Escrever feito gente.

Apesar de não ter atendido às expectativas de nossos sempre exigentes e eruditos impopulares, a coluna “Fragmentos” não morre sem deixar pelo menos um legado: a continuação de pelo menos um texto que eu não acreditei que os interessaria. Hoje eu quero falar sobre escrita. Mais precisamente sobre como não deixar as palavras te traírem.

Só mais uma coisa: passaram-se quase cinco anos desde o fragmento em questão. Tenho algumas adições e modificações em mente.

Manual Desfavor: Escrever feito gente.

Você acha que as pessoas não te levam a sério na internet? Tem a sensação de que o que escreve frequentemente te leva a virar motivo de piada? Morre de vergonha de expressar suas idéias? Acha que suas opiniões não vão ser entendidas?

O motivo pode ser a sua dificuldade de se expressar pela escrita, caro desfavor! Se você percebe que escreve muito mal e isso está te atrasando nessa era de comunicação visual, você já fez a parte mais importante: Reconheceu o problema.

Ruído. A internet virou um grande e interminável ruído. Com tanto da comunicação humana passando pelo meio da escrita, começaram a ficar cada vez mais claras as dificuldades que a maioria das pessoas tem com a palavra no papel ou na tela. Pudera: não é mesmo algo simples. Mas com algumas dicas que eu adoraria ter lido ou ouvido bem antes em minha vida, o processo fica menos complexo.

A curva de aprendizado da escrita é traiçoeira: quanto mais você a percorre, mais íngreme se torna. Por isso não espere que eu vá te guiar pelo processo de desenvolver sua prosa ao ponto de rivalizar com grandes escritores: eu só posso ensinar o que já aprendi. O texto de hoje não é sobre a arte da escrita, é sobre o mínimo necessário para traduzir o que pensa em palavras.

Vamos seguir uma lista de passos necessários:

1 – Entenda o que lê.

Modifiquei essa parte em relação ao texto original. Havia uma etapa importantíssima antes de tudo: ler. Só escreve bem quem lê muito. Não existem atalhos… o que com certeza não quer dizer que precisa devorar uma biblioteca de clássicos para escrever um e-mail, mas expressa uma importantíssima ideia que eu demorei demais para entender: pensamento, fala e escrita são três línguas diferentes. Pouca gente diz isso, e é um desserviço à comunicação humana.

O pensamento é o campo dos atalhos. O cérebro se baseia em relações entre significados para armazenar e expressar informações. Um pensamento simples pode exigir uma coleção de livros para ser expresso (e olhe lá…), mas pode ficar cristalino apenas com uma frase bem colocada. Falar e escrever são traduções “livres” do que se pensa. Acabamos nos especializando bem mais na fala, desde a mais tenra infância; mas quando o assunto é escrita, a língua tende a ficar morta por falta de manutenção. A última vez que boa parte das pessoas se preocupa com escrita é na redação do vestibular.

Assim como ouvir é essencial para saber o que falar, ler define o que você é capaz de escrever. Sem saber a língua a comunicação fica muito prejudicada. Mas aqui eu difiro um pouco dos conselhos tradicionais: ler grandes obras da literatura faz bem, mas nem de longe é o único caminho. O importante é ler… e entender o que leu. Pode ser Dostoiévski, pode ser matéria de revista fuleira, o essencial é não desistir de nada que está lendo por dificuldade de entendimento.

É claro que pode ser difícil, é outra língua. Pior: uma na qual você talvez esteja muito enferrujado. Mas se você não ficar imerso na língua “estrangeira”, quais as chances de você aprendê-la? Antes de traduzir ideias em palavras, você deve desenvolver a capacidade de fazer o caminho inverso. Se palavras não viram ideias na sua cabeça, se vira até conseguir.

Até por isso eu me afasto um pouco de quem defende demais livros e não leitura em geral (inclusive de porcarias): muitas mais famosas obras da literatura concentram-se em descrever experiências sensoriais e gerar empatia com personagens. Textos argumentativos e notícias em geral são excelentes para demonstrar na prática como fazer a tradução cotidiana entre ideias e palavras. Você não precisa da prosa de Shakespeare para aprender inglês, por exemplo.

Entender o que está lendo é o primeiro passo. E ele tem tudo a ver com o próximo:

2. Escreva ideias, não palavras.

Releia até entender o significado. Posso te garantir que é justamente esse o problema da maioria das pessoas que não são analfabetas, mas soam como tal. Comunicação humana, em qualquer meio, é a simples transmissão de idéias entre um cérebro e outro. Isso parece uma bobagem óbvia, mas não é o que se percebe na prática. Palavras, desenhos, sons e tudo mais que usamos são formas de compensar o problema de que ninguém consegue ler mentes.

É uma tradução! Como já dito, ideias são formadas de inúmeras relações entre significados. Qualquer uma delas “flutuando” na sua cabeça foi baseada em alguma coisa. Elas não surgem em forma de lâmpada por sobre a cabeça, o momento “Eureka!” é uma mentira deslavada. Se você escreve algo que está pensando sem levar em consideração todo o pacote no qual ele vem, grandes chances de ninguém te entender.

Se você tem uma ideia, ela foi construída em algum ponto anterior no tempo por uma série de outras. Quanto mais você consegue demonstrar todo o processo, mais clara é a sua tradução para a escrita. Apesar de criticar excesso de sucintez, também não estou advogando a prolixidade. O importante não é quanto se escreve, mas o quanto se traduz. Agora eu quero apresentar para vocês todo o processo, mas se quisesse deixar todo o trabalho para vocês, resumiria todo o texto em “escreva ideias, não palavras”. A ideia é justamente essa. Agora, além de gerar mais uma tempestade por aqui, publicar um texto só com essa frase alienaria muita gente sem capacidade ou interesse de destrinchar todas as suas implicações.

3. Faça sentido.

Escrever a ideia não é uma medida de palavras, frases ou parágrafos; mas sim de conseguir comunicar o que se quer para quem se quer. Cada público funciona de um jeito. Até por isso existem algumas regras básicas que as “tias” ensinam na escola logo que começamos a aprender a colocar no papel nossas primeiras redações. Começo, meio e fim. Premissa e conclusão. Coerência. Não ignore o poder dessas primeiras lições na escrita que vai desenvolver ao longo da vida.

A mente é uma bagunça para você e para todo mundo! Se você não conseguir colocar o que escreve numa ordem lógica, quem lê vai ter que lidar com a sua confusão e a dela. Ninguém é obrigado a te entender, e francamente, pouca gente vai se importar de verdade com isso. Escrever ideias que fazem sentido é facilitar o trabalho alheio. Quem te lê tem que saber onde sua ideia se encaixa na mente DELA.

Às vezes você tem que dar um passo para trás para poder dar dois à frente. Uma frase que seja demonstrando o porquê de você ter uma ideia já facilita imensamente para quem te lê conseguir transformar as palavras em ideias, e só aí gerar a identificação necessária para se comunicar. Sempre releia o que escreveu pensando se alguém que não é você conseguiria entender.

Importante: sentido não é gosto ou opinião. Há sentido até nos pontos de vista que você mais abomina. Pense em sentido como uma seta que vai do começo da ideia até o final. A ideia segue um caminho, mesmo que você não goste do destino. E é pensando na seta que você consegue perceber melhor se mudou de assunto no meio da escrita. Grandes coisas se você acha que está certo, não é isso que conta para escrever feito gente.

4. Escreva direito.

Pouca gente escreve de forma perfeita. Ainda mais numa língua tão cheia de minúcias feito o português. E claro, há espaço para neologismos e extensões de significado… Escrever direito não é tirar nota 10 na prova de língua portuguesa, é garantir que sua escrita não venha com um “sotaque” carregado.

Muito se engana quem acha que todo mundo entende mesmo se você escrever com inúmeros erros de português, abreviações preguiçosas e descaso para organização. Texto porco é o equivalente a alguém falando uma língua que mal domina ao seu lado. Você pinça algumas palavras e completa na sua mente o resto. Receita de mal entendido.

Acertar a forma como se escreve as palavras é importante, mas aqui eu estou muito mais preocupado com a montagem de frases e parágrafos. O uso minimamente correto de vírgulas é o que garante que suas ideias sejam lidas na ordem correta e consequentemente traduzidas para a mente alheia como algo coerente. Muitas vírgulas MATAM o seu texto. Sério… cada vez que vemos uma delas, o cérebro já quer armazenar o conteúdo. Chega uma hora onde nada mais faz sentido!

Estamos condicionados dessa forma. Para acertar mais, use a “regra das coisas”: se você falou uma coisa, coloque uma vírgula. Se você não terminou de falar uma coisa, não faz sentido colocá-la. Um pouco de bom senso já resolve a definição de coisa. Dá para se inspirar na fala para considerar isso, mas com ressalvas.

A forma como se fala é um guia útil, mas perigoso para a utilização das vírgulas. Fala é outra língua! Você precisa respirar enquanto fala, e suas pausas costumam bater com as etapas de inspiração e expiração. Não funciona assim na escrita. Não é só porque acabou o fôlego que tem que entrar uma vírgula. E falando em fôlego: se você ler o seu texto e parecer uma pessoa com asma, exagerou na vírgula.

Falta de vírgula seja onde for é um problema tão óbvio que acredito nem valer a pena explicar aqui pelo menos eu espero.

Ah sim: parágrafos, os assassinos silenciosos. Nem todo mundo nasceu para Saramago! Parágrafos são muito úteis para deixar quem lê absorver a ideia que acabou de ler. Isso não tem muito a ver com a forma correta de escrever, mas com a forma como a visão lida com o texto. Parágrafos enormes cansam e exigem o processamento de muita informação numa tacada só. Seu cérebro não vai sossegar enquanto aquela maldita linha em branco não aparecer.

Mudar de assunto exige novo parágrafo, e isso quase todo mundo sabe. Mas que assunto tem etapas parece que pouca gente entende. Você pode, mas não precisa enfiar tudo num bloco só. Dá para separar em pedaços e desenvolver cada um com calma em seus parágrafos. Quando você está no meio de um parágrafo monstruoso, existe uma tendência inconsciente de acabar logo com ele; seja em quem lê, seja em quem escreve.

Começar outro desanuvia os pensamentos. Essa dica vale MUITO para quem tem menos experiência com escrita, não façam pouco dela.

5. Você não está falando!

Sério… não faça piadas e ria delas na sequência. Utilize expressões que exigem gestos e contorções faciais com muita parcimônia. Sarcasmo visual em texto escrito te faz parecer um completo imbecil. Termine a porra das frases com ALGUM ponto! Não espalhe seu texto em mil parágrafos de uma linha… Escrita é OUTRA LÍNGUA! Precisa adaptar basicamente tudo o que funciona na fala para ser minimamente aceitável.

6. Entenda o que lê.

Se você não entendeu da primeira vez…

Para dizer que ler e escrever é coisa de nerd, para dizer que foi muito texto só para reclamar das vírgulas, ou mesmo para perguntar quando usar ponto-e-vírgula (só ensino o que sei…): somir@desfavor.com

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Comments (47)

  • Me refiro a algum benefício quanto à visão periférica e ao desenvolvimento de um lado do cérebro, pois lendo a partir do centro, ocorre a mesma sensação de quando tento escrever com a mão esquerda.

  • Não é intrromissão, Suellen. É interação.

    Então, pelo visto “pronunciar” mentalmente as palavras, enquanto lê, mais atrapalha do que ajuda, não é?

    Interessante lembrar dos ideogramas. Isto responde especificamente minha pergunta.

    • Pronunciar mentalmente as palavras de fato em nada ajuda, assim como mexer os olhos para ler um texto.

      No curso que fiz, já extinto, éramos forçados a ler um texto com tudo que é ruído externo, para evitar essa pronúncia mental, de forma parecida com que foi mostrada no filme “O Discurso do Rei”: ouvíamos ou cantávamos alguma coisa enquanto líamos.

      Já quanto a deslocar os olhos, ensinaram ler a partir do centro. Assim, aos poucos, você alarga o campo de visão e, assim, não precisará deslocar tanto os olhos, o que evitará tanto cansaço ao ler.

      • Que informação nova, bacana.! Depois que li seu comentário, estou exercitando isso. Ler a partir do centro. Parece que o benefício nao é apenas poupar os olhos. Vejo que novas habilidades podem ser afloradas, principalmente em seu reflexco na leitura. Grato pela dica.

  • Conheço uma pouco da biografia dela, mas ainda nao a li. Embora leia de tudo um pouco, digo, um muito…apaixonado mesmo por romances policiais, como Conan Doyle, Agatha Christie, Marcos Rey, dentre outros.

    Espero que postem sim. Obrigado.

  • Li este post, anotando os pontos principais e rindo muito do estilo de escrita das dicas do W.O.J. Excelente texto!

    A leitura de matérias contemporaneas é uma sugestao importante, pois alem do beneficio citado, mantém o leitor atualizado.

    Começo a aplicar a dica dos paragrafos neste comentario, pois anteriormente, escrevia varias ideias num só paragrafo.

    Agora, uma pergunta sobre a leitura: Há quem diga que ler pronunciando as palavras mentalmente, é prejudicial ao armazenamento das informações e à velocidade da leitura. Ao contrário de ler passando os olhos nas palavras, sem ‘dize-las’ mentalmente, o que, além de ajudar a memorizar, também permite ler muito em pouco tempo. O que você pensa sobre isso? E se me permite, como você lê?

    • Intrometendo-se na sua pergunta, fiz cursos de leitura dinâmica, que me permitiram sair da vida privada para bons concursos públicos.

      Pessoalmente, o mais benefício desses cursos é sim ler mais rápido, mas não necessariamente reter com maior eficácia. Enfim, permite que se vá direto ao ponto, rapidamente descartando o que lhe seja inútil naquele momento. Aqui é vital, pois lido com documentos com dezenas, centenas de paginas todos os dias e ajuda muito saber rapidamente que só uma ou duas folhas trarão o que preciso saber no momento.

      Sem falar que ajuda a detectar mais rapido erros seus e dos outros. Como uma vez em que o colega escreveu errado em resposta a um pedido do judiciário em um oficio, colocando aqui e ali “analise do peido”…isso depois de três pessoas terem assinado o documento.

      De resto, não é preciso mesmo ler mentalmente as palavras. Pense nos orientais e seus ideogramas..
      .

    • Digo sim:

      1) Isso é VERDADE? Porque tá tendo muita baixaria eleitoral para todos os lados nesse período. Por mais que eu deteste essa Senhora, por questão de cérebro, sempre tento averiguar a veracidade

      2) SE for verdade, só tenho a dizer que prefiro um cheirador de cocaína incompetente e filho da puta do que ISSO

    • Nossa, eu vi um print disso e achei que era montagem…. é de uma contradição tão evidente que não parece ser real, parece ser de uma pessoa com problemas mentais que não consegue dar sentido ao que acabou de dizer.
      Será que foi a Dilma que elaborou as dicas que o W.O.J transcreveu? A linha de pensamento (ou não) é a mesma.

  • Tá vendo como o post dos fragmentos serviu pra alguma coisa? Ótimo post para os confusos como eu com dificuldades na hora de se expressar na forma escrita, assim como as dicas dos comentários.

  • Poderia ter um ícone pra esta postagem no formulário dos comentários.
    Faz tempo que não aparece aqui um caps lock lover, mas eles existem.

    • Minha tolerância diminuiu muito desde que percebi no que dá manter maluco aqui dentro por pena. Todo dia tem pelo menos uns dez banimentos.

        • Faxinão. Gente que começa a apinhar de comentário, gente que escreve errado, gente sem poder de síntese, gente que se perde no meio do comentário e não conclui nada, tudo indo para a vala. Nossa audiência caiu quase que para a metade. Faxinão MESMO. E me aguardem que semana que vem tem dedetização.

          • Os comentários anônimos antagonizando com você (e não seus argumentos) cessaram ou não são mais aprovados? Notei que eles diminuiram drasticamente.

              • Esse último anônimo era meu, limpei o cache e esqueci de completar os dados. Gênio, eu sei. Sally você ficou puta com o que aconteceu segunda? Eu senti que sim e senti que me queimei legal com os outros impopulares, por isso estou me afastando novamente, pra não tornar-me inconveniente, não gosto disso.

                • Não fiquei puta não e não acho que exista isso de se queimar. Na verdade eu acho que as pessoas foram vítimas de manipulação do Somir, como de costume.

          • Banimento significa que a pessoa nao ira mais poder comentar ou que nao podera mais poder entrar no site?

            Po… tenho sido essas ultimas semanas, no minimo, um pessimo frequentador do blog, raramente passo aqui, por conta de uns projetos que ando desenvolvendo e quando venho, geralmente falo pouco ou quase nada do texto e lanço um ‘off-topic’. E os acentos nao estao funcionando no meu teclado, por isso to escrevendo assim

  • Aquele parágrafo do Somir, sobre a falta de vírgulas, poderia muito bem estar no manual que o W.O.J. transcreveu.

    • Nunca, porque vocês fizeram o desfavor de votar que eu sou culpada e conforme os argumentos do Somir, Siago Tomir só pode ser escrito como punição.

  • Eu escrevo (mesmo, tipo, textos e fanfics – isto sim é coisa de nerd, não julguem é o meu vício e eu não posso parar!-) oficialmente há cinco anos. E estes cinco anos mudaram a minha vida para melhor, só por causa da escrita. Por que para escrever bem (é o que eu mais busco ainda hoje em dia) é necessário ler e obviamente ENTENDER o que leu, como o guia expressa. E isto ajuda muito a se enxergar e ver o mundo com outros olhos – principalmente quem está na fase adolescente, como eu estava neste período -.

    A leitura e a escrita foram as únicas coisas que não permitiu que eu me tornasse uma brasileira média ou algo pior (será que existe?). E eu devo muito à isto.

    E no começo deste cinco anos (ao decorrer eu tive que aprender tudo na base dos erros), eu não tive nada para me ajudar como um texto destes em boa qualidade. Hoje quem está começando a escrever pra valer, tem a sorte de se beneficiar e ter facilmente em mãos alguma informação tão esclarecedora como esta.

  • Adorei o texto inteiro, Somir!
    Vou seguir as dicas.
    Um dia eu vou conseguir escrever feito gente, no padrão Desfavor!

  • Muito bom o texto. Achei meio superficial, mas poderia ser ainda mais resumido: “Escreva ideias, não palavras.”.

    De qualquer forma ajuda muito, principalmente a mim, que sou quase dislexo.

  • Gostei bastante do texto e, quem sabe, numa “fase avançada” deste “Curso Desfavor Para Escrever Como Gente”, outros tópicos possam ser abordados:

    – Como adequar o texto à ocasião, necessidade e/ou “público leitor”.
    – Como ter consciência de como e o que cortar para fazer com o que texto caiba num espaço predeterminado sem que o impacto originalmente pretendido se perca.
    – Como não se atrapalhar no uso de expressões semelhantes na grafia, mas de sentidos diversos. Exemplo: “Ir de encontro a”/ “Ir ao encontro de”.
    – Como apresentar/ citar/ relativizar dados estatísticos e proporções entre números com o ponto central do texto de forma que o leitor realmente entenda.

    • Boa ideia! O Somir poderia escrever mais textos aprofundando as dicas.

      Também notei que muitos impopulares escrevem bem. Todos poderíamos nos ajudar, dividindo e multiplicando o nosso conhecimento na linguagem escrita.

      Outra coisa: Sally, Somir e os impopulares (por meio dos comentários) poderiam trocar indicações de bons livros.

        • Que site formidável! Você nao sabe o bem que fez. Meu smartpheba nao lê PDF, de modo que eu nao podia e nem conhecia meios de ler livros pelo celular. Obrigado, Marina.

          Ps: Conhece outro site assim só com livros sobre ateísmo?

          • Que bom que você gostou!

            Descobri o site quando procurava pelos textos gratuitos da minha escritora preferida, a Lygia Fagundes Telles.

            Eu me apaixonei. Há tantos novos autores interessantes! Não conheço outro site que tenha a mesma qualidade, mas outros impopulares podem conhecer e postar aqui.

    • W.O.J, em relação à tua pergunta sobre adequação à ocasião e ao público leitor, te digo: tem que entender de diferentes níveis de linguagem, bem como dominar diferentes níveis de vocabulário! No caso, antes de escrever, a pessoa tem que pensar a quem essa escrita se destina, a partir daí, manejar o vocabulário e a linguagem adequada.

  • Creio que todo mundo aqui já deve ter visto esta infame lista de “dicas” em algum lugar ou recebido por e-mail daquele colega engraçadinho, mas elas até que têm sim lá sua graça e sua importância. E já que o assunto hoje é escrever…

    DICAS PARA ESCREVER BEM:

    1- Vc. deve evitar abrev., etc.

    2- Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, segundo deve ser do conhecimento inexorável dos copidesques. Tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.

    3- Anule aliterações altamente abusivas.

    4- Evite lugares-comuns assim como o diabo foge da cruz.

    5- O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

    6- Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.

    7- Chute o balde no emprego de gíria, mesmo que sejam maneiras, tá ligado?

    8- Palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa merda.

    9- Nunca generalize: generalizar, em todas as situações, sempre é um erro.

    10- Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.

    11- Não abuse das citações. Como costuma dizer meu amigo: “Quem cita os outros não tem idéias próprias”.

    12- Frases incompletas podem causar

    13- Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma idéia.

    14- Seja mais ou menos específico.

    15- Frases com apenas uma palavra? Jamais!

    16- A voz passiva deve ser evitada.

    17- Use a pontuação corretamente o ponto e a virgula especialmente será que ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação

    18- Quem precisa de perguntas retóricas?

    19- Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.

    20- Exagerar é cem bilhões de vezes pior do que a moderação.

    21- Evite mesóclises. Repita comigo: “mesóclises: evitá-las-ei!”

    22- Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

    23- Não abuse das exclamações! Nunca! Seu texto fica horrível!

    24- Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.

    25- “não esqueça das maiúsculas”, como já dizia dona loreta, minha professora lá no colégio alexandre de gusmão, no ipiranga.

    26- Seja incisivo e coerente, ou não

  • Muito bom o texto. Acho que algo semelhante devia ter no manual de uso da internet, porque olha…. cada escrita abominável que achamos por aí. Muitas vezes, o português até está correto, mas a forma como a ideia foi exposta embaralha tudo.
    Está perdoado pelos fragmentos, Somir.

  • Agora sim é um texto! E dos bons! Se em lugar daquela picaretagem dos fragmentos você colocasse como um P.S. de postagem as temáticas que já têm rascunho pro pessoal dizer no que tem interesse, uniria o útil ao agradável.

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