Muito se discute sobre Feminismo. Geralmente as pessoas tem opiniões fortes, certezas e uma postura até meio agressiva. Mas… você sabe realmente o que significa FEMINISMO?

Feminismo, em sua concepção original, significa a ideia de que a mulher não é inferior ao homem e pressupõe a não-hierarquia entre os sexos, no sentido de não existir a dominação de um gênero pelo outro.

Infelizmente esse conceito foi deturpado, banalizado e esculhambado pelo Brasileiro Médio, com seu pequeno cérebro de caroço de uva, em parte por burrice e desinformação e em parte por má-fé. Em seu eterno Transtorno Obsessivo Compulsivo por antagonismo, muita gente pensa: se existe um “machismo”, onde a concepção é de um homem superior à mulher que a domina, então o feminismo deve ser o contrário, mulher pisoteando homem. NÃO É. Quem faz esse uso do termo Feminismo, o faz errado.

Infelizmente o mau uso da palavra Feminismo vem sendo mais frequente do que o bom uso, o que cria uma série de estigmas em relação às feministas, estigmas estes que escuto repetidas vezes após cada texto postado na coluna “Sally Surtada”. Graças a esses estigmas as pessoas parecem estar com medo de se dizerem Feministas, mesmo quando sabem o conceito real. Tentam se esquivar, não se comprometer, não se posicionar.

Pois bem, dizer “não sou nem machista nem feminista” é uma burrice tão grande quanto dizer “A temperatura está zero graus, nem frio nem quente”. Se você acha que homens e mulheres devem ser tratados de forma equânime, desculpa te informar, você é feminista. Lute contra a propagação do conceito errado, que é a coisa digna a se fazer. O Feminismo não luta contra os homens, nem contra gênero, apenas contra a ideia de que a mulher é inferior.

Para piorar um quadro que já era crítico, um grupo muito equivocado, que eu costumo chamar de “Feminazi” também contribuiu para fomentar essa imagem negativa. Mulheres dizendo que homens são todos estupradores em potencial, instigando outras mulheres a declarar guerra contra homens e incitando a raiva terminaram de queimar o filme do Feminismo no Brasil. Colocaram o Feminismo como uma forma de superioridade feminina, um conceito muito equivocado. Pronto, nasceu um bicho-papão. Agora, para explicar que focinho de porco não é tomada, vai ser trabalhoso, porque o machismo é conveniente para muita gente.

Machismo é dominação, sujeição da mulher às vontades do homem. Feminismo significa direitos iguais. Se na sua cabeça feminismo significa ódio, raiva, dominação da mulher sobre o homem, apague isso agora. Feminismo é igualdade entre os sexos, no sentido de que a mulher não é inferior ao homem. Você pode estar rindo e pensando que isso, o fato de mulher não ser inferior a homem, é algo tão óbvio que nem precisaria ser dito. Bem, vivemos em um país onde ainda há juízes que absolvem marido que bateu na esposa porque ela queimou o feijão. Infelizmente precisa sim.

Por incrível que pareça, o feminismo ainda incomoda. Todo homem acaba se beneficiando de forma direta ou indireta com o machismo, muitos sem nem ao menos perceberem. Por não incomodá-los ou prejudica-los de forma direta, muitos nem mesmo se dão ao trabalho de pensar sobre o assunto. Ainda que não tenham a intenção de tirar proveito, a vida para o homem fica mais fácil, mais cômoda, no machismo. Então, por tirar muita gente da sua zona de conforto, o Feminismo incomoda. E como tudo que destoa, que difere, que incomoda no Brasil, vem sofrendo ataques e sendo esculhambado.

O curioso é que até nisso vemos refletido o jeitinho brasileiro. O brasileiro é um povo tão bunda que conseguiu criar a pior sociedade possível para as mulheres. Porque se fossem machistas puros, seria péssimo, mas ser machista seletivo é ainda pior: não pagam a conta, não sustentam a casa sozinhos, mas chamam mulher de piranha se usar short curto. Parece que pegaram a pior postura possível: o lado crítico escroto do machismo e combinaram com o “ônus” (muitas aspas aqui) do Feminismo. Ou seja, a mulher está ferrada.

Desse híbrido bisonho entre o lado conveniente do machismo e o lado conveniente do Feminismo surge para os homens surge uma relação contraditória e babaca: igualdade nas obrigações e desigualdade nos direitos. Sensacional. Parabéns pelo grau de escrotidão alcançado!

A mulher vai ter que trabalhar tanto quanto o homem, mas quem vai mandar na casa é o homem. A mulher vai ter que estar dentro dos padrões estéticos que o homem quer, mas se usar short é piranha. A mulher não pode ser dependente do homem, mas se tiver mais parceiros em seu passado do que ele ache aceitável, ele não vai leva-la a sério. Bastante contraditório, não? E no cuzinho, não vai nada? Vai sim, mas só no da mulher, porque homem que faz fio terra é viado. Aff.

E quem ousar contestar, quem ousar levantar essa lebre, vai ser estigmatizada para ter seu argumento desmerecido, porque essa gente desmerece o interlocutor em vez de debater ideias: feminista é sempre baranga, não cuida do corpo, não se depila, não pode usar maquiagem, não gosta de homem e tantas outras mentiras.

Com isso, a contrario senso, muita mulher desavisada pensa: “Eu uso maquiagem, eu gosto de maquiagem, então eu não devo ser feminista”. A questão passa longe disso. O Feminismo prega que a mulher tenha o direito de ser quem e como ela quiser: use maquiagem se quiser usar ou não use maquiagem se não quiser usar. Ela (e não o homem) decide.Não tem dessas regrinhas de “faz tal coisa, é feminista”.

Feminismo não é um conceito rígido. Você constrói o seu Feminismo. A premissa é: homens e mulheres são iguais, mulheres não devem sujeição a homem. Dentro desses conceitos, você desenha o contorno que quiser. Não é religião, não é receita de bolo, não é conceito fechado de “isso pode”, “isso não pode”. E para ser feminista não precisa ser ativista. Nem mulher. Um homem pode ser feminista. Na verdade, para ser feminista, o requisito é um só, e eu vou insistir no conceito, porque ele vem sendo muito deturpado: entender que homens e mulheres são iguais e que mulher não guarda relação de sujeição a homens.

O Feminismo vem sendo estigmatizado de tal forma que se torne vergonhoso ser feminista: se você é Feminista é maluca, é feia, é histérica, é mal amada, é radical e odeia homens. A própria palavra “Feminista” em si, já é usada com uma carga pejorativa, o que é lastimável. Criou-se um círculo vicioso difícil de romper. Experimente dizer que você é feminista em determinados meios e observe o deboche, o tratamento pejorativo.

Os ataques ao Feminismo são baixos. São pessoas que xingam, ofendem, desmerecem, desmoralizam e mentem. São realmente atitudes irritantes e reprováveis, dignas de emputecer qualquer um. O problema é que quando você se emputece com gente passivo-agressiva e responde à altura, eles jogam um holofote na sua agressão, minimizam a deles e se fazem de vítimas. E olha, isso funciona que é uma beleza no Brasil. Infelizmente esse mecanismo cruel de culpar a vítima quase sempre dá certo. E deu. As feministas viraram as vilãs.

Daí para feminista virar sinônimo de mulher que é “contra homem” foi um pulo. Virou maluca, histérica, descontrolada. Claro que algumas figuras equivocadas Feminazi dizendo que “todo homem deveria ser castrado” também contribuíram para sujar a imagem do Feminismo, além de sabotagem dos próprios machistas travestidos de feministas. Tudo isso sujou o conceito de Feminismo de uma forma brutal. Talvez um dos piores marketings negativos que eu já tenha visto se fazer contra um grupo nos últimos tempos.

Graças a esse estigma, hoje, aos olhos de muitos, é “feio” ser feminista. Não “feio” no sentido de “errado”, mas feio porque não é cool. Feministas pintadas como um grupo de barangas mal amadas que tem raiva de homem não são exatamente um grupo do qual se queira participar, certo? O nome do Feminismo foi sujado de tal forma que a limpeza está bem difícil, ainda mais quando temos a mídia, muitas vezes, jogando contra.

Some-se a isso o fato de que as pessoas tem preguiça de pensar, de questionar algo que já foi “consolidado” como uma verdade. Preferem engolir uma opinião pronta do que ter o trabalho de elaborar a sua buscando diversas fontes. Feminista é baranga, mal amada e não gosta de homem, e se você ousar desafiar esta premissa e questioná-la, podem pensar que você é baranga, mal amada e não gosta de homem. Melhor não se arriscar (muita ironia aqui).

Eu arrisco dizer que se fizer uma enquete com o povão perguntando o que eles entendem por Feminismo vai sair muita besteira. Não é a toa que vemos pérolas como “não sou nem machista nem feminista, acho que ambos os sexos são iguais”. O medo de ser enquadrado no rótulo supostamente negativo de Feminista assusta tanto que a pessoa fala uma besteira dessas.

Nesse mundinho de curtidas, de necessidade adolescente de se adequar ao grupo (mesmo depois da vida adulta), poucas pessoas tem a coragem de contrariar uma verdade consolidada no bando que as cercam e se arriscar a ficar com um estigma negativo. Lamentável, pois não é porque podemos usar uma saia curta ou trabalhar que o machismo acabou. Mulheres que desempenham a mesma função que homens ainda ganham menos, mulheres ainda tem a vida sexual policiada e tantos outros exemplos de machismo, digamos, um pouco mais discreto, que passam batidos por olhos menos atentos, graças ao costume.

Sim, a gente se acostuma. Aprende que mulher que faz certas coisas será mal vista socialmente. Tenta não fazê-las, ao menos abertamente, para se preservar, porque sabe que este país é machista. Não peço a ninguém que peite a sociedade em detrimento do seu bem estar, porque sei bem o custo, mas lutar contra o machismo de uma forma abstrata é mais do que dever de quem quer uma sociedade menos escrota.E lutar não é brigar. Semeie informação. As trevas vem da ignorância, disseminar informação de uma forma que ela seja ouvida e compreendida é o antídoto. Brigando dificilmente a mensagem será passada adiante.

Homens, OUÇAM com o coração aberto: tire alguns minutos agora para se perguntar no que você é machista, porque o que eu mais vejo é homem não se achando machista mas agindo como um quando lhe convém. Sim, você é machista, todos nós somos o somos em algum grau, estamos “contaminados” pelo entorno. Reflita se em todas as situações você trata uma mulher de forma equânime, seja nos atos, seja no juízo de valor que faz a respeito dela. Reflita, evolua.

É nos detalhes, aqueles que quase nunca paramos para pensar porque estamos sempre muito ocupados, que reside o machismo hoje. E é difícil identificar, pois são atos tão reiterados que se revestem da cultura, de uma falsa normalidade gerada pelo costume. É preciso um olhar crítico, um distanciamento da situação e muita atenção para não se pegar sendo machista.Eu mesma me pego sendo machista sem perceber.

Depois desse “estrago” que fizeram com o termo “Feminismo”, será necessária uma longa faxina para mostrar às pessoas o que ele realmente significa. Minha opinião: para que essa faxina seja eficiente e mais rápida, temos que agir com compaixão e não com raiva.

Quando alguém te fala uma besteira enorme, tipo “manga com leite faz mal” ou “a Terra é quadrada” você agride a pessoa? Provavelmente não. Dá até uma certa pena. É com essa compaixão que eu gostaria de responder a todos os babacas que dizem coisas como “eu sou machista porque prezo por certos valores”. Que valores? Que mulher é inferior ao homem? Certamente não. A pessoa está apenas equivocada, está sendo ignorante, está usando um termo achando que significa uma coisa quando na verdade significa outra. Proponho que nos policiemos para divulgar informação sem agredir, para quem sabe assim, sermos ouvidas.

Eu ainda deslizo no machismo. Ainda tenho muito a me corrigir, e certamente ainda tenho muita coisa a perceber, mas ao menos estou atenta. A maior parte das pessoas parece aceitar o fato de que Feminismo é essa escrotidão que pintam e ponto final. Espero ter conseguido desfazer essa ignorância na cabeça de alguma pessoas. Pense no que você pretende fazer para ser menos machista e para tornar o mundo menos machista. E vocês, homens, lembrem-se: não fomos nós mulheres que saímos da sua costela, foram vocês que saíram do nosso ventre. Um pouco mais de respeito e consideração, por gentileza.

Para quem quiser se informar melhor: Clara Averbuck, independente do tema, sempre uma ótima leitura.

Para trazer à tona um debate sobre pagar a conta do motel (pode vir, estou preparada), para me xingar como de costume ou ainda para perguntar porque tantas supostas feministas vieram me dizer que eu sou obrigada a ter filhos no texto sobre lado negro da gravidez: sally@desfavor.com

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Comments (108)

  • odeio feministas, elas só servem pra desmoralizar tudo o que você fala só por ser homem branco e hetero, reclamar de besteira e sair pelada por aí achando que tão ajudando todas as mulheres do mundo, vão a merda _|_

    • Então odeia até a Sally, né “macho aNalfa” ? Além do mais, aposto que tanto nem leu nem isto e nem imagina o quanto que você iria à merda com uma das minhas amigas – ela também é contra femismo / sextremismo, mas é recém-1º dan da faixa preta de karatê…

  • Ótimo, vamos acabar com o “Machismo”: Aposentadoria por tempo de seviço igual, testes físicos em provas, iguais. Fim da Maria da Penha e substituição por violência doméstica, um estudo de Fernanda Bhona, mostra que mulheres agridem mais os homens que o inverso. Fim dessa pasmaceira de feminicídio: 91,6% das vítimas de homícidio são homens (Mapa da Violência 2014). Fim destas pensões faraônicas. Fim da alienação parental. Alistamento militar obrigatório.

    Pronto! É nesse feminismo que eu acredito: Direitos e deveres iguais. O termo foi satanizado não pelos homens, mas pelas “educadas” que andam nuas nas machas das vadias, Femen e outras estrovengas, pelas universitárias(os) de humanas, pelos políticos e por fanáticas que andam em facebook criando jargões como “vou cortar sua pica”, além de políticos de extrema-esquerda, como o PSOL, PSTU et caterva.

  • Parece-me que existem feminismos e não O feminismo. Uma das vertentes é extremista, a tal da “femista” (vulgo Feminazi), que considera que se não fosse pela necessidade de espermatozoides, os homens deveriam ser exterminados. Parafraseando Orwell: “Duas pernas, bom; três pernas, ruim!”

    Misoginia e “androfobia” são a mesma merda, só mudando o cu de onde saem.

    Ninguém merece respeito ou desrespeito em função de uma genitália específica. O pênis só serve para fazer pontaria, nas duas formas de uso.

    • O problema é que o conceito de feminismo é único: homem não é superior à mulher. Não podem outras vertentes se apropriar desse nome e usá-lo para várias coisas diferentes (e às vezes até opostas) à filosofia original. Deveriam criar um novo nome.

  • Aguardava ansiosamente por este tema. E não me decepcionou.

    O texto sobre o lado negro da gravidez foi um dos primeiros que li aqui, e gostei dele… consegui “entender”. Porém um texto do Somir que eu lembro que dizia que “Sally é uma mulher machista” me deixou confusa. Confesso que li, reli e não entendi. Me achei extremamente burra por não conseguir compreender a mensagem do texto (talvez fosse ironia e eu não saquei? ), mas como eu era “nova” aqui, resolvi ler outros textos pra conhecer o ambiente. E fui gostando , então fiquei, mas sempre com a incógnita sobre a Sally (feminista?)

    Voltando ao texto… Mais um texto excelente!Esclareceu muita coisa pra mim, que embora me considerasse feminista, ultimamente sentia uma “vergonha” do termo, justamente pelo juízo de valor/reação só de ouvir a palavra FEMINISMO. E passei a duvidar e me questionar quanto ao feminismo justamente pela atitude de algumas ativistas. Sally foi perfeita, tocou na ferida que eu não conseguia encontrar.

    • Aí vai muito da definição. Machismo no seu conceito original, de que homem é superior à mulher, NÃO, não sou. Mas eu tenho sim traços machistas em mim. Um exemplo: se eu estiver solteira, não existe nada nesse mundo que me faça “chegar” em um homem. Sinto muito, no meu mundo é homem que chega em mulher, me recuso. Isso pode (ou não) se considerado machismo. Acho que é uma forma de machismo atribuir esses papéis… o que você acha?

      • Acho que seria machismo se você além de não “chegar” em homem, ficasse paunocuzando as suas amigas que tem coragem de chegar. “Ai credo, ele vai te achar uma oferecida ” Mas nesse caso considero apenas escolha pessoal mesmo.

        O texto sobre você ser machista era um que falava sobre as “superioridades biológicas masculinas”.

        • Ah! Para! Esse texto foi uma PUNIÇÃO, fui obrigada a escrever aquilo, não concordo com uma linha do que escrevi! Foi em uma Semana Sim Senhor, não foi?

          • O texto era “Sally Surtada: Inveja do pênis.”
            Relí o texto e agora sim REALMENTE entendi. Putz… releve a minha ignorância, eu ainda não conhecia as “regras do jogo” . rs

            • Mas nao está lá especificado antes do texto que era um castigo, que eu estava sendo obrigada a fazer aquilo? Se o Somir tirou isso vou matar ele!

      • Me intrometendo. Quando eu era mais jovem. Toda mulher que me enchia o saco com esse lance de machismo. Eu virava e dizia:

        Ok, vou provar que não sou machista. Vamos sair pra beber alguma coisa. Vc paga. ;)

  • Oi Sally, queria comentar que, em tese, a marcha das vadias é uma boa ideia sabe. Ela surgiu no Canadá, após um policial ter dado uma declaração super machista: “Se as mulheres se vestissem direito, não seriam estrupadas”. Na ocasião estava tendo um surto de estupros contra mulher numa cidade lá… Ai as mulheres saíram às ruas declarando que seja de burca ou de biquíni, elas merecem ser respeitadas. E eu concordo. Só não concordo com o caminho que isso levou… Ao extremismo.

    • Vamos reformular?

      VOCÊ acha uma boa ideia

      EU NÃO ACHO

      NO CANADÁ pode até funcionar, onde há pessoa civilizadas. Mas no Brasil? Sabe o que se consegue? Que os caras batam uma punheta para as mulheres que estão com o peito de fora.

    • Com todo o respeito, eu acho bastante escroto o uso do termo “homenzinho”

      Isso imprime um tom de rivalidade, passa a ideia de raiva, de menosprezo e não acho que seja por aí que se vá melhorar alguma coisa. Graças a posturas como essa é que as pessoas tem a falsa ideia de que feminismo é o oposto do machismo.

      Não importa a cabeça do homem, por mais merda que seja, eu sou a favor de combater com informação, sem ataque, sem menosprezo, sem desmerecimento. Não são inimigos, são pessoas ignorantes.

  • Adorei o texto…

    O machismo ou feminismo seletivo está crescendo na sociedade. Vejo muitos homens que não sustentam a casa sozinhos e acham justo dividir a conta, mas quando chegam em casa querem o jantar na mesa mesmo quando a mulher trabalha tanto quanto eles. Para piorar muitos só casam porque vão ter casa limpa, roupa lavada e comida na mesma, e se não for assim, entendem que não precisa casar.

    O machismo seletivo é muito pior que o machista puro. No seletivo a mulher não tem direitos, só obrigações.

    Mas infelizmente ainda existem muitas mulheres machistas também. A mudança também tem que partir de nós, que temos um papel fundamental na criação e educação dos filhos. Ninguém nasce machista, isso se aprende.

  • Ótimo texto. Tbm não perco meu tempo falando sobre feminismo com quem não quer refletir. Procuro educar as pessoas (principalmente as crianças) próximas a mim e tenho visto resultados.

  • Ótimo texto, Sally.
    Eu já tinha noção do conceito de feminista e a vulgarização desse termo, mas mesmo assim eu fico apreensiva pra usá-lo com pessoas que não conheço direito ou conhecidos BMs. Sim, eu já me obriguei a usar essa frase ridícula: “Não sou feminista, sou só a favor de direitos iguais para homens e mulheres”.
    Por outro lado eu já expliquei a respeito do feminismo para pessoas próximas (ambos os gêneros) que são mais mente aberta, resultados satisfatórios!
    Pelos absurdos que andei ouvindo por aí concluí que infelizmente Marcha das Vadias, no Brasil, só estraga MAIS a imagem das feministas. “Falta de louça pra lavar”

    • Fico me perguntando se não seria hora de abandonar o termo FEMINISTA, porque ele já está tão cagado, tão deturpado, que acaba sendo um desserviço à causa. Talvez seja mais produtivo criar um novo termo em vez de tentar limpar esse, afinal, o importante não é defender uma nomenclatura e sim fazer as pessoas refletirem sobre a igualdade entre homem e mulher x cultura que consolida desigualdades

      • Não sei se é necessário uma medida tão drástica. Talvez a solução seja exatamente o contrário, pra fazer com que o estereótipo negativo seja substituído por pessoas de carne e osso.

        Até porque, o mesmo povo que tenta sujar o feminismo (tanto a palavra quanto as idéias) já sabe o caminho pra atacar do mesmo jeito qualquer nova palavra que tentarem usar. E os mesmos insultos que usam contra o feminismo já eram usados contra as sufragistas no século 19, nada de novo nesse front.

  • Eu tenho uma coisa comigo que sinceramente, não sei se é o certo ou errado, mas sou eu.

    Eu simplesmente trato qualquer mulher que não seja mãe/irmã/esposa/amiga do mesmo jeito que trato qualquer outro amigo/colega homem, no que tange a fazer certas gentilezas (tipo, se não está com as mãos ocupadas eu não abro porta), contar piadinhas de mal gosto ou fazer observações absurdas do dia a dia, o famoso “papo-de-homem” sabem? Ou seja, de uma forma ou de outra eu não diferencio no tratamento homens e mulheres.

    E por incrível que pareça, elas me reclamam e me acham um grosso.

    Partindo do princípio de que somos todos iguais, eu devo ser severamente criticado por tratar todos de forma igual, ou o famoso “só porque é mulher” só conta nessas horas?

    Confesso que estou um pouco confuso.

    • Eu acho que tem que tratar todo mundo igual, embora exista quem pense que algumas piadas e brincadeiras reforcem o machismo. Acredito que não, que tem que poder falar tudo e brincar com tudo dentro do limite do teu interlocutor, seja ele homem ou mulher.

        • Recebi mas não tive coragem de abrir…

          Eu acho que humor não tem que ter limite, justamente por ser humor. Se ofender com humor é motivo para procurar terapia. Mas como a intenção era informar e não fazer humor, os limites se fazem necessários.

  • Por que será que quando alguém diz que é contra o feminismo,sempre vem com essa de que a pessoa é mal informada? Ao contrário,me desculpa mas é a arrogância que notei nesse movimento,a pessoa não tem o direito de pensar por si,se ela não é feminista é porque não entendeu nada,é burra,idiota.
    Perdi as contas quantas vezes fui chamada de mascu,machista,racista,homofóbica… por ter discordado de algo,é o padrão,partir pro ad hominem.

    Ridículo mesmo é achar que o mundo está dividido entre machistas e feministas e claro o lado feminista é o lado bom e correto,então se a pessoa não é feminista só pode ser machista,brilhante constatação!
    Primeiro que não respeitam quem não é feminista, algumas parecem odiar donas de casa,chegaram a chamá-las de parasitas,vagabundas,desejando que ela sofressem bastante ,que fossem tratadas como lixo por algum homem e tudo pelo grave crime de não ser uma feminista cheia de amor no coração.
    E são desonestas,apesar de xingarem e desrespeitarem os outros,elas juram que só os machistas é que atacam mulheres,elas são puro amor!
    E nesse comentário em que donas de casa são parasitas,confrontei a dona do blog que diz que sempre bloqueia comentários de ódio dos tais mascus,mas o ódio das feministas passa em branco,sabe o que aconteceu? o comentário ofensivo sumiu misteriosamente e ela não publicou mais o que eu dizia.

    Demonizam o homem( ex mulher adulta de caso com menina de 15=ok, homem adulto de caso com menina de 15=vítima de abuso sexual,sofrendo pressão psicológica,ela não sabia o que fazia,pedofilia…igualdade né? parece mais o padrão duplo do machismo).
    Vitimizam sempre a mulher(apesar de sermos empoderadas,quando a mulher faz algo errado a culpa nunca é dela),a maioria nega que mulheres cometam crimes,falsas denúncias de estupros não existem e quando alguma admite é na base de 1% de mulher no crime ,contra 99% de monstros-homens.
    A história bizarra de que todo homem é estuprador em potencial é demais e percebi que fazem terrorismo quanto a isso,se julgam no direito de falar por todas as mulheres do mundo e segundo elas,todas nós sempre saímos aterrorizadas na rua,pensando em estupro 24 horas por dia… sou um milagre porque isso nunca me aconteceu.
    Outras contando quando foram abusadas,jurando que todo mundo viu e ninguém fez nada,obviamente para alimentar a tal cultura do estupro.
    Meio difícil de acreditar, não no estupro em si mas geralmente estuprador quer fazer isso escondido pra não ser preso.

    Um dia quando eu não sabia como era esse movimento,eu pensei em ser feminista,depois de ver tanta merda,eu desisti.
    Machismo e feminismo é a mesma droga,hipocrisia sem fim ,subjugação do outro e padrões duplos, a luta por igualdade,paz e amor,está bem distante da realidade desse movimento.

    • Sabrina, tem um texto meu aqui que eu escrevi há uns dois anos, onde resolvi falar sobre o lado negro da gravidez. A intenção era contar coisas que ninguém conta, coisas não muito bonitas que podem acontecer durante a gestação.

      Recebi cerca de mil e quinhentos xingamentos, a maioria vindo de “Feministas”. Coisas muito pesadas mesmo, ataques pessoais como você bem descreveu.

      O problema é que Feminismo não é o que ELAS ACHAM. Feminismo é um conceito que exite antes delas: é a ideia de que a mulher não é inferior ao homem. O resto é da cabeça delas, que se apropriaram do termo e fazem mau uso.

      O que eu posso te dizer é que o conceito verdadeiro de feminismo é a ideia de que a mulher não é inferior ao homem e não deve sujeição a ele. O que se projeta de loucura e cagação de regra em cima desse conceito vai da cabeça de cada um, mas definitivamente não é feminismo.

  • ” Não peço a ninguém que peite a sociedade em detrimento do seu bem estar, porque sei bem o custo, mas lutar contra o machismo de uma forma abstrata é mais do que dever de quem quer uma sociedade menos escrota.E lutar não é brigar. Semeie informação.”
    Texto excelente! Parabéns… Trabalho em um local em que 90% das colegas são mulheres e reproduzem as deturpações sobre o feminismo …ouço cada absurdo do tipo “essas feministas nos ferraram pois hoje temos triplas jornadas de trabalho” ao que costumo retrucar que se isso acontece é fundamentalmente por comportamento machista reproduzido nas atitudes de cada uma dentro de casa. Além do mais pergunto “você escolheu seu marido ou casou obrigada pelo seu pai? se teve liberdade de escolha então agradeça às feministas queimadoras de sutiã” e é impressionante o quanto elas ficam pensativas com esse dado…

  • Acho que o termo “Feminazi” é muito nocivo para esta discussão, só contribui para uma má associação do termo feminista. Associar o nazismo com qualquer ideologia é muito grosseiro além de anacrônico. Sendo chato, o termo correto seria Femista. Não sei a origem nem a etimologia Latina, mas na minha opinião é o que melhor representa o oposto da misoginia. Bom, isto posto, não entendi o porque de este desfavor ser “flertando com o desastre” e não um desfavor explica. Tenho talvez uma birra boba com o feminismo ativista, na questão de direitos. Sobre aposentadoria e licença maternidade. Pais deveriam ter o mesmo tempo de licença, e mulheres se aposentarem mais tarde(ainda mais por quê as mulheres vivem em média quase uma década a mais). Mas provavelmente estou sendo babaca.

    • Tem razão, o termo “Feminazi” gera uma presunção negativa.

      Foi Flertando com o Desastre porque é um tema polêmico.

      Sobre a aposentadoria, existem estudos que comprovam que o desgaste no corpo da mulher é maior por uma série de fatores que vão desde hormônios até quantidade de massa muscular. Não sei se isso é atual, mas já foi dito. E sobre a licença paternidade, concordo plenamente com você, pois é para a criança e não para os pais e a criança precisa de ambos nos primeiros meses de vida, pois demanda muita atenção.

      • Falando ainda sobre a aposentadoria, comentei sobre o texto com meu irmão, e ele me levantou uma bandeira válida em favor à aposentadoria “precoce” das mulheres. Vivendo numa sociedade reconhecidamente machista, a mulher, via de regra, trabalha em dupla jornada. Explico: não obstante em suas 8 sofridas horas diárias nos trabalhos (que geralmente são remuneradas o correspondente a 70% do salário dos homens), elas ainda tem sobre seus ombros a implicação social de mante um lar limpo, contendo todas as atividades domésticas aqui, já que a maioria dos homens casados assumidamente falam que contribuem menos ou nada nestes afazeres, além do processo educativo em casa, que cai também sobre os ombros da maioria das mães. Então começo a rever minha crítica quanto a esta aposentadoria feminina. Mas Sally, acho melhor pesquisarmos sobre desgaste feminino por “causas naturais”, já que se estivermos falando de estrutura óssea e muscular, as mulheres ocupam bem menos vagas em setores braçais(se bem que devemos considerar o trabalho de faxineiras, além de doenças ocupacionais como LER e DORT), e quanto a hormônios, hão de ter novas pesquisas sobre o tema. Outra coisa, falando em igualdade, Sally, em seu tempo de advogada, já tropeçou com a jurisprudência, e até mesmo o absolvimento de crimes cometidos durante a semana menstrual de uma mulher? O que você pensa sobre isto?

        • Mas daí entramos na discussão sobre as leis serem feitas já pressupondo o machismo. Não seria melhor fazer leis para melhorar a sociedade?

          No direito trabalhista existem inúmeras “distinções” entre homem e mulher em função da questão da força física, é algo perfeitamente normal, já que a mulher tem menos massa muscular e menos força que o homem.

          Já vi mulher ser absolvida de homicídio em estado puerperal, mas por TPM não.

  • Excelente texto, honesto e limpo.

    Me senti envergonhada por perceber meu conceito errado justamente por ter horror ao conceito deturpado de feminismo.

    Gostei tb desse texto não ser postado como um Sally Surtada. Nós mulheres temos nossa responsabilidade tb. E gostei mais ainda por colocar de maneira muito clara o risco de ambos se beneficiarem desses ismos quando os convêm.

    Amo essa palavra responsabilidade!

    • Não dá para brincar com isso, AINDA. Não dá para fazer Sally Surtada. Uma pena, porque do meu ponto de vista, o humor é a “última barreira”, quando se pode brincar com algo é porque a questão está superada.

  • É por causa dessa deturpação do termo que deixei de me chamar de feminista. As pessoas só escutavam a palavra e já começavam a dizer “feminazi, histérica, lunática…” Já disseram até que eu era muito delicadinha pra ser feminista!
    E quando você questiona e pede pra pensarem no motivo, parece que ativou algum mecanismo de autodestruição em algunx (pus o x porque são homens e mulheres), como se questionar fosse matá-los! Mas isso só acontece no contexto em que digo a palavra “feminismo”. Sem o rótulo, a recepção é bem melhor.

      • E a atitude delas, “não sou feminista porque acredito que homens e mulheres são iguais”… Não sei se rio ou choro com a incoerência. Pior é que elas tratam o feminismo de um jeito que realmente constrange quem é feminista, como se fôssemos alarmistas vitimizadoras que desejam a morte a todos os homens. Me faz perder a pouca fé que tenho na humanidade.

        • “não sou feminista porque acredito que homens e mulheres são iguais”

          O erro da frase não esta em não se dizer feminista, justamente pela deturpação da palavra. Ouvimos feminismo e pensamos em radicalismo. Mas ao dizer que considera “homens e mulheres iguais”, ou não leu o texto, ou esta sendo desonesta.

          O que ela e as pessoas que aderem a este movimento dizem é justamente o contrário: “… homens e mulheres não são biologicamente iguais e por isso assumem papéis sociais diferentes.”

          A “atitude” delas é mais honrosa do que das feminazi com certeza.

          • A atitude delas é feminista. Mas o termo é tão mal visto que elas preferem dizer que não são, mesmo defendendo as mesmas ideias.

  • Nas palavras do sábio Joss Whedon, “ou você acredita que as mulheres são pessoas ou você não acredita. Feminismo é simples assim”.

    Uma das coisas que (infelizmente) vai contra o Feminismo é que muitas das coisas que realmente prejudicam as mulheres estão TÃO impregnadas na nossa sociedade, que simplesmente tentar mudá-las causa uma comoção gigantesca. Desde coisas como as cantadas na rua até outras ideias pré-concebidas do que uma mulher pode ou não fazer.

    Para adicionar sobre o tema, eu vou deixar esse vídeo sobre o Whedon falando sobre como a palavra “feminista” afasta as pessoas da causa. É um ótimo discurso pra quem fala coisas como “nossa, eu não sou uma feminista, mas gosto quando as mulheres são fortes”, como a Katy Perry disse.

    • É verdade, é culturalmente aceito. Coisas como cantada na rua e cia. É tido como frescura se a mulher se incomoda. Está tão enraizado que as pessoas não refletem sobre.

  • “Infelizmente esse conceito foi deturpado, banalizado e esculhambado pelo Brasileiro Médio”.

    Pra começar não foi o brasileiro médio quem esculhambou o termo. As feminazi como disse existem em toda parte do mundo. O BM, nem se preocupa com definições de machismo ou feminismo.

    A onda feminazi agora é combater os homens que se dizem feministas.

    Os motivos disto e minhas considerações restantes sobre o tema, adicionarei mais tarde.

    Até.

    • Ah tá uma amostra do que falei:
      http://thewaterpipe.wordpress.com/2013/12/27/feminist-advise-women-to-avoid-feminist-men/

      “Mulheres feministas aconselham a evitar homens feministas”.

      “O patriarcado está usando a igualdade para oprimir a mulher. Agora nós precisamos de uma nova onda de feminismo para sermos mais iguais do que os homens” (Jessica Valenti).

      “Valenti recomenda as mães a não amamentarem seus filhos, assim os meninos são menos propensos a desenvolver a massa muscular (que na era industrializada de hoje é algo obsoleto e usado para dominar e causar violência contra as mulheres), assim, as meninas vão ser iguais aos meninos em força física e menos prováveis de serem estupradas”.

      • Tchulim Tchu Flai

        Na verdade, é justamente na Suécia que o Feminismo é uma aberração. Infelizmente.

        Também queria um novo rótulo… Eu recebo título de Feminazi de graça, por culpa das bocós misândricas que existem a rodo na universidade que eu estudo. E elas ainda dizem que eu tô estragando o Feminismo quando digo que vitimismo é o que perpetua o machismo, que o certo é se empoderar e não odiar. Olha, é um porre…

  • “A mulher vai ter que trabalhar tanto quanto o homem, mas quem vai mandar na casa é o homem. A mulher vai ter que estar dentro dos padrões estéticos que o homem quer, mas se usar short é piranha. A mulher não pode ser dependente do homem, mas se tiver mais parceiros em seu passado do que ele ache aceitável, ele não vai leva-la a sério.”
    Ainda acrescento este: a mulher trabalha tanto quanto o homem, mas quando chegam em casa quem tem que fazer tudo é ela. Ele quer tomar banho, comer, assistir televisão e antes de dormir dar uma “bimbada” na mulher. Divisão de tarefas domésticas nada.

  • que texto perfeito Sally! vou divulgar e torço para que muita gente leia e reflita.
    quando eu falo que sou feminista a pessoa já imagina o conceito deturpado, daí eu sempre, seeeempre tenho que explicar o básico. já tenho uma frase pronta: “sim, sou feminista porque acredito em direitos iguais e liberdade de escolha para todos os indivíduos independente do sexo. ” ponto.

    • Paira uma presunção negativa, quando o conceito é mais do que justo: mulher não é inferior ao homem. Só vamos conseguir mudar isso disseminando informação.

      • Também acho que disseminar informação é extremamente necessário, mas muitas vezes me dá um desânimo… Porque a maioria das pessoas com quem falo ao vivo ou pela internet só consegue me deixar com a triste sensação de estar “falando com as paredes”.

        • Tem que falar com carinho, com cuidado, com jeitinho. E explicar como se estivesse falando com uma criança de 5 anos de idade.

        • Também tenho a sensação de falar com paredes. Não adianta disseminar se a pessoa não refletir. Tem gente que acha muito legal meu posicionamento mas só vê isso como uma forma exótica de ver a vida, e não dedica um segundo para pensar se essa nova informação pode trazer mudanças positivas para si mesmo (estou falando no geral agora, não só feminismo).

  • Meio Off Topic Muito Breaking News:

    Reuters crava que avião que caiu em Santos tinha Eduardo Campos como passageiro….

  • O feminismo é um movimento válido, mas as “feminazi” fuderam com tudo: pregam esse ódio contra os homens, onde todo homem é estuprador, tudo é opressão, tudo é estupro, tudo é culpa dos homens. E apesar de ser minoria, elas são bem barulhentas e por isso muita gente tende a associar a elas essa imagem suja do feminismo. É graças a elas que muita gente não leva o movimento a sério. Sendo homem, eu já desisti de argumentar com esse tipo de gente pois já percebi que sempre to errado pelo simples fato de possuir um pênis.

    PS: O que acha disso, Sally? http://www.homenslibertemse.com/portal/manifesto/

    • Eu acho que todo mundo que se sente oprimido ou angustiado tem o direito de tentar equacionar mudanças nas convenções sociais. Quem sou eu para falar sobre broxar?

      • Esse link que eu te passei me pareceu como uma tentativa de acabar com o machismo, mas focando nos pontos em que o homem sai prejudicado. Sim, o machismo também prejudica os homens, muito provavelmente não na mesma escala que prejudica as mulheres, mas os homens também se tornam motivos de piada ou excluídos se não se enquadram em certos padrões machistas.

  • O problema de muita mulher ou grupo que se diz feminista (enfase no “se diz”) é que elas não procuram igualdade, procuram vantagem. FEMINISMO DE VERDADE É SOBRE JUSTIÇA não sobre vingança… Não é sobre uma guerra de BUCETA E PINTO e sim na percepção de que não faz diferença nenhuma se você tem penis ou vagina. Hoje em dia, a massacrante maioria tem uma visão totalmente deturpada de feminismo – aliás, a própria palavra “feminismo” é obsoleta pra mim …

    Deviam procurar seguir a igualdade, não a segregação. Respeito mútuo, deveres e direitos iguais.
    Mas o pior problema que o falso-feminismo trás são os chamados “double-standarts”, que nada mais é dizer que algo está errado para um e certo para o outro, que geram uma resposta negativa pelo outro grupo – e com razão, afinal, o homem, exatamente como a mulher, não pode se permitir ser submisso… E daí, na cabeça dos mais ignorantes, podem nascer ideias bem mais radicais: De um lado, pseudo-feministas que procuram uma supremacia feminina; do outro, machistas que respondem na mesma moeda… E daí pra descambar pra grupinhos sociais, ideias e ações violentas é “dois palito”. Parem de culpar e demonizar um ao outro e comecem a agir da forma certa, e fazer o bem sem olhar a quem, caralho.

    • Muita feminista tem a questão mal resolvida na sua cabeça. Já vi gente me recriminando por piada sobre certos temas com mulher, mas se fosse com homem estaria tudo Ok. Ou pode com todo mundo ou não pode com ninguém. Mas no Brasil qualquer grupo que se junte tende sempre a tentar tirar proveito da vitimização, não é privilégio do feminismo.

  • “Feminismo, em sua concepção original, significa a ideia de que a mulher não é inferior ao homem e pressupõe a não-hierarquia entre os sexos, no sentido de não existir a dominação de um gênero pelo outro.”

    Incrível como um conceito que nem é tão difícil assim de entender pôde ter sido tão deturpado…

    Sally, o que você teria a dizer sobre as “queimadoras de sutiã” dos anos 60? Afinal, pra muita gente, quando se fala em feminismo, ainda é a imagem delas que vem à cabeça. E, numa rápida pesquisa que fiz, vi que a tal “queima”, na verdade, nunca aconteceu realmente. O que as militantes fizeram em protesto foi atirar sutiãs – e também latas de spray de laquê, cílios postiços e quetais – num latão de lixo enquanto ocorria um concurso de miss em Atlantic City em 1968. Para elas, o sutiã seria como “um par de algemas do machismo opressor”. O termo “Bra Burners” (“Queimadoras de Sutiã”) foi criado pela mídia e o episódio de Atlantic City inspirou protestos semelhantes em outras partes do mundo onde sutiãs realmente foram queimados. Mas a tal fogueira icônica tida como “a original” do movimento feminista radical dos anos 60 nunca aconteceu.

    • Tudo que foi feito nos anos 60 tem que ser analisado no contexto dos anos 60. Naquela época a opressão à mulher era diferente, mais ostensiva, então, pedia reações mais ostensivas. Foi importante, teve seu papel social. Mas porque funcionou na década de 60, não quer dizer que vá funcionar agora.

      MINHA OPINIÃO: Eu acho que Marcha das Vadias é bem intencionado mas não funciona no Brasil, porque acentua, mesmo sem querer, esse antagonismo entre homem e mulher. Eu acredito que outros caminhos mais conciliatórios aos olhos de terceiros sejam mais eficientes.

      • Concordo com o que você disse a respeito da Marcha das Vadias e com a questão de olhar as coisas sob o contexto da época em que aconteceram, mas você não acha que as feministas dos anos 60 exageraram ao chamar os sutiãs de “algemas do machismo opressor”? Até porque, quando se tratava de oprimir as mulheres, os machistas – daquela época ou de qualquer outra – faziam coisas infinitamente piores do que meramente criar uma peça de roupa íntima…

        E , não sei você, mas pra mim é estranho essa coisa de “feministas” – as aspas são necessárias – que, nessa mesma linha de comparar sutiãs com algemas, também reneguem, até certo grau, a própria feminilidade. Tudo o que essas xiitas conseguem abrindo mão da vaidade é se tornarem a imagem estereotipada de feia mal-comida e odiadora de homens e reforçar o preconceito nas cabecinhas dos ignorantes. Me parece que o discurso dessas feministas que entenderam tudo errado é de que uma mulher se cuidar e se produzir seria “uma forma de submissão à sociedade machista e patriarcal que determina o que as mulheres devem ser e que aparência devem ter”. Bobagem, claro. Você pode não concordar comigo, mas creio que a vaidade, o gostar de se produzir e de se enfeitar é algo inato nas mulheres desde sempre e não algo imposto de cima pra baixo.

        • O sutiã foi simbólico. Não me sinto no direito de falar porque eu não vivenciei a década de 60, não saberia julgar se foi pertinente, proporcional.

          Na verdade o discurso é: mulher que se cuida PORQUE ESTÁ SENDO OBRIGADA SOCIALMENTE A FAZÊ-LO está submissa. Faz se quiser, se não quiser não faz. Infelizmente tem quem repita esse discurso dizendo que mulher que usa maquiagem é submissa a homem, uma releitura equivocada, no meu ponto de vista.

          É Brasil. Quantas vezes eu falo aqui que eu acho que ninguém merece ser torturado e vem gente dizer: QUER DIZER QUE você é a favor de bandido? QUER DIZER QUE bandido tem que ficar impune? Uma coisa não se diz da outra, mas tem gente que estupra a lógica e cria essas aberrações…

  • Essa Clara Averbuck foi aquela que participou daquele programa Troca de Família, né? Fui procurar para ler sobre ela e pela imagem eu lembrei que vi esse episódio…não sabia que ela escrevia coisas tão bacanas.

    • Sim, é ela mesma. Participou durante algum tempo dos vídeos do blog Ex-Tricô e tem livros muito interessantes publicados. Recentemente ela lançou um blog chamado Lugar de Mulher. Certamente muitos aqui podem achar ela radical ou discordar, mas vale ao menos conhecer. Eu gosto muito do que ela escreve, mesmo que algumas vezes eu não concorde com ela. Normal, né? Quem concorda em tudo com outra pessoa?

      É um conceito que eu tento trabalhar: admirar pessoas sem necessariamente concordar com elas. Ler só gente que pensa como a gente acaba sendo empobrecedor, tem que ler de tudo.

  • Sally,

    Eu não sabia que o termo Feminista era o que você falou. Sempre o vi como um termo ruim, assim como o “Machista”.

    Agora na boa? Se um cara me chama para sair e no primeiro encontro ELE sugere rachar a conta a probabilidade de eu sair com ele novamente é 1%. Não pelo fato de que o homem tem a obrigação moral de pagar tudo para as mulheres, acho isso ridículo, mas no PRIMEIRO encontro acho amável, educado que o cara pague, afinal ele esta te convidando. Quando eu convido alguém para fazer algo especial que eu posso pagar faço questão de pagar.

    • O termo Feminista foi trucidado pelo Brasileiro Médio. Quase ninguém sabe seu real significado.

      Essa questão da conta é uma questão pessoal sua, não está ligada a machismo. Você acha uma gentileza imprescindível o homem pagar a conta na primeira vez em que sai com uma mulher, assim como poderia ser abrir a porta do carro ou qualquer outra coisa. Questão de gosto, de escolha. Isso não te faz desigual a homem nenhum.

  • Adorei o texto de hoje!!!
    Adoro o “Lugar de mulher” da Clara Averbuck, da Mari Mesias e da Polly. Adoro a filosofia de união entre as mulheres, de parar com essa estupidez de achar que estamos sempre competindo em busca da atenção dos homens e que tudo o que fazemos, vestimos, dizemos, calamos é para eles e por eles.

    Feminismo é a simples busca pela igualdade de direitos e de obrigações. Claro, igualdade é tratar os desiguais desigualmente na medida da sua desigualdade.
    Quem acha que vivemos em plena igualdade deveria refletir sobre essas questões:

    Quantos homens são estuprados por mulheres?
    Quantos homens são assassinados por terem “manchado a honra” das esposas?
    Quantos homens são vítimas de violência doméstica?
    Quantos homens tem medo de sair à noite em lugares isolados não apenas por medo de assalto, mas principalmente por medo de estupro?
    O salário de um homem é igual a de uma mulher com a mesma competência?
    Quem costuma ser escolhido para os cargos de chefia SOMENTE pelo seu sexo?
    Quantos homens são julgados pela sua vida sexual ser muito intensa ou promíscua?
    Quantos homens dividem as tarefas domésticas com as mulheres de suas famílias?
    Quantos homens são julgados por não quererem casar ou ter filhos?
    O tratamento dado às mães solteiras é o mesmo dado aos pais solteiros?
    Os pais são tão cobrados quanto as mães quando o filho dá problemas?
    Os homens são tão perseguidos por TODAS as religiões quanto às mulheres?
    A cobrança para estar dentro dos padrões estéticos é maior para eles ou para elas?

    Sempre fui feminista.
    Mas, na Internet, muitas feministas ativistas ficam perdendo tempo com piadinhas e picuinhas. Chegam ao absurdo de afirmar que todo homem é estuprador em potencial. E algumas delas já me chamaram de machista por questionar os extremismos.

    Feminismo é um movimento amplo, heterogêneo e cheio de problemas ainda. O mais importante é as pessoas entenderem que não é uma seita, uma religião cheia de dogmas e sem espaço para questionamentos e reflexões.

    Seu texto de hoje explica tudo isso muito bem. Parabéns pela clareza! Vou compartilhar, porque acho que todos, homens e mulheres, deveriam refletir sobre o tema.

    • Bacana saber que acertei a mão em um assunto tão delicado. É tão comum errar a mão nos meus textos… Fico muito feliz.

    • Muito interessante vc não ser ‘tão extremista’. Mas gostaria de responder algumas de suas colocações com outras perguntas para pensarmos todos juntos.

      Quantos homens ou meninos são estuprados por outros homens?

      Quantos homens são assassinados por suas esposas em brigas domésticas?

      Quantos homens tem medo de sair à noite em lugares isolados não apenas por medo de assalto, mas principalmente por medo de MORRER?

      Conhece alguma mulher que exerça a mesma função de um homem, na mesma empresa e que ganhe salário diferente?

      Existe alguma situação ou cargo em que a mulher é escolhida APENAS pelo seu sexo?

      Quantos homens são julgados pela sua vida sexual ser muito intensa ou promíscua? Muito poucos, mas isso não impede nenhuma mulher de dar o quanto quiser hoje em dia.

      Quantos homens NÃO dividem as tarefas domésticas com as mulheres de suas famílias?

      Quantos homens são julgados por não quererem casar ou ter filhos? Quantas balzaquianas (pra começar a sentir pressão tem de ser mais velha) se casam por não aguentarem o julgamento da sociedade?

      O tratamento dado às mães solteiras é o mesmo dado aos pais solteiros? Geralmente os filhos ficam com as mães, mesmo que o pai os queira a justiça assim determina com poucas exceções. A pressão é maior em cima de quem cuida de crianças, e entrar num relacionamento assim também é diferente.

      Os pais são tão cobrados quanto as mães quando o filho dá problemas? A mãe não é tão oprimida pelas pessoas para guardar para si essa angustia, e não dividir suas responsabilidades com o pai de seus filhos.

      Os homens são tão perseguidos por TODAS as religiões quanto às mulheres? Segue religião e suas babaquices quem quer. Ninguém te obriga a ser religiosa.

      A cobrança para obter sucesso financeiro é maior para ela ou para ele? ou …Barrigudos carecas fazem sucesso entre as mulheres e não sofrem nada com padrões estéticos pré estabelecidos.

  • Sally, sou feminista depois de tanto que sofri por conceitos machistas. E sabe o que é pior? Foi tanto por homens quanto mulheres.

    Acho que pior do que homens machistas, é ter mulheres machistas criticando e policiando umas às outras. Tem aquelas IMBECIS que repetem as merdas que homens tanto gostam de vomitar: “nossa, não se dá ao respeito” “Levou apalpada no metro, mas olha a roupa também com que saiu” “aquela ali não é pra casar” etc etc. Quando elas falam sobre o feminismo é pior: eu não preciso do feminismo por que sei me cuidar sozinha e amo os homens.

    Um sonho: sair na rua um dia sem me preocupar com roupa, lugar, horário.

    • Meg, esse “jogar contra” é do ser humano. Homem também faz com homem: critica o carro do outro, chama o outro de corno, fala mal do emprego do outro… Infelizmente o ser humano como um todo anda perdendo a empatia e a compaixão.

      Muito triste ver mulheres sendo machistas, mas eu tento encarar como uma desinformação, como um envenenamento social e as trato como vítimas também. Vítimas da alienação, vítimas da falta de reflexão. Conversando com carinho e paciência os resultados são melhores.

  • Maior partes das feministas que denigrem a própria imagem são as feministas de gênero, acho que faltou você explicar os tipos de feminismo… mas o texto está muito bom mesmo, concordo com tudo <3

    • É que eu não gosto muito dessas classificações, muito menos de divulgar coisa negativa. Melhor falar do aspecto positivo, que é para acabar com esse mal entendido de que feminismo é o “oposto” do machismo.

  • Belo texto, Sally. Durante muito tempo eu vi o feminismo como oposto de machismo, mas quando resolvi me aprofundar no tema, percebi que aconteceu justamente o que você descreve: o termo foi vilanizado, e realmente é bem difícil explicar pras pessoas o que realmente significa.

    De fato, é importante que arregacemos as mangas e tentemos desfazer esse estigma. Conheço tanta gente que de fato é feminista, mas não se coloca como tal justamente por medo de ser mal visto.

    • Sim. Com serenidade, com respeito, com amor vou tentando passar essa informação. O problema é que são pessoas muito reativas, que estão com uma cabeça muito fechada. É difícil…

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