Siago Tomir: Aquela do edredon.

Animal...Eu sou uma pessoa alérgica. Preciso tomar certos cuidados, sobretudo no que diz respeito a alergias respiratórias. É muito difícil tomar cuidado ao lado de Siago Tomir, uma pessoa que pensa que tudo que os outros sentem é frescura e que qualquer frescura que ele sente é algo muito grave que deve ser respeitado. Já fazia algum tempo que eu vinha passando por crises de alergia cada vez que ia para a casa de Siago Tomir, mas não conseguia detectar a fonte. Um belo dia o mistério se desfez.

Siago: Tá espirrando DE NOVO?
Sally: Não, Siago, eu AINDA estou espirrando, desde ontem
Siago: Toma um remédio!
Sally: Já tomei ontem
Siago: Toma hoje
Sally: Não vou ficar tomando remédio todos os dias
Siago: Não tem nada aqui que possa te dar alergia
Sally: Não é possível, Siago. Deve ter alguma coisa
Siago: Não tem, a gente já conversou sobre isso
Sally: Tá bom, Siago

Comecei a me policiar para detectar quando as crises alérgicas ocorriam. Percebi que ocorriam tanto no quarto como na sala. Interroguei Siago Tomir mais de uma vez sobre possíveis causas e ele descartou tudo, mas, como bem sabemos, ele não é referência de bom senso.

Siago: Devem ser os gatos
Sally: Não, Siago, já falei que não tenho alergia a gatos
Siago: Pode ter começado agora
Sally: Não, semana passada estive em uma casa com gatos e não senti nada. É alguma coisa da sua casa
Siago: Duvido
Sally: Não precisa se ofender, Siago
Siago: O seu nariz tem problemas e você vem culpar a minha casa?
Sally: Tá bom, Siago, é o meu nariz que tem problemas

Quando a alergia me deixou em um ponto de irritação e mau humor consideráveis, comecei a apertar Siago Tomir

Siago: Não adianta, Sally. Você está louca para jogar a culpa em mim, mas não tem nada de errado aqui
Sally: De quanto em quanto tempo você lava os tapetes da sala?
Siago: Nunca lavei
Sally: NUNCA?
Siago: Mas comprei tem menos de um ano
Sally: Pois deveria lavar
Siago: Quando a hora certa chegar eu vou lavar
Sally: Colchão? Travesseiros?
Siago: Tudo novo. Minha ex levou tudo no divórcio, esqueceu?
Sally: Fronhas? Você lava de quanto em quanto tempo?
Siago: Uma vez por semana troco a roupa de cama
Sally: “Troco”? É você quem troca, Madame?
Siago: Ok, a roupa de cama É TROCADA

Passei um bom tempo pensando. Do nada, fez-se a luz. Olhei para o sofá e minha mente compreendeu tudo em uma fração de segundos

Sally: Esta PORRA…
Siago: Qual é o problema?
Sally: Esta PORRA que está em cima do sofá, você lava uma vez por semana também?
Siago: E desde quando se lava edredom uma vez por semana?
Sally: Quanto tempo faz que você não lava?
Siago: Não lembro
Sally: Quanto tempo faz que você TEM este edredom?
Siago: Faz diferença?
Sally: FAZ
Siago: Porque?
Sally: Porque a vida útil de um edredom é, no máximo, um ano
Siago: HÃ?
Sally: Depois disso fica cheio de ácaros e faz mal para a saúde
Siago: Quem te disse isso?
Sally: Pela sua reação, já vi que o edredom tem mais um ano…
Siago: Essa informação está errada
Sally: Siago! Eu perguntei se tinha alguma coisa velha aqui na sua casa!
Siago: E não tem!
Sally: Então quanto tempo tem esse edredon?

Toca o telefone. Mamãe Siago Tomir, querendo falar comigo, sobre uma dúvida jurídica. Siago comemorou internamente a interrupção da conversa, mas mal sabia ele que teria sido melhor que o telefone não tivesse tocado.

Mamãe Tomir: Sally, querida, que voz é essa?
Sally: Alergia
Mamãe Tomir: Alergia? Alergia a que?
Sally: Não sei, mas desconfio que seja de um edredom que o Siago carrega para cima e para baixo com ele…
Mamãe Tomir: O “cobertor fofinho”?
Sally: Oi? *olhando com cara debochada para Siago
Mamãe Tomir: Um cobertor azul bebê…
Sally: Esse mesmo, como é mesmo o nome?
Siago: *tapa na própria testa
Mamãe Tomir: “cobertor fofinho”
Sally: COBERTOR FOFINHO? Olha só, que apelido estranho para um adulto colocar em um cobertor, não é mesmo? *olhando para Siago e fazendo sinal de reprovação com a cabeça
Mamãe Tomir:< Não, querida, esse apelido ele colocou quando era bebê…
Sally: QUANDO ERA BEBÊ? Olha só que interessante! *fazendo sinal de “você está fodido” para Siago
Mamãe Tomir: Ele ganhou esse cobertor quando tinha um ano de idade
Sally: Olha só… o cobertor tem quase trinta anos, é isso?
Mamãe Tomir: Eu vivia dizendo para ele jogar fora, mas ele nunca quis…
Sally: É, normalmente quando uma mãe quer que um filho faça alguma coisa ela precisa MANDAR e não pedir
Mamãe Tomir: Hahaha… Sally, você é uma figura

Desliguei o telefone e fiquei olhando Siago com cara de fúria. Siago estava em um misto de constrangimento e medo.

Sally: CADA DIA que eu passei mal poderia ter sido evitado
Siago: Calma…
Sally: QUAL É O SEU PROBLEMA?
Siago: Sally…
Sally: QUAL É O SEU PROBLEMA, PORRA!
Siago: Eu não fiz nada errado…
Sally: EU TE PERGUNTEI se você tinha alguma coisa velha na casa
Siago: Mas eu acho que vinte e poucos anos não fazem de um cobertor algo “velho”, questão de interpretação…
Sally: Interpretação O CARALHO, um edredom com um quarto de século É VELHO
Siago: Eu não acho
Sally: Sério, eu vou te bater
Siago: Tá vendo como você é? Você quer sempre ter razão, você não respeita a opinião dos outros! Eu sou obrigado a pensar como você?
Sally: Porque não é uma questão de opinião, um edredom com mais de 25 anos É VELHO, achando você ou não!
Siago: Não dá para discutir com você, você quer impor a sua opinião
Sally: Sério mesmo, eu vou te bater

Siago Tomir acha que tudo é relativizável, tudo é discutível e tudo é questão de ponto de vista, vocês já devem ter percebido. Nessa ele vai manipulando os outros e empurrando seu ponto de vista goela abaixo. Se você discorda, é burro ou escroto que não respeita a opinião alheia. Com isso, ao longo da sua vida, ele calou a boca de muita gente que é insegura sobre si mesma, que por medo de bater o pé e ser taxada de burra ou tirana acabou recuando. Mas sempre chega um dia que o golpe falha.

Siago: Você tem que aprender a respeitar a opinião dos outros, você quer ser sempre a dona da verdade
Sally: NÃO É UMA QUESTÃO DE OPINIÃO! Um edredom com mais de vinte anos é velho! Pode perguntar para qualquer pessoa!
Siago: Ok, mas na MINHA OPINIÃO, não era velho. Você não está respeitando a minha opinião
Sally: Na minha opinião o céu é rosa! Então o céu passou a ser rosa só porque eu acho?
Siago: Sua opinião é incoerente
Sally: Sua mãe errou muito com você, se você fosse meu filho eu tinha te coberto de porrada e isso não aconteceria!
Siago: É por isso que pessoas como você não devem ter filhos…
Sally: É, pessoas como VOCÊ que guardam um edredom “cobertor fofinho” é que estão aptas a criar uma criança!
Siago: Não jogue sujo, foi um apelido que eu coloquei quando era uma criança…
Sally: Você não chama o edredom de “cobertor fofinho”?
Siago: Evidente que não
Sally: Se ele não é chamado assim faz vinte anos, porque sua mãe se referiu a ele assim?
Siago: Vai ver ela ainda lembra…

Peguei o telefone e comecei a ligar. A reação de Siago me fez ver que eu tinha razão:

Siago: Eu não acredito que você vai incomodar a minha mãe…
Sally: Se você admitir que está mentindo eu desligo
Siago: Isso está passando dos limites!
Mamãe Tomir: Sally, querida, tudo bem? O que houve?
Sally: Esqueci de perguntar uma coisa
Mamãe Tomir: Diga
Sally: Eu queria conversar com o Tomir sobre o tal “cobertor fofinho”, mas não sei se ele vai ligar o nome à pessoa, entende? Se eu falar “cobertor fofinho” ele vai saber do que eu estou falando? *ligando no viva voz
Mamãe Tomir (no viva-voz): Claro que vai, ele ainda chama o cobertor assim…
Sally: Ok, muuuuuito obrigada…
Siago: Minha mãe não mora mais comigo faz tempo, ela não sabe o que está falando!
Sally: É mesmo?
Siago: Ela deve lembrar dos tempos em que morava comigo…
Sally: A menos que você tenha ido morar sozinho com CINCO ANOS de idade, inaceitável chamar aquela merda de “cobertor fofinho”
Siago: Posso ter chamado uma vez ou outra por força do hábito, mas eu não chamo mais!

O apego de Siago por aquele trapo imundo era evidente. O quanto eu discutisse ele negaria, então achei melhor agir. Contra fatos não há argumentos.

Sally: Então vamos resolver isso de uma vez por todas, vou jogar essa porra fora
Siago: Não!
Sally: Porque não?
Siago: Porque não.
Sally: Argumento brilhante
Siago: Mas que saco! Você sempre quer que eu faça uma dissertação sobre tudo! Porque não e pronto, respeite! Não vou ficar horas me explicando por causa de um cobertor!
Sally: Dissertação? Não, eu quero apenas uma explicação. Pode ser em uma frase.
Siago: Não quero jogar fora e pronto, você não respeita a opinião dos outros
Sally: E VOCÊ NÃO RESPEITA A ALERGIA DOS OUTROS
Siago: Eu não uso o edredom quando você estiver aqui
Sally: NÃO ADIANTA
Siago: Não vou jogar fora
Sally: Você prefere que eu fique passando mal a jogar essa porra velha no lixo…?

Eu esperava um imediato desmentido, mas o longo silêncio que se seguiu me fez ver que na escala de importância da casa o edredom ganhava de mim

Siago: Deve ter um meio termo
Sally: Não tem, enquanto esta merda estiver do lado de dentro da casa eu vou ficar com alergia!
Siago: Mesmo no armário?
Sally: Mesmo no armário
Siago: E se eu deixar do lado de fora da casa?
Sally: Porque merdas você deixaria um edredom velho do lado de fora da casa, só para não dizer que não jogou fora?
Siago: Não vou jogar fora
Sally: Então eu não piso mais na sua casa!

Dito e feito. Não voltei mais na casa do Tomir. Ele achou que eu estava blefando, mas não estava. Me acusou de ser infantil e de não respeitá-lo, esperneou e eu continuei na minha casa. Quando ele finalmente percebeu que eu não voltaria, disse que “o cobertor não está mais do lado de dentro da casa”. Voltei para a casa dele. Logo na entrada vejo o cobertor dentro da casinha do cachorro

Siago: Não disse que podíamos chegar a um meio termo?
Sally: Você deu o cobertor para o cachorro?
Siago: Sim
Sally: Você acha isso menos pior do que jogar fora?
Siago: Sim

Siago passou dias se gabando da solução “genial” que ele tinha encontrado, jogando na minha cara que eu fui muito radical ao pedir para ele jogar fora o edredom, até que, alguns dias depois…

Sally: Tomir, vem aqui
Siago: O que foi?
Sally: Olha o seu cachorro

O cachorro espirrava sem parar e estava bastante inchado. Colocamos ele no carro e o levamos para o veterinário, discutindo no caminho.

Siago: Vai querer dizer que a culpa é do cobertor?
Sally: Sim
Siago: Você está com o firme propósito de me fazer jogar fora o edredom
Sally: Você faz isso parecer algo ruim
Siago: Você não respeita as escolhas alheias
Sally: Você não respeita as normas básicas de higiene

O que se seguiu foi cômico. Eu adoraria que fosse mentira, porque depõe contra mim também, afinal, eu namorei com essa pessoa. Mas não é:

Veterinário: É uma reação alérgica… ele comeu algo diferente?
Siago: Não
Veterinário: Alguma medicação?
Siago: Não *bufando
Veterinário: Algum produto de limpeza novo?
Siago: NADA NOVO
Sally: Na verdade…
Siago: *olhar fuzilando
Sally: Ele ganhou um cobertor usado
Veterinário: É um cobertor muito velho?
Sally: Não sei, não era meu. Os meus eu troco anualmente. Tomir, quanto tempo tem esse cobertor que você deu para o cachorro?

Tomir simplesmente se levantou e saiu, batendo a porta.

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Comments (56)

  • Eu não vou escrever nada, isso um dia vai virar filme e eu não quero ficar famoso, um best-seller talvez, mas não posso participar disto anonimamente, quando pagarem pelo meu simples coadivantivismo, aí sim escreverei. Ciago, entre mulheres inmocionais e cheirinhos dos fofinhos fica com os cheirinho, uma cafungadinha de vez em quando é bom para realçar a Vida.

  • Quando fui na casa do meu vô (hoje falecido) em 2009, estavam lá umas cobertas na cama que estavam uma poeira que só. Mais um pouco e a primeira atitude seria lavar aquilo, até porque estava quase a ponto de me dar alergia de pele.

    E falando em alergia, aparentemente o colchão (que tem uns 15 anos de compra e que eu já estava estudando de trocar ANTES da minha mãe se mudar aqui) e os travesseiros (de uma idade que eu desconheço, mas que tenho por certo terem ao menos uns 10 anos) estão me dando alergia aqui.

    Por essas e outras não sei como é que SIAGO TOMIR aguentava isso.

  • Já vi uma vez esse aparelho que promete matar os ácaros, parecia uma caixa de inox, do tamanho de um estabilizador pequeno, com um led vermelho irritante permanentemente ligado. E aquilo esquenta muito, não é bom encostar nele.

    Nunca me preocupei com ácaros. Tinha asma quando criança e várias alergias respiratórias, e viviam me enchendo o saco pra não mexer com nada que fizesse pó, ou produtos químicos, ou coisas que pudessem ter esses tais de ácaros. Por esquecimento ou teimosia fazia exatamente o contrário das recomendações, vivia brincando com os solventes e gasolinas que meu pai usava no trabalho e vivia mexendo com serragem, terra, fogo, tijolos, e fuçando em lugares empoeirados. O resultado disso é que essas coisas não me afetam mais, acabo de trabalhar 3 anos em marcenaria respirando pó o dia todo (poeira de cedro é phoda mesmo, mas pó de MDF laminado é pior ainda), várias vezes dormi depois do almoço por cima de carpetes velhos, muitas vezes mexo em livros e gibis velhos, e nada disso me deixou doente. Sei que sou meio inconseqüente com relação à saúde, mas coisa que nunca quero ter é aquilo que no quartel a gente chamava de "síndrome de guri de apartamento", a pessoa que vive num ambiente controlado, exageradamente limpo e confortável e não desenvolve resistência ao mundo lá fora.

  • cobertor então é um ano, travesseiro deve ser também. dizem que colchão dura 5 anos. sei lá se dura, mas o meu é antiacaro, antifungo e o diabo. só vou trocar daqui a 5 anos porque é caro ficar mudando de colchão.
    na minha casa tinha um bagulho chamado sterilair que prometia acabar com acaros. não sei se funciona, mas minhas rinites diminuiram.
    esses dias vi na tv um treco que promete filtrar o ar, fazer umidade, esfriar no verão e aquecer no inverno. não disseram o preço mas deve ser carão, daí tô fora.

  • Paulo César Nascimento

    Sally: geralmente as pessoas vão trocando de objeto à medida que amadurecem… podem ser objetos imaginários (vocês vivem falando de um amigo imaginário bem famoso) ou reais (um emprego, um partido político, um 38). O medo é assim mesmo, atemporal. O cobertor fofinho seria uma espécie de amuleto, o que é muito engraçado, em se tratando dessa personagem fictícia chamada Somir. Bjs

  • "Talvez a Suellen, que se eu entendi direito de alguns comentários chegou a morar um tempo no Nihon, possa informar algo a respeito da durabilidade média de um futon? Arigatou gozaimasu, Su-chan!"

    Olha, por mim, lavava todo dia ou trocava todo mês. Para não ficar um texto grande e confuso, vou explicar em itens:

    1)Diante do temor de terremotos, as casas são suspensas, ou seja, constrói-se uma moldura de alvenaria, em cima da qual se coloca a casa.

    2)Por conta disso, vento quente, gelado, poeira, ácaro, entra tanto pelas janelas e frestas nas paredes, quanto por baixo, pelas frestas do chão.

    3)Nas casas mais antigas, do estilo tradicional, dorme-se no chão, em tatames, então você fica com o nariz mais próximo do chão, aspirando a sujeira que fica nos tatames.

    4)além do ácaro e outras coisas que fodem nossos sistema respiratório (trouxe de lá uma renite), há merdas naturais como o kafuncho, que ocorre na primavera, que é a alergia ao polém do cedro, árvore que está em todo o lugar, mas também ternmo usado para alergia a flores. Por mim, desmatava tudo por lá. As florestas são depositórios dessas doenças e de almas penadas. Já vi várias dessas almas indo e voltando do trabalho.

    5)E, claro, as merdas humanas, tais como o Kousa (a areia amarela). Explicando, é um 'whey protein: são grãos de areia dos desertos da China e da Mongólia, misturados a alumínio, ferro, resíduos industriais, fungos de chaminés, que fodem ainda mais quem é mais sensível ao kafuncho, causando até bronquite no caboclo.

    6)Morava numa casa assobradada e geminada, com quatro apartamentos minúsculos e paredes muito, muito finas e permeáveis. Como os moradores eram brazucas de uma mesma fábrica, mas trabalhando em diferentes turnos, havia dias em que o futon me indicava que o pernambucano havia feito ou carne de sol ou contra-filé naquele dia.

    7)o apartamentos são minusculos, e os eletrodomésticos são do mesmo tamanho, parecem brinquedos da Barbie. A máquina de lavar que já tinha no apartamento era tão pequena que só dava para lavar duas calças jeans no máximo. E se fosse tentar lavar abrir o futon dentro do apê, ficaria que nem a Elle Driver tentando tirar a espada dentro do trailler para matar a Elizabeth Kiddo no Kill Bill. E mandar lavar? Bem, uma vez tentei, estava nevando e o peso do futon faria a bicicleta atolar. Como morava a quinze minutos de bicicleta da lavanderia, desencanei. Mas era muito, muito caro lavar, coisa de uns 200 reais hoje. E trabalhando 10, 12 horas por dia, 6 dias por semana, e, nas horas vagas, tentando estudar para voltar a ser alguma coisa aqui, ficava difícil.

    8)Mandei trazer os meus futons de navio e um cobertor elétrico. Eles têm quase vinte anos, mas mando lavar sempre (o cobertor não sei como meus pais lavam, se é que lavam). São imbatíveis no inverno.

    Suellen

  • Sally: 25 anos É tempo demais, isso não está em discussão. Só estou achando que um ano só é uma estimativa meio pessimista para cobertores mais pesados, no estilo futon (edredon japonês mega-gordo).
    Talvez a Suellen, que se eu entendi direito de alguns comentários chegou a morar um tempo no Nihon, possa informar algo a respeito da durabilidade média de um futon? Arigatou gozaimasu, Su-chan!

  • Anônimo que me chamou de fake, se você acha que tá cheio de direitos autorais sobre o que a gente escreve, sugiro que tente faturar um centavo com algo de nossa autoria para você ver o que te acontece.

  • Paulo, enquanto o ser humano é um bebê, compreendo o mecanismo. Mas porque razão a coisa se estende até 25 anos depois, mesmo quando a mamãe está bem longe da sua casa?

  • Anônimo do Tsuruya, eu lá tenho cara de especialista em cobertor? Sei lá quanto tempo dura, só sei dizer quanto tempo NÃO DURA: 25 ANOS.

  • Fuck Bush,

    Quando voltar me avise, te dou umas dicas bacanas.

    Olha o comentário da leitora Tia Nena logo acima: o maridão dela guarda um cobertor por 35 FUCKIN´ ANOS!

  • Tia Nena, seu marido guarda um cobertor por 35 ANOS?

    Homem é tudo igual mesmo… pqp

    Imagino o cheirinho do Cheirinho!

  • Anônimo da especulação química, a questão é: quem guarda um cobertor por vinte e cinco anos, quando tem outro novo à sua disposição?

  • isso, manda ver F! além do mais adaptado não é clonado e depois esses dois aí são fake. como que um fake vai reivindicar direitos autorais? vai ser ótimo, faz aê e nos divirta!

  • Paulo César Nascimento

    Sally: isso se chama "objeto transicional". O objetivo dele é permitir que o bebê/ criança suporte melhor a ausência da mamãe. Pergunte ao tio Google, que ele te explica melhor. Bjs

  • Sally:

    Qual o prazo de validade desses aqui: http://www.tsuruya.com.br/futon.htm ?

    São caros a mais não poder e não tem rival em lugar onde durante o inverno faz menos que 10°C durante a madrugada.

    Lavar a seco periodicamente sai bem mais barato que substituir anualmente. Será que esses não aguentam 5 anos, ou pelo menos 3?

  • Estou no sagão do Hell de Janeiro esperando minha conexão, em frente ao Paneria e lendo essa estória…25 anos de edredon só pagando pra ver.

    Já notei que essa cidade é um pouco estranha mas tb interessante.

    Irei voltar pra ficar uns tempos no Hell

  • pois e, sally, diante do repertorio de coisas que voce ouviu e nos relatou, da medo das coisas que voce ainda podera relatar.

    Sendo assim, vou cuidar da minha boca.

    Suellen

  • Sally,

    Estudo cinema e teria muito interesse em "adaptar" alguns textos desta coluna para pequenos curta-metragens, isto é, se você ou Somir permitirem :)

  • Ah tia sally meu bode veio(maridão) tem até hoje um cobertor veinho que ele chama de "cherinho"
    quando ele ta depre ele agarra o dito cujo e fica cherando ele.Tem +ou- uns 35 anos.É meu carma.
    Eu lavo o tal cherinho e ele fica bravo.Isso dá alergia ate em ácaro, mas fazer o que ne, se faz ele feliz

  • É.. será que essas bombas-químicas-de-matar-ácaro "tolueno e outros solventes orgânicos do mesmo calibre" não deixariam resíduos no edredon que acabam no final sendo mais prejudiciais do que os próprios ácaros?..

  • Anônimo, eu não sei se existe algum método que mate ácaros, mas acho mais fácil e mais barato jogar fora e comprar outro. Quanto custa um edredom hoje em dia? Com certeza menos que uma lavagem.

    Não é compatível com um homem que pretende respeito um "cobertor fofinho" do qual não consegue se desapegar. Me recuso a tolerar isso.

  • Anônimo do céu azul, no dia em que cobertor fizer sexo seu raciocínio será válido. Até lá, mulheres tem prioridade.

  • Sally: mesmo lavando a seco pelo método "lavagem com solventes"? Ácaros que agüentam tomar com tolueno e outros solventes orgânicos do mesmo calibre no meio da lata devem ser uns bichos realmente casca grossa! (medo…)

  • Existe prazo de validade pra edredon? Ainda bem que nunca gostei de edredon, só uso cobertores mesmo, aqueles de uma camada só… e eles levam décadas pra começarem a se desgastar, rasgar, e precisarem ser trocados. Taí, mais um motivo pra nunca trocar os cobertores por edredons.

  • Quem vc pensa que é pra tentar competir com o cobertor fofinho? Uma relação de mais de 25 não se troca por qualquer coisa!
    O céu não é rosa. O céu é azul porque Deus é homem e rosa é cor de mulézinha.

  • Xi, Sally, vc tá mal de vida…
    Primeiro ele preferiu o jogo a vc, depois foi a vez de te trocar pelo cobertor fofinho.
    Falando nisso, vc nem precisava ter tido aquele trabalhão todo pra dar fim no Satanas, bastava vc sufocar o pobre cão com o cobertor fofinho que ele iria morder lá no inferno!
    Ainda estamos aguardando pelo Siago Tomir no hipnotista.

  • Anônimo, não adianta lavar um cobertor com mais de vinte e cinco anos de idade, ele está impregnado de ácaros e todo tipo de germes.

  • Phill, Siago TEM gato e cachorro. Cães e gatos, quando criados juntos desde pequenos, podem se dar muito bem. E na maior parte do tempo o cachorro fica do lado de fora e os gatos do lado de dentro. Mas mesmo quando se encontram, eles se respeitam bastante. Salvo alguns pequenos acidentes que um dia contarei em um Siago Tomir próprio…

  • Pilo, Somir não tem Facebook, eu não me relaciono com pessoas que tenham Facebook. É critério básico de exclusão para relacionamentos amorosos.

  • Lichia, você é MENINA. Você pode.

    E duvido que você tenha mantido o cobertor fofinho por mais de um quarto de século na sua cama…

  • Anônimo, quem sabe um dia Siago Tomir vira livro ou programa de TV. Estou cada dia mais predisposta a aceitar convites para esse tipo de divulgação. Se aparecer oportunidade de humilhar Siago Tomir nacionalmente, estou inclinada a aceitar.

  • Talento, Siago Tomir não aprontou nada, mas ontem nos comentários disseram que estavam com saudades de um Siago Tomir e eu tenho essa mania de mimar os leitores…

  • Marciel, Siago Tomir emplacaria como programa semanal de TV. É nossa única coluna palatável para os padrões da mídia. Quem sabe um dia…

  • Anônimo, nada justifica usar um edredom por mais de vinte e cinco anos. Pouco me importa a natureza do laço afetivo, é questão de higiene.

  • Porras, mas nem pra lavar o COBERTOR FOFINHO? Será que era tão velho que se lavasse iria se partir em pedaços?

  • Good ol' Siago.
    Peanut!

    A propósito, achei uma solução muito boa, mas o que mais me assustou foi: Siago tinha gato E cachorro dentro de casa?

  • Vai ver ele fez tanto xixi na cama que o cobertorzinho tem o futum que o faz recordar do que era bom na infância. E se reflete até hoje com a urina no box.

  • Cobertor fofinho?! Putz grila! Nem eu que sou mulher apelidei meus cobertores.

    Agora a minha curiosidade é: o Somir aprontou alguma ou o texto foi feito por fazer muito tempo que não era postado nenhum Siago Tomir?

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