Des Cult: Chaves.

Eu tenho tanto para falar, que vou ser bem sucinta na apresentação, até porque, se você não conhece Chaves, acho que aqui não é o seu lugar. “Chaves” é um seriado que se passa em uma vila onde vários pobres estereotipados convivem em desarmonia, recheado de ironia e humor politicamente incorreto e violência física. Foi criado declaradamente inspirado nas favelas da América Latina e pelo visto, conseguiu retratar muito bem a realidade, já que foi sucesso em todos os países desta região.

O seriado Chaves começou a ser transmitido em 1971. Foi produzido até 1992, mas continua no ar até hoje, fazendo sucesso por quatro décadas. Estreou no Brasil sendo exibido no programa do Bozo, em 1984. Inicialmente o SBT tinha comprado apenas 13 episódios, os quais repetia à exaustão, por isso pessoas como eu sabem de cor alguns diálogos. Em seu auge, chegou a ser assistido por 350 milhões de pessoas.

Em 2011 completou a marca de quarenta anos ininterruptos no ar, por isso, pense duas vezes antes de falar mal de Chaves. Que outro programa tem esta vida útil? Sobretudo quando parou de ser gravado há vinte anos. Um programa que começou em 1971 ainda desperta risos, isso é quase um milagre. No Brasil é exibida pelo SBT e, salvo engano, pelo Cartoon Network. Foi sucesso não apenas no México e na América Latina, mas também em outros países como EUA e Espanha. Chaves chegou a ser exibido em 90 países.

Se você gosta do seriado, saiba que gostaria ainda mais se pudesse assistir no original. A tradução deixa bastante a desejar e vários aspectos bacanas foram cagados no processo de “brasileirização” do Chaves. A música de abertura, por exemplo, que era uma versão lúdica de uma música de Beethoven, virou “Aí vem o Chaves, Chaves, Chaves…”. O nome do personagem principal também foi modificado. O nome original era “Chavo”, uma gíria mexicana que quer dizer “menino”. Acharam melhor mudar para “Chaves” por ser um sobrenome relativamente comum no Brasil. Mas o pior foi a tradução, feita nas décadas de 70 e 80, extremamente minimizadas e politicamente corretizadas. O grau de ofensas na versão original é muito mais divertido e engraçado.

O nível era tão bacana que alguns episódios foram censurados no próprio México. Por exemplo, o episódio “Seu Madruga carpinteiro” tinha uma pancadaria tão feia que tiveram que refazer porque foi censurado. Por sorte o primeiro episódio existe e pode ser visto. Em outro episódio o Professor Girafales insulta seu Madruga chamando-o de Marlon Brando, envolvendo uma situação onde Seu Madruga abaixa as calças. Chaves também é cultura e faz referências que muitos não entendem. Essas pequenas referências culturais permitem que os mais diversos grupos assistam Chaves: desde aqueles que só entendem as tortas na cara até aqueles que viram “Último tango em Paris” e sabem entender ironias. Chaves é democrático.

Se você acha Chaves bacaninha mas parou de ver porque conhece todos os episódios de cor, saiba que tem novidade no mercado. Recentemente foram descobertos “episódios perdidos” de Chaves. Na verdade, eram episódios que não foram ao ar por causa de falhas técnicas nas fitas onde foram gravados, que impediam sua apresentação. Com o avanço da tecnologia, foi possível recuperar estas fitas e colocar estes “episódios perdidos” no ar. Alguns foram transmitidos pelo SBT e a maior parte deles pode ser encontrado na internet.

Na minha modesta opinião, o que encanta no Chaves é o tosco, o politicamente incorreto. Seu Madruga, além de ser caloteiro que não paga o aluguel, belisca sem dó o Quico, filho mimado da Dona Florinda e dá cascudos no Chaves. Todos ridicularizam o excesso de peso do Nhonho e Sr. Barriga. A idosa da vila é altamente sacaneada e chamada de Bruxa do 71. Chaves é um personagem amoral, que mente, furta e bate nos outros. Pópis, a menina fanha, é sacaneada sem piedade. Não existe o conceito de bullying, não existe essa paunocuzação de sociedade lucianohuckizada politicamente correta. Chaves agrada porque é verdadeiro, é honesto. Eles se ofendem, eles se espancam, eles passam a perna uns nos outros. Chaves é vida real sem aquele véu cor de rosa que dá o toque de merdas nas novelas globais. Chaves, o seriado, pode ser tosco, mas não é hipócrita.

A série começou como um quadro dentro de outro programa. Depois ganhou um espaço próprio. O sucesso da série deve ser creditado, em grande parte, a seu ator principal, Roberto Bolaños, que além de ator também é autor, escreveu todos os episódios. A historia de Bolaños é meio nebulosa. Inicialmente tentou ser jogador de futebol, porém não teve sucesso. Fofocas de bastidores contam uma história curiosa: ele começou fazendo um bico como datilografista, seu papel era digitar os roteiros manuscritos de alguns seriados. Estava encarregado de digitar o roteiro para um determinado seriado que estrearia em breve e, no primeiro dia de gravações o ator principal adoeceu e teve que ser afastado. Na falta de alguém que soubesse de cor todas as falas e já com os estúdios alugados e a equipe a postos, resolveram chamá-lo para substituir o ator, já que ele conhecia o teor do script. Assim, meio que sem querer, fez sua estréia na TV. Ao menos, é o que ele gosta de contar.

Há quem confirme, há quem desminta essa informação. Parece um tanto fantasiosa se a gente pesquisar e descobrir que Roberto Bolaños é sobrinho do ex-Presidente mexicano Gustavo Dias Ordaz Bolaños. Sobrinho de Presidente não costuma ter essas histórias de cinderela. Bolaños é carinhosamente chamado de “Chespirito” (o que inspirou um de seus personagens), significa um diminutivo de “Shakespeare”, já que, de acordo com os amigos, ele escrevia muito bem e era muito baixo: 1,62m. Era um pequeno Shakespeare. A vida real de Bolaños não merece ser dissecada aqui, ele não nem um pingo da inocência do Chaves. Um mero exemplo ilustrativo: participou de protestos organizados por grupos católicas conservadoras com o objetivo de manter o aborto como crime. Melhor deixar ele de lado (se for para falar da vida dele, vai ser em um Processa Eu) e voltar a falar do Chaves.

Os outros personagens foram escalados através do próprio Bolaños, que conhecia a maior parte deles. De todo o elenco que iniciou a série, apenas dois eram atores e tinham atuado antes: Ramon Valdés e Florinda Meza, respectivamente o “Seu Madruga” (que no original se chamava Señor Ramón) e Dona Florinda. Sim, ele manteve o nome dos atores nos personagens só de sacanagem com eles, piada interna. Maria Antonieta de Las Nieves, a Chiquinha e a Dona Neves (Doña Nieves) também teve seu nome real mantido em um dos personagens. O bacana é que Chaves é cheio de Easter Eggs que só eles conheciam. Por exemplo, a atriz Angelines Fernandez, foi convidada para trabalhar com ele no ano de 1971, daí surgiu o nome do seu personagem, a “Bruxa do 71”.

O ator Ruben Aguirre Fuentes, que interpretava o Professor Girafales, largou uma promissora carreira como alto executivo de um canal de televisão para realizar o sonho de atuar. Carlos Villagrán não era amigo de Bolaños, mas foi apresentado a ele mais a título de curiosidade, pois tinha o dom notório de inflar suas bochechas e todos achavam isso muito engraçado. Se conheceram em uma festa e Bolaños pediu que ele infle as bochechas, e, maravilhado com o resultado, chamou-o para integrar o elenco. O favorito de todos era Ramón Valdés, todos concordavam que ele possuía um talento acima do normal, seja para interpretação, seja para decorar os textos.

Ramón Valdés é um que merece comentários especiais. Era conhecido por seu senso de humor peculiar. Quando estava em seu leito de morte, era consolado por Carlos Quico Villagrán que, com lágrimas nos olhos lhe disse para ele não se preocupar, que eles se reencontrariam “lá em cima”, no céu, ao que foi interrompido por um grito de Ramón: “Céu? Tá maluco? Vamos nos encontrar lá embaixo, no inferno!”. Quando ele morreu, contam que Angelines Bruxa do 71 Fernandes ficou por horas chorando na frente do caixão, mesmo depois do sepultamento. Daí em diante, sua saúde definhou, e ela acabou falecendo algum tempo depois.

Os Easter Eggs não envolviam apenas os nomes dos personagens. Quase tudo que é dito e feito no seriado tem forte influência da vida real dos atores, já que o autor é casado com uma das atrizes e muito amigo dos demais. Bolaños conta que a inspiração para o choro do Chaves, por exemplo, veio de seus filhos, que choravam para dentro, dando a impressão de que estavam dizendo “pipipipipi…” quando choravam. Muitas das frases ditas também foram originalmente proferidas por seus filhos.

Quico saiu precocemente do seriado, em 1978 foram rodados os últimos episódios onde ele participa. Ou seja, os episódios que a gente via, que eram ainda com o Quico, eram, na melhor das hipóteses, filmados em 1978. E você achando que Chaves era uma série tosca e sem a menor tecnologia. Meus queridos, conseguir aqueles “defeitos especiais” em 1978 era muita coisa! Hoje os efeitos são risíveis, mas na época eram o que havia de melhor. Inicialmente, o ator Roberto Bolaños, que faz o Chaves, teve que pagar o cenário do seu bolso, porque o estúdio não levava muita fé nele, por isso aquele cenário tosco de papelão e isopor (nos capítulos mais velhos, o chão da vila é o chão do próprio estúdio!). Mas depois, quando perceberam o sucesso, começaram a investir.

Você deve estar se perguntando porque Quico saiu do seriado em 1978. A versão oficial é que ele queria fazer seu próprio programa. A versão verdadeira é que ele teve um caso com a sua parceira de cena, a atriz que interpretava a Dona Florinda, que por um acaso, era casada com o ator que interpretava o Chaves. O tamanho da merda foi tanto que ele teve que sair. Saiu e levou o ator que interpretava o Seu Madruga com ele, já que eram muito amigos. Bolaños e Carlos Villagrán ficaram 20 anos sem se falar. Depois disso, só se falaram em um programa de TV que reuniu o elenco para comemorar os 40 anos de programa, ou seja, formalmente e por dinheiro. O ator estava proibido de usar o nome “Quico”, que pertencia a Bolaños, seu criador, então quando saiu e partiu para um programa só seu, registrou o personagem como “Kiko”. Daí as duas grafias diferentes: Quico com Q é o Quico do Chaves, Kiko com K é o Kiko solo, pós-chifre.

A atriz que interpretava a Chiquinha também se ausentou por um tempo, mas oficialmente foi apenas por ter engravidado. Dizem que ela tentou fazer um programa só dela e se estrepou, mas acabou voltando. Mesmo assim, ela também teve seus desentendimentos com Bolaños, brigaram na justiça pelos direitos sobre a personagem Chiquinha. Em uma entrevista ela até atribuiu um enfarto que teve ao estresse por essa disputa. Parece que Bolaños se esqueceu de renovar os direitos da personagem por um engano e ela aproveitou e lhe passou a perna. Não sei se acredito nisso, ele força um pouco a barra. Declarou publicamente uma vez que escreveu o roteiro do filme “O Exorcista” e como não foi registrado, outra pessoa lhe roubou a idéia. O livro foi lançado em 1971 e o filme em 1973. Você acredita que sejam de autoria do Chaves? Eu não. Meio fantasioso.

Chaves foi e ainda é muito popular no Brasil. Era febre entre as crianças, hoje ganhou um aspecto mais cult. Seu autor conta que certa vez Pelé o procurou interessado em levar Chaves para as telas do cinema, mas ele delicadamente recusou (você confiaria em quem rouba dinheiro da UNICEF destinado às criancinhas?). Pelé teve que se contentar com um plano B e foi fazer um filme com os Trapalhões. Mas não foi só no Brasil que a fama do seriado ultrapassou tomou esta proporção. Na Colômbia, quando o governo determinou a suspensão da transmissão dos episódios de Chaves, a população organizou uma grande manifestação em Bogotá. A pressão foi tanta que tiveram que liberar o seriado novamente.

Produtores afirmam que aproximadamente mil episódios do programa Chaves foram gravados. Informações do SBT informam que eles possuem cerca de 200 episódios. Para quem gosta e quer ver mais, diversos episódios inéditos estão disponíveis na internet ou à venda na forma de DVDs. Existem alguns realmente impagáveis que nunca foram ao ar, curiosamente são os que pegam mais pesado. Acho que Silvio Santos escolheu os episódios mais leves para comprar (ou para exibir). Para quem gosta, eu recomendo. É um sopro de verdade e honestidade nesse mundo todo cagado por um padrão de comportamento hipócrita e moralista.

Tem tantas curiosidades sobre Chaves que eu precisaria escrever umas vinte páginas! Você reparou que ao longo dos episódios o nariz da Dona Florinda muda? Pois é, o processo de michaeljacksonização foi explicado pela atriz em off para amigos: quando ela era pequena sua mãe sofria de sérios problemas mentais e, no meio de uma crise, jogou um ferro de passar roupa na sua cara, quebrando seu nariz. Depois desse evento, ela teve sérias dificuldades para respirar durante muito tempo e por isso precisou se submeter a diversas cirurgias no nariz. Será?

Chaves acabou sem um “final” propriamente dito. Bolaños conta que ele pretendia fazer um episódio final trágico, onde o Chaves morreria atropelado ao tentar salvar a vida de um outro menino, mas foi convencido por sua filha, já adulta e psicóloga, que isso não seria muito bacana para a cabeças das crianças. Temendo o pior, inclusive suicido de alguma criança, ele desistiu da idéia.

Dentre toda a tsunami de violência e frases politicamente incorretas, eu tenho predileção pelas sábias palavras do Seu Madruga. Machista, preguiçoso, preconceituoso, ignorante e carismático. Era mal educado com sua vizinha, uma viúva com um filho pequeno. Frequentemente agredia físicamente o filho dela quando ela não estava por perto. Batia no Chaves, um menor abandonado. Fugia para não pagar as contas. Se recusava a trabalhar. Tratava mal a todos. Seu Madruga tem o espírito da República Impopular do Desfavor. Eu tenho várias camisetas com a cara dele, adoro.

Deixo vocês com algumas pérolas do Seu Madruga, dos tempos em que mundo era democrático e se podia dizer coisas politicamente incorretas pois se sabia que as pessoas não eram completamente burras e tinham cognição e discernimento para entender que se tratava de uma mera piada:

  • “A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena”
  • “São todas iguais, primeiro amor, amor, amor! Depois vem a cacetada!”
  • “Minha senhora, se acha que pode me comprar com alguns presentinhos, eu vou lhe dizer uma coisa… eu aceito!”
  • “Eu sempre deixo as vagas de empregos para os mais jovens, e venho adotando essa nobre atitude desde os meus 15 anos!”
  • “Estou falando com a mula, não com seus carrapatos!”
  • “Quando a fome aperta, a vergonha afrouxa…”
  • “Por 100 mangos eu posso até ser a madrinha do casamento!”
  • “Com ousa me acordar às 10 da madrugada, Chaves?!”
  • “Sabe o que eu faço quando gritam comigo? Eu vou prá minha casa…”
  • “Não há luta pior do que aquela que se enfrenta.”
  • “Não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar”

O que salva o seriado é que ele já é praticamente patrimônio cultural da TV, porque se fosse lançado hoje, certeza que teria protestos e processos tentando proibir sua exibição. A que ponto chegamos quando os programas exibidos no período da Ditadura Militar tinham mais liberdade de expressão e espontaneidade do que os programas transmitidos hoje. Reflitam.

Para dizer que mais derrota do que casar com o Chaves é ter um caso com o Quico, para dizer que minha cultura te entristece ou ainda para sair e dizer que não vai se misturar com essa gentalha: sally@desfavor.com

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Comments (72)

  • Como foi dito, era tosco mas engraçado do seu jeitinho. Faz anos que não assisto mas nunca me esqueci das esquetes.
    Ah, o Bolaños acabou de morrer (dessa vez, de verdade)

  • Eu acho os melhores personagens Madruga, Kiko e a Bruxa (já reparou como a dubladora fez uma voz parecidíssima com a da atriz?)
    Quando eu tinha uns 7 anos tentava gostar mais da Chiquinha, sabe como é, menina. Mas depois de adulta, quando fui assistir de novo, percebi que o Seu Madruga é o personagem central, o nome do programa tinha que ser “Vila do Seu Madruga”.
    Para mim depois que o kiko saiu já perdeu a graça, depois que Madruga saiu acabou o programa.
    S2 Madruguinha!

  • Depois deste texto peguei alguns link aqui nesma nesta pagina e fui ver algumas coisas sobre a turma do chaves.
    Desconfiava deste do principio, que aquela dona Florinda, fora dos personagens que ela fazia, livre das maquiagens e dos truques, era uma das mais belas mulheres que eu ja tinha colocado meus olhos.
    Não sei com qtos anos ela esta hoje….. mais olhem, observem, a mulher continua sendo de uma beleza inimaginavel.

  • Apreciador do Esfincter do Marciel

    Fico imaginando se houvesse uma versão nacional do Chaves. Onde o caboclinho mora parece em muito com o cenário do Chaves. No lugar da Bruxa do 71, poderíamos ter o ‘Caboclinho Indolente do 1019’?

    (aí, Pastor, gostou do novo ‘nick’? Viu como posso ser uma pessoa razoável e flexível, ao contrário do nosso amigo? HAHAHAHAHAHAH)

    • Enquanto o viadão do nick apelativo fica se achando, tô de paquera com uma moçoila e o babaca fica babando.

      Vai ver, é porque o babaca tem em seus sonhos ser enrabado pela pica circuncidada de um judeu.

      Medo!

    • comedor do brioco do marciel

      obrigado, caboclinho indolente! Obrigado por acabar de admitir que penetrei tao fundo nao so no seu brioco, como tambem fui ainda mais fundo no seu imaginario, a ponto de voce querer dar uma importancia tao grande a uma coisa corriqueira para as pessoas normais e, pior, achar que ficarei impressionado. Realmente fiquei, a mocoila deve ter achado a buceta no lixo..

      Agora, qual vai ser o proximo passo? Pensar em mim enfiando o dedo no seu cu e girando para ter uma erecao? Nao precisa, basta pedir a mocoila para te fazer um fio-terra mwahahahaha.

      Apenas um aviso de amigo: use camisinha, caso contrario voce engravida a moca, que tera uma vida igual a da sua mae. Curiosidade: entre voce e a mocoila a diferenca de idade tambem e de vinte anos?

      Por fim, se voce ja sabe quem sou, porque nao vem falar pessoalmente comigo? Ta com medo de levar porrada? Mwahahahahahaha.

      Vitoria! Agora quando ele se fizer de coitado de novo, eu vou ser tambem motivo. Valeu pelo presente de reveillon!

  • Sally, este foi um seriado q marcou minha infância! hehehehe

    Quando eu era menina, tava lá, sempre na TV, com uma pipoquinha ou outra guloseima na mão pra ver o Chaves e sua turma! Ê tempo bom…

    Este é O seriado de humor, a prova de q dá pra fazer bom humor com poucos recursos, basta ter talento, texto, interpretação, etc…

    Amei seu texto, muito bom! :)

    E vc tá certíssima, qdo programas rodados em PLENA ÉPOCA DE DITADURA MILITAR tinham mais liberdade de expressão do q os de hj, é de se pensar se não tem nada de errado nisso!

    P.S – Ansiosa pra ver o Chaves na sua versão original mexicana

    P.S 2 – Esperando o “processa-eu” do Bolaños hihihihi xD

    • Morena Flor, estou baixando todos os seriados do Chaves pela internet antes que algum surtado decida tentar processá-los. Se Rafinha Bastos “incentiva o estupro” ao fazer piada com isso, podem achar que Chaves “incentiva a violência contra crianças” ou coisas do tipo.

    • Koppe, acho que essa é a versão já refeita. Salvo engano, a original era ainda pior…

      Mesmo assim, ri horrores novamente.

      Cuidado para que algum Conselho Tutela não ache esse vídeo e peça ao Ministério Público para censurá-lo por incitar violência contra a criança e o adolescente… ô mundinho de merda que a gente vive!

  • ”É um cheio de barracos, que consiste nas pessoas lavarem roupa suja na frente das câmeras?”

    Esse mesmo, o Caco Antibes (hoje baitola medito a autor de novela cheeeeiaaa de politicagem) tinha razão, tenho horror a pobre!!!!!!!!!!

    ”Não sei o que é pior: pensar que as pessoas evadem sua privacidade desta forma ou pensar que alguém se dá ao trabalho de coreografar atores com cara de pobre para tentar fazer aquilo parecer real…”

    Será que é tudo armado???? Acredito obviamente que role um caiscais por fora.
    Sinceramente, não duvido que tenha gente assim, é só de olhar para o naipe das ”famílias”.
    O inferno parece ser mais aconchegante, pelo menos o satã é um anjo caído revolts.

  • Juliana Araújo

    Ahh, Sally! Este texto está excelente! Parabéns!
    Seu madruga é de longe meu personagem favorito! Assim como vc, também tenho camisetas, bonequinhos e as antigas revistinhas da turma…
    Eu também gostava das atuações de Ramón, nos episódios do Chapolim. Em especial, aquele que era claptomaniaco com o nome de “Conde Terra Nova”! rs… Tem também o Pirata Alma Negra, Tripa Seca, Racha Cuca.. Inesquecíveis.

    • Juliana, Chapolim tem tantas curiosidades que vai ganhar uma postagem só para ele também!

      Eu adorava os personagens históricos que eles interpretavam, reescrevendo história. Nunca esqueço da atriz que fazia a Dona Florinda interpretando a Cleópatra! Esse tipo de sátira me inspira a escrever as nossas semanas temáticas tratando do passado. Desde pequena, me abriu os olhos e me permitiu pensar “Ei! Pode ser que não tenha acontecido bem assim, como o livro contou!”

    • Sim, Siago teve um cachorro assassino chamado Satanás. Quando ele abria a porta da casa e berrava seu nome os vizinhos se benziam porque não sabiam que se tratava do nome do cachorro. Toda noite ele alimentava o cachorro, então abria a porta e gritava “SA-TA-NÁÁÁÁÁS! SA-TA-NÁÁÁÁS!” para que ele viesse comer na porta da casa. Imagina ter um vizinho que toda noite fica chamando por Satanás? A fama dele de satanista dura até hoje…

    • Bruna, coelhos não são de Deus.

      Coelhos roem a fiação da casa, comem as próprias fezes na calada da noite, mijam onde querem e seu mijo tem cheiro eterno e tem surtos de correr em círculos. Fez muito bem em se livrar do coelho…

  • Chaves é a única coisa que presta no SBT.

    Já viram o programa HORROROSO que passa antes????? ”Descasos de huhum…”família” ”

    • É um cheio de barracos, que consiste nas pessoas lavarem roupa suja na frente das câmeras?

      Não sei o que é pior: pensar que as pessoas evadem sua privacidade desta forma ou pensar que alguém se dá ao trabalho de coreografar atores com cara de pobre para tentar fazer aquilo parecer real…

  • Sally,
    eu já tava imaginando quando vc iria contestar alguma coisa, hehehe, principalmente em relação ao maluco no pedaço (não queria dizer não, mas muito interessante que praticamente todos os nomes do seriado-com uma missão- (amolecer corações brancos e dizer o mantra politicamente correto ”todos são iguais”, ”a culpa é do racismo branco”) são típicos de um único povo que não quero falar mas que tem orelhas de abano e nareba de tucano.
    Eu tenho alguns programas, desenhos, seriados, músicas que fazem parte da minha cultura. Acho que alguns seres humanos já evoluíram para constituir a sua própria cultura sem precisar de se comportar como rebanho.

  • Eu vi o nome Chaves e pensei: ”vão falar mal???”, já ia entrar com shoryuken pra cima de vcs. o des cult é pra falar bem, ufaaa…
    Acho que perceberam que sou apaixonado pelo seriado, desde quando eu nem me lembro. É atemporal, totalmente, a fórmula perfeita de humorístico que não dá pra ser copiada. Engraçado que quando vc vê Friends, Two and a half men ou Um maluco no pedaço necessariamente os classifica como seriados dos anos 90 ou o seriado do momento no caso do segundo. Com Chaves não, não existe prazo de validade, continua extremamente atual e continuará sempre, não que eu queira puxar sardinha para o lado dele pq eu gosto (gostar é maneira de dizer, sou fanático) mas é pq é a verdade nua e crua. O mais intrigante até para os seus fãs mais aficcionados como eu é que mesmo que as piadas sejam sempre as mesmas as risadas virão da maneira mais natural possível.
    Chaves é um seriado despreocupado em entoar ideologias ou comportamentos à sua audiência, é um programa que encontrou uma maneira de fazer humor puro, somente humor mais nada. Olhem e comparem com ”o maluco no pedaço”, quando era criança adorava o seriado, quando voltou a passar comecei a notar uma série de propagandas do mundo moderno politicamente correto e de falsificação da história e até mesmo troca de valores, hoje eu rio das piadas mais complexas (muitas, mais do que a do chaves) mas com um pé atrás. Perdeu a validade, um programa de humor que se sustente por introduzir comportamentos e impor ideologias perde a validade.

    • Concordo com absolutamente tudo que você falou.

      E olha que essa não é uma frase que eu costume dizer muito a você… hahaha

  • Amo Chaves até hoje, e passo mal de rir das mesmas piadas há anos! Seu Madruga é o melhor, impagável!
    Agora, que porcarias são nossos programas de humor. Zorra Total??? Merece até um desfavor né, Sally.

    • Juju, eu já tentei escrever sobre Zorra Total, mas nunca consegui ver um programa todo do começo ao fim. Vou tentar em 2012…

  • Também gosto muito do Chaves. Quando era criança, eu gostava pelas palhaçadas óbvias. Depois que eu cresci e acabei revendo um dia, percebi que o texto era melhor do que o normal.

    Não sabia que o SBT tinha tão poucos episódios assim…

  • bibliotecário

    O mais legal de Chaves é que não tinha essa coisa que tem hoje de personagem bonzinho e personagem mal; Chaves simplesmente tentava retratar pessoas.

    Todo mundo representava algum tipo de esteriótipo (a metida a rica, o garotinho mimado, o vagabundo, o sem teto, a pirralha insuportável, os obesos, entre outros), mas mesmo assim a série conseguia (o que ainda faz), ir além dos esteriótipos.

    Pensando por esse lado, o Brasil está mesmo afundando na merda do politicamente correto. Pretendo sair daqui antes que essa merda exploda.

    • Pois é, concordo com você. Por mais estereotipados que fossem os personagens, todos tinham um lado bom e um lado mau. Ninguém é 100% bonzinho ou 100% malvado, só nas novelas da Globo que é assim. Chaves brincava e abusava do politicamente incorreto sem medo de ser feliz…

  • Este seriado é prova de que o povo gosta de ver a desgraça que é a realidade.
    Se não, não teria dado certo. Gostaria de ver algum seriado seguindo esse tipo.
    Porém, creio que nunca aconteceria, a moda agora é fantasminhas, vampiros e cia.
    Aaaah, Chaves é tão bom! Ainda me divirto assistindo. Sinto falta de ver Chapolin =(
    Um pena que na tv aberta não transmitem mais.

  • Pedro Campolina

    Chavez é o bixo.

    Vou contar uma curiosidade que talvez vc não saiba.

    As ultimas palavras do Ramon no leito de morte dele, foram para o ator do Seu Barriga.

    Ele disse: “Viu só? Não paguei o aluguel.”

    São tempos que não voltam, infelismente. Parei de assistir pq parei de ver televisão, e chavez não tem mais o mesmo apelo que tinha para mim quando eu era pequeno, mas é uma preciosidade que darei um jeito de meus filhos verem.

    Inclusive recomendo a todos que assistam a entrevista do Seu Barriga ao “Agora é tarde”;

    Foi recente, e ele conta várias coisas, entre elas que ele desistiu de ser médico para ser ator no chavez, entre várias outras coisas.

    Você pode encontrar isso no site oficial do Agora é Tarde. Não precisa registrar nem nada, os programas estão lá para assistir.

  • É nessa tecla que bato na maioria dos processa eu: Deve-se separar o autor e obra. Se for ver a pessoa como individuo, ninguem se salva mesmo.

    Espero que meus netos possam assistir Chaves.

    • Hugo, claro que todas as pessoas tem defeitos, porém, existem pessoas que tem defeitos aceitáveis e pessoas que tem defeitos inaceitáveis. Procuro escolher para o Processa Eu pessoas com defeitos inaceitáveis. Por exemplo, John Lennon. Não questiono que sua obra tenha valor, mas ele era um lixo de ser humano. Tem ainda os que são um lixo de pessoa e um lixo de obra, como Paulo Coelho…

  • Amo Seu Madruga! Tanto que o nome do meu gato é Seu Madruga(é sério).

    P.S.:Não podia perder a chance de dizer que tenho um gato chamado Seu Madruga, hehehe…

    • Lilith, tive uma crise de riso aqui quando vi o nome do seu gato! GENIAL

      Vou dar essa sugestão para o Somir, que aparentemente coleciona gatos…

        • Koppe, até onde eu lembro, era um gato. Um gato preto. Em um episódio esse gato preto voava, era um dos efeitos especiais mais bizarros que eu já vi. Era como se cortasse ele no programa Paint do computador e depois ficasse girando a imagem com o mouse!

          Mas, pode ser que ela tivesse também um cachorro chamado Satanás também. Não lembro…

      • Na verdade ele está mais pra Seu Barriga, por que tá gordo e barrigudo, mas só na aparência. Em termos de personalidade ele é 100% Seu Madruga

  • Depois desse texto, vou morrer com a certeza de que não há (ou jamais haverá) análise e homenagem melhor a esse programa.

    Mas o Seu Madruga também foi capaz de algumas bondades. Tal como aquele episódio em que Chaves comeu todos os churros da Dona Florinda que ele ficou de vender e, mesmo assim, assume a responsabilidade sem dedurar o Chaves.

    • Suellen, obrigada pelo elogio!

      Chaves e Seu Madruga tinham uma relação bastante complexa, apesar da aparente simplicidade do programa. Chaves frequentemente tinha atitudes comoventes pensando no Seu Madruga. Uma vez ele roubou vários pedaços de bolo da festa de aniversário do Quico e no final do episódio a gente descobre que era para levar para o Seu Madruga, que estava sem dinheiro para comprar comida. O programa retrata muito bem essa realidade das camadas sociais mais baixas, onde todos se comportam como bicho, se batem, trocam ofensas mas no fundo, em algum momento, se unem porque sabem que estão na merda juntos. Essa sutileza e profundidade das relações humanas novela da Globo não descreve…

    • Kelly, Seu Madruga é absurdamente politicamente incorreto e mesmo assim todos mundo adora ele. Nessa sociedade opressiva de consumo e de regrinhas de conduta pau no cu a gente acaba sentindo muita falta de Seu Madruga Way of Life!

  • Eu me sinto um ET por ter assistido tão pouco esse programa… Ou pouca oportunidade. Todo mundo que eu conheço fala dele em detalhes, lembra das falas… Eu lembro quase nada!

    Algumas cenas:
    Quico dançando na vendinha, hilário…
    Chaves cortando o cabelo da chiquinha;
    Eles de férias na praia.
    As da escola eu lembro, principalmente, “que burro, dá zero pra ele”… E as vezes frustradas que o prof tentava dar aula.
    Ah e tinha o restaurante!!!

    • Lichia, até hoje eu rio quando toca aquela música tema do filme “E o vento levou”, que tocava cada vez que a Dona Florinda e o Professor Girafales se encontravam. Ocorreu uma inversão, para mim essa é a música da Dona Florinda e do Professor Girafales. Referência fail!

      • Então, hj assisti para ver se me lembrava, eu dei boas gargalhdas… Haha… Como pode? Depois dos trinta me diverti horrores com algo da minha infância!

        Fizeram no youtube uma compilação das danças do Quico.

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