Ele disse, ela disse: Me dá um dinheiro aí?

Em virtualmente qualquer cidade desse mundo podemos encontrar pessoas pedindo dinheiro pelas ruas. Nem todos por pura necessidade. Quando confrontados com mendigos, Sally e Somir entram numa desavença ideológica na hora de botar a mão no bolso.

Tema de hoje: Dar esmolas, sim ou não?

SOMIR

Sim, com ressalvas. Não consigo enxergar um agente de mudança social prático na decisão de dar ou não esmolas para pedintes na rua. Concordo plenamente que se todo mundo parasse de “financiar” essa atividade, ela acabaria. Mas precisamos tomar muito cuidado com esses argumentos “se todo mundo”…

Quando você precisa trazer o resto da humanidade com você numa mudança de atitude, pode ter certeza que você está bem longe do seu objetivo. Se todo mundo concordasse comigo o tempo todo, estaríamos vivendo numa era de paz e prosperidade inigualável na nossa história. E nem é a minha famosa arrogância tomando conta; provavelmente muitos de vocês também conseguiriam o mesmo feito, dada a condição de concordância e obediência generalizada.

Os problemas desse mundo não estão relacionados à falta de boas ideias, a merda é conseguir colocá-las em prática. Existem tantos fatores para serem levados em conta para realizar cada uma dessas ideias que frequentemente nos vemos travados no meio do caminho. Soluções “ditatoriais” são muito tentadoras, sou o primeiro a admitir, mas precisam de condições pra lá de ideais para funcionarem.

E é levando isso em consideração que eu formulo minha argumentação no texto de hoje: Se precisamos mudar a cabeça de MUITA gente para matar a indústria da esmola, quer dizer que tem mais aí do que simplesmente teimosia popular. Mesmo que as pessoas não entendam muito bem, sempre fazem as coisas que fazem por um motivo.

Não nego que as motivações sejam frequentemente egoístas e preguiçosas, eu mesmo já dei esmola rapidinho para evitar que mendigos de aparência, roteiro e cheiro incômodos tivessem motivo para ficar muito tempo perto de mim. Não é bonito de se dizer, mas muita gente faz também e deve ser levado em consideração. A esmola também pode ser enxergada como um “pedágio” para se manter isolado desse mundo.

A relação não costumam ser muito positiva. Tem gente que fica com o coração partido e quer ajudar mesmo, mas sejamos escrotamente honestos: O mendigo frequentemente gera menos compaixão que um animal de rua. Até porque resolver a vida de um bicho e se sentir um herói por isso é absurdamente mais fácil. Eu estou falando do “desânimo” quase que automático que nos dá ao perceber o quão pouco podemos ou queremos fazer.

Dar esmola ou não dar esmola vai ter um impacto muito pequeno na qualidade de vida de uma pessoa que vive nas ruas. A moeda que você dispensa está financiando subsistência, mesmo quando é gasta em bebidas e outras drogas (vai viver nas ruas de cara limpa por alguns meses e depois me conta se foi bacana, vai…). Aquela pessoa raramente vai ter a sua disposição meios de fazer a mudança para “cidadão”. Muito culpa de um sistema fodido e injusto como o de um país subdesenvolvido como o Brasil.

Tratar mendicância como mera preguiça de melhorar de vida é ranço de uma mentalidade também egoísta: Imaginá-los absolutamente capazes de resolver seu deslocamento social diminui um pouco a sensação de impotência e aplaca a culpa por uma quase que instintiva capacidade de se colocar no lugar de outros. Tem muita gente nesse mundo ferrada ao ponto de não conseguir se virar sozinha. Porra, tem gente que já nasce sem chance. Não confunda pessoas com força de vontade e talentos excepcionais com cidadãos médios. Uma pessoa que “escapa” da rua provavelmente já estaria rica e famosa se tivesse nascido no seu berço.

Se o sistema não cuida, a responsabilidade cai nas costas do cidadão. E pouca gente tem meios ou desprendimento para “adotar” uma pessoa marginalizada. O que dá para fazer é dispor de uma parte do seu patrimônio e/ou tempo para aliviar um pouco a disparidade entre os padrões de vida. E isso não vai resolver mesmo os problemas dessas pessoas.

Sem o apoio do sistema (uma das únicas formas de “todo mundo” trabalhar junto) e sem o apoio cidadão, mesmo que com uma porcaria de uma moedinha, o que que vai restar para a pessoa? Tomar vergonha na cara e mudar de vida porque isso é fácil? Não seja inocente. Mendigar é uma merda de vida. Não é esmola que financia mendicância, é voto.

Mendigo tem no mundo todo, mas os de países pobres que realmente não tem para onde correr. Se morássemos na Noruega, até que eu cederia o ponto da argumentação de hoje. Mas se gente com casa e emprego morre em fila de hospital público, como ter coragem de dizer que o mendigo tem meios de resolver sua vida?

E é essa merda de vida e a situação constrangedora de não ser capaz de se manter por conta própria (ou por conta de pessoas próximas) que me leva a argumentação sobre os safados que fazem de mendicância uma profissão: Eles existem sim, estão mais do que comprovados. Essas pessoas tem chances e oportunidades para se virar de outra forma, mas… ESCOLHEM predar as migalhas de gente que não tem essa escolha. Você quer esse tipo de gente procurando outra linha de trabalho?

Esmola pode ser enxergada como o pino de uma granada. Com certeza seria mais agradável não ter uma nas mãos, mas já que está…

Para dizer que tem certeza que o que você está atacando não são moinhos de vento, para reclamar que eu tentei dar uma visão humanista ao meu desinteresse, ou mesmo para dizer que se todo mundo discordasse de mim o mundo seria ainda melhor: somir@desfavor.com

SALLY

O tema de hoje é curto e grosso. Dar esmolas: sim ou não?

Por mais que muitas vezes eu morra de pena e tenha vontade de dar, eu NÃO DOU. Pode parecer irrelevante, mas se ninguém desse, ninguém estaria tentando pedir. A partir do momento que um dá, todos começam a ter esperanças e pedir. No dia que um popular pedir o cu de uma mulher no meio da rua e essa mulher der, em questão de horas teremos centenas de homens pedindo cu para tudo quanto é mulher na rua. É assim que a coisa funciona.

Pode parecer mesquinho não dar esmola, afinal o que para a gente não é nada pode ser a diferença entre comer ou a fome para quem pede. De fato acredito que algumas pessoas se encontram em uma situação tão calamitosa que precisam desta ajuda urgente. Só que boa parte daqueles que pedem esmola não precisam porra nenhuma e geralmente usam a esmola para comprar tudo, menos comida.

Uma pesquisa recente foi feita aqui no Rio de Janeiro onde se constatou que quem pede esmola nos locais mais receptivos da cidade acaba recebendo uma média de dois reais por esmola e cerca de vinte esmolas por dia. Isso dá um total de R$ 40,00 por dia e R$ 1.200,00 por mês. Ganham mais do que muita gente que trabalha oito horas por dia e tem um diploma, com a vantagem de não ter que aturar chefe chato e poder fazer seu horário de trabalho. É ou não é um incentivo à mendicância? Eu mesmo conheço uma pessoa que trabalhava ganhando R$ 800 e largou voluntariamente seu trabalho de carteira assinada para mendigar, porque trabalha 4 horas por dia e ganha quase o dobro.

Não faz muito tempo vi um documentário na TV sobre esses “mendigos profissionais”. Eles saem de casa de banho tomado, muitas vezes de carro e quando chegam no seu “local de trabalho” vestem roupas xexelentas e contam histórias tristes. Após 3 ou 4 horas de trabalho voltam para casa, tomam um banho e curtem a vida. Francamente, recompensar esse tipo de conduta é muita burrice. Eu sei que nem todos fazem isso, mas a partir do momento que se recompensa quem faz isso, se estimula a que mais pessoas o façam.

Tem também os danos colaterais da esmola. Não sei se em todos os lugares do Brasil acontece, mas aqui no Rio há uma “indústria de aluguel de crianças” para esmola. Mães alugam seus filhos para que eles passem o dia todo acompanhando um pedinte, já que a presença de crianças tende a amolecer o coração de quem dá esmolas. Também tem as mães que tiram os filhos do colégio e os colocam para fazer malabares no sinal para complementar a renda familiar.

Temos ainda as esmolas que financiam o uso de drogas ou o alcoolismo. Não raro vemos gente que pede esmola para comprar comida usando esse dinheiro para comprar cachaça, drogas ou qualquer outra merda. Você não sabe o que aquela pessoa vai fazer com o dinheiro, por isso dar esmola pode acabar sendo contraproducente. A pessoa que você deu uma esmola pode comprar uma pedra de crack, fumar e matar o filho de alguém em um assalto dez minutos depois, por estar completamente alucinado e querer mais dinheiro para comprar mais drogas. Parece um risco que você queira correr?

Nada contra fazer DOAÇÕES. Tem um casaco em casa que não usa mais? Tem um cobertor sobrando? Quer comprar agasalhos só para doar? Ótimo, para no sinal e dá para alguém. Ninguém cheira ou injeta cobertor (a menos que seja o marido daquela leitora que tinha um cobertor chamado “Cheirinho”). Doando você sabe a destinação que será dada ao bem. Dando dinheiro não. Dando dinheiro você pode estar contribuindo para uma centena de coisas que você abomina. A gente mal confia no discernimento das pessoas que nos cercam, quem dirá no discernimento de alguém que não conhecemos e está na rua jurando que quer dinheiro para comprar comida.

Dar esmola é colocar seu dinheiro à disposição de uma incógnita. Você não sabe ao certo o que vai ser feito desse dinheiro, talvez a destinação dada acabe até te prejudicando em um futuro próximo. Até pouco tempo pedir esmola era considerado contravenção penal, de tão socialmente nocivo que o comportamento é. Para quem não sabe, contravenção é uma espécie de “mini-crime”, é algo reprovável, pero no mucho, que não chega a ser crime mas tem uma pequena punição para desencorajar as pessoas a fazê-lo. Caso tenham curiosidade de saber quais são as contravenções penais: Decreto-Lei nº 3.688 de 3 de outubro de 1941. Tem algumas bem curiosas.

Eu tenho plena consciência que tem muita gente que pede porque realmente precisa, porque realmente passa fome, porque realmente tenta trabalhar e não consegue. O mercado de trabalho está uma bosta até mesmo para pessoas com diploma. E minha negativa em dar esmola não se baseia apenas em questionar para onde vai o dinheiro e em desencorajar esse comportamento, mas também em acreditar que esmola não resolve. Quer ajudar? Dê o que a pessoa precisa, na forma de bens: cobertor, alimento, medicação… Nada contra ajudar, tudo contra dar esmola. Você dá uma esmola hoje e amanhã o problema continuará ali. Esmola não apenas não resolve como ainda adia a solução do problema.

A esmola me soa como uma crise de consciência. Porque no Brasil tem isso da pessoa se sentir culpada por ter dinheiro, como se o dinheiro na sua conta bancária fosse tirado da conta bancária de quem pede esmola. Não é. As pessoas que estão na miséria não se encontram nessa condição porque você ganha um salário digno e sim porque o dinheiro público destinado a elas direta ou indiretamente (educação, saúde…) está na conta bancária de um bando de filhos da puta que vivem de embolsar verba. Esmola para aliviar consciência não tem valor.

Dar esmola não é a única forma de ajudar, se fosse talvez até valesse o risco, mas não é. Existem outras formas mais eficientes. Dê emprego, dê comida, dê qualquer coisa que você sabe que será usada para o bem, mas não dê esmola, porque além de correr o risco de se prejudicar, ainda prejudica o resto da sociedade.

Para dizer que quer ajudar mas não o suficiente para se dar ao trabalho de comprar a comida você mesmo, para dizer que não só não vai parar de dar esmola como também vai começar a pedir cu nas ruas ou ainda para meter política, religião e outros assuntos impertinentes ao tema dos comentários: sally@desfavor.com

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Comments (57)

  • Fico bobo com gente me pedindo dinheiro pra comprar SALGADO lá na Av. Lusitana, sendo que lá um salgadinho custa R$ 2,50. Não reclamo da qualidade de tal salgado, mas o preço cobrado não é exatamente barato… Com varejão e outras opções mais em conta que você pode comprar, acho até palhaçada ficar pedindo dinheiro pra isso.

    Isso pra não dizer que conheço uma salgaderia a mais ou menos 1 Km de lá que vende salgado a R$ 0,80. Quer minha ajuda e tá sem grana? Eu podendo, até posso arrumar, mas… Por favor, bom senso não faz mal a ninguém.

    • Ok.

      Acho que muita gente que dá dinheiro dá apenas para se livrar da culpa, não tem paciência de comprar comida. Talvez se todos dessem comida os espertinhos profissionais acabariam tendo que parar de mendigar, pois saberiam que ao pedir dinheiro ganhariam um pão de queijo.

  • Se a pessoa pede por COMIDA, EU dou comida com todo o prazer. Paro que estiver fazendo e compro um pão com queijo em qualquer padaria mais próxima; fome é uma coisa terrível, quem já sentiu de verdade sabe, e se a pessoa está desesperada o suficiente para nem arriscar pedir dinheiro, e sim uma coisa para comer, é porque a situação tá muito ruim. E eu, que moro em cidade pequena, conheço a maioria dos “mendigos profissionais” que costumam zanzar pelas áreas mais povoadas, então tenho uma pequena noão quando alguém está vagabundeando e quando alguém está de fato desesperado. E, mesmo assim, acho que qualquer um que me pedisse comida, eu daria…
    Mas dinheiro? Dinheiro eu não dou nunca mais. Quer dinheiro? Trabalhe. Tome um banho, arranje uma roupa limpa, dê as caras em qualquer empreitadora ou construtora e vá à luta. Qualquer um que tenha vergonha na cara prefere um serviço, por pior que seja, à esmola.

  • Eu não dou dinheiro nunca, mas se estiver em uma cidade que eu conheço, indico qual o CRAS mais próximo, se estiver em uma cidade que eu não conheço, oriento a procurar na prefeitura o endereço da secretaria de assistencia social.

    Se for doente/deficiente, falo sobre o BPC e o que a pessoa tem que fazer pra dar entrada…

    • Pamina, aqui no Rio eles abominam a Secretaria de Assistência Social. Não sei o que fazem com eles lá, mas eles fogem mais do que fogem da polícia…

      • Que triste isso, Sally. Mas eu entendo bem, trabalhei dois anos em um CRAS e vi todo tipo de profissional por lá, até os que achavam que estavam fazendo um “favor” em atender o usuário e atendiam com nojinho…

  • Eu não dou porra nenhuma, nem trela pra esses vagabundos que ficam na rua. Só tenho um pouco de pena dos caras de skate. Sabe quando vc tá no carro e só enxerga a mão do cara na altura do vidro? Aí olha pra baixo e o cara tem as pernas tudo fudida, tá apoiado num skate velho, usa inclusive umas luvas grossas pois passa o dia se empurrando no asfalto? Esses eu tenho dó…o resto não…

    Fiz colegial numa escola enorme, tipo 5.000 alunos, cada um de um lado da cidade, então muita gente não se conhecia. Eu ficava pedindo dinheiro no saguão da escola pra comer um lanche. Depois que meia dúzia estranhava mas me dava 1 real cada eu descia na cantina pra comer meu X-Salada….pelo menos não tava roubando né???

    E Sally, será que rola essa onda da gente pedir e a mulherada dar o cu? Assim fácil? Acho que vale a pena tentar…vai que vira coisa normal…

    • Olha, do jeito que as coisas estão, acho que se você pedir em um lugar badalado onde tenha muita mulher entrando e saindo bêbada, você consegue um cuzinho aqui, outro ali…

      Tente e depois escreva um Desfavor Convidado.

  • Encontrei um gringo (australiano ou americano, sei lá) na semana passada pedindo dinheiro pra ajudar a almoçar, perto do Metrô Tucuruvi, em SP.

    Só eu no ponto de onibus sabia inglês, então tive a paciencia de ouvir ele falar o papo de sempre, só que em outro idioma – “Estou doente (mostra uma carteirinha de deficiente fisico da SPTrans) e preciso almoçar hoje. Só preciso de R$8,50 pra comprar uma marmita” – Eu, percebendo que era dinheiro pra crack, cachaça ou algo do tipo pela aparencia e jeito de falar “Me acompanha lá no bar aqui na esquina que eu te pago um comercial” – “Não, comida aí é muito ruim” passando a mão na barriga, que era um vazio na camisa de tão lesado de saúde, continua a falar com uma ansiedade assustadora “Eu já tenho emprego certo, começo segunda-feira. Só preciso de uns trocados. 2 reais ajuda”

    Esperando o onibus que não vinha nunca e me daria a deixa pra sair dessa situação estranha, acabei dando 2 reais que eu tinha na carteira pra ele e não ia me fazer falta.

    Ele deve ser uma “viúva da cracolândia” como muitos moradores de rua “novos” aqui em São Paulo. Ironia encontrar um gringo nessa situação. BRICS chutando traseiros

    • Ainda tem essa, muitas vezes as pessoas dão não por vontade, mas porque são coagidos pelo medo da reação do pedinte…

  • Mary Tricolete

    Uma vez eu tava lanchando barzinho em frente a meu ap, daí entrou uma velha e me pediu dinheiro pro lanche, eu falei que ia pagar pra ela. Kd que aceitou?! Disse que queria o dinheiro, então eu falei que dinheiro fosse pedir pro Lula, que não sou otária pra ficar distribuindo.
    Outra coisa que me sacanearam foi quando eu e minha mãe doamos uma porrada de roupas pra um bazar que supostamente vendia e ajudava clínica de recuperação de drogados. Depois ficamos sabendo que a vaca da administradora foi afastada porque embolsava e não dava pra clínica porra nenhuma.
    Aproveitando a oportunidade: FLUZÃO 4X1 Putaqparil!!!

    • Mary tem isso direto nos grupos que eu acompanho… Branquim (não vou ser presa, lero lero) diz que precisa de dinheiro para X finalidade (construir abrigos para crianças, por exemplo), voce faz campanha, arrecada, doa. Não recebe uma prestação de contas e dois meses depois os vê pedindo para a MESMA COISA. Igual gente de ponto de ônibus que diz que é do interior e não tem dinheiro pra passagem…

      Com animais então, vixe… pior ainda. Porque tirar merenda de criança acontece mas, pelo menos, é massacrado socialmente. Botar 300 cachorros pra dentro de casa e pedir dinheiro deixando-os morrer de fome é “normal”. Fora o tanto de gente que ajuda porra nenhuma e vem perguntar porque vc não ajuda as crianças genéricas que passam fome… Como se não fosse possível fazer os dois e como se vc fosse obrigado a empregar seu dinheiro onde ELA quer.

      Como alguém citou ainda tem o complexo de pobre que “temos” que ter… Trabalhar 12 horas por dia não justifica ter carro bom no Brasil. Igual a mulher que escapou do sequestro e teve que ler comentário de que errada era ela que comprou uma CRV.

      Foda, viu… Bando de filhas da puta… [momento revolta, sorry]

  • Já fiz coisas piores do que dar esmolas: doava cestas básicas. E, com isso, era feita de boba durante anos. Melhor mesmo é ajudar diretamente numa situação pontual.

  • 1.200 por mês assim facin facin???
    se fosse desse jeito não existiria pobreza ou então estão me enganando? a maioria dos pobres são fakes? e aqueles que eu vejo dormirem no chão da rua em pedaço de papelão? de qualquer jeito curti a sugestão de comprar comida.

    • Não é facin não. Eu disse que em determinados pontos da cidade a esmola chega a isso, mas existem os mendigos-fixos daqueles pontos. Algo mais ou menos como taxista. Se vier um forasteiro tentar de apropriar do ponto, rola até tiro.

      Além disso, tem que ter disposição para enfrentar os riscos de ficar zanzando na rua pedindo esmola, você corre muitos riscos: levar uma surra, ser incendiado, ser roubado por outros moradores de rua, etc.

  • Eu jamais dou dinheiro, por mais que fique sensibilizada. Mas sou totalmente a favor de dar comida.
    É foda mesmo esses fdp que pegam a comida e jogam fora, por isso fiquei mais seletiva e só dou comida pra criança que não aparente ser viciada. Aqui em SP eles são espertinhos, ficam parados na saida do Pão de Açucar e a pessoa acaba se sentindo mal mesmo por estar com a sacola cheia de comidinhas chiques enquanto a criança tá lá pedindo. Ai acaba dando iogurte, caixa de leite, pão e coisas do tipo.
    Depois você anda mais um pouco e vê umas duas mulambentas sentadas num canto da calçada cheias de sacola e dá pra saber que uma é a mãe das crianças. Ai bate uma certa raiva, a pessoa é perfeitamente normal fisicamente, em geral elas são obcecadas por cabelo loiro, porque todas tem cabelo descolorido e tão lá pondo os filhos pra pedir, em vez de levantar a bunda e ir trabalhar, é foda.
    Muleque que pede pastel na feira deve ter colesterol alto. Fica lá a manhã inteira pedindo pastel e deve ganhar uns 5 pelo menos. Eu observei isso no dia que fui fazer exame de direção e tinha uma feira perto.

    Somir
    Eu não me sinto nem um pouco sensibilizada com nenhum tipo de animal, incluindo os de rua. Joguem pedras :)

        • Eu me sinto porque os animais em mal estado estão lá por culpa de algum ser humano filho da puta. Mas não jogo pedras não. Cada um ajuda (ou não) aquilo que acha que tem que ajudar…

          Sobre outros seres humanos, uns me tocam outros não. Tento entender a situação de todos, mas que nem a velha que não quis comida, tem um bando aí que eu não tenho dó. Só respeito…

          Mas eu sou doente mental mesmo… rs

          • Sabe qual é o problema? O animal você TEM CERTEZA que não está lá de sacanagem, nem para te passar a perna, nem para te tomar dinheiro, nem para comprar drogas. Talvez por isso tanta gente se sinta melhor ajudando bicho.

            • É… acho que sim… É como criança… Talvez por isso pouca gente se disponha a ajudar adultos, mesmo que seja (conscientemente) bem fácil, como doar sangue…

              • Exatamente !

                Fora as “fdptices” que já fizeram ou possam ter feito junto com os abandonos – e via argumentações mais recentes, bicho não se aposenta -nem desmerecidamente ou via “INSS MEI” – nem vende votos; jamais pensava que doaria “tão cedo” à aquisição do emprego, mas assim o fiz através 2 ou 3 grupos seríssimos…

  • Raras são as vezes em que dou esmola, justamente por não ter certeza para que é eese dinheiro, aqui na cidade a maioria dos que pedem são crianças usadas pelos pais para esse fim, o que acaba incentivando a “reprodução”. E vou ser sincera com vocês, quando dou é para flanelinha, por medo de arranharem o carro, ou como escreveu Somir, para me livrar do incômodo.
    P.S: Sally muddando de assunto voce uma pesquisa onde se afirma que os ateus tem mais compaixão do que os mais religiosos: http://www.heliopolis.kbahia.net/…/4546-03-05-religiao-os-ateus-teem-mai...

  • Concordo com a Sally. Tudo bem que ás vezes bate aquela dor na consciência, você com “tanto” e negando 1 real p uma pessoa q, pelo menos aparentemente, está precisando p sobreviver. Mas, acaba que o ser humano arruma um jeito de se dar bem em qualquer situação. Cansei de ver no sinal, por ex, crianças pedindo dinheiro ou vendendo chiclete, etc, enquanto as mães(bem acima do peso, normalmente) ficam na sombra esperando o dia inteiro. Ou então gente que vai pedir dinheiro e carrega 2937243 crianças junto p dar pena.
    Um dia eu estava saindo de um restaurante e vi uma mulher se aproximando, ela não aparentava ser moradora de rua, só pobre mesmo. Tava conversando com mais uma pessoa e umas 3 crianças a tiracolo, quando viu meu pai se aproximando começou a fazer cara de choro e contar uma história triste. Meu pai deu um dinheiro qualquer só p se livrar dela logo.
    Tem também quem inventa uma história de cortar o coraçao sobre leite p criança, acidente trágico e não pode trabalhar, e quando você vê, desce do metrô direto p boca de fumo. (no Rio a linha 2 do metrô não é subterrânea)
    Por essas e por outras que infelizmente acabo me esquivando. Se vou fazer doação é de alimento, agasalho, etc.

  • Não dou esmolas, mas quando acontece como em outro dia… em que o sujeito me diz que está com fome, eu lhe compro algo. Já aconteceu de jogarem fora em seguida, mas na maioria das vezes ficam felizes.

    • Dar comida eu concordo plenamente. Fico imaginando, se eu me dou ao trabalho de comprar comida para uma pessoa que pede esmola dizendo que está com fome e a pessoa joga a comida no lixo, acho que eu enfio a porrada no filho da puta!

  • Concordo com a Sally! Eu não confio em dar dinheiro pra algumas pessoas na rua, sendo que é visível que eles não precisam disso pra comer, e sim pra alimentar algum vício.

    Aqui em BH tinha um sujeito que entrava nos ônibus pedindo doações, porque ele é soropositivo e os medicamentos que ele toma são caros. Ele contava a história com tanto drama que conseguia limpar as carteiras do povo no busão. Mas porra, esse tipo de tratamento é GRATUÍTO no Brasil. DE GRAÇA, PORRA.

    Outro bom exemplo é uma das principais escolas daqui (Onde a Dilma estudou quando adolescente! Eca eca eca) A galera do 3º ano pede esmola no sinal pra financiar a festinha de formatura. A turma arrecada em média 50 reais por hora. Mas o que os adolescentes fazem após a aula? Continuam pedindo esmola em nome da escola, pra pagar a fucking conta no bar.
    Eu sou do tipo que ajudo doando coisas, como roupas, comida, etc.

    • Felipe, até acho que algumas pessoas precisam disso para comer sim, mas não temos como saber se é o caso ou se o dinheiro vai ser usado para algum fim indesejável. Por isso, quem quiser ajudar que dê alimentos.

      Quando ao tratamento gratuito para HIV, não sei como é em outros estados, mas aqui no Rio simplesmente não dá para contar com a saúde pública. Hospital não tem nem atadura, muito menos remédio.

      Pedir esmola para financiar festa de formatura é deboche. Da mesma forma que pedir dinheiro por causa de trote da faculdade. Acho inadequado em um país onde tem tanta gente passando fome. E arrecadar 50 reais a hora é muita coisa! Imagina quanto daria no final do mês!

      • Bem, concordo com você em relação a algumas pessoas precisarem disto pra comer. Mas é como você disse, infelizmente não podemos adivinhar se o dinheiro vai ser aplicado para este fim ou não.

        Até onde sei, pois trabalhei durante um bom tempo na secretaria de saúde, o tratamento de HIV é uma das poucas coisas que funcionam na saúde pública do país. Funciona tão bem que gente de fora vem tratar aqui. No Brasil os medicamentos para HIV são distribuídos apenas na rede pública de saúde, as farmácias não vendem este tipo de medicamento (Ao contrário de certos países como USA e alguns da Europa, onde você pode comprar tais medicamentos até mesmo sem receita médica). Como pouca gente sabe disso, acabam caindo na lábia desse cara, que fatura uns bons trocados em cima da falta de informação da galera…

        Eu também sou contra esse tipo de atitude de arrecadar esmola pra bancar festinhas. Se você quer beber, junte do seu dinheiro e beba! Coisa mais ridícula pedir contribuição dos outros pra alimentar suas festas. Eles arrecadam tanto dinheiro que fazem as festas nos melhores buffets de BH!

        • Felipe, infelizmente no Rio o esquema é assim: não tem remédio na rede pública DE PROPÓSITO, daí a pessoa tem que entrar com uma ação judicial obrigado o Poder Público a fornecer o remédio com urgência. O Poder Público é obrigado a COMPRAR o remédio em uma farmácia, pois há uma ordem judicial urgente para ser cumprida e a lei diz que em situações de urgência fica dispensada a necessidade de licitação para aquisição destes remédios. Daí o Poder Público vai e compra por um preço bem mais alto em uma farmácia que seja de propriedade do Governador, do Prefeito ou de algum de seus laranjas. Quem criou esta moda foi o Garotinho… e a coisa pegou.

          É uma distorção escrota e absurda, como quase tudo aqui no Rio.

    • Agora está na moda pedir esmola para pagar a festa de formatura da faculdade! Ficam tentando vender umas revistas vencidas a preço simbólico, tem até máquina de cartão. Ridículo, adultos, ou não façam festa ou trabalhem e paguem por ela em vez de ficar importunando pessoas nas ruas.

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