+O primeiro turno das eleições de 2014 revelou um dado alarmante para os partidos políticos. O alto número de abstenções e de votos brancos e nulos, que superaram a votação do candidato Aécio Neves (PSDB), que ficou em segundo lugar na corrida presidencial.

BMs confirmam: Em primeiro Dilma, em segundo Foda-se! Quando o resultado das eleições sai assim, fica fácil descobrir por que este país não vai para a frente. Desfavor da semana.

SOMIR

Primeiro, vamos tirar isso do caminho: ainda acho bisonho que o voto seja obrigatório. Mas nem por isso me furto de criticar quem não o faz. Sei também que nessa massa de ausentes tem muita gente que até queria, mas não conseguiu por uma série de motivos. Só que com quase 40 milhões de votos jogados fora as desculpas reais esgotam rapidamente.

O brasileiro mostra mais uma vez que quer mudança desde que ele não precise se envolver. O povo que saiu às ruas no ano passado resolveu curtir o domingão ao invés de votar. Ou, se foi votar, invalidou sua própria voz na democracia por teimosia, desinformação ou preguiça. Quem sabe até um misto das três coisas!

Escolher o “Foda-se” como seu representante é direito de cada um, mas é uma via de mão dupla. O mesmo desdém com o qual se trata o processo político reaparece como resposta para suas reclamações posteriores. Você diz foda-se para a política, ela te responde da mesma forma.

Em países onde o sistema funciona melhor do que o tupiniquim, o povo se importa muito mais com os rumos da sociedade. Há senso de comunidade e articulação para buscar interesses comuns. Em países como o Brasil, mobilização mesmo só para o Carnaval (mesmo o fora de hora como nas manifestações de 2013). O distanciamento do brasileiro da vida política gera o sistema todo cagado que temos.

Tem um quê de protesto nessas abstenções todas, mas tem muito mais de preguiça. Tudo bem que na época de eleições temos um desfile de salafrários pedindo votos em tudo o que se vê, mas o brasileiro parece não perceber que existem sim candidatos que prestam nesse bolo. O problema é que é difícil de separar o joio do trigo. Encontrar alguém de confiança é e sempre será um trabalho complicado em nossas vidas.

Até para cortar o cabelo precisa achar alguém que preste, precisa procurar referências, fazer testes, conhecer um pouco sobre o assunto para saber se a pessoa escolhida sabe o que está fazendo… Fazemos esse processo de seleção naturalmente. Claro que seria melhor simplesmente escolher na sorte e acabar com um profissional qualificado e confiável, mas sabemos que não funciona assim. Pouca gente vai deixar os cabelos na mão de qualquer um.
Mas o país inteiro? Opa! Aí o Foda-se vai para o segundo turno! Pode ser qualquer um. Com certeza os rumos de uma nação podem ser decididos por pessoas que você tem uma vaga noção da índole e capacidade e só vai votar porque lembra o número. Enquanto política for menos importante que escolher um encanador, por exemplo, o país vai continuar largado aos chacais.

Não estou dizendo que é fácil navegar pelo mar de merda que é a política nacional, estou dizendo que só vamos sair dele se encararmos esse cheiro pelo tempo necessário. Votar faz parte do processo de correção de curso numa democracia direta, não tem protesto que compense um voto em branco. Nem vou entrar no mérito de quem votou em excrescências como Tiririca e Bolsonaro, seja como for, essa gente pelo menos colocou quem queria no poder.

A via do distanciamento político causa dois resultados igualmente problemáticos: dá a sensação de impunidade para os bandidos já eleitos (se ninguém se importa com eles…) e também permite que qualquer grupo escroto como os conservadores religiosos consiga se organizar no vácuo deixado pela falta de interesse da população.

Direito da pessoa de sair às ruas por muito mais do que vinte centavos, mas é um desfavor voltarem para casa só com eles. Como é que um governo que perdeu quase toda sua aprovação em um mês conseguiu terminar o primeiro turno em primeiro lugar? Não é nem o anti-petismo falando: é estranho que depois de tanta merda jogada no ventilador o governo não tenha sido expulso nas urnas.

Podiam ter votado até na Marina e continuado o processo de eleger gente despreparada, mas um povo mais politizado teria no mínimo colocado o PT de castigo por alguns anos depois de Mensalão e Cia. Não é só o dedo podre do brasileiro para escolher representantes aqui, é uma ‘ausência’ assustadora de todo o processo. É como se tudo recomeçasse a cada período eleitoral.

Exemplos: Dilma em primeiro, Alckmin reeleito, sucessor de Sérgio Cabral no segundo turno… justamente quem estava levando mais pedrada nos protestos recentes! Exigir mudança sem se dar ao trabalho de procurar substitutos é fazer barulho por nada. Um país de mulheres de malandro.

E esses são os que votam exercendo o direito de perdoar quem abusou deles. Pior é quem apanha e não se mexe nem assim. Quem deixa o Foda-se ganhar mais votos que o segundo colocado. Não quer participar do processo? Não deveria precisar (embora precise pelas leis brasileiras). Mas pelo menos tenha a decência de admitir que quando sua abstenção volta para te morder a bunda, você fez por onde.

Sem participação maciça do povo na política não temos sequer a chance de viver num Estado mais justo e organizado. Se nem você vai tirar a bunda do sofá para limpar a casa, não estranhe as baratas correndo pelas paredes.

Para dizer que já cansou de eleição (azar), para dizer que entre Dilma e Aécio prefere as baratas, ou mesmo para dizer que um voto não faz diferença (40 milhões de pessoas dizendo isso fazem): somir@desfavor.com

SALLY

VERGONHA. Vergonha é o que estou sentindo. Teria sido menos vergonhoso se Dilma ganhasse no primeiro turno com 80% dos votos, e olha que eu abomino a Dilma de coração! Mas, pior do que fazer merda é tirar o corpo fora, se abster, não fazer a sua parte. Pior ainda: não fazer a sua parte, não contribuir para que as coisas mudem, e ficar reclamando da bosta que o país está. Na boa, quem não gastou dez minutos do seu dia dando um voto válido não tem moral para reclamar de NADA nos próximo quatro anos.

Se você tem um jardim, mas não o rega, não cuida dele, não o monitora, vai ficar reclamando que as plantas não vingaram? Se você tem um cachorro, não o educa, não cuida dele, não o alimenta, vai ficar reclamando que ele destrói a casa e morde os outros? O mesmo vale para o seu país. Essa coletivização do sentimento de “foda-se” mostra o quanto o brasileiro é burro, idiota e incompetente. Vamos não votar em ninguém, foda-se todo mundo. Inclusive você e eu. Spoiler: o foda-se não funciona, só quem se fode é você e ainda fode com mais gente que não tem nada a ver com isso junto.

Se você não votou porque acha que está tudo uma merda, que não tem jeito, que tanto faz, então, francamente, não sei do que você reclama, pois esboçou um conformismo e um sentimento de indiferença. Chego a me perguntar se o brasileiro não gosta de estar na merda. Por mais que tenha suas mazelas, o ganho colateral é tentador: ser vítima. Não tem coisa que brasileiro goste mais na atualidade do que ser vítima. Vamos deixar os outros decidirem. Não vamos ter o trabalho de ir até uma zona eleitoral. Votar é para os fracos, os fortes ligam o foda-se, e fodem com todo mundo.

Escutem com atenção o que eu vou falar: eu não gosto de votar. Eu não gosto de pagar impostos. Eu não gosto de não poder matar dos filhos da puta que atrasam a minha vida. Mas diariamente faço dezenas de coisas que eu não gosto, porque são as regras da nossa sociedade. É LEI, CARALHO. Qual é a dificuldade de entender e se sujeitar às normas do lugar onde você vive? Ou então, de ser coerente, de não se sujeitar às normas que você não gosta mas permitir que outros também não se sujeitem a normas que eles também não gostam.

Não. O Brasileiro Médio só obedece as normas que ELE quer, que fazem sentido para ELE, mas se outra pessoa desrespeita uma norma que ele preza, aflora toda uma indignação cidadã. Isso é o mais alto grau de falta de vergonha na cara que um ser humano pode ter. Ou todo mundo respeita tudo, ou ninguém respeita nada. Você não respeita a lei? Então cala a porra da tua boca quando o assunto for esse. Não foi votar? Então, foi mal, aguenta a trolha calado, já que você contribuiu para que a pessoa que vai chegar ao poder se eleja.

Estou INDIGNADA. Um caso emblemático que ilustra bem meu ponto: Não faz muito tempo presenciei uma conversa que versava sobre pagar por TV a cabo. Pessoas com uma renda boa (inclusive melhor do que a minha) se diziam indignadas e que faziam uso de “gato” porque era um absurdo o preço da TV a cabo (“eu não vou pagar esse negócio, é muito caro! Um absurdo”). Pessoas que tem carro, pessoas que viajam para o exterior, pessoas que tem diploma. E eu sentindo aquela coceira na alma para refutar (acha caro? NÃO TENHA), mas me calei. Daí o assunto mudou a começaram a falar de “criminosos” e do quanto tinham que ser punidos, e que não era nada de mais matar “bandido”.

Minhas tripas foram parar no céu da boca. 1) como pode uma pessoa ser tão BURRA de não perceber a contradição do que está dizendo e 2) como pode uma pessoa ser tão canalha de perceber a contradição mas se auto-perdoar e não ter vergonha na cara de falar uma porra dessas! VERGONHA é a palavra de ordem hoje. E foi este mesmo esquema de auto-perdão e foda-se que reinou nas urnas, o único momento da atual democracia onde o povo supostamente é ouvido.

As pessoas, dia após dia, apresentam comportamento malandro, vergonhoso, para se dar bem, espertinho e criticam políticos que o fazem! Rezam um pouquinho, penduram algum badulaque brega religioso na sala ou no retrovisor do carro, se dizem católicos e tá tudo lindo: eles são as boas pessoas e eu, ateia, que sigo a lei à risca, que penso na coletividade, que tenho preocupação social, sou a escrota. Tá combinado assim.

O que o brasileiro fez nessas eleições foi exatamente isso: a massa subornada por bolsa-whatever pagou sua contrapartida e votou na Dilma. O resto ligou o foda-se e deu mais votos para o “nada” do que para o segundo colocado. Cambada de omissos! Eu acho omissão um atestado de covardia, em qualquer esfera. Desde quando um filho da puta te sacaneia e um amigo seu fala que não tem nada contra ele “porque comigo ele nunca fez nada” e fica vaselinando e tratando o filha da puta bem até questões maiores, como se omitir na hora de eleger o Chefe de Estado, a pessoa que vai dar rumo ao país pelos próximos quatro anos.

Não venham me dizer que é uma forma de protesto. Vou começar a protestar fodendo com as outras pessoas para ver se vão gostar. Ou melhor, vou protestar sacaneando animais, que hoje estão valendo muito mais do que gente e causando mais comoção. Vou tirar um balde com filhotinhos de gato de dentro do carro e começar a pisar suas cabeças dizendo que é a minha forma de protestar. Em meio centésimo de segundo vem o PETA, dez vovozinhas, a polícia, três ONGs e a Luiza Mell chorando e me xingando. Mas quando alguém pisa no país inteiro, não abrem a boca.

Quer protestar? Proteste, mas não me foda. Proteste mas exerça sua cidadania, porque quando tem convém, você bem que se comporta como um cidadão e reclama dos seus direitos. Pois, adivinha só, é uma vida de mão dupla! Para ter direitos, você também tem deveres. Mas os deveres ninguém quer, não é mesmo? O legal é ser espertão, evocar dos direitos sem precisar fazer o sacrifício dos deveres!

Quando você diz “tanto faz” e deixa a porra do Brasileiro Médio escolher o Presidente da República você está fodendo a todos nós. Tanto descaso, tanto menosprezo, tanta arrogância estão fodendo com o Brasil. Insisto na teoria de que somos um grande organismo: se um órgão vai mal, não adianta que todos os outros funcionem muito bem. Você é a célula de um órgão, tem que fazer a sua parte ou prejudica o organismo como um todo.

OMISSÃO é recurso dos covardes. Omissão, em qualquer situação que seja, é algo pequeno, cagão, frouxo. Omissão é pior do que qualquer escolha errada. VERGONHA. O Gigante acordou, pegou 20 centavos e voltou a dormir. Por favor, vocês tem o discernimento para saber que NADA nessa vida é pior do que delegar uma decisão importante a um Brasileiro Médio. Parem com isso AGORA!

Para perguntar porque a gente ainda se dá ao trabalho, para se omitir ou ainda para questionar o resultado nas urnas: sally@desfavor.com

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Comments (23)

    • Eu prefiro basicamente votar em qualquer um do que na Dilma. Crente por Crente, Dilma estava na inauguração do Templo de Salomão dizendo que iria governar para o crentes.

      • Antes nulo que Dilma

        Dilma beijou a mão de Edir Macedo, quer mais crente que isso? E não é que os crentes estejam com Aécio. Eles não estão com Dilma, assim como eu, o que é bem diferente.

  • Eu já cheguei a acreditar nesse conto de fadas do voto nulo, doce inocência!
    Essa ano tomei partido, mesmo tendo um asco enorme. Quase vomitei na urna, mas tinha que ser feito. Respeito aqueles que não votaram nulo por não compactuar com qualquer um dos candidato, mas que não venham reclamar depois. Permitiram que outros escolhessem por vocês, então aguenta agora.

    Eu acredito que essa situação bizarra de falta de opção só vai mudar quando sairmos da nossa zona de conforto e nos “politizamos”. Se filiando a um partido ou virando candidato mesmo. Sério! Eu só consigo ver essa solução, método força bruta. Quem tá no poder já criou tanto mecanismo pra permanecer que é quase impossível tirar alguns deles de lá :'(

    Uso aqui as palavras de um professor meu:

    “Enquanto o Brasil for um pais de ‘espertos’ nós continuaremos na merda”!

    • Sim, eu também quase vomitei na urna.

      Deixar Brasileiro Médio escolher Presidente da República é imperdoável. Cabeças pensantes tem o dever moral de escolher entre o menos pior.

  • O Tico Santa Cruz dos Detonautas tem um perfil no Facebook com mais de um milhão de seguidores, ele é uma das personalidades mais influentes da internet. Depois de vários posts discutindo sobre política ele agora está fazendo uma campanha para que as pessoas votem nulo como forma de protesto. O pior é que tem muita gente sendo influenciada. Ele está ou não prestando um desfavor ao país fazendo essa campanha? Me irrita ver pessoas influenciáveis sendo influenciadas!

    • Discuti (entre aspas) com uma pessoa que repassou esse desfavor de texto. Expliquei como funcionavam as contas e disse que ele estava “ajudando” um candidato, portanto estava dando seu voto para ele, só não estava escolhendo diretamente quem seria esse “ele”.

      A resposta foi que “pelo menos minha consciência está tranquila”.

      Ou sejE: BM quer poder reclamar sem o “ônus” da escolha.

      Desistam. Desistam que essa porra não tem conserto.

  • Muita gente defende o direito ao voto nulo por acreditar que nenhum dos dois candidatos são bons – e não são mesmo. Celebridades como Tico Santa Cruz, que é um dos artistas que mais reclama de política, estão recomendando o voto nulo como forma de protesto.

    O comediante Danilo Gentili sempre defendeu o voto nulo, fez até uma letra de música sobre isso, mas nessas eleições mudou radicalmente de ideia e está defendendo o voto útil “para mudar de monstro”, o que comprova o desespero dos comediantes diante da censura politicamente correta de suas piadas.

    Concordo com vocês. Assumir um lado é correr o risco de estar errado e isso a maioria não quer. Não querem votar em ninguém para continuarem protestando contra tudo isso que está aí, mas sem se envolver. Querem ficar isentos pra depois criticarem os dois lados na confortável posição “em cima do muro”

    Mas a maioria das pessoas ainda acredita na bobagem de que se houver 50 por cento dos votos nulos a eleição será anulada. Não adianta o TSE explicar. Aliás, a Sally tem um excelente texto texto didático que explica isso muito bem, mas vocês fizeram o desfavor de tirar a coluna “Em direito” do ar. Vou começar um protesto contra tudo isso que não está mais aqui. Volta, “Em Direito!”

  • Sally, eu ainda faço outra pergunta: depois de todo aquele show nas manifestações do ano passado, ninguém, em lugar nenhum, teve a FUCKING ideia de montar um partido do zero pra lançar um candidato decente, já que segundo esse povo nenhum serve? Por que raios não lançaram um que servisse então?
    E por que todo mundo acha que governo se resume a presidente? Quase ninguém se lembra de quem votou pra deputado/senador/governador. Presidente não é dono do país, aliás, a maior parte da podridão está nas câmaras de deputados e senadores.
    Já sei que a resposta das perguntas é “um misto de preguiça, burrice e desinformação”, mas fica ai o desabafo.

    • Para montar um partido e lançar um candidato precisa de dinheiro, muito dinheiro. Para conseguir muito dinheiro tem que fazer aliança com empresário, traficante e cia. Quem faz aliança com essas pessoas em troca de favores são sempre as mesmas pessoas burras e corruptas.

      • Tem um partido sendo criado, chama-se Partido NOVO. Eles estão obtendo registro na Justiça Eleitoral e pretendem lançar um
        candidato em 2018. Procurem saber sobre o NOVO, eles têm site na internet e página no Facebook. Eu tenho gostado muito do que vi até agora sobre as propostas deles.

  • Eu não votei, pois estava “em trânsito”, como dizem. Concordo que seria saudável tirar o PT do poder, mas eu não conseguiria votar no Aécio. Nem em nenhum dos outros… ESCOLHER qualquer um deles. Simplesmente não dá, nenhum me representa. E não me diga que com isso eu perco o direito de reclamar! Se vc elegeu tal candidato sabendo a priori que ele ia fazer merda, vc que não pode reclamar. A não ser que reclame diretamente com o candidato, cobre, mas isso ninguém faz.

    Eu queria ter essa esperança, Sally, de que a coisa melhoraria com o voto. Já gostei muito do Brasil, já achei que valia a pena lutar. Mas só vi frustração. Temos tudo pra ser um puta país… menos o povo. E os políticos são só um reflexo deste.

    Há vários motivos para ligar o foda-se. Alguns condenáveis, como o foram aqui, outros não. O sujeito pode apenas não estar satisfeito com nenhum candidato. Se no cardápio só tem merda ou bosta, vc levanta e vai embora, não escolhe a menos desagradável. Não condeno essa atitude. É uma péssima sensação ver uma notícia de corrupção e pensar “e eu votei nesse viado…”. O que fazer quando é praticamente certeza que esta notícia virá? O que fazer se o “grande organismo” está em choque séptico?

    Não é arrogância nem descaso, é nojo.

  • Estou pensando em duas páginas. Uma com o nome de “grandes feitos do PT” e outra com o nome de “grandes feitos do PSDB” só pra paródiar essa cambada.

  • Quem vota nulo ou quem simplesmente não vai votar quer posar de eleitor consciente, qdo, na verdade, se exime de uma grande responsabilidade. Geralmente, essas pessoas reclamam de tudo e ainda por cima criticam o voto alheio. Conheço um bocado de gente assim.. PQP, se, qdo tiveram a oportunidade de escolher, n escolheram, merecem levar mto paunocu SEM RECLAMAR POHA NENHUMA.

  • Concordo e discordo com tantos pontos ao mesmo tempo…
    A verdade é que a omissão nas urnas é só um reflexo da omissão habitual do brasileiro na política. O voto só vale alguma coisa quando o cidadão acompanha os políticos eleitos. Nós devemos aprender a participar da política no nosso dia a dia, pressionar os parlamentares durante todo mandato, cobrar resultado de nossos representante. Só aí é que a arma do voto vai servir pra alguma coisa.
    Gosto de estabelecer o seguinte paralelo: digamos que um de vocês resolva abrir uma empresa. Pode ser qualquer coisa: uma mercearia, uma padaria, um depósito de materiais de construção, loja de eletrônicos, qualquer coisa. Você aluga o ponto, dá entrada na documentação, compra os equipamentos necessários, monta um estoque. Agora vem a parte mais difícil: contratar os funcionários.
    Nessa fase, você anuncia as vagas, recebe currículos, faz entrevistas e chega à terrível conclusão de que não vai encontrar profissionais no exato perfil que gostaria. Então vai ter que escolher o menos pior dentro daquele universo de opções. Mais ou menos o que acontecem nas eleições.
    Você contratou sua equipe, abriu as portas. Agora tudo está ok, certo? Pode arrumar suas malas, pais por aí e se distrair, ute os frutos vêm, não é assim? Claro que não. Agora vem a pior parte.
    Uma vez começado o negócio, você terá que, no mínimo, fiscalizar como sua equipe está trabalhando. Dar diretrizes, cobrar resultados, fazer-se presente. Caso contrário, os funcionário começarão a chegar atrasados, ir embora mais cedo, maltratar clientes, fraudar o troco, levar produtos pra casa etc. Claro que isso não se dará de uma vez, mas de forma progressiva
    Moral da história: se você for um patrão relapso, não importa tanto quem você contratou. Você terá problemas com seus empregados. É assim que o ser humano funciona, no geral.
    Com os políticos também é assim. Eles são nossos empregados e, se quisermos que façam nossa vontade (nos representando em suas esferas de atuação), devemos acompanhá-los de perto todo o tempo, durante todo o mandato. Principalmente porque eles são empregados com muito poder. Sem essa fiscalização, sem cobrança constante, farão tudo em causa própria, em vez de trabalhar em prol daqueles que os elegeram, e que eles teoricamente representam.
    Por tudo isso, o rigor na contratação (eleição) só fará sentido quando de fato nos envolvemos na política mais do que algumas poucas semanas a cada quatro amor.
    Ah, e aproveito pra desiludir algumas pessoas: a revolta dos vinte centavos NÃO foi um envolvimento sério da população na política. Foi apenas a junção de um monte de gente desorganizada, com reivindicações diversas e desconexas, aliada a uma massa de gente querendo participar sem nem saber direito do quê. Sem contar aqueles ute só queriam aparecer.

      • Na condição de única ser humana que lia o que aquele-que-não-falamos-mais-o-nome vomitava e nesta bodega desde a inauguração, você está longe disso. Mesmo porque volta e meia, também caio nesse hábito.

      • Não, F.A…. Você apenas tem muita coisa pra dizer. E muita coisa realmente relevante, viu? Concordo com o que você disse e seu comentário foi o melhor que vi até agora.

    • Eu concordo com o começo do teu comentário lá em cima: realmente, isso é apenas o reflexo do que temos do “povo brasileiro”. É um ciclo vicioso, tentar mudar isso não é fácil, muito menos a curto prazo.

  • A discussao politica deste ano está no nível mais baixo que já vi desde que me entendo por gente. Acusações e manipulação de informações grassam soltas. Eu me abstive muito do debate por receio de represálias. Acho que muita gente também, visto que o partido que atualmente está no poder é pouco republicano.

    • Encher o saco em rede social, encher o ouvido dos outros no trabalho, para depois não dar um voto válido é como ser broxa e fazer uma cirurgia de aumento de pênis!

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