Ligação a cobrar.

+Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quinta-feira (18) revela que 64% dos domicílios brasileiros em situação de insegurança alimentar grave (privação de alimentos para adultos e crianças) têm celular, segundo dados da Pnad 2013 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Isso que é um país com suas prioridades no lugar. Desfavor da semana.

SALLY

MAIS DA METADE DAS PESSOAS QUE PASSAM FOME NO BRASIL TEM CELULAR. MAIS DA METADE DAS PESSOAS QUE PASSAM FOME NO BRASIL TEM CELULAR. Vontade de continuar por duas páginas escrevendo esta frase, pois ela fala por si só. Qualquer outra coisa que eu diga é redundância ou floreio.

Os dados vem do IBGE: 64% dos domicílios brasileiros em situação de insegurança alimentar grave, o que significa privação de alimentos para adultos e crianças, tem celular. Ou seja, a prioridade é ter celular e não alimentar os filhos ou a família! SOCORRO!

Outros dados colhidos na mesma pesquisa também são alarmantes, porém compreensíveis: ter fogão e geladeira é bastante necessário para COMER, uma função vital ao ser humano. Ter carro é bizarro, mas o número foi reduzido. Televisão eu também entendo porque é a única fonte de cultura e lazer de uma família. Mas celular? CELULAR? Passar fome e ter celular?

Aposto que não é celular velho e fodido, porque pobre não tem celular velho e fodido. Pobre sempre tem “celular ostentação”. No Brasil, quem não É, compensa tendo. Um bom medidor para ver a classe social e cultural de alguém é o celular: gente com celular foda ou de alguma forma o tem como instrumento de trabalho ou é pobre. O pobre parece se sentir menos pobre com um celular que ostente. Mal sabe ele que, muito pelo contrário, nada é mais a cara da pobreza do que um celular caro.

Sabe quem pagou por esses celulares de casas onde não há comida? Você e eu. São pessoas que recebem benefícios governamentais (se quem não passa já recebe, imagina quem passa fome). O que a pessoa faz com esse dinheiro? COMPRA CELULAR, porque se comprasse comida, não estava no rol de “situação de insegurança alimentar grave”. Parabéns, parabéns a todos os envolvidos.

Isso porque estamos levando em conta a parcela da população imbecil o suficiente para ter coragem de declarar uma idiotice dessas: “passo fome, mas tenho celular”. Boa parte deve ter escondido esse fato. Qualquer ameba saberia que levanta suspeitas receber algum subsídio público por passar fome e comprar um celular. Isso se chama discrepância, incoerência, falta de noção, falta de bom senso. Isso se chama O FIM DO MUNDO.

E, convenhamos, ainda que estas pessoas que passam fome não recebam qualquer subsídio público, continuam sendo igualmente idiotas, pois são pessoas que escolheram, com o pouco dinheiro que tem, comprar um celular. Ainda que seja o mais barato de todos (coisa que eu duvido muito), é inegável que um celular sempre será mais caro que um prato de comida. A pessoa que compra um celular, tinha poder aquisitivo para comprar arroz e feijão, apenas optou por não fazê-lo em detrimento de uma porra de um telefone!

Vocês acham que pessoas que preferem ter um celular a colocar comida na mesa podem ter filhos? Vocês acham isso plausível, decente, coerente e ético? Porque todo mundo se indigna quando eu ameaço dizer que deveria existir um rol de critérios mínimos para permitir que pessoas tenham filhos, mas não vejo a mesma indignação quando uma cambada de filhos da puta sujeita seus filhos a passar fome para ter um celular. Cadê todas as pedras que sempre vem em mim, voltadas para estas pessoas? Cadê?

Não, não. O direito de ter filhos é sagrado. É lindo. É intocável. Já deixar uma criança passando fome para ter um celular é apenas errado. É PREFERÍVEL deixar uma criança passando fome para mamãe poder postar uma selfie no “Face” do que impor um limite ao direito de procriar. Gente, eu odeio intervenção estatal na esfera privada, mas a coisa chegou a um ponto onde não se pode mais deixar o Brasileiro Médio ter livre arbítrio em questões realmente importantes e que afetam terceiros.

Falar do lado negro da gestação não pode, que vem essa pobralhada maldita, fedida, oleosa e cheia de erros de concordância meter o malho. Mas deixar a família passar fome para ter celular pode. Alguém entra no “Face” ou qualquer bosta de rede social igualmente medíocre para trucidar uma pessoa que tem um celular mas não alimenta bem o filho? NÃO! NÃO FAZEM! Vem jogar pedras na gente, que ousa levantar a lebre da hemorroida na gestação! Olha, um Vai Tomar No Cu bem grande para o povo brasileiro…

ESTOU INDIGNADA. ESTOU AFRONTADA. Quando eu achei que nada nesta semana poderia ser pior do que o Luciano Huck perguntando para uma tetraplégica (LaisWhatever, a que ganhou a bolsa-cadeirante) se a tatuagem na perna dela doeu e, diante da negativa, dizer que era uma vantagem ser tetraplégica, me surge isso. PESSOAS PASSAM FOME, SUJEITAM SEUS FILHOS A PASSAR FOME, MAS TEM CELULAR. Pior: mais da metade das pessoas que passam fome fizeram essa escolha bizarra! Pior ainda: o cacete do celular nem sequer é funcional, porque pobre vive sem crédito para ligar! É o ter pelo TER, na tentativa desesperada de SER através do TER.

Não dá para sequer conviver com gente que tem essa mentalidade. Não dá para levar a sério o que pensam, o que fazem, o que dizem. Gente que sujeita criança a passar fome para poder ter celular não tem a menor noção de moral, de responsabilidade, de NADA. DE NA-DA. E, ainda assim, essas porras votam, elegem Presidente da República, elegem os energúmenos que fazem nossas leis e, infelizmente, continuam botando pencas de filhos no mundo para continuar passando fome.

Nojo, asco, indignação e desesperança. O Poder Público deveria ter um controle rígido de quem adquire bens supérfluos, não para controlar para perpetrar poder, como nas ditaduras, mas sim para escolher a quem presta subsídios. Uma pessoa que diz passar fome ter um celular é uma afronta ao bom senso. Os cadastrados em todo tipo de bolsa-esmola deveriam perder o benefício automaticamente ao comprar bens supérfluos. Ou então perder a guarda dos filhos, porque, puta merda, pais que preferem celular a ver o filho comer devem ser afastados dessas crianças para seu próprio bem. Vai acontecer? Não vai acontecer.

Não dá, gente. Não dá. Com esse tipo de material humano não há qualquer condição do Brasil melhorar uma vírgula sequer. A inversão de valores, a escrotidão, o egoísmo e a falta de ética sufocam quem ainda tem um pingo de bom senso. Morri um pouco por dentro depois de ler essa notícia, me fez fisicamente mal.

Para tentar me mostrar que celular pode ser mais importante que alimentar os filhos e levar O Fora da sua vida, para dizer que melhor isso do que dar esse valor para um pastor evangélico ou ainda para reiterar sua vontade de deixar esse país de merda: sally@desfavor.com

SOMIR

Com Sally apontando o elefante na sala, eu posso me concentrar mais na outra parte cagada dessa história toda: como uma indústria conseguiu reverter as prioridades básicas do ser humano, fazendo celulares até mais importantes que alimentação.

Dá para entender o fogão, a geladeira, a televisão, até o telefone fixo como necessidades humanas básicas sendo saciadas por algum produto. Desde nos alimentar até nos comunicar, temos uma série de necessidades com raízes em nossos instintos mais primais. É natural que mesmo quem tem dificuldades financeiras tenha esses desejos.

Agora, o celular é fruto de uma espécie de golpe que o mercado de consumo aplicou na humanidade: a fabricação de uma necessidade. Você tem um bom mercado quando as pessoas querem seu produto, mas você tem um ainda melhor se elas ainda nem souberem que o querem. Claro que envolve mais riscos, afinal, o que não falta por aí é exemplo de bens de consumo que não ‘pegaram’.

Mas quando dá certo, é espetacular. O celular herda as funcionalidades do telefone, mas vai muito além. Virou bem de consumo e sinal de status. Não se tem mais um celular porque existem vantagens em se ter um, na verdade o importante é não ser a única pessoa na Terra sem um! Evidente que depois de conseguir um encontramos utilidades para ele, a maioria que nem sabíamos ser úteis até ali.

Calma, não é uma crítica ao celular em si. Já fui mais chato com isso, mas aprendi a gostar do meu e das coisas que ele pode fazer. Estou falando aqui da ideia que se criou ao redor dele, como uma obrigatoriedade na vida de uma pessoa. As funcionalidades podem ser muito bacanas, mas como tudo nesse mundo, tem que dar lucro.

E daí surge o status e a descartabilidade. Justamente as duas coisas mais nocivas e lucrativas sobre a indústria dos telefones de bolso. O celular deve representar seu posto na sociedade, o atual ou o desejado. O celular deixa de ser aceitável assim que outro mais novo surge no mercado. Você precisa ter um celular porque ele é uma extensão da sua própria personalidade.

Você pode até não concordar com as afirmações acima, mas são elas que norteiam toda a indústria e criam nas pessoas a necessidade artificial de gastar seus recursos com eles, num ritmo cada vez mais frenético. O que importa aqui é que o golpe funcionou. Pessoas de todas as idades e camadas sociais se mostram cada vez mais suscetíveis a essas ideias.

E quando essas noções encontram uma população pobre e pouco instruída como a brasileira, alastram-se como fogo no mato seco. Sem mobilidade social suficiente para todos, a pessoa acaba com a escolha de ser pobre sem celular ou ser mais pobre com celular. Ser mais pobre com celular vence, como podemos ver em mais da metade dos domicílios da pesquisa.

Não se deve passar a mão na cabeça desse povo com as prioridades fora do lugar, mas há de se compreender que eles lidam com as necessidades reais que todos temos e ainda ganham de presente uma necessidade fabricada para pessoas com muito mais dinheiro do que elas. Com a ilusão da obrigatoriedade do celular, gastam os recursos que não tem.

O mercado inflado por uma nova e falsa classe média agradece. Vende e revende celulares para quem não necessariamente precisa deles, e ainda deixa seus consumidores felizes com um dos poucos itens de status disponíveis para eles. Porque tem isso: a maldade é maior porque o celular é vilanescamente acessível até para quem não tem o que comer.

Não é caro como um carro que a maioria deles não pode ter, mas é caro o suficiente para parecer uma conquista. Seus filhos vão comer menos, mas seja muito bem vindo ao Século XXI! É absurdo que essa seja uma prioridade, mas também é absurdo que ela seja incutida na cabeça dessas pessoas.

Há problemas em todos os lados dessa história. Sally cobriu muito bem a parte da mentalidade desse povo que abre mão de comida mas não de celular, acredito já ter falado sobre a indústria da aspiração incentivando o comportamento, mas tem uma terceira parte envolvida aqui que também contribui para o problema: o populismo vigente no Brasil.

O mercado e a publicidade fazem coisas horríveis desde sempre para empurrar seus produtos e serviços, mas o fazem em nome do lucro. Empresas devem ser reguladas por quem (em tese) tem os interesses do povo em mente: o governo. Mas não há interesse algum de quem está no poder de arrefecer esse ímpeto irresponsável de consumo.

Como eu disse, o celular é caro o suficiente para ser comprado com sacrifício e virar uma conquista. A quem mais interessa que esse povo acredite estar conquistando alguma coisa? Oras, quem vai se reeleger com essa ideia. O celular serve como um lembrete constante de uma vitória numa vida de dificuldades. Passa a ilusão de inclusão.

Não estou dizendo que é tudo um plano do PT, sou oposição (até mesmo da oposição) com um mínimo de massa cinzenta. Estou dizendo apenas que o Brasil praticamente não combate a parte realmente ruim da indústria da aspiração (exploração) porque o consumismo é parte integrante do processo de criar a sensação de conquista num povo abandonado à própria sorte.

Deveria chamar muito a atenção que mais de 60% dos que passam fome no Brasil tem um celular. Não vai chamar. Os únicos que ganhariam com isso são justamente os que nunca ganham nada.

Além de um novo celular ao assinar um plano mais caro. Claro.

Para dizer que estamos ligando demais para isso, para dizer que só temos Enveja dos celulares deles serem melhores que os nossos, ou mesmo para dizer que eles seriam pobres de qualquer jeito: somir@desfavor.com

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Comments (40)

  • Trabalho numa loja de operadora de telefonia móvel e posso dizer que o texto de ambos e o do IBGE tem um fundo de verdades muito grandes.
    Cansei de atender pessoas que compravam modelos acima de R$1.500,00 e pagavam parte no crédito (em 12x sem juros, e a falta do juros é facilitador para endividamento e parcelamentos a perder de vista), parte no dinehiro e parte no débito ou mesmo tentando passar vários cartões, pois os limites estavam perto de estourarem e quando questionados sobre planos para os aparelho (tops de linha, tenho que frizar!) pediam um plano pré-pago onde a internet funciona bem por 5 minutos e logo depois fica pior que a discada de 56KBPS pois o consumo diário foi antigido.
    É comum clientes comprarem aparelhos caríssimos e ficarem em nossas meses argumentando com cônjugue onde poderiam “apertar o orçamento” pra caber o novo brinquedinho da família. Isso acontece diariamente em todas as lojas de telefonia desse país, pessoam “apertam” daqui e dali para comprar o último modelo que saiu. Não é raro gente com iPhones de R$2.000,00 indo fazer recargas de de valores inferiores a R$15,00!
    BMs estão se superando cada vez mais…

  • O que é pessoa oleosa?
    Quer dizer que rico tem celular fodido? Então vou pegar o meu antigo Nokia com vidro trincado e pegar mulher? Haha

    • Sim, a maioria dos ricos, RICOS DE VERDADE, tem pavor de ostentação. Pegar mulher não tem nada a ver com celularve sim com competência do homem.

      • Uma pessoa oleosa é aquela que passa pasta d’água na barriga para clarear os pêlos. Mas eu não sei se isso existe ainda, há anos não vou a Copacabana.

    • Ser rico é ter acumulado PATRIMÔNIO.

      Ter um celular top, viajar sempre para o exterior e poder pagar 2000 de prestação num carro, e só usar camiseta de 300 reais, não te tornam rico.

      Mais rico que o exemplo citado, é o cara que acumula bens duráveis. como imoveis, ações, commodities, etc.

      E sim, conheço gente desde o mais fudido, ao mais rico e é incrível a coincidência entre os emergentes e pobres que estão sempre ostentando e os ricos que até podem faze-lo, mas não se importam com isso, pois tem outras prioridades.

  • Eu também ando indignada desde ontem com essa classe c que não tem dinheiro pra nem pra dar água pra um pinto, mas continuam parindo pencas de filho que NÃO têm condições de sustentar. É que ontem entrou uma brasileira média no trem com três crianças (incluindo um “especial”) pedindo esmola aos gritos “Pedir é melhor do que roubar, pessoal! Qualquer moedinha já ajuda. Tenho três filho pra sustentar e esse menino especial e não tenho nada pa da pa eles come” enquanto as crianças iam passando uma caixinha pra colocarem moeda. Eu juro que um dia ainda vou perder a cabeça e colocar uma camisinha na caixa de esmolas dessa gente. Não me surpreenderia a vagabunda ter um iPhone whatever mesmo.

      • Também é revoltante o fato de notícias assim terem pouca relevância e as grandes manchetes estarem com notícias com índices falsos e otimistas. O otimismo excessivo, entre outras coisas, está fazendo muito mal.

  • Triste realidade essa de que só está inserido na sociedade se tiver um celular.

    Aqui imaginando o que o Pilha comeria, caso viesse a passar fome…

  • e não é só celular não, mas roupa e tênis de marca famosa também, somente para ostentar no facebook e no meio social em que vive, enorme demonstração de imbecilidade e futilidade.

  • Belíssima frase, Somir. “Você tem um bom mercado quando as pessoas querem seu produto, mas você tem um ainda melhor se elas ainda nem souberem que o querem.” Vou guardar essa.

    Mas enfim. Hoje você entra em uma favela ou mesmo pega um ônibus que passa por uma, e vai notar que as pessoas usando vestes simples e exibindo poucas posses estão se tornando cada vez mais raras.

    Lembra do menino usando um tênis surrado e uma bola de capotão embaixo do braço? Ele deu lugar ao Jeca 2014: usando um boné de uma dessas marcas de status (geralmente Oakley, John John ou Quiksilver), uma camisa da Lacoste ou Abercrombie, uma bermuda esportiva fluorescente, e um tênis Nike, Mizuno ou Adidas de cor igualmente berrante. E a melhor parte? Geralmente é tudo original, mesmo que o Jeca não seja um traficante e esteja trabalhando por menos de mil reais por mês como menor aprendiz ou auxiliar de alguma coisa. Ele é capaz de gastar um salário inteiro só no tênis para poder mostrar que é “chavoso”.
    E para completar, claro, o smartphone. Sim, porque ele mora num barraco de dois cômodos, a mãe tem uma conta pendurada no mercadinho de dois mil reais, mas ele tem STATUS. Tal como o macaco que se destaca por ter a bunda mais vermelha e inflada, na vida dos pobres de espírito se destaca o Jeca que usa a roupa mais brilhante e tem o celular mais invocado.

    Mas isso são os jovens, a juventude transviada. Mas os adultos, ah, esses não ficam muito atrás. O chavoso ali de cima agora tem um carro rebaixado e com som potente, além do celular invocado e das roupas cintilantes. Também é um sério candidato a ser um daqueles perdulários que trocam de carro a cada dois ou três anos, mesmo que tenha que passar a vida inteira com um pedaço do salário esfarelando em financiamentos (o sonho de consumo é uma caminhonete que possa tocar funk ou sertanejo universitário em um volume tão alto que faz os alarmes dos carros dispararem ou tremerem as janelas das casas próximas). A mulher anda com um celular tão ou mais emperiquitado do que o do cara, e gasta o que tem e o que não tem pra ter dezenas de pares de sapatos e viver enfiada num salão de beleza. Já viu aquela perua na fila do SUS, indo marcar uma consulta usando bota de couro, roupas caras, cabelo pomposo e uma bolsa que parece uma caixa de jóias gigante? É ela.

    Enquanto isso, essas pessoas estão sempre reclamando que está tudo muito caro, comprando alimentos e itens básicos da pior qualidade (e até diminuindo a quantidade), e quando (se) o Jeca entra numa faculdade, fica indignado de ter que pagar 50 reais num livro. Ou reclama de ter que contribuir com sulfite ou coisas do tipo numa escola pública (afinal, o Jeca já paga seus impostos e lida com um custo de vida alto).

    • Que nem a minha faxineira, mora em comunidade, ta com o telhado da casa rebentado há ANOS chovendo dentro e não conserta porque não tem dinheiro. Em compensação diz que o filho pediu um tenis de 300 reais no natal e ela acha normal dar. A filha gasta um monte no salão de beleza toda senana. Isso sem contar os games e iphones.

  • Celular é objeto de trabalho advogados.presidio e malandro desempregado! Dá pra eles ganhar $ dando golpe nos beemes. BM faz depósito na conta, dá código de cartão de recarga, se vc buscar no youtube, passa a perna até em escritório de advogados.

  • Eu já imaginava que vocês iriam tocar nesse assunto e que a Sally iria dizer exatamente o que disse… Fiquei tão indignado quanto ela – e não só pelo fato em si mas também porque quase ninguém deu bola pra esse fato. Mas o que eu adorei mesmo foi o ponto de vista do Somir e os argumentos que ele usou pra defender esse ponto de vista. Até porque eu mesmo – que resisti o quanto pude a ter celular, qualquer um – já dizia quase o mesmo que ele a quem me considerava um extraterrestre por não fazer a menor questão de ter uma dessas geringonças. Acabei comprando um celular depois de muita resistência, mas é um bem simplesinho e que mal uso… Sempre achei e continuo achando uma besteira ter esses troços super-modernos só pra ostentar.

    Sei que o que vou dizer agora talvez nem tem muito a ver com o que está sendo discutido no post, mas me chamou a atenção este trecho: “(…) o celular é caro o suficiente para ser comprado com sacrifício e virar uma conquista”. Hoje isso acontece com os celulares, mas também já aconteceu algo parecido com geladeiras, TVs, liquidificadores e máquinas de costura. No tempo dos nossos avós, comprar um desses itens era considerado, no vocabulário de pobre da época, “uma extravagância” e havia vizinhos que fofocavam entre si quando alguém chegava em casa com um desses “mimos reluzentes”, que eram igualmente comprados com sacrifício. Claro que a época e o contexto, no entanto, eram outros…

    E me permita destacar estra frase do Somir que eu achei genial: “Não estou dizendo que é tudo um plano do PT, sou oposição (até mesmo da oposição) com um mínimo de massa cinzenta.”. Sensacional. Pena que, pelo que tenho visto ultimamente, só os Impopulares tenham essa postura.

    Por fim, queria volar ao texto da Sally: “Os dados vem do IBGE: 64% dos domicílios brasileiros em situação de insegurança alimentar grave, o que significa privação de alimentos para adultos e crianças, tem celular. Ou seja, a prioridade é ter celular e não alimentar os filhos ou a família! SOCORRO!” Não poderia concordar mais, Sally. Também não consigo aceitar…

    • Eu tive um android.

      Dai ele quebrou e decidi comprar um celular apenas para falar, de teclas. Acho que só não peguei um de disco porque não achei; pois já tinha tablet e computadores e camera que supriam minhas necessidades.

      Alguns de meus colegas reclamavam por eu não ter ‘whats’ – que eu chamava de “um câncer tecnológico”. Um colega do serviço chegou a tirar sarro de mim por eu não ter um smartphone. Eu o respondi dizendo que eu não tinha por não precisar, e que se eu quisesse eu ia na loja no mesmo dia e comprava um celular melhor que o dele, pois qualquer idiota poderia ter qualquer celular hoje em dia.

      Tive de mudar mudar meu plano de celular por causa da minha mulher, e acabei pegando um modelo de entrada do windows phone, que me sairia “de graça”. Ainda na loja tentaram me oferecer um modelo melhor por ‘pouco mais’. Os benefícios?! processador alguns milisegudos mais rápido para poder perder mais tempo jogando algum jogo casual idiota e camera com a mesma lente de merda e uns megapixels que os imbecis acham que melhora a qualidade da foto conforme aumenta.

      Em tempo: Meu whats tem a mensagem inspiradora “Ainda assim prefiro ligar”.

  • Vou cobtar minha história depobre Celular ta mais barato que fixo. Melhor comprar um xingling por 100 dilmas no camelo, depois mete 13 por mês de credito fala a 25 cents de Claro pra Claro e 70 cents por chamada pra fixos e ainda fofoca grátis no zap zap! Quando eu tinha Claro Fixo a ligação fixo-fixo era fuckin 20 cents POR MINUTO!
    Fuck the fixo!

      • Dá para entender o fogão, a geladeira, a televisão, até o telefone fixo como necessidades humanas básicas sendo saciadas por algum produto. Desde nos alimentar até nos comunicar, temos uma série de necessidades com raízes em nossos instintos mais primais. É natural que mesmo quem tem dificuldades financeiras tenha esses desejos.

        Celular é mais barato do que telefone fixo. Se usarmos sua citação, todo o resto da argumentação (levando em conta que a pesquisa não aponta o valor do celular), vai por água abaixo.

        • Aqui eu tratava de necessidades tradicionais e as fabricadas. Estou aceitando a necessidade de comunicação, mas criticando o status e o embuste da integração por bem de consumo.
          Não sei que argumentação você depreendeu do texto, mas não parece ser a mesma que tive a intenção de exibir.

          • A argumentação dos dois estão bastante embasadas. Mas…

            Somente atentei para o fato de que como no parágrafo citado, formos considerar a comunicação como uma necessidade básica, e que o celular já é mais barato e conveniente do que manter uma linha fixa; a argumentação deveria se focar apenas na ostentação do modelo escolhido por estes pobres da pesquisa. Mesmo porque nela não são apresentados o valor que gastaram no celular, apenas que eles o tem.

          • Na assinatura. Hoje é quase impossível você conseguir hoke uma linha fixa com custo mensal inferior a 30/40 reais MENSAIS. E pior, você acaba contratando o serviço pra ter um uso limitadissimo. Sem contar que a taxa de instalação ou mesmo o custo da compra de um aparelho específico pra captar o sinal cdma utilizado pelo “claro fixo” fica a par do custo de um aparelho xingling.

          • Em qualquer lugar, se ele for uma ferramenta apenas de comunicação. Um celular simples, não precisa ser xing-ling (Nokia, LG, Samsung e Motorola ainda fabricam modelos do tipo, ao que me constam), podem ser achados por cem dilmas, e duram bastante. Pra quem não for usar zap zap ou outros aplicativos, um modelo que não seja smartphone atende muito bem.
            E de fato, as tarifas de ligação e SMS já bateram o fixo há muito tempo.

            • Concordo com a critica, to quase achando que voces viajaram nesse texto. Celular alem de ser mais barato que fixo é mais acessivel. Vai pedir pra instalar um fixo numa quebrada do complexo do alemao antes da “pacificação”. Nao é a toa que 100% das pessoas que prestam servicos (empregada, pedreiro, faz tudo, entregador) tem 2 ou 3 celulares, pra economizar na tarifa e ser mais facil de encontrar por seus empregadores. Eu cancelei a assinatura do fixo há anos e fiquei so com o celular. Vou lá na esquina pedir minha bolsa familia e já volto.

    • Pollyanna Psicopata

      Pobre, faz um grande favor… Bota logo 18 pra falar durante dois meses com ÇAPORRA!

      Em tempo, Xingling de 100 reais é uma bosta lerrrrda pra Whats App, mesmo quando funciona pra isso, o que na maioria das vezes não é o caso.

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