Desfavor da semana: Pó Pará!

“Os eleitores do Pará vão às urnas neste domingo (11) para opinar sobre a divisão do Estado em três partes. Os 7,5 milhões de paraenses podem decidir se o Brasil vai continuar com as atuais 26 Estados –e o Distrito Federal– ou se passará a ter 28, com a criação de Carajás e Tapajós. Todos os eleitores com título no Estado são obrigados a votar.” FONTE

Carajás e Tapajós? Sério? Desfavor da semana.

SOMIR

O plebiscito vai custar entre 18 e 20 milhões de reais. Sem contar o dinheiro levantado nas campanhas veiculadas por ambos os lados da disputa. E tudo isso para descobrirmos que muito mais da metade da população mora na região que não tem a menor vontade de se separar.

Pois bem, não temos nenhum risco do plebiscito decidir alguma coisa além da manutenção da unidade paraense, sem mudar porra nenhuma. E já estava bem na cara que isso aconteceria, o que me faz esperar que ao menos isso tenha sido uma tática dos salafrários que queriam criar mais boquinhas/cargos públicos na região.

Porque se todo o plano foi criar o plebiscito, é de uma incompetência dolorosa. Do jeito que o Pará está dividido atualmente, ambas as potenciais regiões autônomas eram basicamente o “quintal” da região de Belém, onde o grosso da população local reside.

É bem claro que eles não veriam nenhuma graça em dividir o estado e perderem uma parte do repasse de verbas públicas. E boa parte dos estados da região norte do Brasil dependem bastante desse dinheiro federal. Pouca gente, pouca atividade “boa de impostos”, a balança fica desequilibrada. Criar mais dois estados com a população de uma cidade de interior de São Paulo seria desequilibrar AINDA mais essa relação entre arrecadação e repasse.

A única chance da turma que queria a separação era convencer o pessoal que estava em Belém. A coisa já nasce errada. E nem estou passando atestado de profundo conhecedor do Pará ou da região norte, estou apenas constatando obviedades. Todo o plebiscito soa como oportunismo, uma tentativa inicial de lucrar com a votação e as campanhas, e uma semente separatista plantada para as próximas tentativas.

Se para o Brasil é um ralo de dinheiro, para os que vão ganhar cargos públicos e repasses injustos de verba federal, é uma mina de ouro esperando para ser explorada. Quando sair o resultado amanhã, os que queriam se separar vão ficar ainda mais “indignados com a opressão de Belém”, e se pensarem um pouco e aumentarem a população dos dois postulantes a novos estados, o próximo plebiscito tende a funcionar.

Sim, porque podem tentar de novo depois de alguns anos. Se não fizessem um logo, existia um risco das pessoas nas regiões de nomes bregas indígenas (não é preconceito, também acho bregas os nomes indígenas aqui no sudeste, ok?) acabarem se acertando com a capital e que o movimento esfriasse.

O plebiscito é uma forma de criar a separação inicial. A capital vira o inimigo comum e logo logo entra na cultura popular que tiveram sua liberdade tolhida. Tem gente esperta por trás disso, e se não dá mais para fazer na canetada, como fizeram com Tocantins (estado-cabide), que se adapte aos novos tempos.

“O problema não é um estado pouco desenvolvido e ocupado de forma desigual, o problema é a ‘injustiça’ da convivência forçada sob a mesma bandeira.”

Se uma dessas cola para o povo, meio caminho andado para a farra dos cargos públicos. Mais deputados, mais senadores… E não podemos nos esquecer que o novo código florestal dá mais poder aos estados para explorar áreas florestais. O que viria muito a calhar para quem estivesse tomando conta de uma área como Tapajós, por exemplo. A bancada ruralista agradece.

Estou apostando que as cabeças pensantes separatistas vão preparar um movimento de “engorda” de população nas áreas que querem separadas, mantendo aquele lance de vitimização que povinho ADORA. É só ir botando a culpa de tudo na unidade forçada e esperar as pessoas agirem da forma esperada numa próxima votação.

Eles precisavam de números e dessa semente da discórdia. Amanhã a semente vai ser plantada, agora é só correr atrás de arranjar pessoas para votar em “causa própria” nos próximos anos.

Não duvido que eu tenha nascido num país com 25 estados e vá morrer num com uns 30 (e olha que eu não devo durar muito com meu estilo de vida), o projeto do Pará é apenas um dos vários propostos para criar cadeiras em Brasília. O Norte e o Nordeste seriam fatiados inúmeras vezes se dependesse apenas da vontade dos caciques regionais.

O desfavor da semana é que estamos vendo os estágios iniciais de um golpe, mas a imprensa e a opinião pública estão enxergando apenas o plebiscito. É óbvio o resultado, e os verdadeiros safados por trás disso sabiam.

Depois não sabem porque a República Impopular do Desfavor se tornou independente, inclusive do Brasil.

Para dizer que eu estou forçando minhas visões de “imperialista do sudeste” pra cima de você, para reclamar que poderiam ter escolhidos nomes menos toscos para os novos estados, ou mesmo para dizer que está no Pará e o grande problema mesmo vai ser a lei-seca: somir@desfavor.com

SALLY

Então… parece que o Pará quer se dividir em três. Falta do que fazer é uma merda. Pior do que a falta do que fazer é esse mau uso do plebiscito, querendo passar uma falsa sensação de democracia. Sério isso? Vão ouvir o povo? Vão ouvir o povo DO PARÁ? Puta merda, hein?
Porque, convenhamos, é uma decisão que afeta o país inteiro. Seja para fins de tributos, seja para o número de políticos que empurrarão proporcionalmente em Brasília. Isso sem contar com o fato estético, porque eu definitivamente não quero morar em um país onde tem dois estados chamados CARAJÁS e TAPAJÓS. Já não basta a porra do Tocantins?

O curioso é que tanto as razões para separar, como as razões para não separar são péssimas. Sei lá, vai ver era melhor implodir o Pará. Um lugar que tem uma barata apelidada de “sapatinho de criança” (graças ao seu tamanho) certamente poderia se completamente asfaltado para o bem da humanidade. Toda vez que comento o assunto com alguém, a pessoa me olha com cara de “who cares?”. O fato é que perdi meu tempo estudando para poder formar um juízo de valor. São horas da minha vida que não voltam mais. Conclusão: o Pará é uma merda de lugar para se viver, mas a separação não vai mudar isso.

Olha, quem quer separar diz que sofre de descaso do poder público por estar situado a uma grande distância de Belém. Meus amores, se vocês acham que fundando uma capital do lado das suas casas o descaso vai ser menor, pensem duas vezes. O descaso vai melhorar quando aprenderem a votar. Se houver mais dinheiro, a única coisa que vai aumentar é o desvio de verbas. Vocês tem dinheiro, o estado tem uma das maiores minas do mundo. O que não tem é vontade política de repassar isso para o povo na forma de infraestrutura e condições de vida dignas.

Além dos argumentos, os separatistas tem Duda Mendonça, o homem que fez o enorme desfavor de colocar Voça Magestadi Çilva I no poder. Vai ver ele tem interesse em criar um estado novo onde, quem sabe, seja permitida a rinha de galos. Ele deve ter desenvolvido um certo temor da Polícia Federal depois de ter sido preso por isso. Quando eu soube que ele estava fazendo a campanha sem cobrar, fiquei um tanto intrigada. Pesquisando, vi que ele tem fazendas de tamanho considerável na região de Carajás. O banqueiro Daniel Dantas (aquele que lavava dinheiro, lembra?) está custeando a campanha. Pelos mesmos motivos. É proprietário de terras no local e a separação lhe convém.

Bastou uma leve pesquisa para perceber que em momento algum o bem estar da população está sendo levado em conta. O que objetivou este plebiscito foi o interesse de poucos. E não venham me dizer que é democrático só porque o povão vai lá enfiar o dedo na urna. Pará está longe de ser um estado campeão de alfabetização e formador de cabeças pensantes, então, facultar meter o dedo na urna não é democracia. Duda Mendonça convenceu a região Sudeste a votar no Lula, imagina o que ele não poderia fazer no Pará. Mas por sorte, ele tem competência mas não tem malandragem. Escorregou grotescamente na estratégia usada. E vai perder. Perder um plebiscito no Pará financiado por um banqueiro é como perder para a seleção de Costa do Marfim em casa. Quem mandou não ler a República Impopular do Desfavor? Se lesse, saberia como popular pensa.

A falta de instrução é tanta, que o povo no geral está muito desconfiado e receoso. Burrice cria como mecanismo de defesa a desconfiança, só os burros desconfiados sobrevivem. Quando você não tem inteligência para antever as armadilhas, é obrigado a desconfiar de tudo para se preservar. É extremamente difícil explicar para leigos as conseqüências jurídicas e econômicas desta divisão, imagina só para leigos toscos. Ao não entender porra nenhuma, a cabeça do popular médio costuma rejeitar a novidade, por medo. Talvez isto evite a criação dos dois estados antiestéticos. O fato é que, independente do resultado ser SIM ou NÃO, neguinho embolsou dinheiro pra caralho nessa brincadeira, além do dinheiro que efetivamente gastou. Fazer um plebiscito não é barato. E para que? Para tentar beneficiar uns poucos e iludir muitos, como sempre.

Um dado curioso: a parte que pretende se separar já foi vendida. Consta que em Carajás, apenas 20% dos habitantes são de fato nascidos no Pará.O resto? Fazendeiros de outros estados. Outro dado curioso: os políticos locais que defendem a separação com mais afinco são réus em diversas ações criminais no Supremo Tribunal Federal, em sua maioria, crimes do colarinho branco. Com esse curriculum, você acha que eles querem o bem do povo ou eles sabem que se houver a separação terão mais chances de se eleger Senadores ou até mesmo Governadores destes estados?

Olha, sinceramente, se pegassem a fortuna gasta nesse plebiscito (tanto de dinheiro público quanto particular) e investissem em obras de saneamento básico, infraestrutura e melhoria de condições de vida da população, teria sido muito melhor. Fazer escola e hospital ninguém quer. Não há relevância alguma no tema para justificar um plebiscito. Como pode uma idéia idiota dessas sair do papel e enseja o gasto de rios de dinheiro?

Separatistas por separatistas, eu apóio os do Sul. Estão cobertos de razão, tem mais é que se desligar de um país com o qual (por sorte) não tem a menor identidade. Sugestão: incorporem seu território à Argentina, assim quem sabe fornecem bons jogadores e ela ganha a Copa de 2014. Acho que o povo do Sul deveria se unir e dinamitar as fronteiras com o resto do país. Não separa por bem, separa por mal.

Tem que acabar com esse pensamento bobo-alegre que chamar o povo para votar é sempre bacana, é sempre exercício de cidadania e é sempre válido. Suas mulas, chamar o povo para votar custa MUITO DINHEIRO! Quando chamam o povo para votar eles querem é desviar verba e arrumar propina! Sem contar que é notório que a maior parte dos brasileiros não sabe votar, logo, quanto menos voto melhor. O voto popular no Brasil só serve para ignorante foder com a vida de inteligentes.

É para votar? Aqui vai meu voto. Eu voto que seja criado apenas UM novo estado no Pará, chamado PERDEU PREIBÓIS, constituído de terras de grandes latifundiários como Duda Mendonça, Jader Barbalho e tantos outros. O estado seria formado assim: confisca as terras dos tiozinhos fazendeiros e dá para as pessoas que não tem onde morar, coma condição de que trabalhem a terra de forma produtiva e legal. Depois fiscaliza. Malandro que não estiver trabalhando é retirado debaixo de coice. Pronto, tai meu voto.

Para dizer que por mais que eu tente, o comunismo não me deixa, para dizer que não se importa com nada ligado ao Pará ou para dizer que do Espírito Santo para cima é Babylon 5: sally@desfavor.com

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Comments (78)

  • Suellen, isso é um fato. Canas é uma cidade minúscula na região do vale.

    O problema é que o abastecimento de água na cidade do Rio de Janeiro por exemplo depende principalmente deste rio e lembremos que o estado do Rio está a jusante de onde vai ser instalada a usina.

    • Isso se for instalada de fato.

      Me lembro de uma reportagem do Globo Repórter há alguns anos sobre o Paraíba e na mesma se documentou a poluição do rio por esgoto in natura que era despejado pelas cidades as margens dele.
      Na matéria, foi passada a informação de que da água transposta para abastecer os cariocas, apenas um terço era aproveitavel para o consumo, sendo os outros dois terços eram jogados de volta como “rejeito” por conta da poluição causada pelas cidades a montante do ponto da transposição.
      Hoje há estações de tratamento nas cidades do vale, mas em vários casos, elas estão bem longe de atender a 100% dos moradores.

  • Sah,
    esse tipo de comentário seu é típico de quem acredita que o Brasil será potência no futuro. Se é que não percebeu no futuro nós seremos ”muito importantes”, mas como colõnia de exploração (já somos um pouco), aqui tem muitos recursos naturais que se já são importantes serão ainda mais daqui a alguns anos.
    Comparar argentinos com brasileiros sem conhecimento de causa é algo grave de se fazer. mesmo num tendo botado nem meio pé na província de Entre ríos (a Mesopotâmia argentina) eu não TENHO DÚVIDAS que são muito melhores que nós em muita coisa. O povo judeu é extremamente ”preconceituoso e racista”, disso ninguém fala. Cada um no seu quadrado, quer ser racista? seja, ninguém tá pagando suas contas, vc tem o direito (vital) de fazer o que quiser (sem prejudicar gravemente o outro).
    Sou a favor de Orânias pra quem quiser. Se quiser viver numa cidade ”diversificada” pode ir, mas deixe que aquele que não quer também tenha o direito de escolha.

    • 1) A comparação não partiu de mim… este blog/site faz comparações o tempo inteiro. Aliás, eu disse que os problemas são iguais, lá e cá… apenas o PAÍS BRASIL (e não o povo), é melhor porque é mais rico, e tem mais oportunidades. 2) Um pouco colônia de exploração? O Brasil vem sofrendo um movimento retroativo, de ‘primarização’ (posso chamar assim?), bizarro! 3) Eu não sou nem um pouco otimista! Sei que o Brasil é o país que sempre será e jamais vai ser. Vejo que a diferença da nossa opinião talvez esteja no fato de que, pra você, isso esteja ligado ao fato do país ser explorado, e, pra mim, o problema todo se resume à corrupção generalizada – que é uma questão extremamente subjetiva e impossível de se resolver. 4) Eu não vou falar do povo judeu. Direi apenas que as pessoas deveriam ir além do que é ensinado na escola, entender que a história deles começa antes de Cristo e não com Hitler. Daí interprete como quiser. 5) Cada um pode viver do jeito que quiser, mas há que se entender que não se pode barrar pessoas numa cidade só porque não gosta de gente com cultura ou etnia diversificada. Quem quer viver assim compre um território para si e viva feliz. Eu também tenho meus preconceitos, mas não preciso sair por aí destratando todo mundo, achando que o Estado ou a Cidade são meus, particulares, querendo dividir meu país pq não gosto de determinada cultura de uma região. Na verdade, eu teria vergonha de falar uma coisa dessas… pq já nem se trata de preconceito, mas de falta de estudo. 6) Esclarecendo, só quis expor algumas questões legislativas que deveriam ser consideradas na teoria separatista, e falei com base na situação atual do país. Eu nem tenho uma opinião formada sobre a questão (apesar de considerar que o Brasil comporte um território extenso demais, e diversificado demais, para tanta lei federal, que nao observa questões regionais, e para tão pouca autonomia dos Estados. 7) Por fim, cada um sabe dos ideais que cultiva. ;)

  • Mimi,
    acho melhor mudar o exemplo de comparação, os parisienses estão começando a cantar: ”o Haiti É aqui!!!”, já viu na coisa maravilhosa que vai dar.

    O problema do sul é a influência das outras regiões, que me parece estar aumentando. A cultureba brasileira é como um câncer em metástase, se não tivesse tanta sujeira sendo enviada pra lá talvez eles fossem muito melhores.

    • É incrível como as pessoas tem mania de ampliar ao extremo um argumento para ridicularizá-lo… Mas, enfim, acha que esse é o problema do sul (culturas de outras regiões)? Você é do sul? Mora no sul? Se sim, tira a bunda gorda da cadeira, vai pra rua e luta pra ver se vão ‘libertar’ a região… NOT! Acreditar em causas impossíveis? Então o problema não é da região sul, o problema é seu!

  • Não cheguei a ver o livro, mas deve ser mais do mesmo.

    Privataria é um jargão muito utilizado por petistas e radicais para designar o processo de privatizações no governo FHC.

    Não precisa ser muito esperto para sacar que o que tem nesse livro é a combinação do velho discurso que as privatizações foram um assalto aos cofres públicos e ao patrimônio nacional com as já rebuscadas maracutaias envolvendo negociações dirigidas e favorecimento a uns poucos bem relacionados com os poderosos da ocasião.

  • Acho que já passou da hora de meter o pau nessa vítima profissional que faz a vergonha da Suíça.
    Depois que foi apeado da Globo, fez um livro metendo o pau na Globo (não que a Globo não mereça, mas PHA fez isso por puro chilique). Depois de ser chutado do iG, desenvolveu a teoria conspiratória do PiG.

    Ademais, o fato dele ter feito vista grossa do Alckmin na eleição passada, em contraponto aos ataques virulentos feitos contra os tucanos em geral e o Serra em especial mostram claramente que ele não é digno da credibilidade que grande parte da esquerda suíça deposita nele.

    Esse que é quase um Zeca Camargo da Tv do Macedão faz por merecer ter os pés no hall da lama do Processa Eu.

  • Acho que o próximo livro da série vai ser “A Privataria de Yeltsin”, mostrando com detalhes as maracutaias por trás da desestatização da economia da Rússia pós-URSS.
    Como se dizia nas antigas vinhetas da globo que antecediam aos programas, é “mais um campeão de audiência”.
    Sinceramente, o Paulo Henrique Amorim em termos de mérito jornalístico está entre o Bedro Pial (processa eu!) e o Miogo Dainardi (processa eeeuuu!).
    Da mesma forma que Sally em ocasião recente disse “nada contra os gays, tudo contra o Zeca Camargo” eu digo “nada contra a esquerda, tudo contra o Paulo Henrique Amorim”.

  • Não, não quero me separar do Brasil e muito menos me juntar a Argentina, que comporta um povo tão mal educado, porco, preconceituoso e corrupto quanto o brasileiro… Seria trocar seis por meia dúzia, não fosse o fato do nosso país ser muito mais rico sem precisar de mullets!

    Tenho como um argumento de bom tamanho contra quem apóia o separatismo e incorporação argentina com Copa do Mundo.

    • Sah, lamento mas nunca que o povo argentino é mal educado, porco e corrupto como o brasileiro. Preconceituoso é sim, é até mais que o brasileiro, isso eu não nego. O argentino tem mil defeitos (leia o Processa Eu sobre argentinos que eu escrevi para conhecê-los em detalhes), mas mal educado, porco e corrupto não. Você está falando sem conhecimento de causa.

      • Estou falando porque passei 5 meses na Argentina e moro numa cidade que há anos é infestada pelo povo argentino nos verões: Florianópolis. Antes da cidade ter se tornado esse inferno, eu também vivi no seu país ideal (um lugar de convívio quase exclusivo de gaúchos, catarinenses, e argentinos em temporadas passadas), e posso garantir que as impressões transmitidas pelos seus conterrâneos não foram as melhores.

        Dizer que o povo brasileiro tem diferentes culturas, que não gosta do cheiro, da comida, da cultura, da lentidão, e de tantas outras coisas pertinentes à determinada população regional é uma coisa. Pregar algo completamente inconstitucional, sendo uma jurísta, supondo o afastamento dos Estados com desenvolvimento social favorável só denota mesquinheza e mais preconceito.

        Acho detestável a falta de noção de higiene de espaço comum (porque do cu cada um sabe do seu), de como as pessoas gritam, de como não sabem se expressar sem serem estúpidas, dessa mania de se achar esperto e querer passar a perna nos outros, e desse preconceito bizarro… tudo o que já ouvimos falar bastante por aqui.

        Enfim, meu conhecimento de causa pode ser superficial, mas diante dos argumentos trazidos por você, no texto acima, são suficientes pra dizer que: o povo argentino é tão escroto quanto o brasileiro, e prefiro um lugar que me possibilite trabalhar e ganhar dinheiro.

        *por favor, não interprete meu texto como xenofóbico, ou contrário à exploração turística da Capital catarinense. Minha oposição se dá apenas ao separatismo debatido anteriormente.

        **deixo claro que muitos argentinos que conheço são maravilhosos, mas não são maioria infelizmente.

        ***não é pessoal.

        • Onde que é inconstitucional ser favorável ao separatismo? Por favor, citar o artigo e a legislação que embasam seu “achismo” jurídico.

          • Liberdade de pensamento e de expressão é constitucional, segundo art. 5°, incisos VI e IX, da CF/88. Já o separatismo (da união/federação) é inconstitucional, conforme o 1° artigo, da CF/88.

          • Ainda que nossa constituição seja tremendamente prolixa, é cabível a contestação de uma eventual secessão se recorrendo ao termo “indissoluvel” presente no artigo primeiro da carta.

            • Se você interpretar o “indissolúvel” assim, não poderia dividir, juntar ou separar. Tocantins está aí para provar que não é essa a intenção.

              O que não pode é dissolver o estado tal, ou seja, simplesmente acabar com ele. No mesmo artigo diz que todo poder emana do povo, e se o povo quiser não fazer mais parte desse país todo cagado que é o Brasil?

              Se os governantes do Sul romperem com o Brasil, vai dar uma merdinha considerável, mas no final das contas, vão conseguir separar sim…

              • Em primeiro, não há possibilidade de secessão da republica federativa sem que o Brasil deixe de existir. Isso poderia se dar numa situação de total inaplicabilidade da constituição atual, possibilitando a criação de uma nova, e assim um novo Brasil, excluindo ou mantendo os entes federados atuais.

                Revolução governista ou mesmo popular, dentro de um país que se propõe um estado democrático de direito, é impossível, diante dos os arts. 1°, das constituições de, pelo menos, estados da regão Sul e do Pará. Qualquer movimentação como essa seria esmagada pela União, e a comunidade internacional interviria contrária aos farrapos…

                Dessa forma, pra que se cogite a hipótese de separação entre um ente federado da federação é necessária uma revolução nacional, uma intenção global de separação, fazendo com que a CF/88 se torne inaplicável, e coisa e tal.

                Atente-se que há diferença entre a separação de um ente estadual e a federação, e a separação de um ente estadual em partes que continuarão fazendo parte da federação. Esta segunda hipótese é regida pelas constituições estaduais, normalmente prevendo manifestação popular interna, sem ser necessária a consulta da população de outros estados (o que merece críticas diante do nosso modelo de distribuição de verbas, como vc já fez).

                Não há saída. Se quer revolução, que seja para que a qualidade dos serviços básicos e o amparo social seja de qualidade para todos os que aqui nasceram, residem, estão de passagem, ou vieram apenas pra ir na casa do pedrinho usar Glaid.

                O Sul não é perfeito, também tem gente pobre, também tem hospital em situação precária, também tem professor e policial que ganha mal,… algumas situações não podem se comparar à sofrivel situação de outros estados, mas não é o fantástico mundo e também precisa, muitas vezes, do amparo da União.

                Estamos todos no mesmo barco, e temos opçoes: ficar e lutar pra que as coisas melhorem, ficar e deixar do jeito que está, ou ir embora.

  • Sou paraense mas só vivo aqui ainda por “necessidade familiar”, ou seja, não posso abandonar algumas pessoas que dependem de mim. Porque se não fosse por isso nem no Brasil eu ficava, ia para algum país de 1º mundo. Acho a coisa mais ridícula do mundo povinho do sul tirando sarro do norte como se fosse uma Alemanha da vida. Brasil é uma merda em vários graus, só isso, o norte é o último, a diarréia, mas o sul continua sendo merda. É o sujo falando do mal-lavado, quer falar mal então more em Paris pelo menos. Mas que o Norte é a região mais esquecida e ignorada isso é. Tanto que os brasileiros ignorantes não conseguem fazer a simples distinção entre nordestinos e nortistas, “sudestinos” e sulistas. Sudestino é uma palavra tão feia que os príncipes cariocas e paulistas nem pensam em adotar.
    E não é porque norte e nordeste não tenham a menor importância, é questão de conhecimento geral mesmo, geografia!
    Achei uma chatice toda essa história de plebiscito, Fafá de Belém apelando, chorando, Dira Paes e cia na campanha do Não, um grupinho discreto do sim, e no final das contas comemorarem o resultado com um barulho infernal com trio elétrico que custou o sono de muitos moradores. Comemorar algo que já é assim há anos… Fail!
    Quando surgiu o boato de que a Amazônia seria vendida para os EUA fiquei tão feliz, pena que foi só boato. Por mim colocava uma bomba atômica no Brasil inteiro e detonava geral. Começava do zero.

  • Esse livreto tem gosto de Turum tss, mas ainda assim o Sé Zerra foi na livraria para comprar todos os exemplares.
    Agora, vamos falar sério. A “privataria” do governo FHC foi em muito semelhante ao processo ocorrido na Rússia de Yeltsin.
    As diferenças entre os dois casos são pontuais.

  • ”Me mata de orgulho ver que ainda tem gente como você que não sede a essa pressão social!”

    Sally,
    não sei em relação ao Rafael, mas no meu caso, eu to pouco me fudendo pra ”pressão social”, se precisar eu viro pária, num to nem aí, é por isso que fico puto com negros, judeus, ciganos, o escambau. Ficam mendigando atenção, mesmo que baseado em mentiras e artimanhas.

    ”Daniela, carioca é de fato insuportável. Talvez os mais insuportáveis do Brasil todo!”

    O problema do ”carioca” é a sua visibilidade que a mídia inteira nos força a suportar. Aí temos de ver não importa o canal aquele sotaque horroroso, aquela lambeção de saco da metrópole-favela e os vícios inculturais que a ralé com e sem dinheiro daí pratica. E como o brasilóide é burro copia.

    ”Minha ideia de Brasil ideal seria colocar dinamite em toda a fronteira do Nordeste, explodir e torná-lo uma ilha flutuante, mas acho que isso é geologicamente impossível.”

    O problema é que assim como a África tá se expandindo demograficamente pra Europa, a América latrina para os EUA, internamente o Nordeste tá engolindo as outras regiões.

    • anônimo, é um puta mérito estar cagando para a pressão social. Poucas pessoas podem se dar ao luxo de dizer isso.

  • Mais ainda… Tem um projeto de transposição de águas do Paraíba para o abastecimento da grande SP que se for tocado como foi concebido, tende a piorar os problemas com eventuais enchentes na “várzea” causadas pela abertura de comportas que volta e meia são abertas pela capacidade das represas nas proximidades do local da transposição comumente ficarem no limite em época de cheias.

    E dizem que tal obra seria para evitar eventuais racionamentos de água na capital paulista futuramente. Aff!

    • Porra… a unica coisa que o Brasil tem de superior em relação ao resto do mundo são os recursos naturais e nem assim se consegue tirar proveito eficiente disso! pqp

  • De qualquer forma, a não construção da usina não vai evitar o avanço da atividade mineradora na região, só funcionando para mítigar um pouco tal avanço.
    Não custa lembrar que os minérios extraídos na região vão hoje em natura principalmente para a China.

    • Sabe o que me assusta? Que não façam a porra da usina e que depois não possam fazer mais e queiram fazer mais dessas merdas radioativas em Angra. Realiza, Marciel, esse povo analfabeto construindo e operando FUCKIN’ USINAS NUCLEARES! O Brasil não consegue fazer funcionar direito nem aeroporto, uma tecnologia básica e manjada, imagina administrar usina nuclear, coisa que, pelo visto, nem os cdfs cabeçudos do Japão sabem fazer direito!

      • Sally, a energia eventualmente gerada por belo monte não deve ser direcionada para atender as necessidades energéticas do sul-sudeste.

        Não sei se você sabe, mas os estados a sul de MG são fortemente dependentes de Itaipu e a construção de Belo Monte não vai mudar em nada isso.

        A energia de outras usinas, do bagaço de cana aqui no interior de SP e a nuclear aí no RJ são apenas fontes complementares a energia proveniente dessa usina construída na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

        Se quiser, você pode confirmar isso com base no enorme apagão que tivemos há cerca de dois anos atrás.

        • E estou lembrando aqui que se cogita a construção de uma termelétrica em Canas. Nada demais se não fosse a água do Paraíba do Sul (que dentre outras coisas, é a principal fonte de abastecimente de água aí no Rio de Janeiro) a que seria utilizada para o resfriamento da termelétrica.

        • Marciel, o apagão (que se não me engano, foi obra da Dilma na época) não foi uma falha no sistema de distribuição de energia? Algo ligado ao funcionamento das turbinas?

          • A versão que foi informada era a de um problema no sistema de distribuição mesmo. Só usei tal exemplo para ilustrar o caso.
            Aqui em Ribeirão, o apagão teve uma duração relativamente curta quando em comparação com São Paulo e Rio de Janeiro por exemplo. Talvez por terem provisionado do bagaço para uma emergência dessas, visto que na época já estávamos no início da entressafra, se não me engane.

  • bibliotecário

    como deixam na mão dos paraenses uma decisão que envolve todo o país; talvez se fosse outro estado, com outra população, mas não os paraenses!

    de pensar que a previsão do Somir muito provavelmente acontecerá…

    • Pois é, afeta todo mundo. É como se vários irmãos tivessem que tomar uma decisão sobre a casa onde todos moram e o de menor instrução e que ganha o menor salário para contribuir com o sustento da casa fosse o responsável pela decisão. Coisas de Brasil… Ainda bem que nós residimos na República Impopular do Desfavor.

  • Fala Sally.. td bem? Faz tempo que não escrevo, apesar de seguir sendo leitor fiel.
    Queria te pedir uma gentileza. Essa semana que passou saiu um livro aparentemente bombástico, chama “A PRIVATARIA TUCANA”, escrito por um jornalista chamado Amaury Ribeiro. Gostaria que você postasse uma avaliação do assunto para nós. Algo feito por um jurista em linguagem compreensível para quem não é “dotô devogádio”.
    Já Sobre o plebicito… o que é o Pará mesmo? Isso existe? Você já foi lá?
    Trabalho como engenheiro em obras… peãozada total. É desesperador. A burrice é tanta, mas tanta… imaginar que cada filho da puta daqueles terá uns 12 filhos e cada filho da puta dos filhos terá uns 12 netos da puta… cresce em PG. Não tem como controlar! Pra mim neguinho tinha que conseguir autorização estatal pra procriar. Tipo habilitação de motorista.

    • Maradona, também acho um absurdo ter que fazer prova para dirigir mas poder fazer filho o quanto quiser. Convenção social maldita, herança de quando se precisava de excesso de mão de obra humana, já já isso vai mudar.

      Vou tentar ler esse livro, já está nas lojas?

  • Eu moro no Amazonas. Nós somos maiores que o Pará em termos territóriais, mas nunca nos passou pela cabeça separar o estado do Amazonas. Isso pq temos aqui um truquezinho muito eficiente chamado “Zona Franca”, que meio que “cola” todo mundo junto.

    O Plebicito que vai ocorrer não teve muita repercursão na midia nacional. Quem se importa com o Pará? Nem nós, amazonenses, que somos vizinhos deles, não demos importancia para o fato, imagina o resto do Brasil…

    Concordo com a opinião dos blogeiros e digo mais: acredito que isso seja somente uma tentativa futil e desesperada de chamar atenção. Em um pais de proporções continentais como o Brasil, algum estado TEM que ser inutil em comparação com os outros.

    O Amazonas não é um paraiso verde na terra, mas fico feliz em está morando aqui. ODIARIA ser obrigado a votar em uma questão que não desperta o MENOR interesse em mim…

    • Júnior, primeiro quero te dar os parabéns por sair do lugar comum e se ofender quando lê gente do Sudeste falando mal do Pará. Você se mostrou uma pessoa inteligente, segura e bem resolvida nesse ponto. Normalmente quando se fala mal do Norte e Nordeste cria toda uma comoção tipo o comentário do rapaz nordestino me xingando de tudo quanto é nome que respondi faz pouco.

      Realmente, ninguém se importa com o Pará…

  • Orgulho de vocês. Enquanto os gaiatos da mídia ficam no mimimi em torno de Belo Monte, vocês matam a cobra e mostram o pau colocando em voga tal projeto macabro que estava sendo discutido há anos nos bastidores, como o caso de Belo Monte também.

    Ps: Cometi uma imprecisão quanto a questão da Bauxita, mas considerando que sou leigo, não foi uma imprecisão tão fora do foco, sendo que reafirmo aqui que o grosso da energia de Belo Monte é justamente para esta atividade.

    Da bauxita é extraída a alumína na qual é feita a eletrolise para a conversão em alumínio metálico.

    • Marciel, ninguém toca no assunto porque agora é socialmente reprovável falar mal de nordestino. Eles podem nos chamar de viados, traficantes, ladões e babacas, mas a gente não pode falar nada deles. Por isso as pessoas tem medo de comentar a inutilidade do plebiscito e a inutilidade do próprio Pará

      • Sally, desculpa dizer, mas discordo da sua posição nesse comentário que você fez.
        Não é por implicancia dos nortistas essa omissão. É pelos intere$$es envolvidos tanto em torno desse plebiscito quanto em torno da questão de Belo Monte.
        Vai me dizer que interessa a uma Rede Globo da vida partir para um enfrentamento aberto com a Vale do Rio Doce por exemplo? Faz-me rir!

        O que rola é o bom e velho jogo de bravatas no campo do fisiologismo.

        • Sabe uma coisa que não me sai da cabeça? Normalmente, quando os atores Globais se posicionam contra algo, eu sou favorável, porque eu tenho cérebro (como foi na campanha do desarmamento). Ao mesmo tempo, quando a Veja se posicona a favor de algo, eu geralmente sou contra, porque tenho cérebro. Só que desta vez se criou um paradoxo no caso Belo Monte: os globais são contra e a Veja é a favor. E agora?

          • Sally, sinto informá-la, mas a Veja foi contra a proposta estapafurdia do desarmamento. Quanto a Belo Monte, mantenho uma posição de relativa neutralidade, tendendo ligeiramente para o lado contrário a construção da usina.
            De fato, essa obra é uma que vai beneficiar uns poucos maganos que tem poder de fazer e acontecer em meio a aquela terra sem lei.

            Claro que há benefícios para a população local, mas elas são migalhas residuais quando comparadas aos benefícios para os mandachuvas da região, que não por acaso, também eram os mesmos interessados na divisão do Pará.

            • Há uma ou duas semanas eu vi uma matéria que foi capa da veja esculhambando o vídeo feito pelos Globais, chamando-os de burros para baixo e totalmente favorável à construção da usina. Até aí, eu era favorável, mas depois disso, tremi na base e não paro de pesquisar o assunto…

  • É foda, “a lógica do vento, o caos no pensamento, a paz na solidão”. – Lenine

    Mais um motivo para implodir o Pará: Foi lá que surgiu “Calypso”. Infelizmente o povo de lá é tão mal instruído que é capaz de achar que sua capital, Belém, é a terra onde Jesus nasceu.

    Se eu continuar a falar, vou ser taxado de neonazista que não gosta de nordestinos.

    Mentira, eu te amo meu cabra da peste, SOMIR s2, você é o meu ditador totalitário favorito.

    • Rafael, agora tem dessa, nordestino virou Intocável

      Pode esculhambar carioca, pode ridicularizar paulista, pode chamar gaúcho de viado, maaaasss… não pode falar do nordestino.

      Me mata de orgulho ver que ainda tem gente como você que não sede a essa pressão social!

        • Pois é, Rafael. São os chamados “Intocáveis”, fiz um texto sobre isso, mas já faz tanto tempo que acho que merece uma segunda edição, com a inclusão de algumas novas categorias de “Intocáveis”

          Hipcrisia social é uma merda!

    • Suellen, eu acho que o Brasil deveria ser dividido em “do Espirito Santo para cima” e “do Espirito Santo para baixo”, partes com mais identidade entre si. Cada um que viva com a respectiva capacidade intelectual de seus cidadãos..

        • Suellen, obrigada por não se render a essa hipocrisia social de não poder falar mal de nordestino.

          Concordo plenamente com a sua opinião…

          • uma coisa que me irrita nesse assunto, seja em relação a nordestinos, africanos, bengalis, ou seja, qualquer povo que insista em viver nos lugares mais inóspitos, é não conseguir entender por que diabos continuam a fazer campanhas para levar comida a essas pessoas que continuarão, geração a geração, a personalizar a “vida e morte severina”.

            Em vez de jogar bilhões e bilhões fora levando comida a esta gente, por que não simplesmente tentar levar essas pessoas para onde está a comida (ou a possibilidade de tentar uma vida mais decente)?

              • Não sei se caberia agora mas, pessoalmente, uma coisa é querer preservar a cultura de uma tribo africana que more em um determinado local inóspito há centenas, milhares de anos, outra é achar que está ajudando precariamente gerações e gerações de um punhado de nordestinos perdidos que plantem xique-xique, plantas forrageiras, mandioca, isso quando há água no açude de que dependam nos cafundós do sertão. Enfim, nada cultural nem edificante nisso.

                Enfim, não há qualquer argumento que justifique ter mantido o que era ainda um punhado de mendigos rurais naquelas condições durante décadas e décadas alimentados por campanhas assistenciais úteis apenas para a consciência de quem doa, bem como aliviar também a carga tribuntária de quem organiz(av)a esses eventos, quando poderiam tentar alguma outra política de inserção que aproveitasse definitivamente (mesmo que apenas algumas d)essas pessoas.

                Como multiplicamos como coelhos, ao chegar hoje na casa de 200 milhões (pelo menos até o final deste post), querer retirar toda a população destes lugares esquecidos por Deus soa utópico, sem dúvida, mas pontualmente encaminhar uma ou outra família para onde a comida e alguma possibilidade estão poderia ter sido um caminho.

                É o que tem feito parte de meus familiares, originários do Sertão. Os que vieram primeiro, ralaram, prosperaram e trouxeram o restante dos parentes, retirados daquele fim de mundo. Estes, mesmo analfabetos, eventualmente conseguiram algum trabalho, embora com salários diminutos, bem melhor do que o pouco ou nada que conseguiriam permanecendo lá. Dessa forma, uma ou outra dessas pessoas já teve a sorte de ter um filho ou um neto já formado na faculdade.

                Quem sabe tivesse havido um pouco de consciência por parte de quem poderia ter feito a diferença? Nesse sentido, Renato Aragão tem feito muito mais mal ao nordeste do que bem e poderia sair logo de cena.

                • Suellen, concordo com tudo que você disse, nunca tinha parado para pensar em muitas coisas, inclusive no fator Renato Aragão. Você está coberta de razão!

        • Daniela, seria lindo de qualquer jeito. Se não funcionar, anexa à Argentina, com a qual vocês tem muito mais identidade cultural. Vocês não merecem estar atrelados ao Brasil!

          • Minha ideia de Brasil ideal seria colocar dinamite em toda a fronteira do Nordeste, explodir e torná-lo uma ilha flutuante, mas acho que isso é geologicamente impossível.
            Ok, ok, repensei algumas coisas depois que fiz muitos amigos “lá de cima”, e ainda por cima, por uma piada de mau gosto do destino, meu chefe de estágio era pernambucano e meu sub-chefe era carioca flameinguixxxxta (nada contra cariocas EM SI, mas acho o sotaque insuportável, sorry), OU SEJA, era melhor eu ficar quieta, as pessoas se ofendem muito fácil com o que eu falo, mesmo sendo de brinks.
            Sobre a afinidade do RS com a Argentina, e até mesmo com o Uruguai, sugiro que você dê uma passadinha de olhos pelo “Dicionário de Porto-Alegrês” (mas que serve pro gauchês em geral), e vai ver que muitos gaúchos, principalmente os da fronteira, falam mais castelhano do que português, muitas expressões regionais se originaram do espanhol.
            É… acho que o RS faz parte do país errado…

            • Daniela, carioca é de fato insuportável. Talvez os mais insuportáveis do Brasil todo!

              O que as pessoas não entendem é que o fato de que eu ou você detestemos alguma parte do país não é uma ofensa, nós temos o sagrado direito de desgostar. Estão me chamando de SophieofDreams. Dá um tempo. Não podemos desgostar de certas culturas?

              Eu acho que cada morador do Sul deveria pegar uma britadeira e furar até descolar a região do Brasil. A diferença para o resto do país é gritante. Tem que ache melhor, tem quem ache pior, tem quem ache apenas diferente, mas ninguém nega que não há qualquer identidade cultural com o resto do país!

              • Não cheguei a ler, mas só pelo título, já dá para se ter uma idéia do que se trata.

                Privataria é um jargão bem comum entre os petistas e os radicais (além de superexplorado pelo Paulo Henrique Amorim) para denominar as ações de privatização do governo FHC.

                O que esperar de tal livreto? Mais do mesmo.

                Lá provavelmente se colocam dados sobre as privatizações com a argumentação típica de que tais ações foram lesivas aos cofres públicos e talvez algum detalhe sordido envolvendo os figurões (Daniel Dantas em especial) nos bastidores do processo.

                Em suma, nada que adicione muito ao que já se sabe quanto ao assunto.

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