Somir Surtado: Learn english.

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Hoje acordei colonizado. Muito se fala sobre as benesses do aprendizado da língua inglesa para sua vida profissional, como se a língua de Shakespeare fosse mera ferramenta num mercado de trabalho cada vez mais exigente. Cidadão ou cidadã aprende mais ou menos, o suficiente para entender um eventual e-mail da matriz… e acha que já cobriu todas as vantagens de ter aprendido uma nova língua. Hoje em dia isso é se contentar com pouco… muito pouco.

O que eu vou escrever aqui vai formar espuma nas bocas dos comunistas de boutique que assolam esta terra, mas… Inglês fluente é a melhor base que existe para aumentar sua cultura. Nenhuma outra língua neste mundo te dá tantas oportunidades de aprendizado e entretenimento quanto a inglesa. Está mais do que na hora dessa nojentinha elite cultural tupiniquim aceitar que inglês não é só língua de futilidades e consumismo.

Há produção cultural de qualidade em virtualmente todas as línguas deste mundo, mas praticamente todas elas se traduzem muito bem em inglês. Evidente que existe uma vantagem de ler Machado de Assis em português e Nietzsche em alemão, muitas das sutilezas de línguas complexas como essas duas não funcionam perfeitamente em uma tão “prática” como a inglesa, mas por isso mesmo o material traduzido para inglês acaba tendo um ponto forte: Não dá para trocar uma sacada literária por outra tão fácil, tem que explicar “desenhando” muitas vezes.

Em línguas mais rebuscadas, os tradutores tem muita licença poética. Se isso por vezes consegue compensar o brilhantismo do original, também cria uma substituição que altera um pouco o conteúdo e os significados das palavras, frases e ideias da versão original. Não sei se chega a ser exatamente um elemento decisivo em prol do inglês, mas acho importante defender logo de cara que não existe um “emburrecimento obrigatório” de conteúdo original de outras línguas só porque a língua inglesa é um pouco mais literal. Compensa-se de outras formas.

Tem muita cultura de qualidade aguardando quem estiver disposto a domar o inglês na maioria de suas nuances e peculiaridades. A internet é responsável direta por essa explosão de relevância da língua, como as pessoas que falam inglês injetaram na rede boa parte do seu conteúdo atual, é de se esperar que o filé dessa produção intelectual humana disponível a um clique de distância esteja primariamente em inglês.

Honestamente: Você ainda não tem NOÇÃO do tamanho da internet se não conseguir ler inglês com naturalidade parecida com a que o faz na sua língua natal. Num exemplo simples, basta comparar o tamanho dos artigos da Wikipedia em português e inglês, a profundidade das informações e a tonelada de links a mais (exceção, é claro, para o conteúdo relevante apenas para um país ou língua).

Depender de tradução, legendas ou dublagem limita demais a quantidade de informações que você consegue absorver numa navegada qualquer. E eu não estou atirando no pé: Tem sim muita coisa interessante e bem feita em português, espanhol, francês e tantas outras línguas na rede, mas se for para comparar… Muito por isso eu fico incomodado quando tratam essa transformação do inglês em língua padrão da web como uma forma de colonização moderna. Não se trata apenas da língua natal de quem acessa, e sim da língua na qual a maior parte do conteúdo “substancioso” está.

Perdoem-me os puristas, mas tem mais história, cultura e conhecimento humano na internet do que fora dela atualmente. Recentemente um site independente chamado Internet Archive (que… pasmem, arquiva a internet) alcançou a marca de 10 petabytes de dados armazenados em seus servidores. Mais ou menos metade de toda a produção intelectual humana disponível… Para quem quiser acessar. Em apenas UM site. Não estou falando de postagens de Facebook, estou falando de manuais, livros e produção cultural com um padrão de qualidade mínimo em geral.

Qual vocês acham que a língua primária desse conteúdo? Não seria um problema se tudo estivesse em português, é uma língua tão boa (e em vários casos até melhor) quanto as outras. Mas o inglês chegou primeiro. Não é nem que a internet não gosta de outras línguas, é que boa parte do material está sendo divulgado e arquivado em inglês. Daria trabalho demais traduzir tudo para acomodar outras.

E olha que eu nem estou focando apenas em clássicos e conhecimento universal, estou falando também da grande produção de conteúdo específico e recente em língua inglesa. Desde manuais sobre linguagens de programação até shows de stand-up, tem MUITA coisa interessante pipocando diariamente na rede em inglês. E principalmente no caso de material original de países que falam essa língua, faz muita diferença entender significados, expressões e contextos.

O ideal seria aprender umas vinte línguas diferentes para mergulhar nessa orgia de informação que é o mundo moderno, mas se você tiver que concentrar esforços em apenas uma (além da sua natal), com certeza a mais recompensadora é a inglesa. Esse preconceito latino-americano contra o que vem do Tio Sam até tem suas raízes em escrotices que eles fizeram e fazem na sua sanha imperialista, mas é um exercício fútil de auto limitação intelectual.

Limitação que aumenta exponencialmente com o passar dos anos. Quanto mais tempo passa, mais material de qualidade é perdido por quem trata a língua inglesa como enfeite de currículo ou mesmo se recusa a aprendê-la. Não basta saber traduzir muitas palavras, tem que ficar fluente no MÍNIMO para ler. Fluência é ler em inglês direto, sem precisar ficar traduzindo mentalmente no meio do caminho. Se você ainda está preso nessa etapa, esforce-se para passar dela o mais rápido possível, porque você é um analfabeto funcional em inglês e vai aproveitar muito pouco desse imenso potencial de aprendizado.

Como muitos brasileiros parecem não dar a mínima para essa “qualificação intelectual da vida moderna”, não é incomum que estrangeiros (e não só os que nasceram onde se fala inglês) tenham grande preconceito contra quem se diz brasileiro na internet. Já bati nesse ponto inúmeras vezes, nem vou estender demais, mas o cerne da questão é que do ponto de vista deles, brasileiros parecem retardados. Normalmente não se comunicam de forma inteligível, e quando o fazem estão limitados por esse analfabetismo funcional do pouco domínio da língua inglesa. Reforça-se o estereótipo de macaquito.

Se não fosse tanta gente razoavelmente mais bem estudada perpetuando essa arrogância de que o brasileiro pode se virar muito bem apenas com a produção intelectual em português (do Brasil, porque quero ver ler “um parágrafo” do Saramago), talvez levasse-se mais a sério a NECESSIDADE de adicionar o inglês como língua fluente para as novas gerações. Esse protecionismo cultural só fere a liberdade de aprendizado das pessoas.

Esqueça a ideia de que indústria cultural “em inglês” é só hit musical de rádio e série de TV, é basicamente todo o conteúdo produzido no mundo, do mais chucro ao mais erudito, com tons e sensos de humor muito diferentes dos que se recebe apenas esperando material dublado. Vai depender de alguém achar um material lucrativo para o mercado brasileiro para consumir cultura? Evidente que vai vir muito mais porcaria do que qualidade, povão é povão em todos os cantos do mundo. O que vende mais por lá vem pra cá. Não é motivo para desdenhar da língua inglesa em geral.

Seria mais ou menos como um estrangeiro dizer que não vai aprender português porque não se interessa pelo o que estão dizendo num vídeo de funk qualquer. Nenhuma pessoa com mais de dois neurônios se interessa! Conteúdo fuleiro tem em todas as línguas. Jamais se paute por ele.

Deixemos os babacas do departamento pessoal das empresas se preocupar com a relevância da língua inglesa nas profissões. Aprender inglês vem com um ganho cultural imenso se você não resolver “enfiar dobrado” e só entender o básico. Aproveite essa oportunidade incrível da sociedade moderna… A era da informação está aí, talvez no seu auge, dando oportunidades de aperfeiçoamento intelectual e diversão (por que não?) para quem estiver disposto a correr atrás dela.

NADA vai te abrir tantas portas culturais quanto o domínio da língua inglesa. Manda um “fuck off!” para o próximo intelectualzinho que te disser que isso é coisa de colonizado e que a língua portuguesa é muito melhor. Estão usando verdades para contar uma mentira. É sim aceitar a colonização cultural, a língua portuguesa é sim belíssima, mas você não ganha porra nenhuma espezinhando o idioma mais útil nesses dias de internet.

E quando você finalmente entender o que pessoas brilhantes estão dizendo em inglês, vai perceber que há sim muita vida inteligente se comunicando dessa forma. E não adianta ficar só estudando gramática, te ajuda a parecer menos retardado falando e escrevendo, mas TEM que ler e ouvir muita coisa para descobrir como consumir esse monte de conteúdo faz diferença na vida sim. Desligue a legenda, escute o áudio original. Pesquise em inglês, leia sem tradução automática. Demora um pouco, mas funciona.

Não feche essa porta, ou você nunca vai entender porque fechar essa porta vai te limitar.

Para dizer que eu estou sendo pago pelos imperialistas, para dizer que otário sou eu que não sei baixar série dublada ou legendada, ou mesmo para dizer que a língua mais falada do mundo não é inglês (pense nisso com calma e perceba por que não é um argumento contra o ponto do meu texto): somir@desfavor.com

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Comments (52)

  • “(…)do ponto de vista deles, brasileiros parecem retardados. Normalmente não se comunicam de forma inteligível, e quando o fazem estão limitados por esse analfabetismo funcional do pouco domínio da língua inglesa.” Isso quando se comunicam em Inglês, porque em alguns sites e canais do Youtube que eu costumava acessar sempre aparecia um fulano comentando (em Português) “Algum BR aqui? Huehue”
    Eu adoro Inglês, acho bonito e prático. No auge da minha fluência (e no conhecimento básico de outras duas línguas), ainda fico meio abismada quando alguém me diz que não sabe um segundo idioma. Talvez seja minha arrogância, vai saber. Mas levando em conta o ensino de língua estrangeira no Brasil… as aulas de Inglês pobres, apenas o básico pro vestibular ou pra dizer que tem aula, e a quase ausência das aulas de Espanhol, que salvo engano são obrigatórias por lei. O estudo de língua estrangeira não é estimulado, aliás nem o de Português. Aí o que se vê é zé povinho escrevendo tudo errado e pondo a desculpa em “variação linguística”.
    Já passou da hora de uma reforma no sistema educacional brasileiro.

  • Esse lance da Wikipédia é interessante, qdo a gente vai ler sobre determinado assunto ali existe a parte do “ler em outro idioma”, e os links do assunto em diferentes idiomas. Se não for um assunto especificamente sobre algo relacionado ao Brasil ou Portugal, quase sempre o conteúdo é bem pobre. Qualquer coisa que eu consulto ali eu sempre dou uma lida tb em outros idiomas pra procurar informação adicional, que estão quase sempre em inglês. Em espanhol tb se encontra informação mais detalhada, é um idioma bem mais falado que o português apesar de ainda não se igualar ao inglês.

    Eu leio bem em inglês mas tenho o ouvido ruim pra idiomas no geral, não sei se o problema é no ouvido mesmo ou se se trata de algum tipo de distração mental mas pra mim é muito difícil captar certas nuances dos idiomas que eu não domino. Por isso sempre assisto filmes com legendas do idioma original.

  • Paralelamente o Programa procura difundir e disponibilizar os resultados das pesquisas elaboradas por seu corpo docente e discente para a comunidade acadêmica e para a sociedade em geral. A formação e a produção científica visadas têm como objetivo aprofundar um conhecimento científico fundamentado em teorias lingüísticas, literárias e tradutológicas significativas dentro do campo da produção intelectual internacional. Procura-se assim fomentar a capacidade da análise voltada não apenas aos processos de criação cultural e literária desenvolvidos nos contextos de língua inglesa e no âmbito da cultura hegemônica, mas também no interior dos grupos minoritários, procurando analisar e discutir as relações da literatura com o contexto cultural brasileiro e com o conjunto mais amplo da cultura midiática contemporânea na era do consumo e da chamada globalização.

    • Nem nas particulares. Pelo menos na minha época era todo ano verbo tobe. Só deu certo quando dividiram em 3 turmas, níveis diferentes. Aula de espanhol também era uma bagunça. Sempre tem os burros para atrapalhar, professor fica desanimado e quem quer aprender sai perdendo.

  • Olha… concordo em partes com o Somir! Ele está certo em relação ao inglês, mas eu adicionaria também o francês ou italiano ou mesmo alemão para leituras eruditissimas. Explico-me: nada melhor que ler um Rousseau ou Foucaut no original. Penso em certo sentido que ler uma tradução da obra para outra língua estrangeira(por ex. ler Rousseau em ingles) , seja um tanto prejudicial, e não vai ter “o mesmo efeito”. Lembrando sempre que uma tradução é, antes de tudo, uma forma de interpretação e impressão de valores por parte de quem está traduzindo.

  • Sempre achei uma droga aula de curso de ingles onde voce fica discutindo se é legal ter cachorro em apartamento quando o idioma tem a te oferecer Carlyle, Milton, Conrad! Do ponto de vista pragmático, o idioma universal da ciência é o bad english. Não precisa ter um ingles perfeito, e todo mundo se entende. Cansei de ouvir colegas pedindo desculpas por não falar portugues, e é muito engraçado, isso sempre veio de cientistas aonde a lingua nativa é o inglês. Texto excelente, masi uma vez. Well done Somir!

  • Somir,

    o projeto dos EUA desde a IGM e que cresceu com força depois da II GM, de se tornar mais importante para o mundo do que a situação contrária fez com que investissem fortemente no hard e soft power. Por isso que a cultura americana está tão enraizada pelo mundo inteiro, parece que somos invadidos pela língua, música, costumes e outros tipos de entretenimento. Eu acho que para chegar onde chegou os EUA trilharam um caminho muito inteligente e, vamos concordar, que qualquer outro país que estivesse na mesma posição também faria!
    Me dá um certo cansaço quando ouço que os EUA são imperialistas, que querem ser a polícia do mundo, dominar a parada toda, mas em todo momento da história tivemos um país/império que dominasse a economia e política mundial. Até o Brasil exerce certo ‘imperialismo’ na América do Sul com suas dimensões continentais.
    E aí vejo gente idiota que reluta em aprender inglês, fica reclamando da música e de não sei o que, não usa palavras como drive thru e similares e ainda teve um que teve a capacidade de falar que ao invés de inglês deveríamos estudar tupi (!!!!). Pode ser que o mandarim se torne mais importante ainda do que está no momento, mas o inglês ainda é a língua universal e se perde muito se não tiver fluência. Mas, acho que o brasileiro médio também tem bastante noção disso, vide a quantidade de cursos de idiomas que tem por aí (a maioria nem tão eficiente assim).

  • Adorei o texto. Enfim uma abordagem diferente do velho “Inglês é importante para arrumar emprego e enfeitar currículo”. A importância da língua vai muito além disso, realmente. Gostaria de pedir dicas a vocês de bons cursos de Inglês. Eu tenho nível intermediário, mas quero evoluir. Quero aprender mais. O que vocês recomendam? Qual caminho trilharam para a fluência no idioma? Qual o melhor curso? Quais os melhores livros? Acham que é impossível aprender REALMENTE a falar sem ter uma experiência de intercâmbio?

    • Marina, tentando te responder em partes:

      Penso que é possível sim aprender a ser quase fluente sem precisar de ter uma experiência de intercâmbio: vide exemplo que minha família é de descendência italiana e todo mundo fala dentro de casa; e, segundo exemplo: no meu curso de letras só se fala em língua estrangeira em sala de aula, nada de português! E bom… eu e muitos dos meus colegas conseguem hj já no final do curso serem fluentes NA FALA em princípio, mesmo que pecando às vezes na gramática e em outras habilidades linguísticas como a escrita.

      Pra aprender via internet, conheço o tal do LIVEMOCHA que é bem interessante, mas é bem audio-oral/mecânico: tu vê uma figurinha e associa à um audio ouvido e tals… A parte legal fica por conta de que os estrangeiros/nativos é que corrigem teus exercícios e é possível bater papo com eles no próprio site!

      Em relação à qual melhor material/curso ísso depende muito: leve em consideração teu tipo de aprendizagem bem como teu tipo de habilidade cognitiva. Eu por exemplo sou cinestésico/musical: preciso de mta música pra aprender! Já tem gente que é mais logico-racional e por aí vai. Há alguns testes desse tipo na internet pra tu “se descobrir”.

      E, ainda em relação ao “estilo de aprendizagem”, é a partir dele que tu “define” o melhor método: de repente um método audio oral só de ver figurinhas e ficar repetindo não funcionará pra ti ao contrário de um método comunicativo em que tu aprende “modelos de competências gramaticais” e sai repetindo, monta teatrinhos com a turma etc etc; ou talvez só gramática e tradução funcione melhor pra ti do que pra outra pessoa… enfim!

  • Gostaria de pedir dicas a vocês de bons cursos de Inglês. Eu tenho nível intermediário, mas quero evoluir. Quero aprender mais. O que vocês recomendam? Qual caminho trilharam para a fluência no idioma? Qual o melhor curso? Quais os melhores livros? Muito obrigada.

  • Ai révi qui concordêiti com Somir, bicózi qui the big money is auti from Brazil. Wanti to say, from birráindi the clothes is another stuff. Gúdi brógui, this Unfavor. Still waitingui to learn the way que o Nerd wiped his ass with two arms engessêitidi.

  • Indiscutível esse texto.

    Só acrescento uma coisa. Vejo muita gente falando mal do espanhol, pq acha brega. Mas vou te falar que encontro muita coisa boa escrita em espanhol. Principalmente na minha área de atuação.

  • Olha, faz tempo que não vejo um arrazoado que seja uma justificativa tão boa… em verdade, este teu texto devia ter dedicado pelo menos um dia de aula na rede de ensino fundamental (talvez entre a 7ª e a 9ª série – nossa, agora tem nona série…).

    Tinha um bando de galeses britônicos que falavam aquela língua de palavras cheias de ‘y’ e algumas só com consoantes. Daí vieram pré-vikings com uma língua proto-germânica que estuprou a língua galesa. Só bem depois o latim foi dar as caras, mas não colou muito. Depois veio as línguas escandinavas estuprar a língua bastarda que já estava mais ou menos formada. Depois, por último, veio uma língua romano-franca pra terminar a suruba. E é isto o inglês. A língua mais ‘zoada’ em mil anos de história, acabou se tornando lingua franca no mundo inteiro.

    • E jotacê, você sabe porque se usa o termo “lingua franca”? Porque até lá pelo início do século XX a lingua que era utilizada como base nas interconversações era o FRANCÊS. O Inglês só foi ganhar força como “lingua franca” mais adiante, com a força da hegemonia “yankee” nas relações para com o mundo.

      Ah, e sim… No inglês “americano” há uma utilização mais massiva do apóstrofo. Em tempo, tal sinal é herdado justo do francês.

      • A língua franca, no sentido dos ‘francos’, foi uma apropriação pelos árabes e norte africanos de uma generalização de todos os europeus desde os séculos IX, e era bem diferente do francês clássico surgido após o século XV. Nestes termos eu penso que, de 1800 em diante, a língua francesa era uma lingua franca dentro de um espectro limitado à cultura – referente mais às artes e ciências – e o inglês já seria uma língua franca, politicamente falando, no contexto do império ultramar britânico durante e após a era vitoriana. O que aconteceu foi, após a ascensão dos estadunidenses, uma completa tomada cultural pelo inglês, que o alçou a esta categoria.

        E pensar que o nheengatu seria mais interessante para o Brasil do que este português rebuscado…

  • Seria ingrata se dissesse aqui que a língua inglesa não tem a sua importância tanto na civilização como em minha história. Como viciada em música e viajante profissional, tenho nesse idioma uma das principais ferramentas de minha vida criativa. Não se pode esquecer também que foi nele que figuras como Byron consolidaram, popularizaram e eternizaram o mais inspirador estilo literário que já se pode criar.
    Mas como em tudo, há limites: tem gente que não vislumbra sinal de alimento cultural fora da língua inglesa. Se é pra resvalar pro fundamentalismo, prefiro então a descultura da boas e velhas canções de Camões, Saramago e Álvares de Azevedo.

  • O engraçado é que mesmo tendo tantos macaquitos na internet pra piorar o esteriótipo de brasileiro, o sotaque brasileiro num inglês fluente é bem fácil de se ouvir, parece-me mais fácil de entender um brasileiro falando rápido em inglês, do que um australiano, por exemplo.
    Aproveitando o tópico Brasil e inglês, Somir, acho que seria interessante fazer um texto explicando de onde vem tanto esse ódio que as comunidades on-line tem dos brasileiros, sejam fóruns, mídias sociais, jogos ou até mesmo na deepweb, em que na minha opinião, não confia-se tanto num brasileiro.
    Acho que também seria interessante um desfavor explica sobre o inglês auto-didata na infância/pré adolescência, não sei, mas penso que hoje muita gente que é fluente começou com algum vídeo game, ou talvez pelos canais de música que legendavam as letras, pra mim foi algo espontâneo e com uma certa idade já me via melhor em inglês do que os colegas que pagavam cursos pra isso.

  • Sou muito grata à minha mãe por ter me matriculado no inglês quando eu tinha 11 anos. Se fosse depender do inglês da escola (pública, mudava o professor umas três vezes por ano), eu saberia as horas e conjugar o verbo tu bi, e olhe lá. Fico meio de cara quando vejo alguém falando que não sabe nada de inglês, não sei se eu que sou esnobe ou se a pessoa que ficou pra trás mesmo.
    No entanto, admito que não tenho saco pra ver coisas em inglês sem legenda, talvez meu ouvido seja defeituoso ou eu seja lesada (mais provável), não confio que vou entender tudo então prefiro legenda, nem que seja em inglês mesmo. Dependendo do texto também fico com preguiça, e livro só li um porque não tinha a tradução mesmo. :(
    O que me deixa aborrecida com o português é que só Portugal e meia dúzia de países miseráveis o tem como língua oficial. Preferia a colonização espanhola, ou holandesa, sei lá.

  • Odeio quem fala “a lingua mais falada é mandarim e não inglês”. Quer uma medalha?!

    Eu adoro a linga inglesa. Desde os meus 13 anos não assisto mais nada dublado, legendado até que sim, mas nunca mais dublado.
    Eu acho essa lingua tão bonita e simples. Tanto que eu resolvi estudar inglês (e português). Espero poder viver em um paisonde falarei inglês todos os dias.

    Também acho que se você não sabe um minimo de inglês, vai ficar bem limitado na internet.

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