Ele disse, ela disse: A mãe dos xingamentos.

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Existem várias formas de se tentar ferir outras pessoas usando palavras, uma das mais banais é o bom e velho xingamento. E existem ofensas para todos os gostos… Sally e Somir discordam sobre o grau de desgosto relacionado com uma modalidade bem famosa de ofensa…

Tema de hoje: Xingamento envolvendo mãe é pior que outros xingamentos?

SOMIR

Sim. E não vai adiantar ignorar o que eu escrevi para comentar sobre como eu sou machista, pelo menos não sem passar atestado de que nem leu. Estou indo além da batida e hipócrita história da “santidade virginal da mãe” aqui.

Pois bem: Acho que xingamento em geral é um dos pontos mais baixos que qualquer discussão ou desentendimento pode chegar. Não é nem uma questão de sensibilidade pessoal, é mais um orgulho elitista de estar acima disso. Todos tem seus “pedestais”, e esse é um dos nos quais me equilibro com mais facilidade.

O que não quer dizer que vou jogar fora tudo o que eu já disse sobre significado e peso das palavras. O fato de que ser xingado valida meu complexo de superioridade apresenta-se como conceito personalíssimo no contexto deste texto. Estamos discutindo a ideia geral, e a ideia geral comporta muito mais personalidades do que a minha.

Portanto, vamos direto para o ponto central da minha argumentação: Xingar a mãe é uma transferência de “culpa”. É passar a ofensa para alguém que não pode se defender… Oras, é covarde na sua essência! Por mais que efetivamente um xingamento qualquer já seja um “crime”, xingar a mãe vem com agravante. Tudo bem entender que a intenção seja a mesma no final das contas, mas o método utilizado causa uma diferenciação…

Imagine que você quer bater de volta em quem te deu um soco. Validade da violência à parte, é muito mais concebível devolver o soco do que se vingar, por exemplo, em um dos filhos dela. Sério que você não acharia uma covardia? Essa ideia está tão bem fundamentada na sociedade humana atual que já paramos de condenar filhos pelos crimes dos pais. Agradeça por isso… O mundo é bem melhor com esse conceito de “separação da culpa”.

Evidente que um xingamento não é a mesma coisa que violência física. Mas o conceito de justiça que temos permeia todos os graus de ofensividade. Essa coisa de achar que se não te incomoda não é problema é uma das grandes fundações da inépcia e corrupção das instituições no mundo atual. Ignorância seletiva sobre o que é injusto e covarde permite a prevalência dessas atitudes. “Enquanto não chegar em mim, tudo bem”.

Parabéns para mim, vocês e tantos que não se abalam pela infantilidade dos xingamentos, mas isso não significa que não tem algo de muito podre nessa história de xingar a mãe da pessoa para tentar abalá-la. Fazer inocente pagar pelo crime alheio é bonito? Pior, usar uma das coisas mais nobres da natureza humana como o amor para potencializar uma ofensa?

Não estou revendo minha posição sobre a necessidade das pessoas pararem de dar tanta importância para quem não a merece, mas estou sim demonstrando que essa coisa de achar que se ofender por xingamento contra a mãe vai MUITO além da dificuldade (quase incapacidade) do homem médio de aceitar sua mãe como um ser sexual. Ela existe sim, mas não é o cerne da questão… Seria simplificar demais.

O problema é a covardia. Pessoas não gostam de ter seus parentes e amigos queridos ofendidos, e para a maioria das pessoas o ser humano mais querido de todos é a mãe, evidente que isso ficaria potencializado. Mãe é mãe, preciso ficar explicando? Além disso, tem a questão da responsabilidade pelos atos… Não é agradável (pelo menos para uma pessoa ética) ver outros recendo a punição pelos seus atos. A mãe pode até ter criado um(a) babaca, mas não foi ela que desencadeou a discussão em questão. Quando você se torna adulto(a), presume-se que seus problemas são… seus!

As pessoas não criaram esses xingamentos à toa, eles são atalhos para mais reações emocionais negativas na outra pessoa, e isso faz tempo. Ou você acha que xingar a mãe foi inventado no século passado? As expressões desse tipo variam nesse mesmo tom desde que se registra a história humana. Bate onde dói mais.

E pra muita gente dói mesmo. Pode ser insegurança, pode ser mera ignorância… Mas tem quem vá tentar te matar se ouvir um xingamento! Certas essas pessoas com certeza não estão, mas elas são um ótimo termômetro para a gravidade das palavras e expressões depreciativas. Quem nunca ouviu um “não coloca minha mãe no meio!” no meio de uma discussão babuína entre dois homens agressivos?

Tudo bem que você também não se afete, mas, porra… vai dizer mesmo que comparando os xingamentos, ofender a mãe não se destaca? Se você resolver fazer dos comentário um palanque para destacar sua estabilidade emocional e nada mais, vai acabar se distraindo da pergunta na qual se baseia esta coluna: Xingamento envolvendo mãe é pior que outros xingamentos?

É ou não é? Ofender covardemente alguém que não tem nada a ver com a história é pior do que ofender alguém com quem você tem um problema? Essa pergunta não pode ficar confinada apenas na impressão pessoal sobre os xingamentos, ela fala muito mais sobre a sua forma de enxergar o que é justiça. Justiça é punir alguém que não cometeu um crime?

Vocês podem até me surpreender, mas pelo o que eu vi aqui até hoje, pelo menos nisso a gente sempre concordou. Veremos.

Para dizer que eu desviei o assunto completamente do ponto, para dizer que foi corajoso entregar isso aqui, ou mesmo para achar que eu só estou testando se você entende o que significa coerência: somir@desfavor.com

SALLY

Xingamento envolvendo sua mãe é pior do que outros tipos de xingamento? Não, cacete! Xingamento é xingamento, se ater ao conteúdo é um tanto quanto patético.

Nos meus anos trabalhando com direito criminal aprendi uma coisa chamada “Teoria Finalista”, utilizada no direito brasileiro para determinar por quais crimes a pessoa será punida. Vou resumir a Teoria Finalista para vocês, porque eu a uso para praticamente tudo na minha vida, pois acho que ela faz muito sentido. Consiste no seguinte: a pessoa deve ser punida por aquilo que tinha A INTENÇÃO de fazer. Por exemplo, se queria matar outra pessoa mas só conseguiu machuca-la, não responde por lesão corporal e sim por tentativa de homicídio.

Na vida cotidiana a Teoria Finalista também pode ser aplicada com perfeição. Supondo que o marido marcou com a secretária de se encontrar em um motel e a esposa ficou sabendo. Supondo que a esposa decida dar um flagra nele e vá até o motel. Supondo que na porta do motel o pneu do carro fure e o marido não consiga entrar. Como esta esposa deve reagir? Afinal, o marido não chegou a consumar a traição. Se fosse comigo, Teoria Finalista: seria punido de acordo com sua intenção, eu me portaria como se traída fosse.

Agora vamos aplicar este raciocínio lógico ao xingamento. A essência do xingamento é o desaforo de dizer algo irritante ou desrespeitoso sobre você, na sua cara, com a intenção de ofender ou provocar uma reação. A intenção não é falar com o respeito à sua mãe, aliás, provavelmente quem está xingando nem a conheça. Quem nunca chamou um órfão de filho da puta? Quando você chama alguém de filho da puta a mensagem primordial que se passa não é acusar a mãe da pessoa de prostituição e sim desafiar a pessoa com uma frase hostil.

Se alguém te chama de filho de uma égua, a pessoa quer dizer que um quadrúpede de casco te pariu? Não. É o mero desaforo de ser hostil com você. Na minha cabeça, ser chamada de filha da puta ou ser chamada de escrota sem caráter tem basicamente o mesmo peso. Eu consigo compreender que a intenção é ofender a mim, não à minha mãe. Mesmo que o xingamento seja outro, igualmente voltado para a Senhora Minha Mãe, me parece óbvio que a pessoa está me atacando, não atacando minha progenitora.

Assim, sendo a intenção da pessoa me atingir, não vejo como um xingamento ou outro sejam mais ou menos graves. A menos, é claro, que minha mãe fosse uma prostituta, caso em que haveria um fato pessoal envolvido. Fora isso, tanto faz o tipo de palavra escolhida, a intenção é clara: me confrontar, me aborrecer, me hostilizar. Absolutamente nada a ver com a minha mãe.

Mas, pelo visto, existem pessoas que se deixam atingir quando se fala na mãe. Uma coisa meio primeira série do colégio, sabe? Pode xingar a pessoa de tudo, desde que não meta a mãe no meio. Isso está além da minha compreensão. A pessoa que ofende nem ao menos conhece a sua mãe, mas você leva a coisa para o lado da honra e parte para cima para defender o bom nome mamãe? Muita burrice, inclusive do ponto de vista estratégico, se deixar irritar tanto por um detalhe desses e expor ao adversário um ponto fraco assim: “Quer me tirar do sério? Fale da minha mãe!”.

Parece que muita gente tem essa epilepsia emocional quando a honra da mãe é colocada em jogo. Justamente por isso as pessoas ofendem persistentemente as mães dos outros: porque sabem que dói. As coisas tem a importância que nós damos a elas, se incomodar mais com uma ofensa porque de alguma forma ela envolve sua mãe é não estar preparado para uma briga, é não ter maturidade emocional para brigar sem se deixar atingir.

É uma coisa meio doentia, meio freudiana. Não se importar que te ofendam das mais diversas formas porém se abalar por uma ofensa não intencional à sua mãe (a intenção é o confronto e não denegrir sua progenitora). Você tem certeza que sua mãe não se prostituí? Então porque merdas dói tanto? Eu hein… já falei isso aqui várias vezes: se a ofensa dói, é porque tem algo dentro de você muito mal resolvido a esse respeito. O que você diria de um sujeito que sai do sério e parte com tudo para cima de alguém que o chamou de “viado”?

Coisa mais brega esse culto à mãe como ser sagrado e intocado! Simplesmente ridículo e fora de moda. Deixa xingar! Quanto mais você se importar, mais sua mãe será xingada. Se importar com qualquer ofensa é demonstração de insegurança, brigar pela própria honra é cafona e brigar pela honra de terceiros que nem ao menos são o alvo primeiro na cabeça do ofensor é simplesmente patético.

Já está mais do que na hora de acabar com essa palhaçada machista de não poder falar da mãe dos outros. Chega dessa babaquice latina subdesenvolvida passional brega. Faz tempo que palavras não maculam mais a honra de ninguém, aliás, faz tempo que mais ninguém tem honra para ser maculada. Se alguém bater na sua mãe, te dou o maior apoio para que você quebre a cara da pessoa de volta, mas enquanto a coisa ficar na esfera das palavras, um xingamento envolvendo a mãe tem o mesmo peso que qualquer outro: porra nenhuma se você for bem resolvido.

Para finalizar, te garanto que sua própria mãe não gostaria que você se meta em uma encrenca por causa de uma suposta ofensa à sua honra. Se lhe fosse permitido escolher, creio eu que a maioria iria preferir que o filho não entrasse em embate nem se arriscasse para “defender” uma suposta ofensa que foi proferida. Provavelmente sua mãe é mais racional que você e tem a capacidade de compreender que ela não foi xingada, que frases padrão envolvendo a mãe são meras ofensas genéricas proferidas quando se quer desestabilizar alguém ou chamar para o embate.

Quem xinga sua mãe quer te desestabilizar. Vai dar ao inimigo o que ele quer com essa facilidade? Não seja otário…

Para me testar e xingar a minha mãe, para perceber que vai ser mais divertido xingar a mãe do Somir ou ainda para defender o ponto de vista do Somir e abrir espaço para todos xingarem sua mãe: sally@desfavor.com

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Comments (54)

  • Na teoria eu até vou mais com a Sally mesmo – de que se a intenção é ofender, tanto faz o xingamento. Mas acho que na prática tem coisa que ofende mais, sim.

    Talvez a mãe, já que ‘ela não é um ser sexual’, e sim algo sagrado além da razão. É só ver quando o Sheldon (sim, eu vejo) fica horrorizado não quando xingam a mãe dele, que ele não vai muito com as fuças, mas quando lembram a ele que a avó querida dele fez sexo e que – pavor! – provavelmente gostou.

    Mas pra mim, os piores xingamentos, os que batem fundo, são de “corno” ou “pau pequeno” (pelo menos pelo que já observei). Porque não há homem no mundo (ok, talvez uma meia dúzia) que não tem pavor de ser chifrado, e talvez até uma insegurança de que talvez ele já tenha sido; e uma pulga atrás na orelha se o pau dele não é satisfatório.

    • Depende do tom, né? Quando a pessoa fala para agredir não é, mas irrita muito se você se comportar como se fosse

      • Agora sério: acho que é exatamente isso, Sally: o tom. Se você está numa conversa, ou então algue´m te chama, ou você está conversando e alguém te chama de “filho da puta”, isso pra mim é vírgula. Aqui no Rio pelo menos, a gente fala muito palavrão.
        Mas, quando a pessoa fala com a intenção de te ofender e pra jogar a pá de cal por cima ofender a mãe, aí eu acho que piora a situação sim, pelo menos pra mim.
        Pode dizer que ainda não saí da 4ª série, não vou ligar.

          • Mais ou menos. Acho que numa discussão séria mexer com mãe algo desnecessário. Você está brigando com a pessoa, ela vai lá e aleatoriamente xinga a sua mãe, é desnecessário, a mãe não tem nada a ver com a situação. E sim, tem aquela coisa toda de “mãe é sagrada” e tals (não, não acho que minha mãe seja santa, perfeita ou imune a erros), mas tem um pouco disso.
            Sei que parece confuso, mas é assim que me me sinto.

  • Quando criança, você é condicionado a pensar que xingamento contra mãe é o pior tipo possível. Ninguém te diz isso, ninguém explica isso pra você, mas você entende mesmo assim. E passa a pensar da mesma forma.

    Claro que, analisando friamente, xingar como função de desestabilização emocional em si é um ato patético, e não importa que seja a mãe, a avó, a tia, o seu cachorro ou a sua masculinidade. Mas ninguém, em uma discussão encalorada, analisa friamente coisa alguma. Ponto para o Somir.

      • Algumas sim, de fato. São coisas quase instintivas, reflexos condicionados pelo tempo, que só a lógica fria e crua não pode curar. O sentimento pelos seus pais, por exemplo, é algo que te acompanha a vida toda, e nasce quando criança, e mesmo que eles se tornem pessoas possivelmente repulsivas a você, ainda existe um carinho que advém da infância. O sentimento de derrota também é desagradável, as preferências por tal comida ou tal cheiro, ou mesmo ainda seu valor moral e … muitas das coisas que pensamos e fazemos são reflexos dos nossos aprendizados na infância, sejam eles bons ou ruins. Pode dizer o que quiser, mas não é fácil perder condicionamentos assim, ficam entranhados durante muito tempo, alguns até durante toda a vida. Não digo que seja impossível, é claro, mas na maioria da população isso não muda. Por isso, MUITAS vezes temos comportamentos infantis. Não é que NÃO saibamos que aquilo é burro, é que somos “treinados” desde criança a nos comportarmos desse jeito.

        Afinal, e a honra, Sally?

  • Idem Sally!

    Nesse sábado teve a inauguração do Estádio Nacional Mané Garrincha. A administração maravilhosa não avisou à população como seria, as vias que estariam bloqueadas, etc,etc,etc…

    Foi um dia muito estressante, muita gente foi pega de surpresa, a única conclusão que tirei disso é que em dia de jogo não saio de casa. Ou um dia antes de jogo me isolo em algum lugar distante.

  • Minha mãe me xinga de filho da puta… Como lhe dar? Hahahahahahahaha.

    Enfim. O que vale é a intenção. Quando alguém lhe xinga de filho da puta e derivados, a intenção dele é xingar você, não sua mãe. Para mim, se alguém me xingar de viado, puto, desgraçado, arrombado e filho da puta, será a mesma coisa. Essa pessoa nem conhece minha mãe. Para que vou dar importância “3” palavrinhas?

    • Essa é a maior prova que “filho da puta” não tem intenção de denegrir a mãe: as vezes as próprias mães chamam seus filhos assim!

  • Como xingamento é a mesma coisa. Mesmo generalizando para o brasileiro médio, como o Somir propos, tem gente que se irrita mais se for chamado de viado do que de filho da puta. Esses palavrões deixaram de significar ofensas específicas.

    Agora, numa discussão, falar mal da mãe (“sua mãe é uma vaca que não para de ligar”) costuma ofender mais do que falar mal da própria pessoa (“você é um escroto sem noção de limpeza”)… Mas tem que ser alguém que conheça sua mãe e tem que ter a clara intenção de falar mal DELA, te irritando como consequência.

    Como acho que a discussão é numa situação normal, no trânsito, numa balada, com um desconhecido, estou com a Sally.

  • A ÚNICA vez em que briguei no colégio, foi com 16 anos e foi por causa disso. quebrei o braço do outro e ainda arrastei para a sala da diretoria, dizendo que se tivesse ser expulso seriam os dois. Não deu em nada. Quando meu pai soube ele só me disse tres coisas: Não começe uma briga, não perca – no mínimo empate, e não mate ou aleje. Mas nunca mais briguei devido a forma assustadora com que cresci durante os anos seguintes

  • Ofendido de sunga

    A Sally está certa a respeito da função do xingamento: agredir e desestabilizar. Nesse sentido, agredir por tabela alguém que seria afetivamente importante para o ofendido é uma coisa manjada em relacionamentos. Em vez de chamar de filho da puta, simplesmente os defeitos dos familiares do outro são trazidos para o meio da discussão, tendo ou não relevância para o que está sendo discutido. É um truque sujo e me parece que as mulheres aprendem a lidar com isso mais cedo (fazer e assimilar). Briga de mulher envolve sempre violência psicológica, mais do que violência física.

      • Ofendido de sunga

        Depende do contexto. Pai e irmão não têm uma expressão consagrada no vocabulário das ofensas, mas já saiu tiro por chamarem pai de ladrão ou assassino, porrada por chamarem irmã de vadia ou irmão de viadinho. A ofensa à mãe tem um lastro no machismo, mas também no fato da mãe ser geralmente a figura de apego principal na infância. Mãe, de modo geral, é figura muito presente, tanto para ajudar quanto para atrapalhar. Você não ouve tantas piadas de sogro e sim de sogra. Quando o pessoal quer xingar pai, chama de corno… o que acaba colocando a mãe no meio.

      • Ha, o pessoal xinga pai e irmão também!
        Nunca viu ninguém mandar uma dessas: o viado do teu pai, o arrombado do teu irmão?

  • Concordo com a Sally no ponto que diz que quando a pessoa te xinga de “filho da puta” por exemplo, ela está tentando TE atingir, e não ofender à sua mãe. Isso também cai no texto do Somir sobre as palavras e o mau uso delas. Nego quando quer ofender, fala a primeira coisa que vem à cabeça, muitas vezes fora de contexto. Um exemplo é trânsito, quando alguém faz uma cagada o outro logo xinga de viado, se for homem, ou biscate, se for mulher. Onde que dirigir mal é sinônimo de homossexualidade ou promiscuidade? Não tem nexo nenhum, mas é simplesmente pelo “ofender” da coisa. Portanto, concordo que um xingamento envolvendo mãe não tem peso maior nem menor. Culpa da banalização do vocabulário e de usarmos as palavras de forma errada, coisa com a qual não concordo mas admito que também faço.

    • Já me mandaram lavar a louça tantas vezes no trânsito… e nem ofensivo lavar a louça é! As pessoas mandam mais lavar a louça do que tomar no cu quando é uma mulher ao volante.

  • A honra da mãe é mais sensível do que a do pai, é? E pronde foi a dignidade inxingável das modernosas mamães cachaceiras que largam seus filhotes com o primeiro psicopata que aparece pra poder ficar de bar em bar se rebolando pra um monte de vagabos barangos e fedidos?

    • Mãe é sempre sagrado, aparentemente. Os filhões sempre se enganam dizendo coisas como “ele deu duro para me criar, ela fez o melhor que conseguiu”. Crianças largadas o dia todo com mamãe trabalhando em vez de ficarem putas crescem gratas a essa mãe relapsa, pois afinal, a mãe deu duro para sustentá-los e o bem maior nesse mundo é o dinheiro. Se faltar afeto todo mundo releva, mas se faltar dinheiro…

        • Ser mãe implica em abdicar de uma série de coisas as quais eu não estou disposta. Deixar filho o dia todo com babá ou na creche, PARA MIM, é um absurdo.

  • Eu acho que se alguém me chamar de filho da puta, vou achar uma ofensa… Uma ofensa as prostitutas, diga-se de passagem.

    Se mantenho a postura defensiva com ela e com a piranha da minha vó é justo porque estou de rabo preso por conta das armações dessas duas canalhas que só fizeram por foder com a minha vida.

    A velha ontem veio aqui cheia de marola querendo condicionar a visita dela aqui a desfazer a armação. Veio dizer que não hipotecou a casa por “amor” a mim (hahahá! E meu peido cheira a flores do campo) e ainda veio com conversinha de sermos bons amigos (juro que imaginei a Sally aqui ouvindo essa do Alicate, só pra vocês terem idéia de como foi tenso). Vontade de dar um abraço de urso só pra velha sair fora.

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