Flertando com o desastre: Histeria Punitiva.

Matar o assassino? É... faz todo o sentido mesmo.Quando aparece um caso sórdido cheio de detalhes macabros como este envolvendo o goleiro Bruno, os imbecilóides de plantão saem da toca e começam com sua pregação (geralmente aos berros e se achando cobertos de razão) através de um discurso que reflete uma histeria punitiva hipócrita. Isso sempre me revoltou e sempre comprei briga com esse tipo de gente, que infelizmente é maioria aqui no Brasil. Então, me pareceu a oportunidade ideal para escrever este Flertando com o Desastre. Talião meu ovo, seus filhos da puta, nada mais medíocre que a reciprocidade.

Ninguém aqui está negando que o crime foi bárbaro, cruel, covarde, medonho, doentio e qualquer outro adjetivo negativos que vocês queiram enquadrar. Justamente por estas características, quem perpetrou estes crimes é um monstro, um escroto, um desajustado e etc que deve ser isolado do convívio social.

Porém, gostaria de lembrar que qualquer pessoa que pratique este tipo de conduta é um monstro, um escroto, um desajustado e etc. O autor do crime ou quem pretende punir ou vingar o crime na mesma moeda. Então, antes de sair falando que tem que matar, que tem que cortar a mão, que tem que picar e dar para o cachorro comer, pense se você não está se tornando um equivalente daquilo que tanto repudia.

“Mas Sally, se fizessem isso com a sua filha você não ia querer fazer o mesmo?”. Odeio esse argumento, é uma das coisas mais medíocres que já escutei. Já apresentei meu contra-argumento no Flertando com o Desastre sobre transsexuais e repito aqui: a justiça não deve ser feita com base no sentimento da vítima, com base em revanchismo. Evidente que se fosse com uma pessoa querida eu iria querer que façam a mesma coisa com o criminoso, mas não é assim que a justiça tem que atuar.

Eu entendo que as pessoas próximas à vítima tenham esse desejo de fazer mal aos criminosos. Acho normal. Acho esperado e aceitável. Agora o que eu não entendo é essa massa burra que nem conhecia a moça e que provavelmente seriam os primeiros a meter o malho nela se estivesse viva, sentindo tanta revolta e transformando essa revolta em violência. Porque tanta revolta virando agressividade?

Cheguei a uma conclusão muito triste: o brasileiro não sabe se indignar. Não tem essa sofisticação. O lance é sentir raiva mesmo, querer matar, querer bater, querer que a pessoa se foda toda com platéia assistindo. Brasileiro não fica indignado, fica puto e quer resolver na reciprocidade: fez merda? Faz a mesma merda com ele! Parece que para provar que está indignado de verdade tem que esboçar uma reação desproporcional, destemperada e violenta.

No fundo, no fundo, o que pessoas que pregam a Lei de Talião querem é justamente uma manutenção desse circo sádico. Teve derramamento de sangue? Cortaram a menina e deram para cachorro comer? É pouco! O sangue atiçou a população! Agora eles querem mais, eles querem que Bruno e seus amigos-alimento também sejam torturados, picotados e mortos. O povo quer mesmo é ver mais sangue, mais morte, mais violência. Manutenção do sadismo.

Se torturar e matar causasse mesmo tanta repulsa naqueles que pregam a Lei de Talião, eles não teriam coragem de opinar que se faça o mesmo com os criminosos. Se alguém estupra sua filha, você sente vontade de estuprar o criminoso de volta?

Esse povo histérico não quer justiça, quer mais circo, quer a barbárie, quer descontar todas as frustrações e injustiças que sofre ou sofreu naquele criminoso em particular. O criminoso passa a simbolizar tudo de ruim e deve ser eliminado com requintes de crueldade. E duvido que isso mude. Cadê que esse povo bunda senta em um divã? Nunca! Psicanálise é coisa para maluco, afinal “se for para conversar com alguém sobre os meus problemas, eu converso com meus amigos em uma mesa de bar, que é de graça”. E essas porras 1) tem filhos e 2) votam, o que acaba 1) aumentando a quantidade dessas porras no mundo e 2) colocando porras parecidas com eles no poder.

Essa fala fácil e medíocre de “tem que fazer o mesmo com ele!” não deixa espaço nem mesmo para reflexão e debate. Porque quando você tenta ponderar como isso pode ser incorreto, os imbecilóides de plantão se voltam contra você dizendo que você está defendendo bandido, te colocando como um falso vilão na história. “Se não concorda comigo é porque necessariamente está defendendo o bandido”. Impossível argumentar com pessoas assim.

Bandido não pode ter direitos humanos, não é mesmo? Porque a vítima não teve direito aos direitos humanos. Dá licença que eu vou vomitar e já volto. O que essas pessoas esquecem é que a vítima estava nas mãos de BANDIDOS, por isso foi privada de seus direitos humanos, enquanto que o criminoso está nas mãos do ESTADO. No dia em que o Estado passar a tratar seus membros como um bandido trata sua vítima, eu saio do país. Desejar que o tratamento que o Estado dá aos seus seja similar ao tratamento que um bandido da à vítima é desejar um retrocesso. A gente conhece um Estado pelo tratamento que ele dá aos “inimigos”.

Este discurso histérico é fácil e superficial e é típico de pessoas que não sabem lidar com seus sentimentos, pessoas ressentidas e cheias de mágoa que acreditam que as melhores soluções são sempre as mais radicais: eliminar, matar, torturar, destruir. Quanto pior o tratamento dado ao criminoso, maior seria a “justiça” feita. Porque eles não tem preparo para perceber que a vida nem sempre é justa e que isso está fora do nosso controle. Transformam a revolta, que pode ser canalizada para coisas positivas, em algo nocivo, negativo e destrutivo. Acabam por criar um círculo vicioso que prejudica a toda a sociedade.

Vejamos, será que interessa de fato à sociedade que o Estado não dê direitos humanos aos bandidos? O mesmo preso que passa anos em condições desumanas, sendo torturado, humilhado e privado da sua dignidade, é o preso que vai ser posto na rua em um futuro, pois não existe prisão perpétua no Brasil. É essa a pessoa que você quer de volta às ruas, para pegar ônibus com o seu filho ou para sentar do lado da sua filha em uma mesa de lanchonete? Uma pessoa brutalizada, revoltada e destruída, que não tem mais nada a perder? Não seria melhor para a sociedade se essa pessoa saísse melhor do que entrou? Ok, se você não acredita que possa sair melhor, ao menos que não saia pior do que entrou?

“Mas Sally, vocês são os primeiros a não ter coração, a rir dos outros quando eles se fodem e ainda achar bem feito, e agora você vem pregar direitos humanos?”. Sim, isso aí. Quando a pessoa se fode POR MÉRITO PRÓPRIO, sem intervenção de outro ser humano torturando, a gente acha engraçado pra caralho. Foi escalar uma montanha no meio de uma nevasca e virou picolé? A gente não lamenta! Quem mandou? Foi nadar com um carnívoro de seis toneladas e foi mastigada? Quem mandou? Não é tortura. São conseqüências normais da escolha de vida da pessoa. A gente nunca pregou assassinato e tortura aqui – e nem vai.

Também não estamos pregando que os culpados não sofram as conseqüências de seus atos. Ocorre que, quando se opta por viver em um Estado Democrático de Direito, a punição é monopólio do Estado e este deve observar uma série de garantias fundamentais que resguardem a dignidade da pessoa humana para aplicá-la. Eu opto por viver em um Estado Democrático de Direito, por isso acredito que eles devem ser punidos conforme previsão legal.

Engraçado que os mesmos que cobram a aplicação da lei aos berros quando lhes convém são os primeiros a esquecer das leis quando estão revoltadinhos. É aquele tipo de pessoa que se sente no direito de escolher qual lei deve ser cumprida: só aquela que faz sentido na cabeça da pessoa. Cobra tudo que a lei lhe dá de direito, mas quer afastar qualquer garantia conferida pela lei ao preso.

“Mas Sally, a lei é uma merda, a pessoa nunca passa muito tempo presa, a lei foi feita para beneficiar bandido!”. Não é verdade. Opiniões de formam estudando e não lendo revista e vendo TV. Estude a fundo a lei e só depois pense em criticar. E se você não está satisfeito com a lei, existem diversos mecanismos para modificá-la por iniciativa popular. Mexa-se, arregace as mangas e lute por um país melhor. Em vez de ficar de braços cruzados pregando a desobediência de uma lei porque você não concorda com ela, tenha atitude e faça o necessário para que essa lei seja modificada e fique mais justa.

Mas esta histeria punitiva encontra um limite com muita freqüência: quando, de alguma forma, direta ou indireta, a punição chega ao autor. Basta ter um filho, um primo, um amigo ou qualquer pessoa próxima na condição de réu que o discurso muda rapidinho. Somir fica dizendo que Deus não existe… Tolinho. Deus existe sim – e é sádico.

Vendo essa massa enfurecida pregando todo tipo de pena corporal e tortura contra o goleiro Bruno e seus amigos-alimento eu fico pensando onde estão os ditames religiosos destas pessoas. Garanto que a esmagadora maioria das pessoas que fala essas barbaridades tem religião. E quase todas as religiões pregam o perdão e a compaixão. E aí? Vai abrir mão da religião ou vai se assumir hipócrita? Não adianta ir à missa e ficar rezando para o seu Deus e ao mesmo tempo ficar dizendo essas barbaridades por aí, cultivando esse sentimento revanchista, vingativo e violento.

Porque será que as pessoas não podem elaborar o choque de uma barbárie dessas sem ter que apelar para o desejo por outra barbárie? Porque as pessoas são tão medíocres de achar que a reciprocidade é sinônimo de justiça e sempre se justifica?

Gente que prega o troco na mesma moeda está mais próxima de bicho do que de gente. São pessoas emocionalmente aleijadas que não sabem lidar com um sentimento de revolta e projetam frustrações pessoais e medos naquele autor do crime, que vira um símbolo de tudo que não presta. Não basta prender, não basta afastar do convívio social, tem que satisfazer a porção sádica da prole, tem que torturar, arrebentar.

“Mas Sally, pelo menos se torturar bastante, os outros bandidos vão pensar duas vezes antes de fazer uma merda assim porque vão ficar com medo”. Estude criminologia. O maior índice de reincidência criminal ocorre em prisões que não respeitam os direitos humanos. É comprovado que o que faz com que as pessoas pensem duas vezes antes de cometer um crime é a probabilidade que elas acham que tem de serem pegas, e não o tamanho ou a qualidade da pena. Países que asseguram uma prisão com dignidade tem índices de criminalidade e reincidência muito menores.

Caso você seja um dos analfabetos funcionais que batem ponto por aqui, não custa dizer o que já está mais do que claro: EU NÃO ESTOU DEFENDENDO O BRUNO NEM APROVO O QUE ELE FEZ, EU ACHO QUE ELE DEVE SER PUNIDO. Porém não acho que nada nessa vida justifique violar alguns direitos fundamentais como os direitos humanos. E acho que é perfeitamente possível que a pessoa compreenda o erro que cometeu e vire uma pessoa melhor sem precisar ser submetida ao mesmo tratamento que deu à vítima.

Provavelmente a pessoa que defende a Lei de Talião é tão tosca que só é capaz de mensurar seus erros quando fazem de volta com ela na mesma moeda, daí, em uma crise de Universo Umbigo, fica achando que o mundo todo funciona assim e só vai entender o mal que causou se sofrer o mesmo tratamento das pessoas que vitimou.

Então, pensem duas vezes antes de defender punição corporal, tortura, pena de morte e prisão perpétua, pois isso depõe muito contra você. Se quer mesmo sustentar este ponto de vista, então faça-o com coerência: abandone sua religião e pare de cobrar os direitos que lei te confere, pois quem quer privar os demais de seus direitos tem que estar pronto para ser privado também. Ah sim, se Deus existe, é certo que ele te odeia. Certeza.

OBS: NOTA DE ÚLTIMA HORA – 15/07/2010 – 11:30h. Um passarinho me contou que Bruno não matou a moça por questões de pensão ou do filho, que nem se sabe se é dele. Parece que teve relação com uma certa chantagem que ela andava fazendo, ameaçando de contar certas coisas que ele andou fazendo, que podem ser consideradas meio gays. Assim que tiver mais certeza do que estou falando jogo toda a merda aqui no ventilador com o maior prazer. beijosmeprocessa.

Para dizer que nada de bom vem do Flamengo, para dizer que sua religião admite tortura e assassinato e para dizer que odeia mais ainda o goleiro do Flamengo porque hoje era dia de Processa Eu e por causa do filho da puta do Bruno teve essa coluna escrota no lugar: sally@desfavor.com

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Comments (33)

  • Sallyta:

    Só pedindo mais uma opinião tua. Quanto aos indultos (info para os leigos: aqueles feriados e dias especiais em que encarcerados seriam "soltos" por um dado período de tempo, tipo Natal, dia das mães, dia dos pais e sei lá eu se tem mais), você acredita que estes devam ser concedidos indiscriminadamente a qualquer apenado preso em regime fechado ou tem gente que mandou tão mal que é caso mesmo de deixar isolado do resto da sociedade durante 100% da parcela de pena que cumprir no regime fechado? Isso sem contar com o uso do benefício como chance de fuga.

    Valeu, peixe!

  • Fuck Bush, a pena deve ser aquela prevista em lei, pensada e aprovada em um Esatdo Democrático de Direito.

    No Brasil existem vários tipos de pena, acredito que se ficar comprovada a culpa dele, seja apropriado aplicar a pena mais grave: encarceramento.

    E para quem acha que ficar preso 30 anos é pouco, façam as contas: Bruno entrará na cadeia com 26 anos e sairá com 56. Fode com a vida dele toda.

    Por mais que se pense que a pessoa nunca cumpre os 30 anos, é mentira. Quando a pena é muito elevada, a pessoa não vive o suficiente para ter direito à progressão de regime. ex: condenação a 250 anos: quando a pessoa tiver direito a algum benefício, como progressão, já se passaram os 30 anos da pena.

    Falar é fácil. Fiquem dez anos que seja presos e vejam se isso não fode por completo a vida de uma pessoa…

  • Caralho Deja.. podiscrêr, esquecemos de zoar a tatuagem. Quando vi o texto na TV não acreditei, aquilo lá não é 1/2 gay… é uns 8/2 de gay… 4x gay… puta que pariu, gay até a décima encarnação anterior dessa franga macarrônica.

  • Anônimo, respondendo:

    1) Pode existir uma CONDENAÇÃO superior a 30 anos (já vi sentenças condenando a mais de mil anos), porém o máximo de tempo que uma pessoa pode permanecer presa por um crime é de 30 anos. Se cometer outro crime depois, pode ficar mais 30 anos preso.

    2) Depende do crime. Crimes hediondos, por exemplo, são tratados com mais rigor, o prazo é maior. Além disso, no regime semi-aberto o preso não fica livre, só vai ter mais autonomia no regime aberto. E crimes bárbaros tem condenações altas, até o preso passar pelos regimes fechado, semi-aberto, aberto e ir para a rua ele passa um bom tempo na merda.

    3) A progressão é necessária e deve ser avaliada caso a caso. Hoje em dia as mudanças sociais ocorrem em uma velocidade absurda, tirar uma pessoa do convívio social por 15 ou 20 anos gera um choque enorme quando ela retorna. As chances de ressocializaçao e readaptação diminuem muito.

    obs: O sistema penitenciária brasileiro é um cu, um lixo, um dos piores do mundo, mas não é por culpa da lei.

  • Morena Flor, eu acho compreensível que A VÍTIMA ou pessoas próximas DA VÍTIMA se vinguem, apesar de saber que não é correto. Neste caso, acho que não se equiparam ao criminoso.

    MAS, quando é um qualquer do povo, querendo fazer o mesmo com o criminoso, como vem sendo no caso do Bruno, se equipara sim. E é vergonhoso.

  • "HAUhauhAHauuAHA o lindo deve ser o deja…"

    Oi?

    E bem, estou achando essa discussão muito tediosa e cheia de obviedades.

    Jornalistas carniceiros (A copa acabou, não? Antes da eliminação do Brasil, o caso não merecia mais que 10 linhas), polícia científica despreparada, vadia desequilibrada se misturando com desequilibrado, população com tochas na mão querendo jogar o vilão na fogueira (Somos medievais)…

    Agora, "meio gay" é o tal de "Macarrão" com tatuagem para o amigo Bruno.

  • vocês viram o barraco de sorocaba? achei bizarro que esse caso foi o contrário do comum no Brasil. em vez de acharem errado a mulher ter sido traída pelo marido e pela melhor amiga, acharam errado ela ter divulgado pro mundo. (não que eu ache certo, mas porra, a traição é obviamente pior que a indiscrição)

  • E sobre a amante safada q ganhou uns sopapos da esposa chifruda: Me junto ao coro(sem hipocrisia!): Mereceu mesmo!!!! Quem mandou se meter no casamento dos outros, e trair a amiga?? Como disse antes, vingança de terceiros tb é consequência para os desatinos q se comete por aí.

    resumo da ópera: Lógico q o direito não deve pautar pela "justiça" do povão. É um ponto. Só não julgaria quem se vingasse, como a mulher do caso postado pelo Hugo. Cada um sabe bem aonde seu calo aperta.

  • Sally,

    Desculpa, mas essa idéia de que quem quer se vingar se torna igual ao criminoso não cola não. Aliás, nem é exatamente a mesma coisa. Uma coisa é cometer um ato. Outra, totalmente diferente, é revidar, fazer de volta. Quem começou, q aguente as consequências, sejam elas quais forem, inclusive, vingança de terceiros. Sim, vingança dos outros tb é consequência para desatidos cometidos inicialmente. Já dizia o ditado:(Quem)Começou, agora aguenta.

    *

    Se indignar é natural, as pessoas ficarem com raiva é natural. Claro q o direito não deve se guiar pelo "clamor das ruas", mas escutá-lo e levar em consideração o q o povo diz também pode ajudar(a depender do conteúdo, claro).

    E um último adendo: Nem sempre os q estão se indignando de forma violenta são "hipócritas", muito pelo contrário, estão sendo sinceros mesmo.

    ;)

  • Sallyta:

    Sorry, mas acho que vou pedir data vênia em um pontinho. Aliás, vou é pedir alguns esclarecimentos e a tua opinião, que é para não dar rolo por eu ter escrito com desconhecimento de causa.

    1) Please, diga aí, é verdade que não pode ter pena maior que 30 anos aqui no Brasil?

    2) Por favor, esclareça minha ignorância: procede ou é besteira da imprensa dizer que presos que atendam ao requisito ter bom comportamento podem vir a cumprir apenas um sexto de sua pena inicial em regime fechado?

    3) Qual sua opinião a respeito do atual esquema de progressão de pena? Você acredita que ele deva ser aplicado para qualquer crime ou acha que tem coisa que é melhor que o cidadão pague toda em regime fechado (até para que numa prisão melhorzinha com programas de trabalho e estudo – calma, eu sei que são só 0,001% do total… – ele possa aproveitar mais e se ressocializar melhor)?

    Valeu, peixe!

  • Lindo PAZ JUSTIÇA E PAU NO RABO

    Eu tenho vontade de matar qualquer pessoa que tenha cometido um crime, independente de eu conhecer ou não a vítima. Eu sou a favor da pena de morte, capar estupradores, pedófilos, cortar a mão de ladrões e tudo mais.

  • Sally, tb sou estudante de direito e concordo com vc em gênero, numero e grau! Tanto que (juro!) ontem eu estava sendo chamada de defensora dos bandidos que estuda direito pra quê?
    sou sua fã!!!

  • Jacinto Pinto Aquino Rego

    Seu comentário sobre a polícia me fez lembrar quando roubaram meu último carro (último a ser roubado.. tenho habilitação a 12 anos e já tive 11 carros… 7 p.t.s, 3 roubados.. só um eu consegui fazer durar até a venda.. agora ando de moto também, muito mais seguro falaê :o) ).. fui na polícia civil lavrar b.o., era a época dos atentados do P.C.C.
    Se alguém soltasse um peido na calçada neguinho se atirava no chão. Não concordo com o que o PCC fez e na minha opinião não passam de um bando de filhos da puta, mas deu gosto de ver neguinho metido a rambo macho man contra nego desarmado se cagando daquele jeito. Plantaram e colheram o resultado de décadas de brutalidade e arbitrariedades praticadas por supostas "otoridadis".
    Porra… tô parecendo leito de carta capital. Vou voltar pros meus livros de engenharia que eu ganho mais.
    Beijocas, Sally. Dedadas, Somir.
    Aliás Salita, dá umas dicas de lugares para visitar no RJ, vou semana que vem praí. E Putacabana eu já conheço, ficava hospedado aí toda vez que ia a trabalho.

  • Jacinto Pinto Aquino Rego

    Sally, pra você ter noção do que estou falando sobre o caso da escola Base, se liga numa das passagens, talvez você não se lembre, acho que você tinha uns 14 ou 15 anos quando isso aconteceu e como boa argentina, você deveria ser analfabeta naquela época (brincadeiriiiinha minha hermana porteña).
    Tinha um vizinho, esse americano. O nome do cara era Richard. Gente fina o cara, tinha uma mansão e deixava a molecada dos vizinhos freqüentarem a casa, ocasionalmente fazia um churrasco ou uma festa junina com os pais das crianças e as crianças junto. Dessas festas, foram tiradas muitas fotos das crianças brincando, dos pais, etc.
    Quando estourou o rolo da escola BASE, um motorista da escola conhecia o cara e tinha sido vista a perua da escola lá uma vez. Pronto, denunciaram o cara, algum filho da puta que não tinha mais o que fazer. A polícia pegou as fotos das crianças e misturou com revistas de mulher pelada, cartas de baralhos eróticos, fotos de revistinha de filme de foda, coisas do gênero, e deram para a imprensa filmar tudo em cima de uma mesa.
    Chamaram CADA UMA DAS CRIANÇAS que estavam nas fotos para depor. Lembro de ter ido com meu pai, e lembro até hoje da feição do gringo dentro do elevador da delegacia da polícia civil falando com aquele sotaque de americano "Espero que você nunca precise desse conselho, mas NUNCA entre em um elevador de delegacia sem seu advogado, fui espancado até não poder mais aqui dentro".
    Resumo da história, colheram depoimento de TODAS as crianças e não obtiveram UMA ÚNICA PROVA que o cara tivesse feito algo errado. E ele foi preso, prisão preventiva.
    E o casal da escola base… foram outros que foram massacrados. Tiveram sua casa destruída por vizinhos, a escola foi vandalizada até não poder mais. Vai ver se os "órgãos de imprensa" se desculparam da merda que fizeram. Liberdade de imprensa é confundida com salvo-conduto pra fazer a merda que for. "O povo tem o direito de saber" é o meu ovo esquerdo. O povo tem direito de saber FATOS, porra.

  • Jacinto, eu também acho que deve vigorar a presunção de inocência. O Estado que prove que você é culpado.

    Mas, acredito que para que ele tenha a prisão temporária decretada, devem haver indícios fortíssimos da autoria e materialidade do crime. Talvez não estejam sendo divulgados para não comprometer as investigaçãos. Mas, vindo da nossa PULIÇA, espero tudo. São mesmo em sua maioria um bando de sádicos despreparados, macacos com uma navalha.

  • Eu não estou revoltada, eu não desejo que o Bruno seja comido por cães, gatos, companheiros de cela, nem nada disso.
    Espero que ele seja preso, sim, embora não acredite que ele vá se tornar uma pessoa melhor por isso.
    Estou é de saco cheio desse circo todo.
    Queria ver se durava tanto tempo na mídia se tratando de um desconhecido.
    E cada infeliz que vai até a porta do presídio gritar "assassino" tá precisando de um emprego ou um tanque cheio de roupa pra lavar.
    Quanto ao texto, é ótimo. Se acharem que é uma defesa ao Bruno, com certeza, não é leitor do Desfavor.

    Porra de Bruno, Processa Eu é bem mais legal [2].

  • O foda é que não percebem que achando normal tortura por parte do Estado estão dando plenos poderes p/ que com qualquer deslize (ou não) venham querer dar na sua cara, pq vc é um merda de um civilzinho que não respeitou a lei e toma porrada.

  • Jacinto Pinto Aquino Rego

    Sally, fala sério. Avaliando de maneira FRIA o que saiu na imprensa até agora (não sei se tudo da investigação foi publicado, é possível que algo ainda esteja em sigilo apesar de pouco provável, considerando o ralo aberto que é a polícia nacional, com gente LOOOUCA para aparecer no jornal e ter seus 5 minutos de fama, Bosé Jlatter estaile?) o sangue do carro de um dos envolvidos, que em algumas redes de TV já haviam dito SER SIM DA PUTINHA, no final das contas não era da quenga. O exame de DNA não bateu. Ok, maravilha. Isso não exime o cara de culpa. Mas até agora o que se tem de concreto? De material? O depoimento de um adolescente que muda a cada dia. Cada depoimento que o moleque dá o Bruno tá num lugar diferente. PORRA!
    E parece que tem indícios que indicam o trajeto do carro entre RJ e MG em um dia próximo ao desaparecimento. Ok, isso sim pode ser investigado. O bebê apareceu lá por mágica? Não. Parece que mataram mesmo a mulher. Mas estão fazendo um circo doentio com essa história. Isso me lembra de alguns casos que foram espinafrados e derrepente DESAPARECERAM. Lembra da escola BASE? O único jornal que não entrou na merda foi o AGORA. O resto da mídia nacional se emporcalhou até não poder mais. E no final era tudo devaneio de uma mãe com problemas mentais. Conheci um dos envolvidos, um americano que foi jogado na cadeia comum com a gentileza dos carcereiros gritarem para os presos que era um estuprador de crianças. Não preciso entrar em detalhes do que se seguiu. E eram inocentes. Não estou dizendo que o Bruno seja inocente, mas também sei que tenho dificuldades em separar o asco que sinto pelos detalhes sórdidos que a imprensa publica como FATOS. E que depois são desmentidos, como o sangue no carro.
    Nossa polícia é de péssimo nível. Só pra exemplificar, quando meu pai morreu num acidente em um veículo zero km, com indícios fortíssimos de falha mecânica devido a estrada ser perfeita, uma reta só, e o que meu pai falou a uma pessoa que o acompanhava na hora do acidente e que sobreviveu, nas TRÊS HORAS que se passaram até um filho da puta da polícia rodoviária levá-lo ao hospital (foi na divisa entre SP e RJ e houve discordância de quem deveria atender a ocorrência), aonde ele veio a falecer de hemorragia interna.
    Quando fui atrás, tentando obter uma perícia decente, tive que ouvir de uma policial na delegacia de Ubatuba que os peritos da polícia não tinham qualificação para detectar algo assim. ESSE É O NÍVEL DA NOSSA "PULIÇA". Conversei com um membro da Polícia Científica de SP e ele ficou indignado quando contei que ouvi isso.
    Não acho que o cara seja inocente, os indícios da piriguete e o bebê aparecer lá nesse esquema jaspion já entregaram o ouro. Mas peraí, porra, que tal investigar essa merda antes de queimar o cara em praça pública?

  • Jacinto Pinto Aquino Rego

    Sally, fala sério. Avaliando de maneira FRIA o que saiu na imprensa até agora (não sei se tudo da investigação foi publicado, é possível que algo ainda esteja em sigilo apesar de pouco provável, considerando o ralo aberto que é a polícia nacional, com gente LOOOUCA para aparecer no jornal e ter seus 5 minutos de fama, Bosé Jlatter estaile?) o sangue do carro de um dos envolvidos, que em algumas redes de TV já haviam dito SER SIM DA PUTINHA, no final das contas não era da quenga. O exame de DNA não bateu. Ok, maravilha. Isso não exime o cara de culpa. Mas até agora o que se tem de concreto? De material? O depoimento de um adolescente que muda a cada dia. Cada depoimento que o moleque dá o Bruno tá num lugar diferente. PORRA!
    E parece que tem indícios que indicam o trajeto do carro entre RJ e MG em um dia próximo ao desaparecimento. Ok, isso sim pode ser investigado. O bebê apareceu lá por mágica? Não. Parece que mataram mesmo a mulher. Mas estão fazendo um circo doentio com essa história. Isso me lembra de alguns casos que foram espinafrados e derrepente DESAPARECERAM. Lembra da escola BASE? O único jornal que não entrou na merda foi o AGORA. O resto da mídia nacional se emporcalhou até não poder mais. E no final era tudo devaneio de uma mãe com problemas mentais. Conheci um dos envolvidos, um americano que foi jogado na cadeia comum com a gentileza dos carcereiros gritarem para os presos que era um estuprador de crianças. Não preciso entrar em detalhes do que se seguiu. E eram inocentes. Não estou dizendo que o Bruno seja inocente, mas também sei que tenho dificuldades em separar o asco que sinto pelos detalhes sórdidos que a imprensa publica como FATOS. E que depois são desmentidos, como o sangue no carro.
    Nossa polícia é de péssimo nível. Só pra exemplificar, quando meu pai morreu num acidente em um veículo zero km, com indícios fortíssimos de falha mecânica devido a estrada ser perfeita, uma reta só, e o que meu pai falou a uma pessoa que o acompanhava na hora do acidente e que sobreviveu, nas TRÊS HORAS que se passaram até um filho da puta da polícia rodoviária levá-lo ao hospital (foi na divisa entre SP e RJ e houve discordância de quem deveria atender a ocorrência), aonde ele veio a falecer de hemorragia interna.
    Quando fui atrás, tentando obter uma perícia decente, tive que ouvir de uma policial na delegacia de Ubatuba que os peritos da polícia não tinham qualificação para detectar algo assim. ESSE É O NÍVEL DA NOSSA "PULIÇA". Conversei com um membro da Polícia Científica de SP e ele ficou indignado quando contei que ouvi isso.
    Não acho que o cara seja inocente, os indícios da piriguete e o bebê aparecer lá nesse esquema jaspion já entregaram o ouro. Mas peraí, porra, que tal investigar essa merda antes de queimar o cara em praça pública?

  • Paulo, meio gay = coisas dúbias que algumas pessoas podem achar gay e outras não. ex: fio terra, surubão envolvendo homem e mulher e outros.

  • A Sally tá defendendo o Bruno!!!
    Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Gostei do texto e sou leitora assídua do Desfavor há um tempo… No estudo da Criminologia que a Sally citou, tem uma vertente que é a Vitimologia. Ela estuda o elementos que contribuem para que uma pessoa se torne vítima. Por ex., uma pessoa relapsa que deixa o carro destrancado ou a bolsa em qualquer lugar é potencialmente vítima de furto. Claro que o exemplo é supérfluo, pois outros fatores influenciam à ocorrência do crime. No caso do assassinato da Eliza, a questão é muito simples: duas pessoas desajustadas se encontram. O Bruno foi criado pela avó, conheceu a mãe adulto e já era goleiro do Atlético, cortou relações quando soube que a mãe convivia com outra mulher, veio de lugar pobre e o sucesso/dinheiro vieram muito rápido (além de ter amigos do mesmo naipe que os do Adriano). A Elisa foi criada pelo pai até os 14 anos (pai esse condenado por ESTUPRO de outra filha, de 10 ANOS!). Posso estar errada, mas pra mim, fez com uma faria com outra. Depois ela foi morar com a mãe, que não gostou dos hábitos e saídas da filha, q retornou a morar com o pai. Ela era atriz pornô e gostava de amizades de "jogadores", se prostituía, ficou grávida e decidiu ameaçar o Bruno, além de ter chantageado ele por causa de outros fatos que certamente ela tinha conhecimento.
    Gente, foi uma combinação EXPLOSIVA! Tipo fome com vontade de comer! O fato do corpo ter sido esquartejado e jogado aos cães foi só uma forma muito apurada de ocultar o cadáver pra conseguir colocar em dúvida a ocorrência da morte. Sabemos que sem materialidade não há crime, só que no caso eles envolveram muitas pessoas e não tomaram precauções. Enfim, tudo isso é muito triste. Uma moça jovem e bonita, que poderia estar agora trabalhando/estudando/cuidando do filho. Um goleiro em início de carreira e prestes a assinar contrato com um grande time. Ela morta, ele preso, dois filhos com pais na cadeia e uma criança com o pai na cadeia e a mãe morta…

  • Parece que isso é algo natural ao ser humano.

    Vi ontem mesmo texto falando do caso do video da mulher traida dando uns sopapos na amiga amante. Ressaltava como a maioria dos comentários dizia coisas como bem feito, puta, tem de pagar, merecia pior, etc.

    Deve ser o que a Sally falou, de descontar as frustrações no que realemnte NÂO interessa. Um exemplo bom é de um video, ainda não tão famoso, de um taxista do rio; resumindo pra uqe saber pra quem que artista esta dando, ou mesmo cosias nuam esfera mais distante como Lula pede desculpa pela 6º vez por campanha antecipada (não vamos pedir muito). Podemos nos indignar com nossos prefeitos, cobrar vereadores, melhorar nossa capacidade profissional, educar melhor nossos filhos no meio tempo. Mas isso é fugir do assunto.

    Nem precisa ir tão longe pra ver como este 'defeitinho humano' é egoista e improdutivo.

    O cara que diminui quase parando pra ver um acidente atrapalahndo todo o transito sme poder fazer nada pra ajudar as vitimas, o cara uqe fla mal do chefe no almoço e formenta intrigas sem querer que climam todo um clima ruim. (o cara sempre tem a opçao de sair sem contaminar os outros). Os fofoqueiros uqe cuidam mais da vida do vizinho ou da vitima do ultimo video do orkut do uqe da sua e por ai vai.

    Fugi um tanto do assunto de se querer que crimes sejam pagos 'na mesma moeda', mas a base que reclamo é parte da sua argumentação: querer o mal do outro e transferir nossas frustrações em ações violentas julgando tudo apenas sob nossa (ou da massa) propria perspectiva.

    Sem mais. Cansei de escrever.

  • Phill, concordo com você que quando a vítima é alguém que você conhece bate esse sentimento mesmo, mas no caso, estou falando de pessoas que tem esse sentimento quando a vítima é uma desconhecida. Não faz sentido.

    Daniele, não é o país que vivo que me norteia meus valores, eu acredito que ninguém merece ser torturado em lugar nenhum do mundo, independente do país.

  • Linda PAZ JUSTIÇA E LIBERDADE

    PRA MIM O BRUNO SÓ É BURRICO.
    Acho que se ele tiver atividade religiosa dentro da prisão,ele pode ser uma pessoa melhor.

    Sally achei lindinho o texto.

  • Pode até ser coisa de hipócrita, mas que dá raiva, dá.

    A diferença está no jeito que as pessoas transmitem o seu sentimento de revolta; se há a crueldade implícita ou se há apenas revolta passageira.

    Na hora que você ouve uma dessas, você não quer nem saber: quer que a pessoa sofra, principalmente depois dela fazer uma barbárie como a que você acabou de ouvir contra ALGUÉM que você conhece. Seu estômago se rebela, você pensa: Merece se fuder!! e começa a enxergar vermelho… isso é meio que natural ao ser humano, acredite ou não Sally. Principalmente naqueles que tem um senso de "justiça" particularmente forte.

    A diferença está justamente no pós: quando você analisa a situação sem aquela raiva inicial. Se você o faz, e AINDA quer aplicar uma lei tão idiota quanto o código de hamurabi, então você também é um idiota, com sentimentos de raiva loucos por uma válvula de escape e não alguém que só ficou chocado com a notícia.

    Veja bem, não estou defendendo a atitude… estou defendendo o sentimento inicial. Antes de tacar pedra, pense que tem uma enorme diferença nisso.

  • Hoje eu não concordo com a Sally.
    Não vivemos na Noruega então não dá pra levar a sério nenhum tipo de discurso bonito que pressuponha bom senso dos cidadãos (cidadãos?).
    Direitos humanos para quem age de forma humana. Cometeu um crime bárbaro e a culpa tá escancarada (eu disse crime bárbaro, não qualquer assassinatozinho com poucas provas) merece pena de morte, com a bala paga pela familia claro.
    Não tenho religião e o Estado tem gastos mais importantes do que sustentar um bandido que daqui a 10 anos vai sentar do meu lado no metrô (com sangue nos olhos).

    Porra de Bruno, Processa Eu é bem mais legal.

  • Eu acho interessante o código de Hamurabi, sobretudo o rito de obrigarem os criminosos a lamberem uma pedra quente e queimarem suas línguas, para que um sacerdote observe as queimaduras e através disso saiba se o sujeito é culpado ou inocente. Após isso ele poderá estabelecer uma punição.

    Ainda é funcional no Oriente Médio!

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