Super Pop

Demos um breve recesso no tema, mas estamos de volta. Pilha foi para o programa da Luciana Gimenez. Não tinha como esta combinação não ser maravilhosa. Pilha + Gimenez é melhor do que chocolate com avelã.

Pilha foi chamado para participar de um quadro chamado “Quebra de Sigilo”. Como se alguma coisa na vida do Pilha fosse sigilosa, mas enfim, ele continua transtornado como sempre. Logo na primeira frase Pilha chamou Gimenez de “Sonia”. Na primeira pergunta Pilha disse onde mora, dando referências que facilitam bastante achar sua casa, não apenas o bairro, mas detalhes como “em frente ao Extra”. Não que alguém vá querer sequestrar o Pilha, imagina o trabalho que esse rapaz daria para os sequestradores, mas porra, Pilha, você tem um filho, por ele, não fica dando referências da sua casa!

Pilha achou por bem se defender da acusação de tráfico internacional falando da origem dos seus imóveis. Isso mesmo, no plural. O Pilha tem imóveiSSS. Segundo ele, imóveis adquiridos na época do Polegar, imóveis adquiridos com os rendimentos daquela clínica que ele teve (que fechou de forma abrupta interditada pela vigilância sanitária), imóveis que foram presente do seu pai, imóveis, imóveis, imóveis. Não teria sido melhor simplesmente não revelar que tá cheio de imóveis, deixando o público com a ideia da Pequena Chácara onde vive o unicórnio que caga ouro? Não, não seria. Pilha ostenta. Ele virou mendigo nos tempos de Polegar por lazer, porque na verdade estava cheio de imóveis desde aquela época. Então tá.

Pilha contou que partiu dele a iniciativa de contar à Polícia Federal que havia uma arma na bolsa que esposa estava levando quando ultrapassaram a fronteira. Ninguém perguntou, ninguém tinha nem aberto a sacola, e o Pilha pulou na frente e disse “aí tem uma arma calibre 12!”. Indignado, contou que depois que disse isso foi algemado e preso. Ele creditou esse cumprimento da lei ao fato da policial brasileira o ter reconhecido. Até concordo que ser Polegar é um pouco mais grave do que traficar armas, mas não acho que tenha sido isso.

Lembram daquele amigo do Pilha que afirmou que ele havia parado de tomar os remédios pouco antes de ser preso? Pilha foi lá desmentir o amigo. Ele disse que desde 2012 ele parou de tomar os remédios. Mas o motivo é muito grave, mais do que justifica: os remédios estavam deixando ele INCHADO. Absurdo, como pode um ser humano viver assim, inchado? Melhor enfiar talher na jugular dentro do elevador aos berros do que passar por essa tortura do anel não entrar no dedo, prioridades, gente! E os Leôncios lá, assistindo a tudo caladinhos.

Lembrei aqui que em 2009, quanto Pilha pegou garfo e foi brincar de Dr. Fritz no elevador, ele também afirmou ter parado de tomar os remédios, mas desta vez o motivo seria porque estes remédios o estariam deixando broxa. Mas imediatamente percebeu o erro e disse que nunca mais faria isso, que era melhor ser broxa do que maluco. Ou seja, no mundo do Pilha é melhor ser broxa do que inchado. Maluco sim, mas magrinho. Prioridades II.

Luciana, que não vale a merda que caga e nós a amamos demais por conta disso, perguntou ao Pilha se ele estava bem mesmo sem tomar os remédios. Pilha, em uma sequência de tiques e contorções de deixar um Touretico com inveja disse que estava “bem, feliz e saltitante”. Lá se vai o argumento judicial de insanidade temporária por supressão de medicação. Já estou até vendo, a única defesa possível para Pilha no processo vai ser algo na vibe Capitão Bruno: “Porque o senhor trouxe essa arma para o Brasil?” – “PORQUE EU QUIS”. Pilha parece estar confiando demais nesse estelionato intelectual do Leôncio de que se a arma era presente, não era tráfico.

Uma convidada do programa com um cabelo que parecia um Kinder ovo, metade amarelo, metade marrom, fez uma pergunta pertinente: o que se passa na cabeça da esposa do Pilha para comprar uma arma de presente para uma pessoa com histórico de diversas tentativas de suicídio? Nunca saberemos, mas Pilha respondeu.

Disse que só tentou se suicidar porque muitas coisas ruins aconteceram na sua vida, citando em sequência estar muito tempo sem ver o filho e o falecimento de um paciente na sua clínica que “eu tentei socorrer” mas acabou morrendo. Pilha, O Médico, fazendo prova contra si mesmo. Luciana, espertinha que é, chamou a atenção para o fato de drogado morrer o tempo todo: “Mas Rafael, a vida é assim”, como quem diz “se for se matar cada vez que um drogado morrer cê tá fodido”. Pilha concordou com ela, sem perceber que isso contradizia seu argumento. Tava lá, se sacolejando na cadeira parecendo um bonequinho tremilique.

Como não estava ruim o bastante, deram o microfone para um dos Leôncios falarem. Fora de contexto ele começou a questionar porque algemaram “a pequena Aline” no momento da prisão. PEQUENA ALINE. E se não me engano, em determinado momento ele usou o termo “A saga Polegar”. Ouvi mil vezes a frase fanha leôncica e não consegui ter certeza do conteúdo, mas estou certa de que foi uma tentativa de algo poético. De uns tempos para cá esse Leôncio começou a poetizar em suas entrevistas. Preocupante. Daqui em diante me referirei a ele como o Leônico Poeta.

Luciana confrontou Pilha perguntando porque ele não virou as costas e deixou a esposa se foder sozinha, já que ele havia avisado que não podia trazer a arma e que não queria envolvimento nisso. “Porque você não foi embora?”, ao que Pilha respondeu “Porque eu amo minha esposa”. Camuflar burrice de amor funciona desde sempre, teria sido uma boa jogada, não fosse o que se seguiu.

Luciana encurralou o Pilha perguntando porque, já que ele a ama tanto e se preocupa com ela, a deixou levar uma arma para a fronteira. Começou a jogada ensaiada. Pilha respondeu “Vou fazer o que? Vou bater nela?”, porque né, todos nós sabemos que a ÚNICA forma de impedir alguém de fazer alguma coisa é agredindo a pessoa fisicamente. Só haviam essas duas opções: a) comer a esposa na porrada ou b) tolerar passivamente que ela cometa um crime que também o implicaria. Olha, eu tenho cada vez mais certeza que o Pilha comprou essa arma de pancada na cabeça que é e está fazendo a esposa sentar no rojão.

A jogada ensaiada continuou. Luciana, A Antagonista, disse que nesse caso ele deveria sim bater na esposa e ainda fez o adendo de sugerir que também a puxasse pelos cabelos. A negativa do Pilha foi ainda mais sensacional: “Eu não bato nem no meu cachorro”. Isso vindo e quem já tentou bater em drogado (e apanhou), em motoboy (e apanhou) soa mais como incompetência do que com humanidade. Talvez após sucessivas surras Pilha tenha se dado conta que não compensa bater em alguém. Por sinal, se rolasse uma briga efetiva, eu apostaria cenzão na Pequena Aline.

Mas até aí, eu compreendi a clara intenção de retratar o Pilha para o Brasil como um homem que se nega a bater em mulher, que prefere se estrumbicar todo e ser preso do que bater em mulher. Seria um plano medíocre, porém colaria, pois o telespectador do Superpop é igualmente medíocre. Isso, é claro, se o Pilha não tivesse cagado a linha de coerência por completo com uma frase infeliz.

Luciana reforçou “Puxava ela pelos cabelos!” e Pilha fechou sua humilhação com esta singela frase: “Não! Ela ia dar em mim!”. É oficial, Pilha apanha de todo mundo. Não sei o que é pior, Luciana Gimenez sugerindo em rede nacional que se resolvam impasses com marido batendo na mulher e puxando-a pelos cabelos ou Pilha dizendo que só não o fez porque apanharia. Tem coisas que só o Superpop faz por você, quem nasceu para Sonia Abrão nunca chegará a Luciana Gimenez.

Pilha derrubou a presunção de que ele jamais bateria em uma dama pois é honrado e deixou escapar que não bateu nela porque ficou com medo de apanhar de volta. É muito desgosto para o meu coração ver o Pilha se fodendo assim em rede nacional. E os Leôncios lá, calados. Antes tivessem ficado assim, porque chegou uma hora em que começaram a falar e foi trágico.

Para minha surpresa, Leôncio Poeta disse que é professor de direito penal há 34 anos. Olha, mas eu fiz é muito bem em sair dessa área. Ele continuou romantizando, poetizando. O mais engraçado é que o advogado convidado do programa foi meio que flagrado com uma carinha de desprezo enquando LP falava. Até os outros dois Leôncios que se dizem advogados do Pilha e estavam sentados ao lado de LP estavam com uma cara meio estranha. Aliás, advogado do Pilha é que nem Bonde das Maravilhas, toda semana tem um novo integrante.

Pilha foi flagrado rindo do nada, diversas vezes. Aquela risadinha meio bizarra, estilo Sheldon Cooper, onde a pessoa ri e do nada, em uma fração de segundos, fica séria novamente. Estava vendo a hora que o Pilha ia ajoelhar, pegar uma arma, começar a alisar e sussurrar “My Prrrrecioussss”. Mas ninguém ali se importou, foda-se que cada vez ele se encrenca mais, Pilha dá audiência. Pilha fez Rafinha Bastos bombar no IBOPE, o que é algo similar a fazer um morto levantar do caixão. Vamos todos explorar o Pilha. Bando de babacas.

O advogado chamado pelo programa leu a lei e mais do que comprovou que tráfico de armas não precisa ser necessariamente para revenda, deixando bem claro que o argumento leôncico “foi um presente” não cola. Momento de constrangimento. Leôncio Poeta argumentou como sabe: poetizando. Disse que não se tratava de um casal de bandidos, não são marginais, que a Pequena Aline é uma pessoa de bem. “Ela merece perdão judicial, pois não merecia permanecer na clausura, no ostracismo, ela pagou pela fama do ex-Polegar”. Sensacional o saber jurídico, respondeu a um argumento legal com poesia de quinta categoria. Fico me perguntando como é a aula deste senhor.

Você acha que o Pilha defendeu os Leôncios? Negativo! No meio de uma pergunta disseram “Você se arriscou, pois se você não tivesse um bom corpo de advogados, estaria preso até hoje”, Pilha interrompeu e disse um sonoro NÃO, se estendendo em uma respostinha agressiva. Começou dizendo que ele não cometeu crime nenhum e que qualquer um soltaria sua esposa naquela ocasião. Disse ainda que uma advogada que estava no local o alertou que aquilo “não daria em nada” e que “qualquer advogado porta de cadeia” seria perfeitamente capaz de soltá-lo. Leôncios em silêncio. Eu tava vendo a hora que o Leôncio Poeta ia levantar e começar a declamar “Batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão”.

Pilha continuou. Disse que um agende da Polícia Federal que o prendeu (e atualmente deve estar querendo matá-lo), teria dito a mesma coisa: que aquilo não dava em nada, que em no máximo 72h haveria liberação, que qualquer advogado conseguiria isso. Bem, os três Leôncios demoraram oito dias, o que isso diz sobre eles? Podia calar a boca? Podia, mas se calasse não seria o Pilha. Ele continuou. Disse que os ladrões que estavam presos falaram a mesma coisa e lhe garantiram que ele seria liberado. Pilha pegando parecer jurídico com ladrão e compartilhando isso em rede nacional. Tem como não amar? Para fechar o vômito fecalóide de Pilha, ele afirmou que o delegado bateu nas costas dele e disse “Já prendi coisa muito pior, isso aí é rapidinho”.

Pilha, você esqueceu que até semana passada estava acusando o delegado de tortura psicológica? PORRA PILHA! Um delegado que bate nas suas costas e diz “Já prendi coisa muito pior, isso aí é rapidinho” é um PAI e não um torturador. O advogado que defender o Pilha tem que saber que cada palavra que ele diz é um tiro no pé e tem que levá-lo para programa de entrevista amarrado e com máscara cobrindo a boca, tipo Hannibal, caso contrário ele fica indefensável.

Na cabeça do Pilha, a prisão foi perseguição contra ele, por causa da sua fama. Curto muito a autoestima desse menino. O que ele não percebe é que alardeando esse discurso “isso não vai dar em nada”, ele incita o Judiciário a aplicar uma pena alta, para não ficar desmoralizado. Se eu sou o juiz do caso, já iria antever Pilha voltando na tv para se gabar que de fato não deu em nada e que se uma arma for presente pode trazer para o país. Fora todo o resto dos populares que o fariam porque o Pilha fez e não deu em nada. Se o juiz assiste tv, vem uma condenação exemplar para o Pilha.

Os Leôncios em vez de trancar o Pilha com uma focinheira naquelas caixinhas de transporte de animais, assistiam a tudo calados. Minto, calados seria melhor. Leôncio Poeta continuou declamando: “A defesa é nobre, eu não defendo o pecado, apenas o pecador”. Certeza que LP, ao se dar conta que apareceria em vários programas de tv, decorou esse bando de frase de efeito achando que ia ficar bonito vomitar essas coisas. Falta de conhecimento jurídico faz as pessoas apelarem para esses floreios, quem sabe fala simples. Meio que alfinetando o Pilha, LP disse que soltá-lo foi “um trabalho árduo, um trabalho hercúlio”. Doutor, só se Herculio for o nome do estagiário que digitou a petição.

É isso, quando a gente pensa que não pode piorar, piora. Só lamento a rivalidade entre emissoras que existe no Brasil, pois o auge desse show seria o Danilo Gentili entrevistando o Pilha.

Para dizer que a faxina da semana passada foi toda colocada a perder, para dizer que desconfia que o Pilha e o Alicate sejam a mesma pessoa ou para pegar o bonde andando e não entender porra nenhuma de nada: sally@desfavor.com

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Comments (32)

  • Quem visitou Pedro Juan Caballero / Ponta Porã, passeou pelos rincões da fronteira, vai saber que esse negócio de ‘tráfico’ permeia muito mais instituições ‘oficiais’ do que sonha nossa vã inocência.

  • Acho engraçado esse argumento do Leôncio que já que a Pequena Aline ia dar a arma de presente para o Pilha, não é crime. Quando eu for viajar vou trazer heroína pra todas azamigas. Como vou presentear e não vender ou usar não vai ser crime.

  • Se fosse meu cliente eu aproveitaria todas essas incongruências que ele vem dizendo na TV pra sustentar uma tese de incapacidade absoluta.

    • HAHAHAHAHA

      O problema é que o Leôncio também vem falando incongruências, tem que mandar os dois para o hospício!

    • O psicólogo do programa da Sonia Abrão andou falando umas verdades sobre o Pilha e dizendo que tinham que parar de expor o menino porque ele não está bem. Foi demitido. Agora tá soltando o verbo em redes sociais

  • Eu acho que o argumento torto para usar em uma defesa redentora seria: o pilha é indefensável por qualquer advogado; portanto, por definição, lhe são negados o direito à ampla defesa e o direito de não produzir prova contra si mesmo, já que isso lhe é impossível por uma incapacidade de se manter calado. Isto posto, conclui-se que pilha é inimputável e deve ser estudado cientificamente.

    • Daí ele seria punido com uma medida de segurança e mandando para um manicômio judiciário ou coisa que o valha. Também não é legal, porque nesses lugares você só sai se passar por uma provinha de sanidade mental, ou seja, internação perpétua para o Pilha.

      • Sei disso, era uma brincadeira. Porém, no caso dele uma semi-imputabilidade cairia bem, aí só precisaria de um responsável pelo tratamento ambulatorial. O problema é que o MP poderia entrar com ação de interdição e dessa parte ele não gostaria nada (um curador administrando os “imóveis”). Enfim, o pilha precisa ser avaliado, ele não é somente sem-noção ou vida-louca.

        • Pode ser apenas sequela do uso desmedido de drogas que ele fez? Fumar 60 pedras de crack por dia deve derreter o cérebro…

          Se bem que ele tem um histórico de surtos psicóticos, geralmente quem surta carrega essa “porta entreaberta”para sempre. Procede?

          • Pois é, mas podem ser surtos induzidos por substância, aí precisa do gatilho. É bem possível que ele esteja sequelado. Essa coisa de ficar sem freio para fazer bobagem geralmente vem de lesão do lobo frontal. Nas vezes que ele apanhou teve porrada na testa? Isso pode ter se somado aos danos por uso de drogas.

          • PQP! O Pilha consumia mesmo 60 pedras de crack num só dia? Não é exagero, não? Fumar 60 pedras de crack de uma vez não deveria matar por overdose?

      • Apesar da gente rir com a desgraça, fico pensando no filho desse cara. No que deve ser a vida familiar. Tinham que trancar esse cara num manicômio, tanto crack fodeu o cérebro desse coitado.

        • Eu fico me perguntando como é que existe uma mulher no mundo que tenha achado uma boa ideia ter um filho com ele. Porque o Pilha pode ter mil defeitos, mas fingido ele não é, muito pelo contrário, é bem transparente. Basta dez minutinhos de bate papo informal para que fique claro quem ele é.

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