Direita e Esquerda.

De que lado você está? Parece impossível escapar dessa divisão política nos dias atuais. Com o Brasil discutindo política de cima a baixo, mesmo que de sua forma peculiar (tal qual uma criança que acaba de aprender palavras novas sem saber seu significado), acusações de pertencer a um lado ou outro do espectro político voam para todos os lados. Mas… o que cada lado significa?

Bom, aqui eu vou ter que te decepcionar um pouco: varia. Esquerda e direita em política são conceitos escorregadios, e é muito difícil que alguém consiga identificar-se apenas com um deles. O ser humano médio tende a simpatizar com ambos de acordo com seus interesses de momento. O problema é que na prática as visões opostas não se anulam e não significam ir para o centro.

Mas vamos falar um pouco de história: apesar das ideias que posteriormente seriam tachadas de esquerda ou direita serem quase tão antigas quanto a humanidade, dar uma direção para elas é algo bem mais recente. Os termos surgiram na França, mais precisamente durante a Revolução Francesa.

Louis XVI ainda tinha sua cabeça, e o país passava por dificuldades econômicas severas. Foi criada uma Assembleia Nacional para discutir e traçar planos para resolver o problema. Nessa Assembleia, os defensores do rei ficaram à direita, os que queriam limitar os poderes do monarca à esquerda. Conservadores de um lado, reformistas do outro.

E de uma certa forma, essa ainda é uma das ideias principais da divisão nos dias atuais. A direita não gosta de mudar as coisas, a esquerda existe em função disso. Até por isso a esquerda organizada é um fenômeno recente, a direita tem um cartel de vitórias invejável em relação à sua adversária. Como pobres e ricos tem uma tendência natural ao conservadorismo – os pobres por medo de ficar ainda pior e os ricos por medo de deixar de ficar tão bom – podemos dizer que a humanidade tem muito mais histórico de direita do que esquerda.

Uma outra forma parecida de enxergar as coisas é considerar a direita como pessimista e a esquerda otimista; que as coisas costumam ir mal para a maior parte da população mundial (e não é de hoje) não é novidade, mas há duas formas de enxergar essa situação: ou já estamos fazendo o que se deveria fazer e não dá para melhorar substancialmente, ou que dá para viver num mundo onde as coisas são muito melhores para todos e só nos falta mexer a bunda para conseguir.

Parece até que eu estou puxando a sardinha para a esquerda, e apesar deste que lhes escreve realmente estar mais inclinado para esse lado, não podemos ignorar que otimismo às vezes flerta com a ilusão. Achar que o mundo pode chegar num estado utópico de igualdade é… bem, é utopia. A esquerda bebe de um copo meio cheio onde é possível conseguir mais mudando nossa forma de agir.

A direita, por sua vez, não necessariamente acredita que está tudo bem. Mas defende que escolhamos um sistema e fiquemos com ele até dar certo. E por mais que tenhamos conseguido avanços consideráveis no padrão de vida humano com guinadas à esquerda em diversos lugares, não é qualquer mudança que conquista resultados. Resumindo: a esquerda quer chacoalhar o mundo até tudo cair no lugar certo, a direita quer que as coisas parem de balançar para não nos deixar desorientados.

Evidente que o conceito acabaria nebuloso para a maioria das pessoas: por vezes queremos mudanças, por vezes queremos estabilidade. O segredo ainda é equilibrar ambos os lados para que possamos gerar mudanças sociais valiosas e depois conseguirmos mantê-las.

E é seguindo essa ideia da dicotomia entre mudar e manter que começamos a entender as tantas ideias que acabam reunidas nesses pacotes políticos. O capitalismo é de direita, o socialismo é de esquerda. Faz sentido: o capitalismo é um sistema de organização econômica muito útil para estabilizar uma sociedade, mesmo com seus imensos defeitos. Ele considera que não há forma melhor de dividir as pessoas do que por sua capacidade de gerar riquezas, e premia aqueles que criam vantagens para suas gerações seguintes. Sociedades se acomodam no capitalismo.

O socialismo chacoalha a sociedade e considera que é melhor unir as pessoas num objetivo comum do que deixá-las seguir caminhos diferentes. A natureza humana teima em não concordar com tais preceitos, que teoricamente seriam melhores para todos ao mesmo tempo. O indivíduo quer suas vantagens pessoais. Como de costume, a esquerda espera mais do ser humano do que ele pode entregar. Mas, não se pode saber se podemos mais se não nos cobrarmos mais.

A esquerda pensa na comunidade, a direita no indivíduo. E cada um deles deixa o outro de lado quando está no poder. Não somos felizes no capitalismo ou no socialismo, afinal, não somos só uma comunidade ou só o indivíduo: somos as duas coisas. Assim como não é errado querer que nos unamos para eliminar a miséria e a injustiça, não é errado também permitir que cada um tenha sua chance de brilhar e gerar vantagens específicas para seus descendentes.

Na parte comportamental também há diferenças: a direita é conservadora, a esquerda é liberal. Novamente, faz sentido. Se você quer que uma sociedade estabilize e siga seu caminho sem percalços, pessoas quebrando normais sociais e desafiando a moralidade (moral tem a ver com costumes, repetição de comportamentos, não confundir com ética) são um problema. Ideias e exemplos podem se espalhar como fogo no mato seco.

Não é à toa que a direita sempre foi mais próxima de religiões conservadoras como a cristã. A manutenção do status quo é essencial para quem exerce poder, e deve-se evitar desafios à ordem estabelecida para que as leis criadas sejam obedecidas. Nada mais perigoso do que uma revolução!

A esquerda já tende a aceitar de mais bom grado quem se desvia dos padrões de comportamento vigentes. E eu sei que você vai pensar em casos como o do Che Guevara para me contraria nesse ponto: lembram que eu disse no começo do texto que ninguém consegue ser só de direita ou de esquerda. O desastrado maníaco argentino apontava para a esquerda na vontade de mudar, no otimismo de um mundo economicamente igualitário, mas como tantos de sua geração, era completamente fechado para homossexualidade e afins. Essa era a direita nele. E pior, alimentada pela esquerda revolucionária: reaça sem pudor de pegar em armas para conseguir o que queria.

Países tolerantes com culturas, raças, religiões e orientações sexuais diferentes quase sempre estão mais inclinados para a esquerda. Afinal, a esquerda enxerga a mudança de paradigmas como algo positivo. A esquerda quer mudar o mundo até achar que tudo está perfeito (Spoiler: você já sabe…).

Estados de esquerda em tese são mais próximos dos direitos humanos do que os da direita. Na prática eles são desrespeitados na maior parte do mundo. A esquerda tem a visão otimista que todo mundo merece um mínimo, a direita acha que cada um merece o que merece, e mais nada. A meritocracia é um conceito de direita: dar vantagens para quem faz por onde é uma forma de estabilizar a sociedade.

A esquerda é democrática, a direita é autoritária. Eu sei que você achou isso estranho, afinal, durante décadas do último século os países que mais personificavam esquerda e direita no mundo faziam justamente o oposto. Novamente: ninguém é só esquerda ou só direita. As coisas se misturam. A Alemanha Nazista era autoritária e intolerante, mas era esquerda na economia e no Estado. Esquerda autoritária é possível sim, assim como direita democrática.

Para simplificar a ideia, imagine que a Noruega está alinhada à esquerda e que o Irã está à direita. De um lado um país onde a conversa resolve os problemas, do outro um onde a violência o faz. De um lado um país liberal e extremamente respeitoso com os direitos humanos, do outro uma Teocracia (o que já deveria te dizer tudo o que você precisa saber).

Mais: Estado grande é esquerda, Estado pequeno é direita. Não, não estou falando de extensão territorial, estou falando de quanto um Estado (quem governa) influencia na vida cotidiana das pessoas. Estados grandes são aqueles que tratam seus cidadãos como crianças (oi, Brasil!), Estados pequenos são aqueles que deixam o cidadão se virar sozinho.

Como a esquerda prega mudanças constantes, precisa ter poder e alcance para tal. Precisa ter formas de controlar a vida dos cidadãos de perto para garantir que os planos para a coletividade não sejam suplantados por iniciativas individuais. Estados de esquerda são mais enxeridos, mais controladores. Mas eles também são mais dados a oferecer serviços de qualidade para a população. Para toda a população. O Estado é grande e caro (os impostos são altos na esquerda), mas em tese ninguém fica para trás. No fim desse espectro está o comunismo, onde o Estado controla tudo e todos trabalham forçosamente para sustentá-lo. É o fim das liberdades pessoais, um sistema mais próximo de uma colônia de formigas do que de humanos.

A direita já fica mais à vontade com um Estado pequeno, que deixa o capitalismo fazer sua parte e tenta se envolver o mínimo possível nos assuntos populares. No extremo desse conceito está o libertarianismo, onde a iniciativa privada assume basicamente todos os serviços públicos e cada um paga pelo que puder pagar. Não nego que exista uma graça nisso de deixar as pessoas se organizarem sozinhas e dar liberdades enormes ao cidadão, mas na prática gente demais ficaria para trás. No fundo quem defende Estados de extrema direita quer mesmo é que os pobres se explodam.

A grande questão aqui é que não dá para estabilizar uma revolução de esquerda sem pisar na direita. Assim que achamos que mudamos o suficiente, a vontade de manter se instala. E nem dá para manter um Estado inclinado à direita sem gerar uma necessidade absurda de mudanças. A esquerda bagunça tudo, a direita organiza tudo errado.

Num país como o Brasil, o povão é um misto de esquerda e direita de acordo com o caso. Esquerda na hora de receber o Bolsa-Família, direita enquanto está vendo o Datena na TV. Na hora de votar, isso pouco importa, os partidos brasileiros são quase todos de centro, normalmente com a mesma mistura ingrata de populismo e intolerância presente no cidadão médio.

Espero que agora você saibam melhor de que lado estão, e que provavelmente vão passear muito pelos dois durante a vida. Esquerda e direita não fazem a menor diferença a não se que estejamos seguindo em frente…

Para dizer que discorda totalmente e que seu lado é o perfeito, para me chamar de comunista por me alinhar mais à esquerda, ou mesmo para dizer que adoraria se interessar por isso mas não consegue: somir@desfavor.com

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Comments (30)

  • A primeira parte do seu texto é bem didática. Resume muito bem as principais diferenças entre as duas linhas de pensamento. Fiquei particularmente impressionado com o fato de você admitir sua natureza progressista ao mesmo tempo que reconhece o caráter utópico da esquerda e, principalmente sua incompatibilidade com a natureza humana.

    Apesar de pequenas divergências, continuei concordando até o momento em que você cita Che Guevara. Desse ponto em diante notei uma série de inconsistências, generalizações e contradições. Mesmo frequentando o site há pouco tempo, já consegui perceber que você e Sally são inteligentes e honestos intelectualmente, daí eu ter me surpreendido negativamente com muitas coisas que li.

    Sobre Che você escreve “O desastrado maníaco argentino apontava para a esquerda na vontade de mudar (…) , mas (…) era completamente fechado para homossexualidade e afins. Essa era a direita nele. ”

    Meu caro, uma coisa é ser “completamente fechado para homossexualidade e afins”, outra coisa é fuzilar pessoas por não concordar com seu comportamento e era exatamente isso que Che Guevara fazia. Não vou negar que boa parte das pessoas conservadoras de fato não se sente confortável com homossexualismo e outras condutas não normativas, mas colar em todos a pecha de intolerantes e, ainda por cima compará-los com carniceiros sanguinários é no mínimo calunioso. Eu poderia muito bem me utilizar do mesmo expediente que você e dizer que a brutalidade do guerrilheiro se devia a seu esquerdismo mas sei que além de intelectualmente desonesto, isso é dramaticamente errado. Não foi por ser de esquerda que Che Guevara chacinou homossexuais e dissidentes políticos em La Cabaña. Ele o fez por ser um psicopata criminoso. Um bárbaro incivilizado.

    Logo em seguida você escreve que “países tolerantes com culturas, raças, religiões e orientações sexuais diferentes quase sempre estão mais inclinados para a esquerda(…)”.

    Sinceramente, me segurei para não cair na cadeira quando li isso. Talvez esse seja o preço de acreditar demais nas pessoas.

    Meu amigo, se países inclinados à esquerda são tão tolerantes, como você explica a URSS com seus gulags, expurgos e o Holodomor ucraniano? Como você explica a loucura sanguinária do Khmer Vermelho no Camboja, que pulverizou 25% da população do país entre 1975 e 1979? Como você explica Auschwitz, Birkenau, Treblinka e a Solução Final do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães na Segunda Guerra? E a China comunista de Mao que entre assassinatos políticos e a estupidez inconsequente da “Revolução Cultural” e do “Grande Salto pra Frente” produziu 70 milhões de covas? E a França jacobina de 1793, na qual morrer com a cabeça no corpo era um privilégio? E os imensos campos de concentração cubano e norte-coreano que perduram até hoje?

    Apesar de tudo isso, tenho certeza que você tinha em mente as social democracias europeias. Os mesmos sistemas que no afã de se mostrarem tolerantes e preocupados com as pessoas deram origem ao maior estado de bem estar social do mundo e estão acabando transformando a Europa numa sucursal do Mundo Islâmico. No Go Zones na França e na Inglaterra são mini califados onde as pessoas estão submetidas à sharia e os governos progressistas, por medo de serem qualificados de intolerantes, simplesmente não impõem suas leis seculares. Na Suécia, desde 1975 as taxas de crimes violentos aumentaram 300% e a de estupros 1400%. Os jovens suecos estão a se juntar em massa ao Daesh. Eis aí o resultado da tolerância progressista com culturas expansionistas como a muçulmana.

    Logo no início do parágrafo seguinte você escreve “A esquerda é democrática, a direita é autoritária”. Logo acima citei vários exemplos da “democracia” da esquerda, alguns que permanecem até hoje como Cuba e Coreia do Norte. Sobre o “autoritarismo” da direita, te dou como exemplo apenas os dois países mais identificados com o ideário conservador no Ocidente.

    Leia a Bill of Rights da Constituição dos EUA e seus inúmeros mecanismos de defesa do indivíduo contra a opressão da coletividade, que incluem desde o direito intransigente à livre expressão (que defende inclusive a existência de partidos nazistas) à proteção contra buscas e apreensões arbitrárias, passando pelo direito de portar armas.

    E o que dizer sobre a Magna Carta de 1215, a influência inicial mais significativa no amplo processo histórico que conduziu à regra de lei constitucional vigente hoje no mundo anglófono (o mundo desenvolvido)? Foi a conservadora Inglaterra que fincou as primeiras bases do que hoje se convenciona chamar de direitos humanos. E sem decepar uma só cabeça, como fizeram os franceses sob influência das “boas intenções” de Rousseau e Voltaire.

    Por fim você escreve “(…)imagine que a Noruega está alinhada à esquerda e que o Irã está à direita. De um lado um país onde a conversa resolve os problemas, do outro um onde a violência o faz. De um lado um país liberal e extremamente respeitoso com os direitos humanos, do outro uma Teocracia “.

    Você precisa entender que toda discussão de direita x esquerda só faz sentido dentro do contexto ocidental. O que você faz é comparar duas civilizações diferentes. Já parou pra se perguntar o motivo de a esmagadora maioria dos países muçulmanos serem instáveis e os poucos que têm um mínimo de ordem só são assim por estarem submetidos a ditaduras e monarquias ferozes? Por que Israel é a única democracia estável no Oriente Médio? A questão toda é civilizacional. Dê uma olhada no Corão e você vai ver trechos que justificam a subordinação da mulher ao homem, a defesa renitente da união entre Igreja e Estado, etc. Você até pode ponderar, por exemplo, que alguns trechos da Bíblia reprovam o homossexualismo e pregam a subordinação da mulher, mas o Ocidente passou por uma Reforma Protestante, um Renascimento e um Iluminismo. Tudo isso contribuiu para colocar a religião no seu devido lugar, coisa que não acontece no Mundo Islâmico. Você acha que eles se preocupam com essas questões de direita x esquerda? Lá nem se põe essa questão. Desse modo, qualificar o Irã como “conservador” em oposição ao progressismo norueguês faz tanto sentido quanto comparar gasolina e óleo diesel.

    • Ângelo, parabéns por apontar muitas das coisas que eu também percebi mm texto. Curioso dizer que o Irã é de direita… proponho um único questionamento: qual o tamanho do estado lá e em outras teocracias intolerantes?
      E se países como Suécia, França e Noruega podem ser considerados “um pouco mais a esquerda”, tal só ocorre por ser o ponto de partida já a direita. Ainda são lugares que respeitam a individualidade, a livre iniciativa e um bom grau de meritocracia. Lembremo-nos que o próprio conceito de estado de bem estar social surge a partir de sociedades capitalistas.
      Tudo isso, claro, só faz sentido se analisarmos o posicionamento “direita X esquerda” a partir da ótica da economia e do papel e tamanho do estado. Se adotarmos a proposta do início do texto de que direita=manutenção e esquerda=mudança, então o significado da discussão muda totalmente. Pense comigo: em países com o socialismo já implantado e consolidado, como Cuba (pra ficar em um exemplo), a abertura do mercado às iniciativas individuais, sejam elas externas ou internas, não seria uma renovação? Assim, poderíamos considerar que, em lugares como esse, a direita é socialista (pois defende a manutenção do sistema vigente) e a esquerda, capitalista?
      Não estou defendendo um ou outro conceito, apenas dizendo que misturar os dois, como feito no texto, não dá…

  • A esquerda pensa na comunidade, a
    direita no indivíduo. E cada um deles
    deixa o outro de lado quando está no
    poder. Não somos felizes no
    capitalismo ou no socialismo, afinal,
    não somos só uma comunidade ou só
    o indivíduo: somos as duas coisas. Qual seria, portanto, o sistema politico que engloba os dois casos?

    Ps: esta pergunta é fruto de ignorancia mesmo.

  • Ótimo texto, Somir! Me abriu a mente em alguns aspectos, assim como a colocação do Deja. Me vi mais esquerdista do que imaginava…

  • “[…]No fim desse espectro está o comunismo, onde o Estado controla tudo…”. Na verdade Somir, o comunismo prega o fim total do Estado. O que você citou é o socialismo.

  • Eu acho muito escroto quem estatiza seu pensamento em torno de um só lado. “Eu decidi ser direita, então tenho que ser contra o casamento entre homossexuais, a favor da pena de morte, contra as cotas, etc”. Costumo chamar isso de religiosidade política: segue dogmas políticos com pouco ou nenhum pensamento crítico.

  • Eitah…meu cérebro ta mais perdido nesta eleição do que bússula no “Triângulo das Bermudas!Então perguntei hoje para a minha mãe quem tem Alzheimer e ja parte do cérebro danificado..só não sei se é o direito ou o esquerdo..ou os dois juntos,pois ela ainda lembra meu nome:Mãe..em quem vc votaria?Ela me disse:Quem?Na Dilma a de Roupa vermelha como a senhora diz…ou neste homem que acabou de falar?(Aécio)…ela me disse:Em nenhum!Não acredito em nada do que dizem!Pensei:Vou votar no que o cérebro de minha mae escolheu!Sallyn..sério mesmo que fiz isso!Palavra de Eitah!Bjs .

  • Fico pensando no recente episódio em que os ricos ameaçaram fugir da França por causa da tal taxa de 75% sobre as grandes fortunas. E, mesmo com os empresários franceses cada vez mais atravessando o Canal, o governo não recuou da taxa.

    Adoro aquele país: alia fartos direitos sociais com uma produtividade que permite a nação estar no G-7.

    • Vai ver te acharam gostosa.

      Como a discussão política tupiniquim costuma ter a profundidade de um pires, o povo precisa de termos bem genéricos para ignorar completamente a opinião alheia. Imagina o trabalho necessário para contra-argumentar? Bobagem… chama de coxinha.

  • “A esquerda bagunça tudo, a direita organiza tudo errado.”

    E, no Brasil, é tudo junto e misturado.

    Mais um texto excelente! Amo você, Somir! Não quer se candidatar?

    • Infelizmente política não é sobre boas ideias ou vontade de fazer a coisa certa, é sobre fazer os contatos certos e pagar por votos. Por isso eu só aceito o cargo eletivo de ditador do mundo. Só assim eu poderia aplicar o modelo de Estado de Desfavor Social.

    • Os nerds à direita da sala, os bagunceiros à esquerda.

      Aliás, curioso como depois de adultos esses grupos trocam de lado…

  • Não concordo com a meritocracia, nem todos possuem os mesmos recursos e estão nas mesmas condições de disputar a mesma coisa, não há justiça alguma nela… Um dos absurdos da direita. A mesma direita do patrão que entrega restos de comida de sua farta ceia aos empregados e pensa que eles são sortudos por sua generosidade. Enfim, acabo sempre sendo meio canhoto…

    Mas eu também acho que cada qual levanta a bandeira que for lhe trazer mais benefício no momento…

    • Não concordo com a meritocracia, nem todos possuem os mesmos recursos e estão nas mesmas condições de disputar a mesma coisa, não há justiça alguma nela…

      Isso faz muito sentido. Nunca tinha dissecado o assunto dessa forma… Não se deixa de premiar quem nasce “melhor”. Acabei de andar mais um passo para a esquerda…

      • Eu também não havia pensado dessa forma e concordo até certo ponto com isso. Pensando em uma sociedade como um todo, concordo bastante.

        Só acho que no caso de pessoas com as mesmas oportunidades (não com as mesmas condições), ter um elemento de diferenciação de resultados faz bem para o desenvolvimento pessoal e da comunidade. Vide órgãos públicos que não funcionam porque as pessoas se encostam e se nivelam por baixo. Ainda que um pouco injusto, promoções por mérito são mais bem sucedidas do que promoções por tempo. Em micro-situações ainda acho que faz sentido ter mais incentivos para aqueles que se esforçam mais (ou trazem mais resultado, o que faz ainda mais sentido).

        Estou mais a esquerda, mas nesses termos sempre acabo dando um passo para lá e um para cá exatamente como fala o texto.

        • Brasil um país de extremos. Concordo com a meritocracia, mas a mesma não deve ser aplicada no âmbito geral. Deve-se analisar o contexto primeiramente.

          Não sei se está totalmente no contexto, mas em outro post aqui discuti com a Sally sobre o bolsa familia, o qual chamei de distribuição de renda. Concordo com isso até certo ponto (concordo com o conceito não com a forma praticada), não há meritocracia nisso, o dinheiro é dado a troco de nada.
          Entendo que pessoas com um fagulha que seja de ambição irão querer mais e poderão um dia sair (fugir) dessa política assistencial e da classe ao qual pertecem. Mas muitos outros que nasceram “pior” vão se conformar, se confundir, se iludir, não entendem que isso pode ser um trampolim para uma situação melhor.

          Enfim, concordo com conceito, alguns precisam de um empurrão pra tentar se equiparar, mas discordo da pratica. É literalmente a maior compra de votos, a mais descarada que esse país já viu.
          Política imediatista fadada ao fracasso já que a mesma era pra vir com “um passo seguinte”, não veio.

  • Eu achava que era centro, mas acabo indo um pouco pra esquerda. Estranho…rs

    https://imageshack.com/i/p9XkmSsAj

    Quem quiser fazer o teste: http://www.politicalcompass.org/test

    Muito interessantes as definições. Mas acho que no Brasil não se aplica fielmente. Alias, quase nada se aplica ao Brasil fielmente. Mas…

    Acho apenas desagradável como já mencionaram, vc dizer que vota por exemplo no Aécio e automaticamente ser tachado de coxinha, reacionário, que não se importa com pobres, homofóbico, etc.

    A divisão entre esquerda/direita que não existe na prática no Brasil conseguiu se estabelecer na mente das pessoas sob sua pior mais pragmática ótica.

    • A divisão entre esquerda/direita que não existe na prática no Brasil conseguiu se estabelecer na mente das pessoas sob sua pior mais pragmática ótica.

      Na cabeça desse povinho Direita virou Palmeiras, Esquerda virou Corinthians. E está aí o grau máximo de profundidade que estão dispostos a entreter.

      • Tenho percebido isso desde o final da década de 90, muita gente vai pra rua fazer militância como se estivesse torcendo por um time de futebol. A torcida de azul e amarelo contra a torcida de vermelho; às vezes parecem até torcidas organizadas, com porrada e tudo mais.

  • Entender eu entendi só q na bananolandia non ecxiste nem um nem outro. Saca o católico não praticante q vai no terreiro fim de semana? É tipassim…

    • Pior: o BM escolhe o pior dos dois lados.

      É o católico não praticante que se chicoteia para expurgar os pecados e no final de semana se diz macumbeiro dentro de uma igreja evangélica.

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