Desfavor da semana: Paraolimpíadas.

“A Paraolimpíada de Londres começa nesta quarta-feira com um recorde: a venda de 2,5 milhões de ingressos. Quase todas as entradas disponíveis foram vendidas, resultado de uma campanha maciça de divulgação dos Jogos e de suas importâncias social e esportiva.” FONTE

Aqui na RID achamos ótimo que deficientes pratiquem esportes com dignidade. A Paraolimpíada e a opinião pública… nem tanto. Desfavor da semana.

SOMIR

Uma das piores partes de falar sobre o assunto de deficiências é a noção de que é um tema delicado e que devemos pisar em ovos ao mencioná-lo. Por sorte eu acho isso condescendência barata e não vou ficar dourando a pílula. Pessoas podem nascer ou se tornar deficientes, por uma porrada de motivos diferentes, culpa do acaso ou culpa de imprudência. Amanhã eu ou qualquer um de nós pode se tornar um(a).

Até por isso acho escroto deixar a deficiência de uma pessoa a definir. Como humanos, sempre somos mais do que uma ou outra faceta de nossos hábitos, costumes, crenças ou personalidades. É escroto a definir assim, assim como é de uma falta de ambição singular querer ser definido assim.

Por isso toda vez que chegam as Paraolimpíadas eu começo a ficar azedo com a cobertura da mídia e as reações médias do povão. Todo deficiente por lá vira exemplo de superação! Mesmo que a atenção gerada seja minúscula em relação aos esportes disputados nas Olimpíadas… O importante é “fazer a social” e dizer que todos são heróis, acompanhando ou não as performances.

Enquanto o cidadão médio enxerga um bando de coitadinhos disputando as provas, tem muito atleta deficiente que está lá com sangue nos olhos, se machucando de propósito para aumentar a pressão sanguínea antes das provas e conseguir melhores resultados. Ninguém fica bonzinho por causa de deficiência. Para eles não é “Troféu Joinha” não.

As modalidades tem medalhas para os melhores e recordes a serem batidos. Claro que o clima é menos opressivo do que no esporte de alto rendimento “tradicional”, mas nem mesmo os deficientes querem ficar com frescura de “todo mundo é vencedor” na hora do vamos ver. Faz parte de ser humano.

E é nessa dicotomia entre “todos são vencedores” e “disputando a medalha de ouro” que reside a minha maior crítica às Paraolimpíadas. Se é para incluir, inclui de vez. Inclui nas críticas e no senso de auto-preservação da dignidade. Não dá para achar tudo bonito e respeitar o espírito competitivo apresentado por tantos dos participantes sem tratar o deficiente como um ser à parte da sociedade “normal”.

Vários dos esportes disputados são basicamente dar murro em ponta de faca, explicitando ainda mais a deficiência dessas pessoas. E quanto mais esses atletas se fodem para emular o esporte original, mais fica a impressão que deficiência invalida o ser humano.

Está na raiz da nossa evolução a capacidade de se adaptar a basicamente qualquer situação. O ser humano é engenhoso e capaz de se concentrar no que faz de melhor para vencer limitações. De uma certa forma a Paraolimpíada acaba glorificando mais a deficiência do que a incrível habilidade de dar a volta nela. É uma Olimpíada manca.

E longe de mim jogar a maior parcela de culpa nos participantes. Eles estão lá ralando e tentando vencer para conseguir glórias e marcas pessoais assim como os atletas olímpicos. Evidente que assim que boa parte da humanidade reconhece um “ranking” dos melhores em uma categoria, vai ter muita gente querendo aparecer por lá.

Se não fosse tabu falar mal de qualquer modalidade paraolímpica, aposto que muitas já teriam sido extintas e outras mais interessantes colocadas no lugar. Se quer integrar o deficiente DE VERDADE, torne os esportes exclusivos deles mais interessantes. Não tenho nenhuma deficiência (só moral) e não posso falar por nenhum deles, mas… Eu me sentiria um fracasso se as pessoas só se interessassem pelo o que eu estou fazendo por causa de uma deficiência. Que porra de inclusão é essa?

E não é uma opinião exclusiva para deficientes: Eu ainda acho que futebol feminino não vai para frente porque é chato e as atletas costumam ser uma merda no que fazem (com raras exceções). Principalmente porque estão tentando emular a versão masculina. Não tem graça ver alguém fazendo alguma coisa mal feita, mesmo que não seja exatamente culpa da pessoa.

Se é imitação ou adaptação barata, a qualidade do espetáculo vai ser comprometida. Onde fica o direito do deficiente de ser elogiado por algo além de sua relação com a limitação? E que exemplo é esse de ver alguém teimando contra a deficiência sendo ovacionado pelo grande público? “Olha, fica aí de fora da sociedade dando cabeçada na parede que a gente te dá uma medalha…”

E antes que alguma anta diga que eu estou tentando tirar o direito de deficientes de praticarem o esporte que bem entenderem, já aviso que não tem nada a ver com isso. A pessoa faz o que ela quer, mas não vejo nenhum motivo para não dizer que acho uma besteira quando realmente acho que é uma besteira. E se mais gente disser, quem sabe o coro do “você não faz parte da sociedade” fica menos audível?

Faz parte sim, e como tudo na vida, isso tem um lado bom e um ruim.

Ah sim: Paralímpico e suas variações são palavras inventadas. O termo correto é Paraolímpico mesmo.

Para dizer como eu sou uma pessoa horrível e blá blá blá, para reclamar que não é o que eu digo mas COMO eu digo (argh), ou mesmo para NÃO dizer que vai concordar em segredo: somir@desfavor.com

SALLY

Acho bacana que uma pessoa deficiente pratique um esporte. É saudável, é recomendável e é admirável, já que eu em seu lugar choraria na cama com pena de mim mesma até morrer. Admiro mesmo. Minha crítica não diz respeito a “deficientes praticando esportes”. O foco da minha crítica é em deficientes que negam a própria deficiência e fazem questão de investir em esportes onde o membro, sentido ou função é indispensável.

Um exemplo rápido: Fernando Fernandes, um ex-BBB (aquele que jogou a mala da Tina Batedora de Panela na piscina, lembram?) que sofreu um acidente e ficou paraplégico. O que ele fez? Começou a praticar canoagem. Foi campeão mundial em poucos meses. Eu aplaudo esse cara de joelhos! Muito digno, muito bacana. As pernas não funcionam? Não faz mal, ele usa os braços e quando os usa é o melhor do mundo! Tá de parabéns, mas olha, está muito de parabéns. Um vencedor com dignidade, merece todo meu respeito e meus elogios.

Mas aí tem o outro lado da moeda. Pessoas que não aceitam que tem uma determinada limitação e para provar ao mundo que não a tem (quando é notório que a tem) insistem em praticar um esporte cujo desempenho fica totalmente comprometido pela sua deficiência: cego tentando jogar futebol (se você ver um vídeo e não rir, não volte mais aqui, você não pertence à RID), pessoas sem braço querendo jogar basquete, pessoas sem perna querendo jogar vôlei, etc. Muitos destes supostos “exemplos de superação” estão nas Paraolimpíadas.

Claro que ninguém fala nada. Se eu, com meu um metro e meio resolver que quero jogar basquete vão me xingar, mandar eu me enxergar, me chamar de toco de amarrar jegue e me mandar para casa. Sabe porque? Porque ninguém tem PENA de mim, todo mundo sabe que eu posso aguentar ouvir a verdade nua e crua sobre a minha limitação física. Sim, altura pode ser um limitador para muitas coisas: esportes, profissões e até concursos públicos.

Mas ninguém avisa para um sujeito que se ele não tem as duas pernas, é indigno tentar jogar vôlei se arrastando na areia como uma foca. Porque? Provavelmente por pena. Coitado, o cara tem uma limitação tão grande que vamos todos fingir que ele consegue superá-la. Vamos deixa-lo acreditar que essa limitação não o afeta tanto assim. É menos constrangedor. A bosta é que não consigo fazer isso e acho indigno quem se presta a fazer um esporte cujo foco central é justamente a área afetada por sua limitação.

Já que provavelmente vem processo de qualquer jeito, vamos ser sinceros: é grotesco. Porra! É GROTESCO! Desculpa, uma merda que seja assim, mas é grotesco. Fingir que não é não melhora em nada a situação. A pessoa tem que ter a dignidade de aceitar sua limitação e procurar investir naquilo que pode desenvolver de melhor em outras áreas, assim ela se torna “o melhor do mundo em canoagem” e não “um deficiente que nada”. Parece que estas pessoas tem prazer em ostentar sua deficiência! Eles buscam reconhecimento na sua deficiência!

Daí você pode estar pensando “Sally, sua filha da puta mal amada, se o cara se sente bem fazendo, o que você tem com isso?”. Eu tenho O SAGRADO DIREITO DE ACHAR RIDÍCULO, GROTESCO E INDIGNO, caraleou! Vai dizer que você não acha uma série de atitudes de algumas pessoas ou grupos ridículas e não expressa sua opinião? Eu deveria deixar de expressar que acho uma coisa ridícula apenas porque envolve deficientes físicos? Por pena? Não tenho pena, eles podem fazer melhor do que isso. Eles podem ser os melhores em algo com dignidade.

Vai demandar um pouquinho de cérebro, mas o fato de eu estar aqui criticando alguns atletas paraolímpicos lhes confere mais dignidade do que gente que os aplaude mas no fundo, no fundinho, acho grotesco. E sim, lamento informar, mas a maior parte das pessoas acha grotesco ainda que relute em admitir isso até para si mesma. Eu critico porque acho que eles podem suportar e porque acho que eles podem fazer melhor. Quem engole as críticas tem tanta pena e tanta descrença na pessoa que nem sequer acha que eles teriam outra opção.

Você perdeu as duas pernas? Você pode remar, pode fazer canoagem, você pode se tornar um pintor notável, um músico sensacional, um advogado brilhante, um juiz, um Presidente da República… as possibilidades são infinitas! Mas deixa eu te contar um segredo? Você não pode mais dançar. Deixa eu te contar outro segredo: empurrar a cadeira de rodas para frente e para trás NÃO É DANÇAR! É uma tentativa desesperada de negar suas limitações. Tem dó de mim! Essa gente nunca se exercitou na vida mas assim que perde as duas pernas cisma que quer virar corredor! “Eu posso correr, eu vou provar ao mundo que eu posso correr”. NÃO, NÃO PODE. Você pode se equilibrar em duas próteses e ELAS vão correr e te levar junto.

Daí novamente vai vir algum pau aleijado no cu me dizer que os corredores paraolímpicos alcançam tempos até melhores que os corredores olímpico… CLARO! COM UMA PERNINHA AERODINÂMICA MUITO MAIS LEVE! Os caras pesam metade do peso dos atletas olímpicos porque NÃO TEM AS FUCKIN´DUAS PERNAS, é óbvio que eles serão mais rápidos! Isso faz deles corredores? Não. Isso faz deles pessoas que estão montadas em uma prótese sendo movimentados por ela. Na hora de defender que travesti não é mulher porque não tem útero todo mundo concorda, mas na hora que eu falo que para ser corredor é preciso ter FUCKIN´ PERNAS me jogam pedras! Assim não dá para conversar!

Até segunda ordem, estamos em uma democracia e como tal eu tenho o direito de expressar minha opinião, a menos que a lei diga o contrário. EU, SALLY SOMIR, acho indigno quem escolhe um esporte que colide frontalmente com a sua deficiência. Acho um mecanismo de negação das próprias limitações que só dá certo porque é tolerado com base na enorme pena que o deficiente desperta na sociedade. Se você tem uma deficiência, você tem uma limitação. O fato de fazer birra e conseguir competir em um esporte que requer o membro, sentido ou função que te falta não apaga sua deficiência, muito pelo contrário, a destaca. E não, você não é um vencedor, mesmo que leve uma medalha para casa, pois só de ter feito essa escolha mostra que seu desespero para se provar sem limitações é tão grande que você passa por cima da sua dignidade para mitiga-lo.

Paraolimpíadas tem um lado muito indigno. É um desfavor que a sociedade continue nesse jogo de pena silenciosa deixando estas pessoas acreditarem que são um “exemplo de superação”. São um exemplo de NEGAÇÃO, isso sim.

Quero só ver se desta vez vai ter alguém com a coragem de dizer que eu só estou falando mal porque estou com INVEJA!

Para posar de John Locke e gritar “Não me diga o que eu não posso fazer!”, para não comentar porque o assunto é pesado demais ou ainda para cruzar todas as fronteiras da anencefalia e dizer que eu estou com inveja: sally@desfavor.com

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Comments (51)

  • Eu acho que as paraolimpíadas nem deveriam existir. Seria melhor se dentro das próprias olimpíadas houvessem categorias para os deficientes concorrerem. Não tem gente que vai competir nas duas? (Acho que era em tiro com arco, nem sabia que podia ir em ambas)Então está provado que o evento é dispensável.
    Tipo, não seria justo colocar um cara que não tem uma perna para nadar contra o Phelps, mas no mesmo dia poderia ter uma competição para atletas que não tem uma perna. Daí não haveria esse problema de ingressos encalhados, o público já estaria lá mesmo. Agora, coisas como corrida de cegos eu acho ridículo mesmo, ficar lá correndo como um cachorro na coleira.
    Porém acredito que um dos motivos do grande número de medalhas é porque não fica todo mundo querendo se pegar.

    • Olha, dizem que sim. Eles fazem questão de dizer aos quatro ventos que sim, apesar de eu não entender como se pode ter uma ereção quando se está paralisado da cintura para baixo.

      • quem nasce paraplégico geralmente não transa. se ficou paraplegico durante vida aí depende de qual vértebra ocorreu a lesão. se foi numa vertebra mais embaixo, ainda da pra sentir um pouco do ato, mas certamente não deve ser o mesmo que uma ‘pessoa normal’ sente *experiencia própria*
        perdi o movimento das pernas na infancia,bem novinha, nem tenho mais memorias de como era andar.
        fora alguns problemas com altura e degraus eu ate sou bem autosuficiente, trabalho como recepcionista. talvez por isso andar não faz muita falta.
        mas francamente sinto vergonha de ver essas paraolimpiadas, é uma humilhação!!! o mesmo pra cotas pra deficientes. minha limitação é nas pernas, não no cerebro!!!! eu não poder andar não é culpa de todos que andam. quero conseguir as coisas por meu esforço, não porque me deram um empurraozinho.
        não é legal ser tratada e olhada como uma coitadinha, uma incapaz. sua auto estima fica la embaixo. não uso minha paraplegia pra conseguir vantagens.

  • Se eu fosse paraplégica, JAMAIS jogaria vôlei desse jeito na foto, me arrastando igual uma imbecil, é muita falta de dignidade. Eu preferiria jogar xadrez.

    • Parecem foquinhas brincando com a bola…

      É o que eu digo: quer provar o que? Porque tem que escolher uma atividade que justamente te exige na área que tem uma deficiência? Quer provar que não tem limitações? Desculpa mas TEM. Muito mais digno é provar que pode fazer outras coisas com maestria apesar de ter limitações em outras áreas. Mas SEMPRE que eu falo isso sou mal interpretada, então, desisti de falar na vida real.

  • Sally, a foto já diz tudo: UM HORROR o q fazem com estas pessoas, fazendo estas de BABACAS, de OTÁRIAS, achando q podem ‘ser normais’ exibindo suas limitações físicas para atração – e sentimento de horror disfarçado de piedade – do público. Na moral, essas meninas deste “voley” bem q poderiam tentar – e serem compententíssimas! – em outras coisas(ex, canoagem – sic – xadrez, música, etc…) ao invés de ficarem se arrastando q nem lesma pra mostrarem pra todo munto q “são normais”(normais como, se tiveram de fazer uma quadra e uma rede “especial” pra elas???). Às vezes me pergunto se o objetivo das paraolimpíadas é mesmo de “incluir” ou se é para q pessoas exibam e ostentem suas deficiências para o público pra mostrar q ‘são normais’. Parabéns pelo texto vcs dois, muito bom!(objeção para o trecho do texto do Somir, falando do futebol feminino, sinceramente, nada a ver.)

    • Pois é, Morena Flor, e ainda tem gente dizendo que somos preconceituosos. Preconceito é negar uma limitação ostensiva e ser reconhecido mundialmente por essa limitação!

    • Em breve teremos que compilar as nossas expressões e fazer um dicionário RID com palavras como NORMAL E ACIMA DA MÉDIA, soldadinho e etc. Já tem gente reclamando por e-mail que não entende metade dos termos que são ditos aqui!

  • Vc tem tanta enveja, mas tanta enveja (sério, dá trabalho escrever desse jeito, como neguinho consegue de forma tão natural?), que dá bicudas em cadeirantes virando as cadeiras e deixando eles com as pernithas pra cima estilo tartaruga-de-barriga-pra-cima.

        • Toda crítica tem que ser fundada em algum fator externo: a inveja, o enrustido, o posicionamento político… Não passa pela cabeça das pessoas que algumas vezes é feita uma crítica porque aquilo que está sendo criticado é de fato uma merda!

  • Nossa! A Sally disse tudo que eu sempre pensei sobre as paraolimpiadas nesse texto. Obrigada RID por me fazer me sentir menos estranha…

    • Cris, meio mundo pensa como você e eu, mas vivemos em uma censura de pressão social e não podemos sair dizendo essas coisas por aí, sabe como é, não se fala mal de Intocáveis impunemente. Mas aqui podemos ser sinceros…

  • O Brasil ganha mais medalhas nas Paraolimpíadas do que nas Olimpíadas. Também não tem desfile de vyadhus com cabelinho na moda nem chingação no feicebuqui kkkkkkkkkk

      • Puts, lembrei do caso daqueles moleques que ficaram batendo punheta pra webcam no alojamento olímpico.. pelo menos os cadeirantes não podem nos prestigiar com essa cena medonha.

        • HAHAHAHAHAHAHAHA

          O pior é que tem muito tetra e paraplégico que adora dizer que faz sexo normalmente.

          ALOU? Se você está morto da cintua para baixo, não tem como sentir nada! Aquele ator que fazia o Superman dizia que fazia sexo com a esposa depois do seu acidente! Dia desses perguntei a um amigo meu que é ortopedista se isso poderia ser verdade e ele disse que não, de jeito nenhum.

    • Os critérios são ditados por lei e pelo TSE, que leva em conta uma série de fatores como representação do partido na Câmara dos Deputados e outros. Para saber mais dá uma lida na Lei 9504/97

  • “Acho um mecanismo de negação das próprias limitações que só dá certo porque é tolerado com base na enorme pena que o deficiente desperta na sociedade. Se você tem uma deficiência, você tem uma limitação. O fato de fazer birra e conseguir competir em um esporte que requer o membro, sentido ou função que te falta não apaga sua deficiência, muito pelo contrário, a destaca. E não, você não é um vencedor, mesmo que leve uma medalha para casa, pois só de ter feito essa escolha mostra que seu desespero para se provar sem limitações é tão grande que você passa por cima da sua dignidade para mitiga-lo”.

    Pelo jeito, a explicação do porquê sermos uma potência paraolímpica começaria por aí: Negação, Birra, Desejo de inclusão a todo e qualquer custo (do tipo “fui 134° colocada e ganhei medalha!”) e Pena…

    Olha, a coisa mais bizarra que assisti nas Paraolimpíadas de Pequim foi um chinês desprovido não de braços, mas também dos antebraços, parecendo uma boneca desmontada, participar de uma prova de natação. Aí pensei que não deveria ter uma prova dessas, porque as deficiências na prova em que esse pobre “joão-sem-braço” participou eram tão díspares e constrangedoras, com gente nadando torto, batendo nas bordas, outras em círculos, algumas já muito cansadas, engolindo água (e olha que os competidores estavam enquadrados num mesmo grau de deficiência, “S”), que não conseguia ver dignidade em nada daquilo. Como mensurar alguma competitividade em uma prova em que todos nadam como querem, ou melhor, podem?

    Legal mesmo são os Jogos Olímpicos para Idosos, em que senhores e senhoras de até mais de 100 anos esbanjam muito mais saúde do que alguém gorda e sedentária como eu, perto de começar a era dos ‘enta’ …ver pela TV um velhinho austríaco de 102 anos, de andador, mas se dispondo a competir sozinho na categoria “100+” de lançamento de discos, foi sensacional.

  • Naonde quer futebol feminino é chato???
    Chato é ver a crentalhada metrosexual parecendo umas calopsitas, de peruca, de chapinha etc, os Ronaldos com travecudos, os gordos Adriânus e outros do mesmo naipe do pó e das cachaças!
    As brasileiras jogavam bem, agora é que estão se neymarizando. Num país bunda como esse, tudo acaba indo pra vala.

    • Concordo plenamente, “:/”!

      Aliás, as meninas do futebol tão jogando tão bem qto os caras, tem título mundial e tudo… E tem um detalhezinho, Somir: Assim como existe o basquete masculino e feminino, como tem o vôlei, natação, saltos ornamentais… Assim tb tem o futebol masculino e feminino tb, não entendo – nem vejo diferença – neste assunto no futebol, já q nos esportes mais conhecidos existem a versão masculina e feminina.

      • Na verdade o que as meninas já têm no futebol são vices tanto olímpico quanto mundial, mas realmente têm conquistas de primeiríssima ! No futsal é que já foram as melhores mesmo, e mesmo assim ainda têm menos atenção ainda…

        Pois é, Morena, não entendo; elas também são super injustiçadas (!), ainda mais que (na minha opinião) estão contribuindo muito mais para “romantismo(-arte)” – e equidade ! – do que quando possa assim ter sido no “masculino pré-crentalhada”…

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