Siago Tomir: Aquela da Tomografia.

Siago Tomir estava com problemas de saúde. O médico entendeu ser indispensável a realização de uma tomografia computadorizada. Apesar dos sintomas, Siago Tomir continuava protelando a realização do exame. Cansei de pedir para ele marcar, então, decidi marcar eu mesma sem consultá-lo. Só havia disponibilidade em uma data e horário compatível com a agenda dele (porque Madame não desmarca trabalho para ir ao médico) dentro de dois meses.

Todos os dias eu ligava para todas as clínicas da região perguntando se havia alguma desistência. Eu estava realmente muito preocupada com a saúde de Siago. Um dia, finalmente houve. Avisei a Siago Tomir que iríamos naquela hora fazer o exame e ele se recusou alegando que estava cansado:

Sally: Não é teste de esforço, pode fazer mesmo cansado
Tomir: Hoje não, não estou com vontade
Sally: Ninguém tem vontade de fazer exames
Tomir: Não vou
Sally: *chorando
Tomir: Que saco… Tá bom, eu vou.

Lá fomos nós fazer a tomografia.

Tudo transcorrendo na maior tranqüilidade, até que Siago Tomir entra na sala do exame. Eu estava na sala de espera lendo uma revista quando um funcionário da clínica me chamou.

Funcionário: Olha, moça, ele tá dizendo que não vai fazer não…
Sally: Como assim?
Funcionário: Ele tá reclamando da máquina e dizendo que não vai fazer…
Sally: Tem algum problema com a máquina de vocês?
Funcionário: Não, está em perfeito estado
Sally: Então do que ele está reclamando:
Funcionário: Acho melhor a senhora conversar com ele

Sabe gato quando você tenta enfiar em uma banheira de água, que abre as quatro patas e se recusa a entrar? Era essa a linguagem corporal de Siago Tomir. Vestindo um avental ridículo, ele estava no canto da sala com cara de poucos amigos.

Tomir: NEM VEM! Não adianta que eu não vou fazer!
Sally: Fica calmo
Tomir: Você sabia que o exame era assim?
Sally: E por “assim” você quer dizer…
Tomir: ESSA MÁQUINA
Sally: Sim, eu sabia que o exame era realizado nessa máquina
Tomir: E NÃO ME FALOU NADA?
Sally: E você achou que era como? Que filhotes de gato iam rolar em você?
Tomir: OLHA O TAMANHO DESSA MÁQUINA!
Sally: É grande
Tomir: É APERTADA!

Foi quando percebi que Siago Tomir poderia ser claustrofóbico. Achei estranho, pois ele não manifestava qualquer desconforto em elevadores e outros ambientes fechados. Comecei a ficar irritada, pois Siago estava com problemas de saúde sérios que exigiam que fizesse uma tomografia. Havíamos conseguido um encaixe, após uma desistência. Se não fizesse naquele momento, só haveria horário disponível para dois meses depois.

Sally: Não é tão apertado como parece…
Tomir: O NARIZ QUASE ENCOSTA NO TETO
Sally: Siago, é um tubo, só isso
Tomir: Não, não é só isso. É mais apertado do que um caixão!
Sally: Como você sabe? Já esteve em um caixão?
Tomir: Longa história
Sally: Siago, tem que ser feito
Tomir: Eu não estou com a menor vontade de fazer
Sally: Ninguém nunca tem vontade de fazer exames, as pessoas fazem porque é necessário
Tomir: Eu não quero fazer
Sally: E você acha que eu queria quando fiz? Você acha que eu levantei no dia e pensei: como posso paunocuzar minha vida hoje? Já sei! Vou me enfiar em um tubo barulhento!
Tomir: FAZ BARULHO?

Eu estava falando com um adulto. Se estivesse falando com uma criança, teria tomado mais cuidado com o que dizia. Mas era um adulto que vivia tirando onda de fodão quando eu sentia medo, então, achei que podia ser sincera sem piorar a situação. Engano. Homens devem ser tratados como crianças algumas vezes.

Sally: Faz um barulho alto, não te deram protetores de ouvido?
Tomir: Não basta me trancar num tubo escuro, ele ainda faz barulho alto?
Sally: Somir, não faça drama. Tudo que você tem que fazer é ficar imóvel
Tomir: NÃO PODE FALAR?
Sally: Não, Somir, não pode falar, nem mexer o corpo. Tem que ficar imóvel
Tomir: ESSE É O PIOR EXAME DO MUNDO! Vai tomar no cu!
Sally: Quer trocar por uma videocolonoscopia? Isso sim é tomar no cu…
Tomir: Sally, eu não vou entrar ali, você está me entendendo?
Sally: Somir, é só meia hora de uma vida inteira, não seja difícil
Tomir: MEIA HORA? MEIA HORA ali dentro imóvel?
Sally: Você achou que fosse quanto tempo?
Tomir: MINUTOS
Funcionário: Ahééééaaam
Sally: Pois não?
Funcionário: Tem gente na fila, preciso saber se ele vai fazer ou não o exame…
Sally: Vai sim, me dá só mais cinco minutinhos aqui, ok?
Funcionário: Ok. Ah sim, são quarenta minutos de duração e não meia hora
Tomir: NÃO VOU FAZER! NÃO VOU FAZER!
Sally: * batendo a porta na cara do funcionário

Eu respeito muito o medo dos outros. Respeito mesmo, porque eu sei o que é sentir um medo irracional e incompreendido. Mas era uma questão de saúde. Respeitar o medo do Tomir seria um desfavor. Era preciso encontrar um meio de fazê-lo entrar naquela máquina.

Sally: Tá com medinho?
Tomir: Esquece, não vai funcionar
Sally: Quando eu tenho medo de lagartixas, você me chama de irracional!
Tomir: Mas é irracional ter medo de lagartixas!
Sally: É igualmente irracional ter medo de entrar nessa máquina!
Tomir: Eu não estou com medo, eu simplesmente não gosto da sensação
Sally: A máquina tem mais medo de você do que você dela…
Tomir: Muito engraçadinha
Sally: Ela é limpinha
Tomir: Não tem graça
Sally: Ela come os mosquitos
Tomir: Continua sem graça
Sally: Se você não fizer este exame agora, vamos perder a vaga e você só vai poder fazer muitas semanas depois
Tomir: Você não está entendendo. EU NÃO VOU FAZER
Sally: CARALHO, SIAGO!
Tomir: EU NÃO VOU FAZER NEM HOJE, NEM NUNCA
Sally: É só um tubo que faz barulho de Atari!
Tomir: NÃO, SALLY
Sally: Ok, vamos negociar. O que você quer para fazer o exame?
Tomir: Fora de negociação
Sally: Eu lavo a louça pelo resto do ano
Tomir: Eu não vou fazer
Sally: VOCÊ VAI FAZER!
Tomir: EU NÃO VOU FAZER
Sally: Olha, apenas OLHA

Deitei no tubo. Mostrei que era possível se movimentar minimamente lá dentro, caso ele precisasse sair. Mostrei que era possível falar e escutar lá dentro. Mostrei o botão de emergência, que fica na mão do paciente e pode ser apertado a qualquer momento em caso de alguma crise de pânico ou problema, o que faria com que o exame fosse imediatamente interrompido e ele fosse retirado de lá. Tentei tudo que podia.

Tomir: Não
Sally: Ok, você não é capaz de fazer o exame, mas ele tem que ser feito
Tomir: Não, não tem
Sally: Tem uma última opção, você pode fazer sedado
Tomir: Você fez o seu sedada?
Sally: Não
Tomir: Quem te garante que pode fazer sedado?
Sally: Já vi gente fazendo esse exame com sedação
Tomir: Quem?
Sally: Não interessa, eu sei que é possível
Tomir: QUEM
Sally: Meu ex-namorado
Tomir: O CAGÃO?
Sally: Sim. Aquele que você chama de “cagão”
Tomir: Eu não quero ser igual ao cagão, eu não vou fazer sedado
Sally: Então faça acordado
Tomir: EU NÃO VOU FAZER. Fazer sedado é coisa de cagão!
Sally: Porque não fazer é coisa de super corajoso, né?
Tomir: Já chega disso, eu vou vestir a minha roupa e ir embora

Temendo pelo pior (infelizmente ele é mais forte do que eu), passei a mão na chave onde as roupas de Siago Tomir estavam trancadas e saí da sala mandando ele me esperar ali.

Sally: Ele vai fazer
Funcionário: Mudou de idéia?
Sally: Não, ele vai fazer sedado
Funcionário: Preciso que ele assine este termo de consentimento
Sally: *pegando e assinando
Funcionário: Senhora, preciso que ELE assine
Sally: ELE assinou
Funcionário: Senhora, ele não assinou
Sally: *colocando nota de dinheiro na prancheta
Funcionário: *sorrindo
Sally: Agora ele assinou?
Funcionário: Assinou
Sally: Não se preocupe, está idêntica. Nem o banco percebe quando eu assino os cheques dele

Voltamos para a sala de exames. Siago Tomir estava de braços cruzados e cara de ira.

Sally: Me escuta
Tomir: EU NÃO VOU FAZER! EU NÃO VOU FAZ…
Sally: Me escuta
Tomir:
Sally: Você não vai fazer
Tomir: Ótimo, me dá a chave para que eu possa vestir a minha roupa
Sally: Liguei para o médico e ele disse que se você não fizer o exame, tem que tomar um remédio para prevenir um dano maior e se, mais para frente tiver sintomas, aí sim você faz
Tomir: Tá, tá, eu tomo essa merda
Sally: Mais para frente você pode ter que fazer o exame
Tomir: Mais para frente a gente vê, dá logo essa merda
Sally: Dá logo essa merda para ele
Funcionário: *injetando remédio na veia

Confesso que foi engraçado. Ele desmontou impressionantemente rápido, mas pude perceber um breve lapso temporal no qual ele me olhou com instinto assassino, compreendendo o que eu havia feito com ele. Siago foi colocado máquina e a tomografia começou.

Sally: Você deu uma dose forte, né?
Funcionário: Dei sim
Sally: Porque ele é muito resistente…
Funcionário: Pode ficar tranqüila, Senhora
Sally: E se ele acordar no meio, vai quebrar essa máquina toda
Funcionário: * pegando outra seringa e injetando mais medicamento

Quando o exame acabou, Siago foi levado para uma salinha onde ficou em uma poltrona até acordar. Por sorte, ele foi acordando aos poucos. No começo nem conseguia falar, só fazia sinal de pescoço sendo degolado e apontava para mim. Minutos depois, ele já falava, mas falava meio “baleies” (piada válida para aqueles que viram “Procurando Nemo”). Ele estava bem emputecido, tive que fazer um grande esforço para não rir.

Tomir: Filhaaaa daaaa puuuuutaaaaaa
Sally: Fiz o que tinha que ser feito
Tomir: Filhaaaa daaaa puuuuutaaaaaa é o que voooocê ééééé
Sally: Xingue o quanto quiser, você está chateado porque eu traí a sua confiança, mas foi necessário
Tomir: *Tentando levantar e caindo sentado na poltrona
Sally: Eu prefiro você vivo com raiva de mim do que morto. Pode me odiar o quanto quiser
Tomir: Filhaaaa daaaa puuuuutaaaaaa
Sally: Desabafa, bota pra fora
Tomir: Euuuu te odeeeeeeiiioooo
Sally: Fiz pro seu bem. Você estava irracional
Tomir: Filhaaaa daaaa puuuuutaaaaaa

O tempo foi passando e ele começou a ficar normal novamente. Quanto mais ele se recuperava, mais raiva sentia.

Sally: No seu lugar eu também estaria puta da vida, eu te entendo
Tomir: EU NUNCA MAIS VOU CONFIAR EM VOCÊ, SALLY!
Sally: Prefiro você vivo e desconfiado do que morto e confiando
Tomir: EU NÃO ESPERAVA ISSO DE VOCÊ, SALLY! ISSO É TRAIÇÃO!
Sally: Eu sei. Desculpe. Mas havia um bem maior em jogo, a sua vida
Tomir: ME DÁ A CHAVE DO ARMÁRIO! ME DÁ A CHAVE DO ARMÁRIO QUE EU VOU SAIR DAQUI AGORA! E VOU SOZINHO, VOCÊ NÃO VEM COMIGO!
Sally: Você pode ir sozinho, mas não agora. Você não está em condições de dirigir
Tomir: VOCÊ NÃO MANDA EM MIM!
Sally: Eu sei
Tomir: ME DÁ A CHAVE! ME DÁ A CHAVE AGORA!
Sally: Eu não vou te dar. Você tem duas opções: ir embora de avental e táxi ou pegar a chave à força, mas se fizer isso, vai ter que me machucar para tirar a chave de mim…
Tomir: ME DÁ A CHAVE A-GO-RA!
Sally: Não vou dar

Tomir levantou em um rompante de fúria e saiu chutando a porta e andando em direção à saída. Eu mal podia acreditar no que estava vendo. Tomir ia embora de avental hospitalar. As pessoas todas na sala de espera viram Tomir andando de avental em direção à porta.

Funcionário: Senhor Siago Tomir?
Tomir: * olhar de fúria
Sally: Ele não sabia de nada, ele achou que você tinha assinado um consentimento
Funcionário: Senhor, o médico realizou uma primeira análise das suas imagens e gostaria de falar com o senhor
Sally: Mas o resultado não ficava pronto só na semana que vem?
Funcionário: Vocês podem conversar com o médica na sala 2

Entramos. Não havia apenas um médico, havia uma junta médica em semi-círculo.

Tomir: Acho importante que vocês saibam o que aconteceu comigo nesta clínica hoje! Exijo providências!
Médico: Senhor, seu caso é grave, é urgente e é cirúrgico. Estamos encaminhando seus exames imediatamente para seu médico, sugiro que o senhor ligue para ele
Tomir: Hã?
Sally: Os resultados já estão prontos?
Médico: Ao realizar os exames sempre damos uma olhada por alto para avaliar a qualidade das imagens. O laudo com os detalhes normalmente demora alguns dias. Mas no caso dele, a seriedade do problema nos fez temer a espera. Decidimos entrar em contato com o médico imediatamente. Sugiro que façam o mesmo

Siago Tomir ligou para o médico, que o mandou direto para um hospital iniciar o pré-operatório. No dia seguinte foi realizada a cirurgia. O médico confirmou que a demora de alguns dias no diagnóstico provavelmente teria sido fatal. As últimas palavras de Siago Tomir antes de ir para o centro cirúrgico foram “O que você fez continua sendo muito escroto e eu nunca vou te perdoar”. Até hoje ele se faz de vítima com isso. Conselho a quem tem um namorado pau no cu que não quer ir ao médico: deixa morrer.

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Comments (56)

  • Também não curto muito esse túnel não…
    Já tive que fazer uma tomografia na cabeça (Nenhum problema, ufa!), mas não fiquei com medo a ponto de precisar ser sedada, he-he.

  • Ah, não dá para comparar lagartixas com um exame não. Elas são nojentas, o exame eu faria independentemente do que fosse. Impressionante o final.

  • Bom mesmo é a Endoscopia! Enfiarem um maldito tubo na sua guela enquanto você baba sucos gástricos é uma maravilha. E também tem o efeito do sedativo que não passa nunca. Eu devo ter falado baleies um dia inteiro. E pra completar, meus acompanhantes fizeram váááarios vídeos de minha pessoa chorando, rindo, babando, tentando falar alguma coisa… muito ridiculo!

    • Camilla, vai por mim, pelo buraco de cima é menos pior do que pelo buraco de baixo… poderia ter sido pior! hahaha

  • Puxa, só de me imaginar dentro desse tubo, mesmo com uma certa mobilidade, me dá aflição!

    Mas como esse Somir te deu trabalho, mulher…

    • Cris, ninguém deve achar agradável um exame desses, mas poxa, quando é a sua vida que está em jogo, você faz das tripas coração e faz a porra do exame. É na hora do perrengue que você vê os culhões de uma pessoa. Garanto que se um dia você tiver que fazer, você vai fazer.

      Siago Tomir me deu muito trabalho, você não pode nem imaginar…

        • Suellen, se pagar bem, será que elas ficam entoando louvores ou quaisquer cânticos religiosos debaixo da janela que dá para o quarto dele?

          • Eles não entoam louvores, por ser uma religião oriental, mas podem rezar um pai nosso, caso você peça, junto com as rezas irritantes deles.

  • Pedro Campolina

    TUdo um bando de boiola. Não quer entrar numa maquina inofensiva pra tratar da saúde…

    Esses homens precisam de um exame pra medir a quantidade de testosterona no organismo.

    • Pedro, eu sei como é ter um medo irracional (vide as inúmeras postagens que já fiz sobre medo de lagartixa). Eu respeito fobia, medo irracional, porque sei bem como é, não acho que seja viadagem. Mas daí a pessoa tem que te comunicar que tem esse medo. O que não pode é não fazer “Porque não quero” ou “Porque não tenho vontade”. E de morrer, a pessoa tem vontade?

      • Pedro Campolina

        Sally uma coisa é ter um medo. Ok pode ter medo. Mas me fala, se não me engano li uma vez que vc tem medo de peixe. Supondo que vc tenha um problema de saúde. Algum tipo de demencia que vai progredir muito rápido, e vai te deixar retardada pra depois te matar. E o único tratamento seria vc passar 3 horas durante 1 semana, dentro de um “aquário” cheio de um peixe especifico, pq as toxinas que ele libera na água, curam esse tipo de coisa. Você pode fazer desacordada se quiser, mas o tratamento vai durar 2 semanas. Você se negaria a faze-lo só pelo seu medo? Uma situação dessas acredito eu que vc passaria por cima desse medo(ou faria desacordada), para sobreviver.

        • Pedro, eu não conseguiria fazer mas pediria para ser sedada e fazer desacordada. E com certeza eu verbalizaria que tinha ciência de que o correto seria fazer o tratamento mas o medo estaria me impedindo, e pediria ajuda. Não ia posar de gostosa e dizer “não vou fazer porque não quero”.

          • Pedro Campolina

            É disso que eu estou falando. Vc faria sedada, e ficaria bem! Mesmo que fosse só um exame sem ter certeza se era algo sério, vc poderia fazer sedada, e não arriscar sua vida.

            • Pedro, com certeza eu faria sedada, e se isso não fosse possível, ia me desdobrar tentando arrumar qualquer outra solução, tipo hipnose. Jamais cruzaria os braços.

              Mas sabe porque pessoas como o Somir fazem isso? Porque SABEM que tem do lado “gente que faz”. Quando você está sozinho e sabe que só depende de você, não faz uma porra dessas. Só tem show quando tem platéia, boa parte do circo que foi meu namoro era culpa minha. Eu batia palma para maluco dançar, sabe? Deveria virar as costas e dizer “Então foda-se você”, queria ver se assim ele não mudava rapidinho… Eu alimentei a neurose do Somir.

              • Pedro Campolina

                Eu conheço esse tipo de relacionamento. Já tive um assim, e talvez até pior que o seu em vários sentidos. Infelismente minha inexperience me atrapalhou na hora de tomar a rédeas da situação.

                E concordo 100% com o que vc disse.

    • @, não aperta. Não faz pressão no seu corpo. É apenas um tubo fechado no qual você fica sem muita mobilidade pois sobram apenas alguns centímetros de folga acima e nas laterais.

      Se recomponha e se controle. O exame não é NADA DE MAIS.

      Eu mesma já tive que fazer esta (*&¨%$#@! OITO vezes, ok? E estou ótima. Isso é faniquito de Somir, não tem justificativa para não fazer! A menos que a pessoa seja claustrofóbica, quando eu recomendo que faça com sedação se for possível. Fobia é uma coisa, intolerância ao desconforto é outra.

      Um dia ainda conto como foi meu exame de trânsito de delgado para vocês verem o que é um exame traumático…

  • Teve uma vez que o médico mandou minha mãe fazer uma parada dessas pra medir a osteoporose e ela se recusou porque disse que não ia entrar num tubo. Isso sem contar que nem eu nem ela sabíamos que era no escuro apertado, quase 1 hora imóvel de ouvido tampado. PUTAQUEOPARIL MIL VEZES!!!!!!!!!!!!!!
    Caralho, a velha tinha razão e eu ainda chamei ela de viadinha. Mas nem fodendo que eu entraria numa porra daquelas!

    • @, se controla.

      O tubo não aperta seu corpo, é apenas um ambiente fechado. Não te comprime nem nada, só existe muita mobilidade.

      É escuro mais ou menos, porque é um tubo aberto (os pés do paciente ficam para fora), então, não é aquela escuridão total.

      O tempo que você passa lá dentro e o tanto que seu corpo entra no tubo dependem da área a ser examinada. Quando se faz de corpo todo ou da região abdominal toda pode demorar um pouco mais.

      O barulho não é nada de mais. É o mesmo barulho que jogo de video-game dos anos 80.

      A parte mais chata eu nem citei, que é a injeção de contraste na veia da mão, mas esse o Somir não fez, eu que tive que fazer.

      É o seguinte: se tem que fazer, TEM QUE FAZER. Não tem dessa de recusa. Tira forças DO CU mas faz, porque não fazer é falta de consideração com seus entes queridos que não querem te ver mal!

  • [OFF TOPIC]
    Decidi reler os posts da Semana Mórbida (e desisti da ideia de intoxicação por remédios, porque provavelmente vomitaria as tripas antes, seria um fracasso, obrigada, Somir), e percebi que agora os arquivos estão organizados por mês. MUITO OBRIGADA, porque a mongol aqui às vezes ficava entediada, decidia reler os posts antigos e sempre se perdia nos arquivos. :D

    • Daniela, se eu te falar que eu não tinha percebido isso, você acredita? Voltamos tão às pressas que eu nem percebi que o esquema tinha mudado. Vai ver é por isso que deu tanto trabalho e demorou tanto, ele não migrou as informações no estado em que estavam, fez novas configurações…

  • Graças a Sally, existe o Desfavor. Mas também, graças a Sally, ainda existe o Somir. Ainda não julguei se value a pena ou não…

    • Phill, tenho certeza que foi nessa que carimbei meu passaporte para o inferno de forma irreversível. Salvar Siago Tomir da morte = bad karma

  • Que romântico,Sally. Por tabela tu ajudou a salvar a vida do Somir…
    Que espírito de luz o seu!
    Eu teria deixado fazendo escândalo!
    Oreee, se existir, tu tem lugar garantido no céu! UIAEHIAEUOHAEIAE

    • Talendo, no céu? Considerando que foi Deus quem adoeceu Siago em primeira instância, acho que a vontade Dele estava bem clara. Eu vou é pro quinto dos infernos por ter tornado o mundo um lugar pior…

    • Bruna, é impressionante como o processo de somirização da humanidade está caminhando a passos largos. Nosso futuro é negro!

  • Caracoles. Queria pensar rápido assim… Normalmente acabo “ganhando” na discussão mesmo, mas é muito mais estressante.

    Vou pensar em aplicar as técnicas de adestramento de cães nos homens…

    • Carol, é tudo questão de prática. Quando você se relaciona por algum tempo com uma pessoa intratável como é Siago Tomir, vai criando mecanismos para sobreviver a isso…

  • Diálogo recorrente entre eu e a muié:

    _Estou muito mal… – Hugo

    _Então vamos no médico – Muié

    _Não quero ir no médico… – Hugo

    _Então vamos comprar um remédio – Muié

    _Não quero remédio… – Hugo

    _Então morre. – Muié

      • Aqui em casa, o “então morre” é seguido por “caso se torne um vegetal entrevado na cama, contrataremos um negão ou uma gorda pelancuda para te dar banho”.

        • Suellen, é o que eu chamo “Efeito Lua de Fel”. Lembra do filme “Lua de Fel”? Pois é, eu sempre falei ao Somir que se ele ficasse aleijado eu ficaria enfiando injeções na perna dele que nem dardos.

          Tem gente que não funciona no amor, só na dor…

          • Enfiar dardos na perna ou talvez chamar meia dúzia de beatas para fazer uma corrente de oração no quarto dele todos os dias…

            • Suelle, isso seria muito engraçado. Vou começar a ameaçar o Somir com isso, porque mesmo hoje em dia, a panaca aqui ainda briga com ele para que ele vá ao médico fazer um checkup anual. Se algo acontecer com ele, colocarei um CD do Padre Marcelo Rossi no quarto do hospital onde ele ficar internado para ele aprender que é melhor prevenir do que remediar!

                • Suellen, elas vão de porta em porta? É possível pedir que façam uma visita à casa do Somir para oferecer bíblias ou coisa do tipo, preferencialmente nos finais de semana, beeeem cedinho?

                  • Sim, de porta em porta não sei. Mas sempre visitam o enfermo no hospital. Quando minha mãe operou do câncer, os membros da filial mais próxima do hospital apareceram todos os dias até à alta lá para dar uma força. E tiravam do bolso para pagar o estacionamento.

                    • Complementando: se você der abertura quando aparecerem, eles mandam ver no proselitismo, discutindo aspectos da religião, oferecendo livros da igreja deles (os livros ‘básicos’ da doutrina são mais de dez) e, pior de tudo, atrelando quase que automaticamente as mazelas do enfermo a questões espirituais.

                      Nesse ponto, o Somir seria uma cobaia excelente, porque além deles estarem dispostos a ajudar um estranho da forma que relatei, eles também pretendem introduzir um serviço de Capelania nos hospitais, tal qual os presbiterianos já fazem há muito tempo no hospital das clínicas aqui em São Paulo e também junto a doentes entrevados.

                    • Suellen, me lembro até hoje de uma das vezes que estive no CTI e entraram estas almas de luz e começaram a rezar do meu lado. Infelizmente eu estava entubada até pelo nariz (sonda naso-gástrica, parece uma tromba) e não pude verbalizar meu sentimento de estar tendo que ouvir preces enquanto morria de dor, mas tive forças para levantar meu dedo médio e elas entenderam a mensagem e foram embora. Pelo visto, Deus gostou ou achou graça, porque eu não morri.

                      Se o Somir for hospitalizado, solicitarei o Delivery de Cristo a você!

                    • Tem uns que vão de porta em porta na casa das pessoas. Mas acho que são Testemunhas de Jeová ou algo do tipo (aquele povo que não pode receber transfusão). Teve uma mocinha bigoduda que cismou com a casa do Somir e tocava lá todo sábado por volta das sete da manhã. Somir xingava mas essa gente não tem auto-estima (camuflado de “perseverança”) e continuava a passar por lá. Um dia Somir se emputeceu, abriu a porta pelado e gritando que ele era o diabo. A moça não voltou mais. Menos mas que seu cão Satanás não estava mais entre nós, porque tenho certeza que ele teria jogado Satanás em cima da mulher…

  • É complicado para quem tem percepção intuitiva afinada fazer-se entender para os outros… Dar ouvido aos nossos instintos requer pagar um preço caro. Principalmente quando envolve outros!

    • Lichia, mesmo que ele não tivesse absolutamente nada de errado, tinha que ter feito a tomografia. Pior do que ter medo de algo inofensivo é ter medo de algo inofensivo e se sentir no direito de sacanear por anos quem também tem medo de algo inofensivo. SiagoTomir é canalha.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: