Flertando com o desastre: Truvada.

A FDA – Food and Drug Administration (a ANVISA dos EUA) anunciou ontem a comercialização de um medicamento para “prevenir” a contaminação do vírus da AIDS. Tremendo desfavor, o responsável por esta merda deveria ser açoitado em praça pública. Ao ler por alto a novidade, da forma como a mídia está colocando, não parece, mas é um tremendo desfavor. Leia um novo ponto de vista aqui.

O nome do medicamento é TRUVADA e consiste na combinação de duas drogas que já vinham sendo usadas no tratamento contra AIDS: Emtriva e Viread. Esta droga já vinha sendo usada (em dosagem diferente) no tratamento contra AIDS e agora pretendem usá-la de forma preventiva. O medicamento em si não é o problema, o problema é o conjunto da obra.

Para começo de conversa, vem sendo recomendado que “grupos de risco” façam uso deste medicamento de forma preventiva. E por “grupos de risco”, pasmem, eles entendem homossexuais do sexo masculino, fechando os olhos para o fato de que boa parte das contaminações acontece dentro de casa, com os maridos passando para as esposas. Verdades inconvenientes incomodam e devem ser colocadas debaixo do tapete. Mas, ainda assim, mesmo que não falemos de pessoas casadas, eu queria saber porque homossexuais masculinos são grupo de risco se mulher também dá o cu. Por acaso cu de homem é diferente de cu de mulher? Cu de homem é mais propenso a doenças? Ou então estão insinuando que homossexuais são mais promíscuos? Acho que se estas pessoas dessem um passeio no Rio de Janeiro mudariam de ideia, não tem raça mais promíscua que mulher solteira por estas bandas.

No anuncio oficial tiveram o descaramento de dizer que “homens jovens e negros que mantém relações sexuais com outros homens” constituem grupo base de risco. ISSO é racismo, não chamar seu amigo de “negão”! Naonde que se você é negro tem mais chances de contrair HIV? Cadê o embasamento disso? Cu de negro é mais permeável? Puta que me pariu, onde está a histeria intocável quando a gente realmente precisa dela! Este absurdo passou em brancas nuvens, porque ninguém lê o estudo em si, ninguém vai na fonte, as pessoas só param para ler o que sai em grande portal de notícia.

Outro fato que preocupa é a eficiência do medicamento, que pode reduzir os riscos de contaminação em média entre 40 a 70%, sendo a eficácia média calculada em 44%. OI? MENOS DA METADE? Porra, se não funciona 100%, a pessoa tem que usar camisinha, que funciona 100%, logo, porque usar o remédio? Porque anunciar com estardalhaço de grande descoberta? Tá tão grande assim a vontade de ganhar dinheiro às custas do medo ou do sofrimento alheio? Sério mesmo, 44% e 0% são o mesmo que nada em matéria de prevenção quando já existe um método que é 100% eficaz se for bem utilizado.

Mais um dado preocupante: a ANVISA registrou o medicamento no Brasil, o que significa que em breve ele poderá começar a ser vendido por aqui. Neguinho já não usava camisinha quando havia risco galopante de contaminação, vocês acham que vai acontecer o que quando começarem a vender esse remédio aqui? Fato: o brasileiro médio é aquele que enfia supositório na boca e aspirina no cu, é aquele que para de tomar o antibiótico no quarto dia, assim que sente a primeira melhora, é aquele que chega no pronto socorro com garrafa de skol presa no cu! Vocês acham mesmo que esse tipo de pessoa vai compreender que “o remédio que previne AIDS” funciona com capacidade limitada em 40% dos casos? Evidente que não, neguinho vai tomar e vai fazer o caralho a quatro achando que está super protegido. São pessoas incapazes de seguir ordens médicas. Quem não consegue compreender que um antibiótico deve ser tomado por sete dias mesmo que os sintomas da doença tenham desaparecido não vai compreender 40% de eficiência.

Talvez compreender nem seja a palavra. Já falei disso no texto sobre a suposta humildade do brasileiro. Muitas vezes não é ignorância, no sentido de desconhecimento, é se achar espertão, achar que sabe mais do que o médico, achar que é imortal, achar que nunca nada de ruim vai acontecer. Graças a essas bostas estão surgindo diversos problemas de saúde pública que afetam pessoas responsáveis como você e eu, por exemplo, as superbactérias que criam resistência aos antibióticos porque esses porras param de tomar no quarto dia. Não pense que a comercialização deste remédio não te afeta, pois um dia pode te afetar.

Me diz, porque merdas jogar no mercado um medicamento que não é 100% eficaz? Vai ter que continuar usando camisinha do mesmo jeito, não vai? Então PORQUE? Não venham me dizer que é para o caso de uma camisinha estourar, porque existem medicamentos que se ministrados logo após a contaminação podem prevenir o contágio (tipo uma pílula do dia seguinte para AIDS). Até porque, este medicamento vendido como “preventivo” pode ter apenas 40% de eficiência, então, nem para te proteger de uma camisinha estourada serve. Vai servir para o excesso de confiança do brasileiro gerar um novo surto de AIDS no país, só para isso. Daí você pode estar pensando “Sally, eles que se fodam, quem for otário de fazer sexo sem camisinha que se foda todo, que se contamine todo e morra”. Ok, mas e os milhões de filhos que esses idiotas vão ter? E os milhões de bebês que vão nascer com AIDS sem que os pais nem desconfiem? E as pessoas que são infectadas não por irresponsabilidade e sim por circunstâncias alheias à sua vontade? AIDS qualquer um de nós pode ter um dia, mesmo tomando cuidado.

Para completar, no grande pacote da ignorância+arrogância brasileira tem essa cultura de não ir ao médico fazer exames no geral, porque “quem procura acha”. As pessoas se portam como se o fato delas não saberem que estão doentes signifique que elas não estão doentes. Neguinho acha que ir ao médico “atrai” doença, que se for o médico vai acabar “encontrando” alguma coisa e se não foi vai ficar tudo bem. Sim, é tosco até dizer chega, mas as pessoas preferem a negação, mesmo quando isso coloca em risco a vida de um filho. Esse tipo de gente não tem senso de responsabilidade. Vai ter gente pegando AIDS, achando que não tem e fazendo filho com a consciência tranquila, porque afinal, sempre tomou o remédio que previne AIDS.

Outro ponto relevante: essa porra VAI SER CARA. Não tenho ideia do preço, mas está na cara que ninguém lança uma titica que é 44% eficaz se não for para capitalizar em cima do desespero alheio. Daí essa porra cara vai ter que ser fornecida pela rede pública de saúde, para fazer mais mal do que bem dando uma falsa sensação se imunidade a uma doença que mata. Adivinha quem vai pagar? Isso mesmo, você e eu. Nossos impostos serão usados para que a rede pública forneça uma droga ineficaz para o fim que se presta quando um pedacinho de borracha de menos de cinco reais resolve. OI? TEM COMO SER MAIS DESFAVOR DO QUE ISSO?

Tá pouco? Quer mais desfavor? Sabe aquelas linhas pequenas onde colocam as coisas desagradáveis, que ninguém lê? Pois é, nos estudos sobre esta nova droga tem umas notinhas de rodapé bem discretas onde se afirma que se por um equívoco uma pessoa já portadora do vírus da AIDS fizer uso preventivo com o medicamento dá merda. Dá merda MESMO, dá merda de criar uma nova “raça” de vírus super resistente ao uso do medicamento como tratamento (e não como prevenção). Agora realiza, vamos exercitar nossas mentes e entrar na cabeça de um brasileiro médio. Momento devaneio:

Em um exemplo meramente ficcional, pensemos em um membro do sexo masculino acéfalo. Vamos chama-lo de Alicate. Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou acontecimentos reais é mera coincidência. Alicate faz sexo com tudo que se move. Alicate acha que se a mulher for “limpinha” ela não tem AIDS, além disso ele acha que você pode reconhecer a mulher que tem AIDS pelas mãos, pois se as unhas estiverem bem feitas é uma mulher preocupada consigo mesma, que se cuida e que não está doente. Mas, como de vez em quando Alicate come um traveco aqui, outro ali ou então uma mulher de classe social mais baixa (porque na cabeça de Alicate, AIDS está ligada a classe social) ele decide começar a tomar o Truvada.

Alicate vai ao médico e pega uma receita, se preciso for, ele mente e diz o que o médico precisa ouvir para lhe prescrever o remédio. Talvez Alicate até coloque chinelos e uma bermuda rasgada e pegue o remédio no posto de saúde perto da sua casa, onerando a você e a mim. Alicate começa a tomar o remédio e se acha espertão, super imune e tira onda com isso. Alicate tem certeza de que está protegido até contra câncer, porque ele teve a brilhante ideia de tomar não um, mas DOIS comprimidos, “porque tomando o dobro faz mais efeito”. Alicate é espertão. Se achando super protegidão (o dobro dos otários que tomam um comprimido só), Alicate come a tudo e a todos.

Alicate já não ia ao médico antes, porque “vai que ele acha alguma coisa”, imagina se vai ao médico depois de tomar dois comprimidos e ter “o dobro” de proteção que todo mundo. Não vai e continua comendo geral sem camisinha, porque “usar camisinha é chupar bala com papel”. Ele não precisa disso, ele tem o remédio que “previne AIDS”. Ele leu no site que previne, então deve prevenir mesmo. Tudo bem que ele não leu a matéria, apenas viu a machete, mas se na manchete fala que previne, então Alicate acredita. Um colega de trabalho conta que leu em um blog cheio de palavrão que não é bem assim, mas Alicate prefere acreditar na versão mais agradável. Só por precaução, ele passa a tomar três comprimidos.

O que acontece? Alicate acaba pegando AIDS. Alicate vai saber que está com AIDS? Nããããão, porque Alicate não vai ao médico, ir ao médico é para os fracos, os fortes vão à igreja quando a situação aperta pedir milagre para Deus! Daí Alicate, portador do vírus da AIDS, continua tomando Truvada em pequenas doses para prevenir algo que ele já tem. Essas pequenas doses funcionam como uma vacina PARA O VÍRUS DA AIDS, que cria resistência ao Truvada, medicamento que mais tarde será usado para TRATAR a doença e NÃO VAI FUNCIONAR. Nesse meio tempo, Alicate passa seu SUPER VIRUS DA AIDS para meio mundo, que também não conseguirão tratamento, graças aos três comprimidos diários que Alicate toma todos os dias por conta própria.

Alguém honestamente duvida que isso aconteça em larga escala aqui no Brasil? Não duvidem, acontece. Não tenho noção se isto vai acontecer nos EUA, acredito que sim, pois idiotas ali não faltam, mas no Brasil, é certo. Tenham medo.

Ainda tem um detalhe: um medicamento de uso diário é algo bem complicado de se ministrar, sobretudo para gente ignorante. Eu quero só ver neguinho lembrando de tomar essa porra todos os dias. Se fosse para um bem maior, como erradicar AIDS, acho até que a Globo tinha que colocar lembrete antes de começar a novela, mas para uma porra de resultado deficitário… francamente não compensa. Nos EUA, que supostamente o nível intelectual é maior, deu uma merda danada nas pesquisas porque apenas 10% dos usuários conseguiram lembrar de tomar os remédios todos os dias!

Daí você pode pensar “Mas Sally, pode não ser grandes merda no Brasil, onde as pessoas tem a escolha de usar camisinha, mas em lugares como a África, onde mulheres contraem HIV de seus maridos ou tem que se prostituir sem condições de usar camisinha, é melhor do que nada”. Pois é, o ser humano é uma merda. Os estudos com este medicamento na África foram suspensos, sabe porque? Os cientistas não percebiam qualquer melhora no quadro geral e quando fizeram exames de sangue nas mulheres para testar os índices da droga em seu organismo perceberam que elas simplesmente não estavam tomando, pois não acreditavam que pudessem pegar AIDS de seus parceiros. Nem mesmo as prostitutas, com grande numero de parceiros, tiveram a preocupação de tomar. Faz o que quando o material humano deixa tanto a desejar?

Do jeito que esse povo é bunda, se alguém se manifestar de forma contrária ao uso desse medicamento vão começar a xingar e gritar porque essa pessoa é a favor da AIDS. É assim que as pessoas raciocinam: se você é contra uma coisa, é por ser a favor da outra. Esse povo bunda só sabe fazer a análise em abstrato ou então tomando a si mesmos como exemplo (vide pessoas que ainda acham que com ESSE povo bunda dá para legalizar o uso de drogas). Poucas pessoas tem noção da realidade e conseguem ver a sociedade brasileira como ela realmente é, formando sua opinião com base no brasileiro médio e não em si mesmos. Não os culpo, é desesperador demais ver a sociedade brasileira como ela realmente é, quem consegue ou vive angustiado ou sai do país.

Fatalmente essa porra vai passar a ser vendida ou até mesmo fornecida gratuitamente no Brasil e quem se opuser vai ter que ouvir um “Você gostaria que seu filho tivesse AIDS e o governo negasse remédios para ele?” e similares sem a menor lógica. Isso se não foi acusado de “inveja”, porque não importa o que ocorra, quem critica sempre tem inveja. Vai dar merda, vai dar uma merda enorme e no final das contas vão fazer parecer que deu merda por algum motivo de força maior e que a culpa não é de ninguém. Essas são as minhas impressões, 12h depois do anuncio da “novidade”. Quero ouvir as impressões de vocês.

Adoraria que esse pensamento pudesse alcançar as cabecinhas ocas que acharão o tal remédio um milagre “na prevenção” da AIDS, mas não vai, porque eu escrevi uma porra de um texto de quatro páginas e esse povo de cansa depois de ler 140 caracteres. Ou seja… fodeu tudo, e a gente vai ter que ser obrigado a assistir.

Mais do que nunca, usem camisinha. Usem camisinha de adamantium, porque o que mais tem é Alicate no Brasil. Alicates com diploma, Alicates com dinheiro, Alicates com carro importado. Independe de classe social. Usem camisinha. Dirijam-se até a papelaria mais próxima e plastifiquem seus paus para todo o sempre. E não tomem esta bosta de remédio que não serve para nada…

Para dizer que eu tenho inveja de quem tem AIDS, para dizer que eu sou a favor da AIDS ou para dizer qualquer outra merda sem sentido e cansar minha beleza: sally@desfavor.com

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Comments (105)

  • Sally, estou lendo um livro bem interessante sobre o cérebro e como ele foi moldado pela evolução. Tem uma parte bem bacana sobre como lidamos com probabilidades que explica boa parte da confusão aqui em relação aos homossexuais.

    A estatística não mente. Se o levantamento de dados for bem feito e disser que 80% dos contaminados por uma doença tem determinado comportamento isso pode e deve ser usado para prevenção de novos contágios.

    Suponha que todo ano 100 pessoas são contaminadas por uma doença. É feita uma campanha voltada para os 80%, essas pessoas se cuidam melhor e o contágio se reduz pela metade nesse grupo. No ano seguinte você terá 20 doentes que não foram alvo de campanhas + 40 doentes que foram alvos de campanha mas se infectaram mesmo assim. Total de doentes caí de 100 para 60. Isso não é um bom avanço?

    Só que o ser humano insiste em ignorar isso pois seu vizinho faz parte dos 20% e não tem o comportamento dos 80%. É ilógico e irracional porém tem sentido dentro da evolução de acordo com o livro.

    O ser humano como o conhecemos hoje viveu mais de 90% de seu tempo evolutivo em pequenos grupos. Aldeias e cidades são bem recentes na escala evolutiva. Quando você vive em um pequeno grupo enfiado na floresta e um membro do grupo pega uma doença após ser picado por um mosquito, é grande a chance de você ser picado também, pois está perto de você. Nesse sentido o que acontece com seu amigo é mais importante do que o que ocorre com milhares de pessoas longe de você e que você não tem contato.

    Portanto o cérebro humano ainda não se “acostumou” com a idéia de ter acesso a informações de grandes populações. Daí quando lemos algo que diz que os homossexuais tendem a ser mais promíscuos, pensamos em nosso amigo gay casado e em todos os caras galinhas que conhecemos, portanto essa estatísca não pode ser verdade…nosso círculo próximo é mais importante lembra?

    Trabalhei em marketing em uma grande multinacional e é incrível como o comportamento das pessoas varia bem pouco de um país para outro. Pode ser um pouco entediante, mas o que funciona na Suécia e no Japão tende a funcionar no Brasil. Não é o caso obviamente do Truvada…

  • Usem camisinha, E também: você, amiga de unhas bem feitas (portanto não portadora do vírus) que vai ao salão toda semana e usa O MATERIAL PORCAMENTE ESTERILIZADO pelas funcionárias de lá: levem o seu.

    O que eu vejo de mulheres usando sem a MENOR PREOCUPAÇÃO os instrumentos que a manicure usou em 9495803 mulheres antes, não é brincadeira. Fico pensando se sou EU (que raramente vou ao salão, portanto raramente estou com as unhas BEM FEITAS, portanto para o “Alicate”, estou no grupo de risco) que sou exagerada por SEMPRE levar o meu próprio material, ou se essas mulheresdeunhasbemfeitas que estão certas por confiarem plenamente na esterelização realizada por esses lugares (isso considerando que lixas e palitinhos serão DESCARTÁVEIS, o que sabemos que NÃO acontece).

    Mas, que seja. Prefiro pagar de maluca/neurótica/nojentinha, que contrair alguma doença dessa forma imbecil.

    E Sally, suas “previsões” do desenrolar disso tudo me angustiaram. Você é quase um Nostradamus, porém com lógica.

    • Isa, você tocou num ponto importante. Muito difícil um salão que consiga esterilizar corretamente o material, no máximo tem umas estufinhas safadas que não matam germe algum. Tem que procurar aqueles pacotinhos lacrados com uma fita que muda de cor quando chega à temperatura correta… ou seja, mais fácil levar o seu alicate!

      Espero honestamente que as previsões estejam erradas!

  • Vixe, fudeu de vez! Imagina um brasilóide que vota no Tiririca e assiste A Fazenda ligando o SAP mental: Oba! Vou poder dar e comer cus, comer xoxotas a vontade porque inventaram a cura conta a Aids! Obrigado, Gzuis!
    Se alguma coisa der merda ainda tem como dizer que foi a porcentagem de erro.
    O mundo deveria mesmo acabar em 12/12/2012.

  • Perfeito, Sally!
    Sempre que leio esses textos de critica ao brasileiro fico bastante decepcionada, principalmente pq não é mentira, não vejo exagero aí!
    Agora um ponto sempre me causou desconforto: ANVISA. Esses critérios de grupos de risco, leis que precisam ser aprovadas e não aprovam… etc, etc, etc…. Muito nebuloso pra mim!

    • Esses critérios da ANVISA me parecem bastante preconceituosos, será mesmo que hoje em dia ainda existe um “grupo de risco”?

  • Sally, você não entendeu o raciocínio do Alicate, é muito mais profundo que você imagina.

    Como tem 44% de efetividade, ao tomar 2 comprimidos ele está 88% protegido. Depois de um tempo percebeu que havia risco ainda, portanto passou para 3 ou 132% de proteção !!!

    Quanto a doação de sangue, se não me engano eles testam 100% das doações e jogam fora se der positivo para AIDS. Nesse caso o hospital arca com o gasto da coleta+teste+descarte.

    Imagino portanto que para reduzir esse gasto de coleta+descarte de doadores contaminados pensaram em usar o questionário para eliminar na triagem esse tipo de doador. Para isso tem que usar o critério menos pior, provavelmente usam estatísticas com proporção de contaminados por grupo de pessoas com um tipo de comportamento.
    E se não for pra confiar no que a pessoa diga, de que outro jeito poderia ser feito com um custo baixo?

    Fica difícil negar o fato de que pessoas mais promíscuas tem mais chance de contrair DSTs. Pelo que sei o comportamento sexual de homens homossexuais é mais promíscuo que o de mulheres heterossexuais. Não faço juizo de valor aqui, mas o seu próprio exemplo do “Alicate comendo qualquer coisa que se mova” é a prova de que homens são mais propensos a comportamentos sexuais de risco.

    Portanto, do ponto de vista de políticas públicas de saúde, existem sim grupos de risco. Negar isso é negar a esses indivíduos uma atenção mais dedicada que pode ajudá-los.

    Mas eu sou somente um porco reacionário que não quer acreditar em um mundo melhor…

    • Acho que não é apenas o comportamento promíscuo que majora os riscos, o comportamento OTÁRIO também e nisso mulher é campeã! O que tem de mulher não usando camisinha com seu parceiro porque “confia” nele e depois descobrindo que o sujeito não era boa bosta… Muito homem não usa camisinha quando trai, vira e mexe tem um famoso engravidando alguém para confirmar (Gagliasso? oi?). Sei lá, acho que hoje não existe mais grupo de risco.

    • Bionicão, sinceramente acho que um exame inicial antes da doação, com recomendações antes poderia ser de ajuda justamente para minimizar os problemas com a “janela”.

      E no caso de detecção de algum problema se notifica a pessoa antes da doação, se reduzindo o gasto. Caso não se detecte nada, se procede com a doação.

      Mais eficiente do que usar “estatística”, que é um tiro no escuro.

      • Não entendi, vc está sugerindo um exame prévio? Como seria? Faz o exame, espera 15 mins o resultado e aí faz a doação?

        • Infelizmente, não é tão simples. Se faria a recomendação de os doadores não manterem qualquer comportamento de risco durante o período de janela para o exame de sangue (cerca de 20 dias) e durante os dias que se seguiriam a esta janela até que o resultado saísse para ter um veredicto se pode doar ou não.
          Caso não dê problemas no exame, se faz a coleta, senão se notifica o doador.

          • Bem, se não é tão simples…provavelmente não iria funcionar…

            Então vamos ser chatos e montar o protocolo a ser seguido:
            1- Doador se dispõe a ir doar sangue, coleta-se uma amostra
            2 – Faz-se um teste na amostra torcendo muito para a pessoa não fazer muita merda nesses 20 dias
            3 – O posto de coleta entra em contato com a pessoa, avisa que está tudo ok ou que deu merda.
            4 – O posto tem aguarda a pessoa retornar, o que pode demorar alguns dias.
            5 – Quantos dias de tolerância estariam previstos? Pois após o retorno ao potencial doador ele poderia levar algum tempo para retornar.
            6-Após receber a doação o sangue tem que ser testado e jogado fora caso esteja contaminado.

            Então cria-se um protocolo caro e complexo para terminar fazendo a mesma coisa, tem que testar TODO o sangue coletado e jogar fora se contaminado.

            Comparando-se as 2 possibilidades, considerando que o custo de coleta+testes+jogar fora sangue contaminado é igual nos 2 casos.

            No procedimento atual você tem uma pré-entrevista meio desagradável que vai eliminar os potenciais doadores considerados claramente de grupos de risco. O custo desse procedimento é relativamente baixo. Alguns potenciais doadores que não estão contaminados seriam eliminados e alguns deles ficariam um pouco chateados.

            No procedimento proposto você elimina a pré-entrevista, mas o custo é baixo, portanto o ganho é pouco, os potenciais doadores não ficam chateados. Por outro lado você tem um gasto extra com um pré-teste a mais das amostras, um gasto maior de pessoal contatando os potenciais doadores que passaram e insistindo para que retornem e façam a doação. Alguns dos doadores potenciais não vão retornar ou vão demorar pra fazê-lo, portanto o teste é jogado fora.

            Se você fosse o DONO do hospital onde serão recebidas doações qual dos dois procedimentos escolheria? Pior ainda, se fosse um administrador de um hospital público com recursos limitados ( sempre são, sempre serão), e soubesse que QUALQUER REAL gasto a mais no procedimento de doação de sangue está sendo obrigatoriamente retirado de outra necessidade, como cuidar de pacientes com câncer ou algo assim, o que faria? Escolheria magoar um pouco um grupo pequeno de pessoas que voluntariamente vieram doar sangue ou cuidar de pessoas que não escolheram ter uma determinada doença?

            Acabo sempre escrevendo muito pois gosto dos impopulares, quase sempre tem boa intenção. O problema é que as soluções simples para problemas complexos seduzem muita gente…acabo sendo o chato da história…

            • A chave do sucesso de tal estratégia ficaria na abordagem das pessoas que pretendam doar sangue, sendo que nisso estou considerando o perfil do eventual doador de sangue.

              Na vida real, um Somir da vida dificilmente vai se preocupar com tal questão, a não ser talvez em caso de necessidade ou por efeito de campanhas de divulgação (seja pela mídia ou pelo boca-a-boca). Já uma pessoa tipo a Sally (disciplinada é apelido) tende a ser o perfil mais próximo do doador habitual, sendo que é por isso mesmo que estou considerando um planejamento mais complicado.

              Com as pessoas mais jovens, é mais adequado mesmo ter rédea curta justamente por serem muito influenciáveis. De qualquer forma, o oferecimento de um exame preliminar a doação pode fazer com que se mate dois coelhos com uma só cajadada.

              Por um lado, se utiliza adequadamente a estrutura para a detecção de doenças que podem causar sérios danos a outras pessoas. Por outro, se aumenta o interesse na doação de sangue.

              Claro, o material de orientação as pessoas que se candidatem a fazer doação de sangue tem de ser adequado justamente a isso. Recomendar a não se fazer relações sexuais sem proteção (no possível abstinência) e tomar cuidado com outras possíveis formas de contágio durante o periodo de janela do pré-exame.

              • Desculpa cara, mas você só complicou mais ainda sua proposta. Ao complicar ainda mais a abordagem a potenciais doadores se torna necessário ter melhores profissionais ( mais caros) e mais treinamento ( mais dinheiro).

                Tudo somado, ainda prefiro deixar alguns chateados com o questionário.

              • Bionicão, o Hemocentro é um serviço PÚBLICO, que já é custoso por si só.

                O custo do material de orientação (encarte com as orientações) é relativamente baixo e a publicidade poderia muito bem ser diluida na verba que o ministério da saúde já usa em outros trabalhos.

                O exame preliminar não teria problema nenhum e depois do resultado preliminar (com negativo), pode se proceder a doação de sangue.

                Por incrível que pareça, dá para ter economia justo ai com o material não usado para recolhimento de sangue.

                A implementação do modelo que coloco é factível, ainda que não seja tão fácil.

        • Os exames atuais podem ter resultados entre 20 e 40 minutos com índice de acerto de 92% (teste “caseiro”)…

          • Carol… O problema neste caso é o falso negativo que ocorre nos contaminados há menos de um ano (pelo exame de carga viral) e menos de 20 dias (pelo exame de detecção indireta).

            Por isso que estou falando da “janela”, Carol. Não me leve a mal.

            • Não, fica tranquilo… entendi o que o vc quis dizer…

              Estava só tentando uma forma de minimizar um pouco o risco da entrevista, mas considerando a janela não tem jeito de ser 100% mesmo… Não precisaria esperar 20 dias pelo resultado de um exame porque a confiança de não-comportamentos de risco nesse período é a mesma do que se fizermos a doação com entrevista… Ou seja, ser humano é uma merda mesmo.

              • Conclusão que eu cheguei, lendo tudo e refletindo um pouco:
                O cara tá lá, estrupiado, acabou de sofrer um acidente grave ou então cirurgia problematica e precisa de sangue ou ele morre ali mesmo em meia hora.
                Se tiver o sangue doado, ele tem lá um percentual considerável de pegar doença ou ter reação causada por medicamento (uns 20% de chance?), mas ainda tem maravilhosas chances de que esteja tudo ok com o sangue e ele vai ficar super bem, se recuperar e tal.
                Conclusão é que é melhor arriscar com o sangue doado. Pelo menos não morre ali de cara.

                Não é a melhor coisa do mundo, mas é o que tem pra hoje.

  • Sally, eu achei curioso um cartaz que colocaram no quadro de avisos da empresa sobre doação de sangue, no qual diz que não devem doar sangue homens que fizeram sexo com homens.

    Eu que sou hétero já fui mais promíscuo que muito gay, e já fiquei com várias mulheres sem usar camisinha.

    Mas estou limpo, fiz o exame.

    • Pois é, tem essa presunção de que gay é mais promíscuo. HOMEM é promíscuo e ponto. E mulher está indo pelo mesmo caminho…

      • Vai ver essa cambada de ignorante chega é ao cúmulo de achar que promiscuidade e ser gay são sinônimos… O nível de estupidez que a gente vê por aí é tanto que não duvido que essa idéia cretina pode já estar povoando algumas cebecinhas…

        • Sim, as pessoas acham que é inerente ao gay ser promíscuo. Curioso é que eu vejo justamente o contrário. Quem come prostituta sem camisinha alegando que elas “não tem perigo porque elas se cuidam mais do que garota normal” é hetero…

          • Isso é porque eles se acham super-especiais… Para eles, a prosti só não se cuidou com o fodão em questão… Eles nunca pensam que se ela não usou nada com ele, pode não ter usado com outros 500. Mas é mais fácil acreditar no “vc é o primeiro”…

              • HAHAHAHAHAHAHAH!! Sally, vc poderia fazer um texto falando sobre prostitutas. Todos os homens têm certeza de que elas gozam com os fodões… acho até engraçado, mas já tive vontade de bater num imbecil que me falou isso com convicção… vai ser idiota assim la na pqp…

                • Sim, a puta goza só com ele! O fato dele estar pagando não faz a puta dizer o que ele quer ouvir. Além disso a puta é mais limpinha que as outras mulheres, se cuida mais. Vou fazer um texto sobre isso sim, a relação dos homens com prostitutas é completamente deturpada na cabeça deles!

                  • Sally, eu já levei uma puta ao cinema e fiz passeio de mão dada. Ela cozinhou pra mim na casa dela.

                    Até pensei que gostava de mim porque ficou com ciúme porque contei que havia ficado com outra.

                    Mas um dia ela estava triste e perguntei o que era…precisava de dinheiro pra pagar a escola da filha dela.

                    Disse que havia sido demitido nesse mesmo dia…ela sumiu.

                    O sexo era bom, mas não tanto pra sustentar.

                    E tem muita puta não sindicalizada, que não estão em bordéis e agem assim.

  • Sallyta, esqueceu de citar uma outra coisa que brasileiro médio não costuma fazer, porque acha que é perda de tempo: pré natal.
    Não sou especialista, mas já ouvi de fonte confiável que com pré natal dá pra detectar várias doenças, inclusive aids e evitar que passe pra criança.

    E outra coisa, as pessoas se esqueceram que existe DST? vão tomar esse remédio e sair por aí se expondo a sifilis, gonorréia, herpes e etc.
    Falta de o ministério da saude fazer uma campanha terrorista, espalhar por aí fotos de genitais com essas doenças. Certeza que ao menos para as crianças (que são mais impressionáveis) ia funcinar muito bem, seria um bom preparo pra nova geração.

    • É verdade, dentre os muitos exames que não se costumam fazer, um deles é o pré-natal.

      Eu sou super favorável a campanhas que chocam a população, mas essa onda politicamente correta dificilmente vai permitir esse tipo de coisa.

    • Daniele, infelizmente isso não é tão eficaz. A criança pode ficar atemorizada, mas a medida que vai passando para a adolescência e para a vida adulta, vai perdendo o medo e ligando o FODA-SE.

      Mais eficaz é tratar do risco de uma gravidez indesejada e das DSTs e do ônus financeiro disso.

      • Eu via essas coisas quando era pequena e te garanto que o medo não passou.
        Tá certo que eu não sou parâmetro pra ninguém, mas uma boa parte acho que convencia.

        • Daniele, você é uma exceção. Plantam tanto medo na cabeça das pessoas que tem uma hora que você cai num impasse onde tem de escolher entre ficar a margem do medo, beirando a paranoia ou então tocar o foda-se.

        • E a maioria, ainda que aos poucos, vai tocando o foda-se para aqueles medos que ao fim acabam por prejudicar a possibilidade de uma vida mais leve e menos preocupada.

    • E quanto ao pré-natal, também entra ai a questão da estrutura médica, que pode ser problemática em muitos casos. Não basta a boa vontade da pessoa querer cuidar da criança. Precisa de uma boa cobertura médica para não passar aperto.

  • Só fico preocupado mesmo é com essa geração nova que está descobrindo agora as delícias do sexo, porque a srª imprensa fez o favor de introjetar nas mentes juvenis que o coquetel anti-aids era a panaceia esperada e o resultado é que a curva da AIDS cresceu muitíssimo, sem considerar as subnotificações. Fui doar sangue e o Hemorio simplesmente recusou, dizendo que sou do grupo de risco por ser gay! Subi no salto, briguei, gritei, esperneei e esfregaram na minha cara a portaria da ANVISA que embasava o preconceito. Dizeram que só aceitariam meu sangue se eu ficasse sem dar o cú durante um ano! Jamais, queridinha! haushaus.
    Agora vem o pior: uma semana depois, recebo um telefonema da Santa Casa da Misericórida me convidando a doar meu sangue gay(sic), ou seja, bastaria eu comparecer e dizer que não!, não sou gay! Uma bagunça total!

    • QUE ABSURDO não aceitarem seu sangue! Até parece que existe essa coisa de “grupo de risco”! Hoje em dia SER HUMANO é grupo de risco!

      • O pior é acreditarem cegamente no que a pessoa diz. Qualquer um pode dizer qualquer coisa.
        Vai o Alicate da vida, ficou na farra e não foi trabalhar 2 dias seguidos, aí vai lá doar sangue pra se livrar de tomar uma falta, na hora do questionário fala que não, nunca faz sexo sem camisinha.
        Complicado isso. A palavra do brasileiro médio não vale muita coisa.

        Deviam é estabelecer a meta de zero contaminação por transfusão e investir em exames mais eficazes para detectar o virus no início. Ao invés de alardear esse remedio 40%.

        • Ainda tem essa… o critério para doação é a palavra da pessoa? Puta que pariu! Nunca doei sangue (antes que me xinguem, não posso), não sabia que era feito assim!

              • Da última vez que tentei doar, me barraram por causa do Roacutan ( remédio para acne).
                Fui doar nessas campanhas de um conhecido internado no hospital. Se uma mulher grávida recebesse meu sangue, ela corria o risco de abortar. (Mulheres quando fazem o tratamento com esse remédio tem que assinar um documento se prontificando a não engravidar).
                Não sei como é com mulher, mas me perguntaram se eu já havia sido preso, estuprado, feito sexo com homem, recebido $ pra fazer sexo, pago para fazer sexo, usado drogas injetáveis, feito tatuagem ou colocado piercing…

                • Roacutan causa má formação braba no feto, tipo uma perna a mais ou a menos. Agora vai que você não falasse que tomava Roacutan… poderiam ter matado o filho de alguém se você tivesse esquecido ou mentido! Não dá para confiar na palavra dos outros!

                  Se algum dia eu for hospitalizada (mais uma vez) e precisar de sangue, vou mandar o Somir vir aqui pedir doação, eu só quero tomar sangue de pessoas nas quais eu confie! PUTA QUE PARIU

          • Fez lembrar uma estória engraçada: uma vez um parente foi doar sangue e, com vergonha por ser ainda virgem, mentiu dizendo que havia feito sexo com prostitutas na hora de responder o questionário. Jogou o tempo e o sangue fora…hahahaha

            Ou pior: propecia. Da última vez que doei, perguntei o porquê da proibição de doar sangue para alguém utilizando esse medicamento (mulheres inclusive), e responderam que, caso uma grávida recebesse sangue de alguém que toma esse remédio, o feto poderia sofrer a mesma coisa que fetos vítimas da talidomida (pernas e bracinhos curtos, que nem o goleiro reserva do Boca na final da libertadores). E se a pessoa que doa, por um motivo ou outro, omite isso também?

            • PUTA QUE PARIU!

              Imagina alguém que quer doar de qualquer jeito para conseguir faltar ao trabalho (conheço gente aos montes que faz isso) e omite que está tomando esse medicamento para conseguir doar? Estraga a vida de uma mãe e de um filho!

              ABSURDO esse critério de confiar na palavra da pessoa! ABSURDO

          • É… é uma entrevista pessoal ou questionário.

            Em alguns lugares eles te passam numa cabine com duas portas. Aparece uma pergunta na tela de um computador “considerando os comportamentos de risco, você se acha apto a doar sangue? – sua resposta é CONFIDENCIAL, blablabla”). Se vc clicar em SIM, vc entra pela portinha do hemocentro e doa sangue. Se vc clicar em NÃO, vc sai pelo mesmo lugar que as pessoas que já doaram. Assim, teoricamente, ninguém fica sabendo que vc não doou. Só precisavam explicar isso ANTES da pessoa entrar na cabine. hehehe

          • Aqui na HEMOBA eles fizeram esses questionarios tambem, só que mesmo que mintam, nos exames laboratoriais a pessoa pode ser rejeitada. Isso aconteceu comigof, fui fazer a doação e me encheram de perguntas de sexo até sobre drogas. Só que fui bloqueado no meu exame, não tinha nenhuma DST, ou AIDS, mas pegaram numa portabilidade de Hepatite, ou seja, não tenho hepatite, mas fui possivel portador e isso me bloqueou.
            Aqui na Bahia, eles fazem todo tipo de exame.

            • Bom saber, em Salvador aceitarei sangue de bancos de sangue.

              Depois ainda tem gente dizendo que Salvador é mais atrasado do que o Rio…

      • Sei do preconceito enrustido… Uma merda.

        Porra, não seria tão melhor que se fizesse um trabalho no pré-exame justamente para minar o risco de que haja a doação de sangue contaminado, seja pela AIDS, seja por outras doenças como a hepatite?

        Mas lidar com burocratas é uma merda com M maiúsculo.

          • Passa uma vez, mas em caso de problemas a pessoa é notificada e se faz um contra-exame e a pessoa passa pra lista negra.

        • Marciel, tem um monte de exames que eles fazem, mas tem a porra da janela imunológica, que não “pega” nesses exames… Ficamos sujeitos à mentira alheia mesmo…

          Só se pusessem uma máquina da verdade ou dessem o soro da verdade ou sei lá… Cobrassem para a pessoa doar… Mas do jeito que falta sangue nesse país (outro Desfavor), era capaz de acidentado começar a ser sacrificado por falta de recursos…

          • Até por isso que estou falando repetidamente em “janela” aqui. Pedir um pouco de disciplina e passar uma orientação ao pessoal que quer doar sangue é de grande ajuda.

            Acho que funcionaria mais e melhor, até porque não é qualquer um que vai lá no hemocentro e “quero doar sangue”, sendo mais provável que uma Sally tome tal atitude que um Somir da vida.

    • Isso é ridículo mesmo, já fui rejeitado também!
      O pior de tudo é que a grande massa de leigos vai achar que é só tomar o truvada e ficar livre de qualquer doença, sem precisar usar a camisinha. o que não vai acontecer é além de continuarem com o risco de contrair o HIV, vai aumentar pra caramba a quantidade de gente com HPV, hepatite, etc. Eu conheço muita garota lerda que acha que se usa pírula, tá livre pra transar sem capa.. como se gravidez fosse o único risco a se prevenir. Com o truvada vai ser a mesma coisa… lerdo engano.
      Sally, ontem estava lendo a respeito, e pelo que ví a anvisa registrou o truvada para futura opção de tratamento ao HIV. O ministro da saúde foi contra a venda dele como preventivo. Eu torço muito que seja isso mesmo, caso contrário, aposto que o índice de doenças sexualmente transmissíveis vai aumentar e MUITO.

        • Algumas pessoas no Brasil já utilizam ele, porém estas fazem parte de estudo de casais sorodiscordantes, que é patrocinado por um orgão dos EUA, e os arvs eles fornecem. Mas de modo geral é utilizado na Europa e América do Norte.
          Aqui no Brasil é utilizado apenas os compostos dele, que são o Tenofovir e emtricitabine. O truvada une estes dois antiretrovirais, diminuindo a quantidade de pílulas ingeridas no coquetel.
          Se a estratégia do MS for utilizar o truvada apenas como opção ao tratamento, será ótimo aos soropositivos, pois irá abrir portas para outros medicamentos ainda melhores serem utilizados por aqui, como o Atripla.
          Acho que deve ter corrido muito dinheiro do fabricante do Truvada pra comercializar ele desta forma nos EUA. Lembro que a pouco tempo apareceu estudos do “truvada em gel”, pra passar nas partes íntimas antes do nheco nheco, mas acho que o nível de proteção conferido não foi suficiente para que passasse a ser oficialmente recomendado pelas autoridades de saúde. Agora apareceu esta opção, cujo nível de proteção é ridículo e inaceitável para comercialização…

          • Felipe, muito obrigada pelo esclarecimento! Agora estou um pouco mais tranquila. Apesar de que, sabe como são as coisas, o Brasil é um mercado enorme, se rolar um dinheiro é bem capaz que abram as portas para este medicamento “preventivo” também. Vamos torcer para que isso não aconteça.

            • Olha eu não sei como funciona no Rio, mas aqui na Bahia o Hemoba é bastante exigente. Além do questionário eles realizam o exame,o sangue é testado para varias doenças, eu passei no questionário (eu não estou no “grupo de risco” não hehe) mas fui recusado por já ter sido portador da Hepatite B, embora não tenha mais a doença não posso mais doar.

              • Caio, me fale mais sobre Salvador… como anda o mercado para advogados por aí?

                Cresce em mim uma vontade de morar em Salvador

                • Hahahahaha…boa pergunta viu. Como a Justiça Baiana é uma das mais corruptas e ineficientes do país, eu acho que não ta muito bom, depende do angulo em que se vê. Hehehe

              • Em SP eles tb fazem os exames (bem completos, por sinal). Todas as vezes que eu doei recebi depois os resultados em casa.

                Tenho medo mesmo assim, tanto por causa da janela imunológica, quanto pelo pessoal que faz a doação para receber o resultado dos exames sem pagar / se expôr para fazê-los (inclusive o do HIV). Sei que teve até acampanha falando sobre exames de HIV de graça e para não usarem a doação de sangue para isso. Mas não faço idéia do índice de “erro” por causa da janela…

                Num país que se troca soro por leite, não duvido de nada…

                • A questão é se esses exames detectam tudo, porque pelo visto tem uns remedinhos que se a pessoa tomar podem fazer bastante mal…

              • Realmente, quem teve hepatite não pode doar, mesmo que não apresente mais sintomas da doença por conta do vírus ainda residente no organismo, que pode afetar a pessoa que porventura receba o sangue doado.

                Não estranharia se mais adiante tal lista se estendesse as pessoas que foram infectadas pela dengue também (se já não se estende hoje).

  • Larissa chocada com o capitalismo selvagem

    Concordo com tudo….
    Acho que essa propaganda, esse remédio é um chamado ao suicídio em massa.

    Juro que quando li também não acreditei.

    • Muito feio promover esse tipo de tragédia só para lucrar com um remédio, como pode alguém ter coragem de fazer uma porra dessas?

    • Para quem já viu as igrejas evanHELLicas se promovendo as custas da suposta cura da doença, isso NÃO surpreende.

      O pior é que os efeitos colaterais dessa combinação são consideráveis a ponto de ser nonsense usar tal medicamento de maneira “preventiva”.

      Pior… Para efeitos de “tratamento da doença” a dosagem provavelmente é ineficiente.

        • Por que? Precisa de um stunt para manter a atenção dos alienados no foco da telinha, tanto que já conheço de letra e cor essa novela.

          • Não poderiam chamar a atenção das pessoas com algo que não foda a saúde pública? Para isso existe novela e futebol!

            • O problema é que o dueto novela e futebol não costuma atrair a turma “hipster”, aficcionada nas supostas “descobertas tecnológicas”.

              Ai jogam esses stunts na linha de “particula de Deus” e mais essa agora.

                • É bem provável que sim, Sally.

                  As descobertas no campo científico tendem a ser a passos lentos, enquanto que o maior desenvolvimento tende a ser justamente naquelas áreas onde há o foco mercadológico redundando em um produto final que possa ser oferecido a seus consumidores, o que não me parece ser o caso do acelerador de partículas.

                    • O fato é que a política dá as cartas no jogo, apesar de tudo.

                      Na vida real, o que vale é o cada um por si e a sustentação a todo custo do status quo, utilizando-se das eventuais contestações apenas para fins especulativos para se marcar espaço no jogo do poder.

                      E é dentro deste contexto que se desenvolve embates na linha “ciência x religião”, “revolucionários x reacionários”, “esquerda x direita”, “liberais x conservadores”, etc.

                      Ao fim, fico vendo tudo isso do campo de centro.

                    • E é direito seu acreditar na existência do Bóson de Higgs, assim como é direito seu acreditar em Deus, Coelhinho da Páscoa e Papai Noel.

                      Ao menos, no que diz respeito ao Bóson, ainda se tem a oportunidade da verificabilidade, enquanto Deus, coelhinho da páscoa e papai noel são mitos de caráter folclórico.

                    • O Bóson de Higgs não entra no mesmo saco do Coelho da Páscoa e do Papai Noel…

        • Não tinha visto o video, apesar de já ter ouvido falar dele.

          Cleycianne tem fama no meio virtual justo por ser uma paródia do arquetipo do evangélico médio, sendo que no Não Salvo o link está indicando que o video é produção de lá.

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