Desfavor Explica: Bebedeira.

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Eu não bebo, mas, honestamente, se minha família comemorasse natal, eu certamente encheria a cara. Então, para aqueles que vão abusar do álcool nas festas de final de ano, aqui vai um Desfavor Explica: Bebedeira.

Vamos começar pelo que pode dar de mais errado, que é a parte mais importante e a que merece mais atenção. Uma pessoa pode morrer de tanto beber, mesmo que isto ocorra em um evento único e ela nunca tenha bebido antes. Bebida não mata apenas com anos alcoolismo, um único porre pode intoxicar o organismo e causar morte. Portanto, em vez de rir do seu amigo bêbado, fique de olho para ver se não é hora de levá-lo para o hospital ou, em vez de beber feito uma esponja, aprenda como encher os cornos sem perder sua vida. Porra, já somos poucos, se vocês ficarem morrendo aí é que a gente nunca vai conseguir invadir o Suriname! Tenham consideração!

O estágio mais grave que uma bebedeira pode te levar é o Coma Alcoólico. Nada mais é do que uma intoxicação do organismo em função da ingestão excessiva de bebida alcoólica. Como eu disse, não se trara do consumo a longo prazo, mesmo que a pessoa nunca tenha bebido na vida, ela pode entrar em coma alcoólico na primeira vez em que bebe. O que conta é a quantidade ingerida no evento que precede a desgraça e com que rapidez a bebida é ingerida. Vamos entender o que acontece com um organismo que é bombardeado com mais álcool do que consegue lidar.

Ao ingerir qualquer bebida alcoólica, o álcool é absorvido rapidamente pelo estômago e pelo intestino (papo técnico: duodeno) e em pouco tempo cai na corrente sanguínea. Ao circular no nosso sangue, ele acaba sendo levado ao fígado, que vai tentar desesperadamente “limpar” o sangue dessa “toxina” que é o etanol, que a pessoa babacamente bebeu e quantidades industriais. O fígado vai tentar “destruir” as moléculas do álcool (papo técnico: transforma em gás carbônico e água) e esses resíduos serão eliminados das mais diversas formas: pela urina, pelo suor, etc. Porém, dependendo da quantidade ingerida, essa primeira tentativa do fígado não vai ser suficiente, as moléculas de álcool continuarão circulando no seu sangue e passarão mais vezes pelo fígado, que vai continuar tentando reverter a situação. Para você ter uma ideia do trabalho que dá, leva cerca de uma hora para o fígado metabolizar (neutralizar o efeito tóxico da bebida no organismo) um copo de vinho ou 50ml de uma bebida destilada.

Não existe nada que se possa fazer para acelerar esse processo. Quem te falar o contrário está mal-informado. Água, glicose, café, refrigerante, água de coco… NADA acelera o metabolismo do álcool pelo fígado, apenas atenua algumas consequências desagradáveis que decorrem desse processo. Dar banho gelado também não melhora em nada, o máximo que vai acontecer é deixar a pessoa sem sono, o que é um desfavor, pois dormindo fica mais fácil para o organismo se livrar da intoxicação, já que ele pode concentrar todos seus esforços nisso. Então, se alguém ao seu lado está mal, não pense que você vai solucionar o problema com açúcar, café ou banho frio. Só o tempo faz com que o fígado consiga “filtrar” todo o álcool do sangue.

Você pode estar se perguntando como saber se alguém entrou em Coma Alcoólico. Não é difícil de se identificar: a pessoa, após ingerir uma enorme quantidade de bebida alcoólica, geralmente em um curto intervalo de tempo, entra em um estado de sonolência seguido de um desmaio ou perda de consciência. Não confundir com o bêbado que dorme, o bêbado que dorme pode ser acordado, a pessoa em coma alcoólico não. Se seu amigo está jogado em um canto, passa lá e vê se ele acorda. Caso não acorde, não perca tempo.

Vou escrever em caixa alta: PESSOAS EM COMA ALCOÓLICO PRECISAM DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR URGENTE. Pouco importa se o pai do Fulano vai ficar uma fera, se a esposa do Fulano vai brigar com ele, pior vai ser se o Fulano morrer, certo? TEM QUE levar para o hospital. Mesmo amigos muito bem-intencionados não serão capazes de prestar o socorro necessário, muito pelo contrário, podem piorar a situação. TEM QUE LEVAR PARA O HOSPITAL O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, não tem conversa. Não é apenas para tomar glicose na veia, é também para ter suas funções vitais monitoradas enquanto o corpo se repõe da agressão que sofreu. Sim, um porre é uma agressão ao seu corpo, não é porque a bebida é legalizada que ela não detona seu organismo. COMA ALCOÍLICO PODE MATAR, chame uma ambulância ou leve a pessoa o mais rápido possível para o hospital.

O álcool mata não apenas por aquela clássica e humilhante morte do bêbado se afogar no próprio vômito enquanto dorme, ele também mata porque “desliga” partes importantes do seu cérebro (papo técnico: efeito depressivo sobre o sistema nervoso central). Então, além da morte humilhante aspirando o próprio vômito, ainda pode causar outras mortes, como por exemplo, por parada respiratória. Não brinque com isso, uma pessoa em coma alcoólico pode morrer se não for prontamente socorrida. Mais: muitas vezes a pessoa nem precisa beber tanto para entrar em coma alcoólico, a mistura de álcool com alguns medicamentos que potencializam seu efeito pode ser letal, ainda que em doses baixas. Cutucou a pessoa e ela não acordou? Hospital.

Vamos lá, passo a passo, pois se acontecer você já vai ter uma noção do que fazer e as chances de salvar a vida da pessoa são maiores. A pessoa bebeu muito e apagou. Você vai tentar acordá-la. Não acordou? Primeira providência a tomar é chamar uma ambulância. De preferência, mande alguém chamar enquanto você verifica se a pessoa em questão está respirando e se tem pulsação, os detalhes já foram ensinados nos textos sobre Massagem Cardíaca e Respiração Boca a Boca. Caso a pessoa esteja com batimentos cardíacos estáveis e respirando, deite-a DE LADO, para o caso dela vomitar. Se ela estiver deitada de barriga para cima, ela pode acabar vomitando e se afogando no próprio vômito. Afrouxe as roupas se eventualmente a pessoa estiver com uma roupa apertada. Em hipótese alguma tente dar alimentos, bebidas ou remédios via oral a uma pessoa desacordada. Você pode matá-la. Aceite o fato que aquela pessoa não está apta a engolir nada e deixe o resto com os médicos. Chegando no hospital, não minta. Diga que a pessoa bebeu todas, para que os médicos possam ajudar.

Agora vamos supor que estejamos falando de você. Você é quem está bebendo demais. Existem algumas medidas que podem ser tomadas para evitar que se chegue nesse estágio de perda total. Normalmente as pessoas focam apenas no teor alcoólico da bebida para avaliar o impacto que aquilo pode causar no seu organismo, mas este critério é falho. Uma série de outros fatores podem influenciar. A intenção é encher os cornos? Beleza, mas não pode morrer. Aprenda como avaliar o impacto que cada bebida pode ter em você, de modo a se programar e tentar evitar o pior.

Para começo de conversa, não beber de estômago vazio. A ingestão de alimentos gordurosos antes do álcool dificulta sua absorção pelas paredes do estômago. Beber depois de uma refeição ajuda com que a absorção do álcool seja menor. Não quer ou não pode fazer uma refeição antes? Coma uma porcaria de uma barra de chocolate. Não é a toa que os petiscos que acompanha bebida são quase sempre gordurosos, os bares são espertos, eles querem manter seus clientes vivos. Se puder coma também enquanto está bebendo, para continuar impedindo a rápida absorção do álcool. Não vai cortar o efeito, apenas vai ajudar a você não ficar nas trevas.

E por falar em gordura, é bom informar que mulheres ficam bêbadas com mais facilidade do que homens, graças a ela. Não, não é pelo fato da mulher ser “menor” ou pesar menos do que o homem. O que acontece é que por natureza (resumo simplório: para poder arcar com o custo de uma gestação) a mulher tem mais gordura corporal do que o homem. Logo, por ter mais gordura corporal, seu corpo tem um percentual menor de água e, por consequência, o álcool não fica tão diluído na corrente sanguínea.

Uma mulher e um homem do mesmo peso podem beber a mesma quantidade de álcool que a mulher acabará absorvendo o álcool de forma mais rápida e o impacto no seu organismo será mais intenso. Fica a dica para mulheres que acham que podem beber como homens. Não podem, não é machismo, é biologia. Estudos indicam que o efeito de um copo de cerveja em uma mulher equivalem a dois copos de cerveja em um homem, ou seja, a pancada do álcool é dobrada na mulher. Portanto, mulheres, desacelerem. Nós somos sim mais fracas para bebida, não entrem em competição com homens porque vai acabar mal.

Também é preciso estar atento à escolha da bebida e ao ritmo no qual se bebe: destilados (cachaça, rum, vodca, tequila, whisky, licor, gim) são absorvidos mais rapidamente do que fermentados (cerveja, vinho, sidra). Portanto, se optar por um destilado, assegure-se de diminuir o ritmo, beber mais lentamente e não beber de estômago vazio. E saiba que se a gordura retarda a absorção do álcool, o açúcar acelera. Isso explica porque a caipirinha pode ser tão bombástica: destilado + açúcar. Bebidas gaseificadas e/ou açucaradas tem absorção mais rápida. Lembrou de alguém? Pois é, Champanhe. Apesar de ter mais ou menos a mesma concentração alcoólica do vinho, é absorvida de forma muito mais veloz. Saber o “potencial embriagante” do que está bebendo ajuda a não perder a mão.

A forma como se bebe também faz diferença. A mesma dose ingerida em um curto intervalo de tempo ou lentamente, em um intervalo de tempo maior, pode causar efeitos completamente diferentes. Isso porque quando se ingere aos poucos se dá tempo para o organismo começar a se desintoxicar. Se você não for avesso à prática, pode alternar goles da bebida com goles de água ou algo não alcoólico, isso vai te dar uma “vida útil” maior para beber, pois a absorção será mais lenta. Bebidas com alto potencial embriagante devem ser ingeridas mais lentamente, para que dê tempo do fígado lidar com isso.

Lembra quando eu disse que os efeitos do álcool não eram matemáticos? Há quem discorde. Existe um teste conhecido como BAC (Blood Alcohol Concentration, ou Concentração de Álcool no Sangue), conhecido no Brasil como “Teste do Bêbado”, que permitiria antever o impacto da bebida no seu organismo. Se funciona? Não sei, eu não bebo, testem vocês e depois me contem. Mas desde já eu adianto: é uma conta complexa, não deixe para fazer quando estiver bêbado, faça quando estiver sóbrio. Você pode fazer depois de uma bebedeira, naquela vibe “nunca mais quero passar por isso”, ou pode fazer se guiando por uma tabela para ver onde começa o risco de vexame e onde começa o risco de vida.

Primeiro você tem que calcular a quantidade de água no seu organismo, através de uma fórmula simples: multiplique seu peso por por 0,59 (homens) ou 0,49 (mulheres) e depois multiplique o resultado por 1000 (para transformar em mililitro). Esse resultado final será o RESULTADO 1. Guarde, já já vamos precisar dele. O segundo passo é multiplicar o número de doses que você pretende ingerir por 14,2 gramas, que é a quantidade de álcool contida em uma dose. Obs: Considera-se como uma dose 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho e 50 ml de destilado, se a sua dose difere destes valores, adéque seu cálculo. Agora divida o resultado obtido (da multiplicação do número de doses por 14,2) pelo resultado 1. O valor obtido será o RESULTADO 2.

Agora multiplique o RESULTADO 2 por 0,806 ml (quantidade aproximada de água por mililitro de sangue) e multiplique esse resultado por 100. Pronto, você chegou ao resultado final, ou seja, a quantidade, em gramas, de álcool por decilitro de sangue. Qualquer tabelinha vagabunda de internet vai te informar os efeitos de cada concentração de álcool no sangue, faça as contas e tente se programar para já chegar nos eventos sabendo até quantas doses seu corpo tolera antes de passar mal. Leve em conta que se você andou bebendo recentemente, o resultado pode ser um pouco pior do que o esperado, já que isso gera uma diminuição da capacidade metabólica. Quanto mais álcool no seu sangue, pior a intoxicação, pior a embriagues e pior a ressaca.

E por falar em ressaca, ela merece alguns parágrafos só para ela, já que quem bebe vai ter que encará-la. Ao contrário do que se diz por aí, a ressaca não é pior se você misturar fermentados e destilados. O que intoxica seu cérebro é o álcool, não faz a menor diferença para o seu cérebro de onde esse álcool veio. O que pode acontecer é que ao misturar fermentados e destilados a pessoa acabe bebendo mais, já que beber muito de uma única bebida costuma ser enjoativo. Desce muito mais fácil beber a mesma quantidade de álcool em formas diferentes de bebidas, da mesma forma como é mais fácil comer 1 kg de açúcar na forma de uma torta do que ingerir o açúcar puro com uma colher. Há quem relate que o enjoo é maior ao misturar destilados com fermentados, mas isso não procede. O máximo que pode acontecer é seu estômago embrulhar por causa do mix sabores que não combinam uns com os outros. Então, foco na quantidade de álcool ingerida, esquece isso de não misturar destilado com fermentado. É lenda.

Como eu disse, o determinante principal para o grau de ressaca vai ser a quantidade de álcool ingerida. Porém, a forma como esse álcool foi ingerido também influencia na ressaca. Aquelas sensações desagradáveis de mal-estar e dor de cabeça se dão por causa da desidratação e a hipoglicemia, logo, se você bebe alternando goles de álcool com água ou refrigerante e com o estômago cheio ou comendo, é provável que os efeitos no dia seguinte não sejam tão bombásticos. A rapidez com a qual se bebe também gera consequências no dia seguinte: quem bebe lentamente, degustando a bebida sofre menos do que quem ingere uma grande quantidade de álcool de uma vez só, ainda que no final das contas ambos bebam a mesma quantidade.

Tecnicamente, o estopim para a ressaca é um grande desequilíbrio que bagunça o organismo. Em uma simplificação grosseira, funciona mais ou menos assim: quando a pessoa começa a beber, o fígado começa a receber sangue com álcool e, por isso, começa a produzir enzimas para tentar neutralizar o etanol, nocivo para o organismo humano. Quanto mais a pessoa bebe, mais o fígado produz estas enzimas. Só que o fígado demora a perceber que a pessoa parou de beber, e acaba produzindo mais enzimas do que o necessário, o que gera um desequilíbrio que bagunça todo o metabolismo. O resultado você sente no dia seguinte: dor de cabeça, desidratação, enjoo, diarreia e extremo cansaço. Seu corpo, que antes estava intoxicado pelo álcool, agora está sofrendo pelo efeito rebote das enzimas que tentaram controlar esse álcool.

Logo, RESSACA NÃO TEM REMÉDIO, ela é criada pelo seu organismo. Quem disser que tem um truque, uma cura ou uma simpatia para evitar a ressaca está mentindo ou está mal-informado. Existem atenuantes, mas ninguém toma um porre e acorda 100% no dia seguinte. O que atenua a situação é ingestão de líquido (que ajuda a eliminar as toxinas). Água de coco ou isotônicos também ajudam a repor sais minerais. Refrigerantes ou doces podem ajudar pois a bebida diminui a glicose e como eles contem alto teor de açúcar, combatem a hipoglicemia. De resto, é fazer repouso para que o corpo concentre suas forças na sua recuperação. Mesmo que esteja enjoado, coma. Se não conseguir comer, beba um refrigerante, um isotônico ou uma água de coco. Acredite, você vai se sentir melhor.

Vômitos. Podem acontecer, porque o álcool irrita as paredes do estômago e aumenta a produção de suco gástrico. Se a coisa ficar muito ácida, o corpo repele e coloca para fora. Não tem muito a ver com o que você tenha comido, e sim com a quantidade de álcool ingerida. O álcool também irrita as paredes do intestino, o que pode significar diarreia. Não se bebe de roupa branca, mesmo que seja ano novo. Fica a dica. Quem tomou um porre pode sentir também dores no corpo. Isso porque o álcool gera desidratação e junto com a água o corpo perde também saia minerais, essenciais para um músculo feliz. Sem eles o músculo fica mais suscetível à dor. Dor de cabeça: é quase certa. Além de todo o papo de intoxicação, o etanol diminui a coagulação do sangue e desacelera o fluxo sanguíneo para o cérebro. Como resposta, os vasos sanguíneos se dilatam, para tentar fazer o sangue chegar em maior quantidade. Resultado: dor de cabeça. A pessoa também pode apresentar uma maior sensibilidade à luz, pois a retina fica mais sensível por causa de todo o estresse e não tolera uma quantidade de luz que antes toleraria.

O que mais pode te ajudar, mas não vai resolver o problema: cafeína ajuda a dilatar os vasos sanguíneos contraídos por causa do álcool, reduzindo um pouco a dor de cabeça (café, chocolate, coca-cola e cia). Soro caseiro pode ser usado na falta de isotônico ou água de coco (quem é que vai querer ir ao mercado em um estado desses?), meia colher de chá de sal e duas colheres de sopa de açúcar a dois litros de água e vai tomando aos poucos, nem que seja com colher. Aumentar o fluxo de oxigênio no corpo acelera o metabolismo e portanto a desintoxicação também. Se a ressaca não for incapacitante, corra, pedale ou faça algum exercício, ao final você vai se sentir melhor.

Evite beber sozinho, ou com pessoas do nível do Alicate, que não vão nem perceber se você apagar, ou pior, ainda vão te sacanear e pintar todo seu rosto em vez de te levar para um hospital. Desejo um bom porre para quem é de beber.

Para me acusar de estimular o consumo de álcool, para dizer se este texto fosse publicado no começo do Desfavor teria te poupado de muita coisa ou ainda para dizer que não ia beber mas depois de tantas dicas legais vai encher os cornos: sally@desfavor.com

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Comments (48)

  • Pra quem quer beber até cair, tomar epocler antes de beber também ajuda bastante a não entrar em coma alcoolico. Isso pq dentro dele tem uma substância chamada metionina que é utilizada pelo fígado, entre outras coisas, pra realizar a metabolização do álcool e facilitar sua eliminação. Mas isso, claro, é ANTES de beber, que durante não vai ajudar muito, o corpo precisa absorver a metionina e levá-la até o fígado antes da bebedeira pra ter o efeito esperado. Com mais metionina, o alcool é metabolizado mais rápido. Qqr outra coisa que contenha metionina faz o mesmo efeito, fica a dica. Poderia explicar qual o processo de metabolização, mas acho que não precisa kk

  • nas festas q eu ia na casa d amigos sempre, sempre tinha ruffles e similares, povo esperto. eu sabia disso da gordura, mas achava q o açucar ajudava a retardar os efeitos tb. mas é só na ressaca ne. meu remedinho pras raras e quase inexistentes vzs q bebo é nutella! antes, durante, dpois, nos próximos dias.. rsrs.

  • Eu ja parei no 9 de Julho 2 vezes achando que ia morrer com a ressaca, o medico virou pra mim e disse que eu estava desidratada, ai eu disse como e possivel se eu bebi a noite inteira???WTF??Acuma??Ai ele me explicou que o alcool desidrata,depois disso a agua sempre me acompanha.

  • Perguntinha: Vários e vários amigos disseram pra mim que tomar um porre com Whisky não causa ressaca. Verdade, mito? Se é verdade, por que não dá?

    • Não é verdade, qualquer quantidade excessiva de álcool no organismo causa ressaca. O que acontece é que o whisky se bebe mais devagar, pelo ritual e pelo sabor da bebida, então, muitas vezes o fígado consegue metabolizar a bebida enquanto ainda se está bebendo, não acumulando um excesso de álcool no organismo. Mas eu te desafio a tomar uma garrada de whisky em duas horas e não ter ressaca no dia seguinte

    • Exatamente o que a Sally falou! Whisky se toma devagarinho, não se nota lá muita coisa. Mas é bom tomar cuidado sempre! Eu mesmo depois de uns 3 copos já paro porque olha…

  • Cara… esse negócio de que misturar é lenda, eu não acredito.
    Já tomei porres homéricos de cerveja (Oktoberfest, tamo aí!) e outros misturando e caraio… o porre e a ressaca do misturados são, infinitamente, piores.
    Sendo que, quando bebo, faço sempre o teste da língua: mordi e não senti, desce a batata frita com bacon e coca-cola, isso sempre evita vexames.

    • Misture destilados diferentes entre si e veja se o efeito não é o mesmo. É a confluência de sabores antagônicos que causa o enjoo, não o destilado ou fermentado

      • Hum…
        Como já to meio velha pra ficar passando vergonha bêbada pra testar o que você diz, vou acreditar.
        Hoje em dia fico só na cerveja mesmo, e quando vejo que to saindo da fase alegre para a fase “com sono”, paro por ali.

  • O básico para evitar (e cuidar de) ressaca é beber água, muita água. Qualquer substância tóxica é eliminada de uma forma ou outra pela urina. Se bem que uma vez em Salvador eu estava com uma ressaca dos infernos e o que me curou (dica de um manguaceiro local com o qual cruzei no caixa do Extra) foi uma coca cola com engov. Foi rápido demais, com certeza teve um lance psicologico na coisa, tipo receber orientações de um xamã. Foi bem bizarro, o cara tirou a coca da minha mão, tacou os engovs dentro, chacoalhou (fez uma espuma do cacete) e deu para eu beber. Em cinco minutos eu estava saltitante na praia.

  • Uma dúvida: altitude influencia na maior rapidez da bebedeira? Na única vez em que fiquei em coma alcoólico foi quando fui descendo a serra do mar…

      • Sim, mas no meu caso fui de uma certa altura para o nível do mar. Aí queria saber se isso é pior do que ir para uma altitude maior.

        • Funciona mais ou menos assim: pra trabalhar na eliminação do álcool, as células do fígado utilizam basicamente três coisas: água, glicose e oxigênio (ou seja, o que praticamente toda célula usa pra trabalhar). Isso explica o porquê dos dois primeiros faltarem no dia seguinte, gerando a dor de cabeça como a Sally explicou. Já o oxigênio não falta porque não respiramos de forma intermitente, como fazemos com a água e a comida.
          Agora, tire algum desses três elementos durante a bebedeira, e você reduz drasticamente a capacidade metabólica do fígado. Resultado: mais álcool circulando livremente no sangue (eis mais um bom motivo pra não beber sem se alimentar e hidratar direito). E é aí que entra a questão da altitude.
          É mais ou menos assim: aumenta a altitude, o ar se torna mais rarefeito. Como consequência, a concentração de oxigênio no sangue diminui (hipóxia). Não tem como evitar (a menos que você tenha um cilindro de oxigênio à mão), é algo meio que automático. Por isso é bom maneirar um pouco mais quando estiver em regiões altas (mesmo que de passagem).

  • Um amigo teve coma alcoólico depois de fazer o “batismo”, dois copos cheios de alguma bebida destilada que eu não lembro o nome, resultado: duas paradas cardiacas no hospital.

    Sally com o estresse o figado metabiliza mais rápido o alcool?

    • Não sei dizer, vou perguntar a um médico… Acho que a adrenalina pode acelerar o processo, mas não tenho certeza

  • Existe também aquele trote clássico com os que caem de bêbados, mas não entram em coma: pasta de dente e clara de ovo no furico, para o sujeito acordar achando que o ditado sobre cu de bêbado é verdadeiro. Diz a lenda que fica melado e ardido. Sugere-se uso de luvas para a aplicação.

  • Dezembro é o pior mês do ano. Fica todo tipo de assalariado pedindo esmola (caixinha de natal) como se isso fosse normal, tem os fatídicos amigos ocultos no serviço que quem não participa é taxado de muquirana, as festas natalinas onde tem sempre uma tia pra perguntar se eu tô namorando e quando vou casar.
    Putz… se bebida não fosse coisa escrota eu também encheria minha fuça, mas prefiro me enfiar em casa e dormir.

    • Tamo junto. Também prefiro me enfiar em casa e dormir.

      E eu também odeio o clima hipócrita-festivo de dezembro…

  • Antigamente eu virava umas, mesmo assim não dava pra cair. Hoje em dia só de imaginar ressaca e dor de estômago, passo longe das bebidas.
    Curiosidade: Alicate e CIA nunca entraram em coma?

      • Vaso (sanitário) ruim não quebra!
        Se o Alicate não morreu então é porque não mata mesmo. Não mata a curto prazo, porque meu avô morreu de cirrose e meu pai teve câncer na bexiga porque entornava direto.
        Festa de Natal é coisa brega, bebedeira é coisa de gente escrota. Bebum pra mim é igual a drogado, eca!

        • Parece que gente irresponsável tem mais sorte do que pessoas comuns, não sei porque. Mas a longo prazo ele vai se foder sim!

          • O problema não é se foder, é o bebado que enche o saco dos outros, e quando passa mal dá trabalho e faz passar vergonha! Ainda bem que nunca andei com bebado, afinal também não sou de beber, mas já vi gente passando vexame com bebado, tipo namoradas e amigos de bebuns! Se fode ae bebum friends!

  • Ou seja, depois de todas estas informações, muito bem colocadas, pra que beber? a curtição seria maior estando sóbrio durante a festa e bem no dia seguinte, sem contar que o corpo agradece! Mas, há gosto pra tudo nesta vida…

    • Eu também penso assim, mas socialmente quem bebe é bem visto, é status social e prova de masculinidade: quanto mais bebe, mais macho. Uma pena

    • Sinceramente… odeio esse arquétipo incrustado no consciente coletivo da galera… difícil desmistificar uma ideia quando já se está nesse nível…

  • Sou muito controlada, MESMO! Tipo média de uma long neck em um mês. Ou nem isso. Meus amigos dizem que tem inveja de mim pq “tem dias que eu não sinto vontade”… Eles bebem sempre. Aqui em bsb pessoal bebe muito.

    Mas tenho que admitir: me senti péssima lendo esse texto.

    • Engraçado, alguns em minha família bebem pra caramba, eu já sou controlado apesar de achar que as vezes nessa época exagero, afinal, sabe como é: é vinho no natal, cidra, champagne… mas eu também não passo mal não! Não sinto esses malefícios!

  • Eu não bebo, pra mim é como tomar aqueles remédios amargos, não vejo graça nisso. mas tenho uma curiosidade: já ouvi muita gente falar que tomar Engov antes de beber atenua a ressaca. É verdade ou é placebo?

    • Tanto quanto comer alguma coisa antes de beber: o Engov “forra” a parede do estômago e torna a absorção do álcool mais lenta. Dá no mesmo um Engov, uma linguiça ou um chocolate.

  • Valeu pelas dicas, Sally. Eu sou abstêmio dede sempre – e nem pretendo saber que gosto tem bebida alcóolica, mas ter consigo esse tipo de conhecimento é sempre importante. As dicas deste texto são especialmente úteis pra quem for passar as festas de fim de ano na casa de parentes do tipo “garrafa cheia não quero ver sobrar” e pra quem tiver que passar pela encheção de saco das famigeradas “festinhas da firma”, onde sempre tem um que passa da conta…

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