Dia: 17 de abril de 2011

Pessoas não matam armas, armas matam armas!Um fanático descontrolado usa uma arma comprada ilegalmente para matar crianças numa escola. A sociedade fica chocada e começa a cobrar medidas do poder público. O que o poder público faz? Tenta ressuscitar um plebiscito que já foi feito há poucos anos para decidir a política nacional para comprar armas de forma legalizada.

Boa, campeões. Desfavor da semana.

SOMIR

Lembro do plebiscito sobre desarmamento de 2005. Teve até campanha na TV, bem mais interessante que as tradicionais porcarias eleitorais. Se você estava distraído da época, não notou que foi um dos momentos onde quase deu para sentir orgulho deste país. A campanha a favor do desarmamento tinha uma verba enorme, apoio maciço de celebridades e um discursinho babaca o suficiente para valer como roteiro de novela. A campanha contra tinha uma tia bem mais ou menos apelando para o bom senso do povo deste país.

Evidente que parecia que o “sim” ia ganhar de lavada. Mas não é que numa virada emocionante de último momento o brasileiro escolheu o “não”? Os globais que faziam campanha botaram o rabinho entre as pernas e o assunto morreu em questão de semanas. O Brasil não iria se desarmar. Mas como eu já disse, muita gente ficou puta por uma campanha milionária ter sido derrotada por uma simplória baseada em… veja só… lógica.

E se eu elogio a campanha contra o desarmamento, elogio também porque conseguiu a façanha de fazer um teimoso como eu mudar de idéia. No começo eu era favorável, mas como muitos brasileiros, comecei a perceber que não passava de um placebo para fazer esse povo ter uma falsa sensação de segurança. Por princípio eu não acho que armas de fogo tenham lugar numa sociedade que pretende continuar evoluindo no campo intelectual, mas não é como se um paliativo desses fosse dar conta de qualquer problema real da violência urbana neste país.

O ladrão não vai começar a te assaltar com uma faca de cozinha só porque não se pode mais comercializar armas de fogo. As armas na mão do crime, organizado e desorganizado, aquelas vindas de contrabando pelas nossas fronteiras vigiadas pelas vistas grossas da corrupção, aquelas que são vendidas pela própria polícia e exército para qualquer um com as conexões e as ofertas corretas, aquelas que simplesmente não se enquadram em nenhum cenário de desarmamento “legal”, não vão desaparecer e sabe-se disso.

Até porque as armas realmente bacanas não podem ser comercializadas nem com a legislação atual. O traficante que dá risada quando vê alguém com um treis-oitão na mão não costuma se aproveitar das armas compradas legalmente. Como é que vai se derrubar um helicóptero com as porcarias permitidas atualmente?

A não ser que assassinato de sogra, namorada e sócio seja o grande problema enfrentado pela justiça nacional, não faz sentido pentelhar o povo com um assunto vazio como o desarmamento “para inglês ver”.

Mas sabemos muito bem que nossos políticos não se importam em torrar dinheiro e encher o saco deste povinho semi-analfabeto. A mídia pede medidas, de forma totalmente demagógica, para evitar que casos como o único registrado do tipo no Brasil voltem a ocorrer novamente. E quando a mídia clama por algo, o povo acredita que também pediu e os governantes percebem a chance de ouro de aparecer e fingir que se importam com um bando de pobre morrendo numa escola de periferia.

O possível plebiscito é uma manobra GROTESCA. E por um motivo muito simples: Estão tirando os próprios da reta e jogando a bomba no colo do resto da população. Colocar os brasileiros para decidir novamente sobre um assunto, tão pouco tempo depois de já terem expressado sua opinião, é claramente uma forma de botar na conta de toda a nação o massacre em Realengo.

“Viu? Vocês votaram contra o desarmamento. Não foi a nossa incompetência e descaso que permitiu uma situação assim, foram os seus votos no plebiscito que criaram o monstro!”

Passam por magnânimos permitindo que revisemos “nosso erro”, se eximem de qualquer culpa, não arriscam suas conexões criminosas uma vírgula que seja, aproveitam a exposição “positiva” na imprensa e ainda por cima criam a possibilidade de mais uma bela gastança. Plebiscito não é uma coisa barata.

É um belo negócio, menos para quem está preocupado com a segurança nas nossas cidades. Vocês acham mesmo que o Senado e o Congresso brasileiro faria qualquer coisa para dificultar a vida dos criminosos? Isso seria um tiro no pé da maioria deles. Foi a porra do Sarney, “coroné” dos mais sanguinários, que soltou a proposta!

E mesmo quem está tentando levantar essa conversa de novo por motivos mais ideológicos está aprontando uma de Hugo Chávez: Faz plebiscito, não gosta do resultado, manda fazer de novo… Com o bônus de usar doze adolescentes mortos para enfiar um discursinho de culpa goela abaixo do nosso povo (que já não é grandes coisas). Oportunismo e descaso com a democracia? Sempre neste país…

Quer enfiar uma trolha DAS GRANDES no mercado de armas nacional? Começa a patrulhar a fronteira com o Paraguai DE VERDADE! Derruba qualquer avião que vier dos lados da Bolívia sem identificação. Enforca o tráfico de drogas ao ponto de derrubar os lucros deles. Dá para fazer muita coisa que geraria resultados reais. Posso até imaginar as rugas de preocupação na testa de Fernandinho Beira-Mar por saber que seus funcionários não podem mais comprar armas legalizadas…

E eu não estou escrevendo nada de surpreendente aqui. Não dá para cair na historinha que uma proibição desse tipo evitaria crimes como o da escola carioca. Foi até bom que Wellington tenha comprado uma arma proveniente do mercado legalizado, porque se tivesse subido um morro para comprar dos traficantes, poderia ter saído de lá com uma metralhadora ou um lança-mísseis. Doze mortos teria sido pouco…

Desarmamento assim é um band-aid numa jugular rasgada. Essa discussão inútil só vai servir para distrair a população e torrar dinheiro público.

Para dizer que quer o plebiscito só para ver as celebridades globais passando vergonha de novo depois da campanha, para dizer que deveriam proibir mesmo é o fanatismo religioso, ou mesmo para dizer só topa se a votação for feriado e acontecer na sexta-feira: somir@desfavor.com

SALLY

Tudo bem que quando acontece um crime de grande repercussão como o Massacre de Realengo surge toda uma necessidade de prestar contas à sociedade e criar medidas bizarras para tentar enganar o cidadão e fazê-lo sentir mais seguro. Esse é o papel dos políticos no Brasil, tentar nos enganar o tempo todo, tentar mostrar serviço fazendo inutilidades. O que não está certo é que O POVO CAIA NESSA ARMADILHA, quando ela é tão obvia e grotesca!

Desde que o atirador de Realengo resolveu brincar de Duck Hunt em uma escola pública, começou mais uma vez esse papo bunda sobre desarmamento. É uma forma de dar um cala a boca no povo, diminuir a histeria e o clamor social e é completamente inútil. Fala-se em gastar tempo e dinheiro, muito dinheiro, porque vai custar muito caro, o TSE estima seu custo em TREZENTOS MILHÕES DE REAIS, em um plebiscito onde o povo decidirá se deve ser proibida a comercialização de armas de fogo e munições no Brasil. E o povo tá achando zuuuuperválido!

Vamos pensar por apenas dez segundos. Quem vai cometer um crime, vai até uma loja, apresenta documentação, registra e compra em seu nome uma arma de fogo? NÃO, PORRA. MIL VEZES NÃO. Puta merda, como pode ser que o povo não veja isso? Os crimes são cometidos com armas ilegais! Estatísticas mostram que só 1% das mortes são originárias de armas legalizadas, sendo que destes 1% a grande maioria são em legítima defesa, ou seja, cidadão de bem matando bandido.

Gente, para começo de conversa, a proposta partiu do Sarney. FUCKIN´SARNEY. Nada de bom sai do Sarney, vide Roseana, aquele Satanás Highlander que é tão ruim, tão ruim que não morre mesmo tendo todas as doenças do mundo. Você compraria um carro usado do Sarney? Eu não quero o Sarney nem para síndico do meu prédio! Não pode ser que esse povo não use a cabeça e não perceba que não vai adiantar porra nenhuma proibir a comercialização de armas de fogo e munições.

Vamos ser espertos? Vamos apresentar uma proposta de iniciativa popular dizendo “Querido Sarney, já que tem 300 milhões de reais aí para gastar, nós, o povo brasileiro, gostaríamos de sugerir que em vez de gastar em um plebiscito pau no cu, o recurso seja gasto da seguinte forma: …”. Pensem no que seria possível fazer com 300 milhões. Tudo me parece melhor do que uma porra de um plebiscito que não resolve o problema.

Só para reafirmar minha tese, vamos fazer um exercício de imaginação? Vamos supor que tivesse sido realizado este plebiscito no começo do ano e o povo brasileiro tivesse votado pela não comercialização de armas de fogo e munições no Brasil. Isso teria impedido o Massacre em Realengo? NÃO. O atirador teria comprado as armas da mesma forma. Armas ilegais JÁ TEM SEU COMÉRCIO PROIBIDO NO BRASIL, no entanto, ninguém fiscaliza, continuam sendo vendidas. Sabe porque? Porque é um negócio lucrativo para muito peixe grande. Ou vocês acham que é um bandidinho de morro analfabeto que traz armas do exterior para o Brasil?

Existe um esquema de corrupção e conivência que não vai mudar com um plebiscito. Querem um Rio de Janeiro melhor? VARRAM DO MAPA EDUARDO PAES E SERGIO CABRAL, sumam com Garotinho e Crivella, desapareçam com Benedita. Querem um Brasil melhor? Tem duas torres ali em Brasília que merecem um Boeing 767 cada uma em horário de expediente. Estes elementos sim é que deveriam ser proibidos no Brasil e não as armas de fogo (ASSASSINA EU! Continuo no aguardo, viu?). BANDIDOS, que deixaram ou deixam que drogas, armas e tortura estejam presentes no nosso dia a dia porque lhes convém, porque de alguma forma lucram com isso. Existem algumas armas em morros do Rio de Janeiro que não podem ser desmontadas em vários pedacinhos para serem contrabandeadas, são um porrolho enorme de grande. E entram MESMO ASSIM. Como elas chegam até os bandidos? Não tem como esconder um troço daquele tamaho! Adivinha?

Não tem que eliminar as armas, tem que eliminar os canalhas que estão fodendo com o nosso país (quem quiser usar armas para isso, fique à vontade). Quando se fala de armas eu tenho uma opinião radical e burra: acho que no ponto em que chegamos aqui no Rio, o cidadão tem que andar armado até os dentes e atirara para matar se quiser se defender. Normalmente eu não teria essa opinião, mas sabe como é, a Cidade Maravilhosa faz jus a aquela letra de funk: “Tiiipo… tipo Colômbiaaa… éééé nóóóis”. Pelo visto só assim vai diminuir a violência: com mais violência. Parece uma contradição ou uma burrice, mas é a única solução que eu vislumbro hoje em dia, enquanto cidadã desesperada. Uma pena que seja assim.

O Poder Público NÃO ME PROTEGE. Não protege ninguém. E ainda quer me tirar o direito de andar armada? Muito bacana, viu? Vai ver foi a bandidagem quem pagou para a realização do plebiscito, eles devem estar querendo EXCLUSIVIDADE no uso de armas para poder nos amedrontar com mais facilidade! É justamente isso que vai acontecer: Só os bandidos poderão andar armados! Ótimo. Tudo vai ficar MUITO MELHOR se os bandidos tiverem a CERTEZA de que a pessoa que eles estão vitimizando não está armada. Obrigada por tentar nos tornar ainda mais vulneráveis, viu?

A merda é que esse povo bunda que vota no Tiririca, lê Jô Soares e Paulo Coelho e ri de Zorra Total tem um cérebro do tamanho de um caroço de uva e qualquer merda que implique em voto lhes desperta simpatia. “Olha só, os políticos querem consultar a gente! Nós somos importantes, o povo vai ser ouvido! Votar é bom, votar é cidadania” (*pausa para vômito). Ninguém se toca de que metade da fortuna gasta vai para o bolso de particulares e que eles fazem este “cala a boca” para embolsar dinheiro. Já diria Michael: they don´t really care about us! Se manquem, estão cagando para você, para sua opinião e para a sua cidadania. Os objetivos são o enriquecimento e a corrupção.

Político tentar foder com a gente, infelizmente não é Desfavor da Semana, é REGRA. O que me espanta é o povo cair nessa balela toda DESTA VEZ EM ESPECIAL, onde é uma questão de puro bom senso que não demanda muita instrução para perceber o golpe. Não há mais esperança para o Brasil, viramos uma grande “Idiocracy” (recomendo este filme). Se nos mandarem enxugar gelo com um pano de pratos alegando que é para o bem da sociedade, todos vão obedecer. A pior parte é essa: Não se trata de nenhuma manobra sofisticada, não precisa alto grau de escolaridade para perceber que essa bosta de desarmamento não vai resolver nada. Desta vez o povo não percebe porque não quer pensar, por preguiça mesmo.

Não é por nada não, mas não tá na hora do Sarney morrer? Já deu, né?

Para dizer que eu sou a favor das armas logo eu sou a favor da morte e da violência ignorando tudo que eu escrevi, para dizer que o plebiscito deveria ser aprovado com a condição que o Sarney ande todos os dias de transporte público sem seguranças particulares ficando nas mãos da segurança pública e para dizer que brasileiro é uma praga que tem que votar o mínimo possível pois quanto mais o povo vota pior fica o Brasil: sally@desfavor.com