A Esperança Perdeu

Estamos limpando a casa. Mais tarde teremos a coluna “Ele disse, Ela disse” como de costume (mas não muito…).

SOMIR

Eu ganhei uma coluna SIM SENHOR na última segunda feira. Há tempos eu queria devolver o presente para Sally e finalmente a chance caiu no meu colo. Mas… eu me conheço: pediria um texto elitizado e menos atenção a quem não faz por merecer. Não é isso que eu vivo pedindo?

Qual não foi a minha surpresa em saber ao invés de um dia, teríamos pelo menos uma semana disso? Sally vai escolher seus temas livremente e não vai ter que obedecer regra alguma em relação aos comentários, mas mesmo assim eu vou ter o que quero. Abdico da punição em homenagem à Semana A Esperança Perdeu!

A faxina tem que continuar! Sairemos mais fortes. Mais unidos… mais… homogêneos. Brasileiros médios infiltram nossos ranques, barateando as discussões e desmotivando os verdadeiros impopulares. Longe de mim usar este momento para relembrar meus constantes avisos… os que merecem ficar lembrarão deles.

Removemos momentaneamente nosso próprio direito de não nos levar a sério. Estamos diante de uma revolução, impopulares. E não acredite nem por um momento que o seu voto na última sessão da Corte Impopular te coloca em posição privilegiada. O problema que enfrentamos aqui transcende posicionamentos pontuais. Atente-se ao conjunto da obra.

Das cinzas desta semana histórica renasceremos.

SALLY

Errar é humano. Repetir o erro é lusitano. Acabou o amor. Meu olho não é penico e eu estou de saco cheio do decréscimo intelectual que se abateu sobre o Desfavor. Fui tolerante demais, apesar de todos os avisos do Somir, mas agora cansei. Tenham medo quando uma pessoa tolerante se cansa.

Não ganhamos um centavo com o Desfavor, aliás, muito pelo contrário. Não nos faz diferença ter 50.000 ou 5 leitores. Partindo dessa premissa, saibam que estamos promovendo uma faxina sem precedentes, não com o intuito de sacanear, mas sim de tornar este espaço ainda mais agradável para quem merece.

Não temam, eu conheço cada um de vocês. Não vai ser por um erro bobo ou por um dia pouco iluminado que alguém vai ser banido. Não tenham medo de comentar, até porque esta faxina começou já tem um tempo. Digamos que o grosso da faxina já foi feito, esta semana vai ser a dedetização, para matar os vermes e as larvas dos vermes que ainda estão por aqui.

Eventualmente, se eu quiser e estiver de bom humor, posso até tolerar excrescência quando um ser humano aflito precisar muito de ajuda, mas não se enganem: a regra agora é tolerância zero, qualquer coisa diferente disso é exceção, que fica a meu critério.

Para acabar de vez com a faxina, conto com a ajuda de vocês. O preço da liberdade é a eterna vigilância. Alertem quando perceberem um elemento estúpido, relembrando que estúpido não é quem discorda do nosso ponto de vista. Todos são livres para discordar e criticar.

Sim, banimentos injustos ocorrerão com leitores novos e desavisados, mas é o preço que se paga por manter nosso pequeno mundinho livre dessa favela virtual que povoa a internet.

Se sentiu injustiçado? Foi banido e quer reclamar? Reclame aqui: sally@desfavor.com . Mas já adianto que se a reclamação não for deferida nem vou responder e que não haverá qualquer direito a privacidade. Muito pelo contrário, se a reclamação fizer por merecer, vai virar coluna Fala Desfavor.

E não, isto não é uma trollagem. Está acontecendo. Por decisão de vocês. Se quiserem reverter, façam por onde. Quem fez a merda que a limpe.

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Comments (47)

  • Agora sim, este é o desfavor que eu conheço, feito para ser recanto de impopulares, de gente com certo grau de intelectualidade digno de apreciação, concordo com quem disse que continuará acessando e divulgando o desfavor (para quem merece) mesmo se for banido.
    O desfavor é feito para poucos, e infelizmente são os poucos que valem a pena.

    • Infelizmente são poucos os que querem ler quatro páginas, os que querem refletir sobre o que está sendo dito, os que querem debater e sair da sua zona de conforto. Infelizmente. É mais legal tirar selfie, botar no facebook e receber elogios falsos.

  • Conheci o desfavor ano passado quando um amigo me mostrou o texto do lado negro da gravidez, achei o estilo de escrita a minha cara e nunca mais parei de vir. Passava noites de insônia lendo os textos que não conhecia. É tão reconfortante quando leio pessoas falando exatamente o que penso (e q a maioria não entende), volto a ter esperança na humanidade.

    • Na humanidade eu não teria não, porque os imbecilóides são maioria. Mas pelo menos dá para se sentir um pouco menos sozinha. A gente tem um cantinho para se reunir aqui.

  • Toda reforma necessita destruição. Ficar puto por ser banido é meio infantil. Ora, se a reclamação pode ser deferida, não seria fechar a porta da oportunidade, ofender pessoas corajosas, que se dedicam a um blog, sem ganhar moneys por isso?

    Nao tenho motivos pra puxar o saco, mas como se trata de um “desbafo”, vocês poderiam escrever o blog sem abrir espaço pra interação. Entao, pra que tanto mimimi? Esta iniciativa devia nao apenas ser elogiada, mas estimada, ainda que a pessoa seja banida.

    O BM, disfarçado de impopular, ao ser banido, apenas se revela e não faz juz ao seu impopularismo. Acaba esperneando feito criança que perdeu algo que gosta porque nao se comportou bem.

    Espero nao ser banido, mas, caso o seja (e vocês têm seus critérios), continuarei admirando-os e indicando o site para os selecionados. Continuem!

  • Eu entro no Desfavor todo dia para ler os textos e os comentários, embora raramente faça um. O primeiro texto que li foi sobre a revolta da Sally por ter banco no metrô reservado para gordos. Depois fui lendo os textos antigos, principalmente o Desfavor Explica e o Siago Tomir. Hoje entro aqui e … Surpresa! É o apocalipse, Sally e Somir vão separar o joio do trigo. Tremei Impopulares, eu espero ser salva.

    • Já. Banimento na mesma hora, não por questões políticas, pois tem Impopular que vota no PT, mas pela burrice na argumentação mesmo.

  • Nota: por acaso o site esta com algum problema hoje? Tento acessar pelo navegador a não aparece nada, fica em branco! Tentei comentar outra hora que carregou, mas nem sei se o comentário foi…

      • Sally e Somir, pois é, to tentando acessar pelo navegador no pc e não to conseguindo: carrega aquela bandeira da rid, mas quandp redireciona pro blog não aparece nada, fica tudo em branco. Já pelo cel aqui, via opera mini, consigo normal. O que se passa?

    • Acho que é um efeito colateral dos banimentos. Eu só acesso do trabalho, se bloquear algum proxy vai barrar um bonde junto.

  • É gente que foi banida tentando voltar ou gente que está com medo de ser banida e acha que se postar de forma anônima eu não tenho como saber quem é. Um mix de falta de culhões com burrice.

  • “O preço da liberdade é a eterna vigilância”

    Essa é uma ótima frase e, se no texto a Sally falava sobre leitores vigiando leitores (acabou o amor mesmo), eu gosto de levá-la pra um aspecto mais… interno. A principal vigilância pra mim é a que fazemos a nós mesmos: se o errado são sempre os outros, então cuidado porque o errado pode ser você. É como loucura: se você pergunta se está louco, é porque ainda está são. A loucura cria todas as evidências pra você nunca se questionar.

    • Vigilância interna também é fundamental, mas eu gosto de acreditar que quem bate ponto aqui lendo os textos pesados induzindo à auto-crítica que a gente escreve sabe fazê-lo. Assim espero.

  • “O preço da liberdade é a eterna vigilância.”. Essa é uma belíssima frase que conheci no jogo Wing Commander IV (antiqüíssimo, um dos primeiros jogos em DVD que saiu pra PC). Como também comento pouco e freqüento por aqui idem (menos do que eu gostaria, na verdade!), também nada notei. Mas BM é como pressão alta: quando você percebe que tem algo esquisito, fodeu porque tá pra morrer já! Ainda bem que esta higienização tornará o ambiente novamente salubre, porque nesta época em que PT é ativo na Internet, seja por criar cybermilitantes maníacos(*) ou por alterar informações em Wikimerdia (sempre odiei de morte essa bosta de “enciclopédia” “livre” pela desinformação que passa! PNC dessa democracia falsa!), é capaz dessa corja de BM’s ser coisa deles também!

    Sucesso na empreitada! Continuaremos aqui!

    (*) Tive a infelicidade de conhecer um desses. Era um antigo colega de trabalho que foi reprogramado pelo partido! Fiquei estarrecido em fazer a comparação de como ele era antes e como ficou depois da programação: virou outra pessoa completamente distinta, um perfeito stalker de gente contra o PT! :(

  • haha, adorei “Repetir o erro é lusitano”. Acho que vou passar a usar também.
    Estou curiosa com a Semana A Esperança Perdeu. Tô vendo que a caixa de entrada da Sally vai lotar.

  • Como eu só leio um texto ou outro e comento pouco, provavelmente não percebi: tá tendo tanta infiltração de BM assim?

  • Conheci o Desfavor por meio da confusão que a Bic Muller causou no Twitter, divulgando aquele texto do lado negro da gravidez. Mas em vez de ficar chocada, eu fiquei encantada com o texto. E fui lendo outros aleatoriamente. Aí, conheci a Constituição de vocês e fui fisgada de vez.

    Nunca mais consegui deixar de entrar aqui.

    Lia textos antigos e novos. Acompanhei a cobertura que vocês fizeram dos protestos de junho e ficava me perguntando COMO não havia no resto da imprensa uma análise tão profunda de tudo o que estava acontecendo. Como vocês conseguem tantas fontes sendo anônimos?

    Li, diversas vezes, a coluna “Em Direito”, porque sou da área jurídica e fiquei impressionada com a didática da Sally. Aprendi muito com o “Desfavor explica” e com o “Flertando com o desastre” e sempre li a coluna “Siago Tomir” como ficção de humor.

    Mas não foi apenas a qualidade do Desfavor que me fez ficar. Foi o estranhamento. Não pelos textos serem gratuitos e de qualidade, mas pelo diferencial de vocês: o anonimato. Isso foge do normal.

    Sally, que também é tão fã da Rosana Hermann quanto eu, deve já ter visto ela falando que nenhum personagem de sucesso na Internet suporta o anonimato por muito tempo. Quando o sucesso chega, eles sempre se revelam. Foi assim com os anônimos mais famosos do Twitter, foi assim, por exemplo, com a Nádia Lapa, a blogueira que fez sucesso como “Letícia” do blog “Cem homens em um ano”.

    Enfim, o normal é, em algum momento, o anônimo aparecer para colher os frutos. Mas o Desfavor não é assim. Vocês parecem gostar do anonimato. E isso significa que assumem o risco de JAMAIS serem beneficiados pelo sucesso que fazem e pelo talento que possuem.

    Tentei reunir as poucas informações que vocês davam sobre vocês nos textos para tentar descobrir a identidade de vocês, mas não consegui. Outra coisa: o Desfavor é muito bem protegido. Não é fácil para um hacker derrubar. Imagino que vocês invistam não apenas tempo, mas também dinheiro para manter toda essa estrutura.

    Enfim, disse tudo isso apenas para questionar a seguinte afirmação da Sally: “Não nos faz diferença ter 50.000 ou 5 leitores.”
    Por que não, Sally?
    Por que não, Somir?

    Todo bom escritor quer ser lido. Quer ser reconhecido. Quer ganhar dinheiro. Quer publicar o seu nome embaixo do texto elogiado. Quer ganhar prêmios. Por que vocês não querem?

    Vocês são completos anônimos, portanto não preciso puxar saco. O fato é que vocês são brilhantes. Mesmo. De verdade. Mereciam estar ganhando rios de dinheiro com o talento que possuem. Por que não tolerar os idiotas para tirar, futuramente, dinheiro deles?

    É difícil compreender tanto idealismo. Mas é justamente todo esse mistério, todo esse talento tão bem cuidado e escondido e é toda essa rebeldia moderna o que me traz, todos os dias, até aqui.

    Compreendo a filosofia de vocês e me beneficio dela. Mas não compreendo como vocês conseguem não ter vaidade nenhuma.

    • Primeiro obrigada por todos os elogios.

      Sobre a sua pergunta, quanto mais brasileiro médio entra, mais impopulares saem. Prefiro poucos leitores de qualidade que uma horda de ignóbreis. Quando disse que não faz diferença 50.000 ou 5 me referia a dinheiro, pois em ambos os casos ganhamos o mesmo no final do mês: zero. E nunca vamos ganhar dinheiro com o Desfavor, pois seu conteúdo não é de interesse do grande público.

      Não nos procure pelas informações que damos aqui, pois passamos informações falsas justamente para não sermos encontrados, você vai perder tempo. Talvez nós sejamos brilhantes, mas você pode ter certeza de que se a gente mostrar a cara não ganha um centavo, apenas processos. O que a gente escreve não dá prêmio, nem dinheiro, nem elogio. Dá processo e, atualmente, no governo PT, perseguição e lista negra, como estamos vendo acontecer com vários colegas. Ameaça, boicote e até violência física e prisão. Não, obrigada.

      Como todo ser humano, a gente tem vaidades. Só não as canalizamos para o Desfavor. Aqui é nosso desabafo, que não pode ser dito no dia a dia. É nosso lugar para ter com quem conversar, onde filtramos pessoas capazes de raciocinar. Dinheiro nenhum no mundo me faz abrir mão disso.

      • “Aqui é nosso desabafo, que não pode ser dito no dia a dia. É nosso lugar para ter com quem conversar, ”

        É assim que me sinto aqui. Por isso, apesar de lamentar o trabalho extra seu e do Somir, fico bem feliz com a dedetizacao.

        Muito desamor para todos.

      • Lamento. Gostaria de saber quem vocês são.
        Seria lindo vê-los dando entrevistas para o The Noite.
        Seria maravilhoso se o mundo fosse justo e o trabalho de vocês desse dinheiro e recebesse prêmios.
        Mas seria ainda melhor se o que vocês escrevem aqui pudesse ser dito em qualquer lugar. Seria ótimo se as pessoas suportassem ser contrariadas.
        Seria maravilhoso se as palavras não chocassem mais do que as ações. E que um estupro causasse mais repúdio do que uma piada sobre estupro.

        Lamento, mas eu sei que você tem razão em se preservar, porque nem eu, que não sou ninguém importante, não tenho coragem de dizer o que penso sempre.

        O Desfavor é um pouco de liberdade num mundo de aparência!

        • Bom mesmo seria se o Desfavor não fosse necessário e, como você disse, todos pudéssemos dizer o que pensamos. Estamos entrando em uma era onde só pode dizer o que pensa a maioria, assim como estamos entrando em uma era onde a maioria é de uma burrice cavalar. Logo, só os idiotas poderão dizer o que pensam.

  • A premissa: ” As vezes para construir algo melhor, é necessário destruir o ruim até a raiz”. Ainda é verdadeira.

    • Desde quando você está perdendo o melhor do Desfavor? Tá certo que a qualidade pode ter caído nos últimos tempos (fica a critério pessoal do quanto caiu e a quanto tempo) mas os comentários sempre acrescentaram muito aos textos, em alguns posts mais do que a próprio post.

    • Logo que “descobri” o Desfavor (quando ainda não era uma República), eu ADORAVA ler os comentários. Depois eles foram inchando, inchando… Em quantidade e em tamanho também. Tinha que “capinar” pra encontrar algo que agregasse valor à discussão em pauta.

      Depois começaram a fazer “reviews” ponto a ponto dos textos… Daí tive que “pular” comentários (o que, pra uma pessoa com TOC não é algo fácil).

      Finalmente, faltou tempo pra sequer LER os posts. Então a opção foi fácil: quando posso, leio os textos. SE DER, leio os comentários.

      Talvez agora na versão “enxugada” eu consiga voltar a ler os comentários mais vezes. Torçamos.

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