrô lotado, pq chegar na barra do lado é impossível, e na de cima então…
    Só penso se a população obesa não aumentará a cada facilidade que eles conquistarem…

    Ótimo texto, Sally!

  • Ja me idealizaram como um gordo velho tarado, uma preta estilo marrom kichute, como mulher , como gay(somir?)com idade mental de uma criança de 12 anos= deficiente(sally?)

    Agora quero ser uma judia, como fas?

    Eu ja senti na pele o que é ser quase tudo acima, E VOU CONFESSAR.

    AMO MUITO.

    Mas, no dia-a-dia, o que me é mais dificil suportar SÃO OS GAYS-ME ASSUMO-ME-BANCO-TO-PODENDO-ME-RESPEITA-O-CU-É-MEU-FAÇO-O-QUE-QUISER-COM-ELE.

    Eu também respeito os gays, inclusive até falo bom dia para um vizinho meu. Acho que eles são seres humanos sim, tem até gay honesto.

    conviver com gays é outra coisa, eu respeito eles como respeito o pardal que pula no meu quintal para encontrar alguma migalha de pão, o mundo não é só dos heteros não, gente.

    Até que eu amadureça por dentro, ui
    gay não quer respeito, gay quer transar.

  • Só não concordo plenamente com a parte dos gays.

    Eles podem até não se vitimar (nem todos), mas toda a midia (jornais, tv, principalmente, blogs, etc) fazem isso por eles.

    Saindo um pouco do assunto(só um pouco) hoje falar qualquer coisa de gay é homofobia (pelo que sei isso significaria 'medo de'…mas é outro assunto), é errado fazer piada, errado NÃO falar pra seu filho que "o sexo dele ele só escolhe quando decidir isso na adolescencia", etc.

    Não tenho nada contra gays (meu irmão é, e convivo com um monte deles), só não venha me empurrar goela abaixo que sodomizar o rabo e ter orgulho disso é a coisa mais normal do mundo e que tenho de aceitar isso e passar pros meus filhos a ideologia. Eu pouco me lixo pro que duas (ou mais) pessoas fazem dentro de 4 paredes; meu respeito é baseado no fato de eu não ter nada a ver com isso, mas paro por ai tambem. Aceito, mas não me façam ser obrigado a gostar.

    Agora que comecem a me chamar de homofóbico, mente fechada, filho da puta ignorante, etc; e acho que terei explicado meu ponto melhor do que com estas palavras.

    Até

  • Recentemente eu estava no supermercado, quando um idoso passou na minha frente, disse que as coisas dele estavam ali, mas ele não pediu para ninguém guardar o seu lugar, nenhuma pessoa comentou algo, daí eu disse "Não estou vendo uma placa aqui dizendo que esse lugar é seu", daí ele me solta algumas palavras mal educadas e um "Você não sabe com quem está mexendo", e eu que ainda estava calmo: "-Com um merda!", pasmem… O velhote queria brigar comigo na porta do supermercado, agora Sally, Dra, me diz… se eu com 27 anos surrar um senhor de uns 60 e poucos, o que acontecerá comigo? O que todos vão dizer?

    Por conta da idade, pensam que podem tudo, alguns direitos eu concordo que eles devem ter, por conta da sua limitação física, como assentos reservados, filas especiais (embora muitos usem idosos como "office boy" por conta disso.), já fiquei doente quando li em outro blog dizerem que eles deveriam sair em horários menos movimentados, porque atrasam os "jovens", eu acho essa segregação ridícula, mas também torná-los intocáveis por conta de sua idade, não está certo, mas não existem meios termos, só extremos… fazer o quê eu não sei, mas é assim.

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