Mascotes.

Escolheram o nome para os mascotes olímpicos. Assim como no trágico caso do Fuleco, o mascote da Copa, havia três opções e escolheram a mais cagada. Acho que depois deste texto já ficou bem claro que brasileiro é o rei do nome escroto, mas eu não canso de me indignar.

Para começo de conversa, os mascotes e si são cagados. O mascote das Olimpíadas parece o resultado de um estupro da Hello Kitty pelo Sonic. Um gato amarelo sem narinas totalmente mal proporcionado. Acho que quem o desenhou se confundiu e achou que o evento ocorreria no Nordeste, a julgar pela grande planície encefálica. No aguardo do processo judicial pelo comentário que acabei de fazer. Fato é que um boneco que deveria representar o Brasil está com cara de bicho bizarro de desenho japonês.

Ele foi apresentado como um animal que tem o gingado de um macaco. Sim, eu estou juntando forças para não disparar uma meia dúzia de piadas que povoam minha mente agora. Parece que o animal é elástico, pode esticar seus braços, pernas e cabeça o quanto quiser. Fica aí a dica para quem encontrar este mascote nas ruas: amarra um membro em cada automóvel e acelera, ele estica!

O mascote Paralímpico eu curti um pouco mais, porque tem um leve toque de troll. É uma plantinha. Achei adequado um vegetal. Representa. Ok, o layout é péssimo. A planta também não tem narinas e parece ter hidrocefalia. Valeu pela alusão a uma planta sob o pretexto da “fauna brasileira”. Totozinho em Intocável é sempre bom. Em alguns ângulos, a planta me lembra um pouco a Elza Soares.

Vamos aos nomes. Deixaram a critério do público escolher o nome e, como sempre, quando se permite o exercício da democracia, sai merda. Brasileiro Médio não pode escolher nem o síndico do prédio que faz bosta. E menos mal que os nomes já era predeterminados, se não se chamariam Jocleverson e Gislaine.

A primeira opção era EBA e OBA. Precário, bobo e medíocre, mas representa a mente simplória do brasileiro. Praticamente duas onomatopeias como nome. Acharia honesto se esses nomes fossem escolhidos, condizente com a realidade do povo. Ainda teríamos o plus de que EBA e OBA são palavras que alguns brasileiros são capazes de escrever. Mas não gostaram do EBA e OBA.

Tinha também Tiba Tuque e Esquindim. Tinha lá seu easteregg. Tiba quer dizer “muito” em Tupi Guarani. Junto com Tuque formava uma nova palavrinha que talvez metade da população conseguisse entender. Pilha entenderia, Pilha saiu da cadeira falando em Tupi Guarani. Esquindim é escroto, mas pelo menos remete a movimento. Também não gostaram.

Os nomes escolhidos foram TOM e VINICIUS. Sim, colocaram o nome de dois alcoólatras sedentários em mascotes de competição esportiva. Seria como colocar um mascote em forma de fogo com cara de mau para visitar crianças queimadas… ops! Já foi feito! Seria como colocar Somir e eu como mascotes de um evento religioso. Fora a falta de criatividade que é nomear um gato de Tom…

Em vez de buscar nomes universais, que pudessem ser compreendidos ou apenas pronunciados pelos participantes dos mais de 200 países envolvidos no evento, os filhos da puta sem planejamento vão e me jogam um VINICIUS, e logo no mascote paraolímpico, justamente no grupo que pode vir a ter mais dificuldade na pronúncia. Sem noção define. Pede para o Flavio Silvino pronunciar VINICIUS, pede! Pede para o Gerson Brener! Se nem os nacionais conseguem, imagina os estrangeiros! Seria muito mais leal EBA e OBA. Faltou consideração, a meu ver.

Já pensou se em um campeonato mundial de música e poesia nomeassem os mascotes PELÉ e GARRINCHA? Não choveria reclamação? Tom e Vinícius não tem absolutamente nada a ver com Olimpíadas, aliás, Tom Jobim é o nome mais miado que eu já vi: não pegou como nome de rua, não pegou como nome de praça e não pegou nem como nome de aeroporto. Só de birra, vou chamar o gato cearense de Galeão.

O que mais me revolta é que alguém ganhou muito dinheiro para fazer essas bostas. Tá com cara daquela pessoa que foi contratada para isso com meses de antecedência mas passou o mês todo protelado, sentou no último dia, faltando meia hora para a entrega e fez qualquer merda só para não perder o dinheiro do pagamento. Que bosta. Já não bastasse o Fuleco, com aquela cara Normal e Acima da Média. A vergonha de ser brasileiro não acaba nunca.

Essa é a coerência do brasileiro: nomear mascote de competição esportiva com o nome de dois beberrões fumantes mulherengos sedentários que viravam madrugada em bar. E ninguém vê problema nisso. Tá bacana, tá joinha. Porque em vez de Papai Noel em shopping não botamos crianças para tirar fotos com Alexandre Nardoni? Ou no dia da mulher não botamos o goleiro Bruno para distribuir flores?

Se a vontade de expor um símbolo nacional era assim tão grande, porque não colocaram como mascote das Paralimpíadas o Saci Pererê? Matava dois coelhos com uma cajadada: deficiente + negro, ia agradar de montão ao povo bunda politicamente correto. Poderiam também criar o Sem-Dedinho, um mascote que rouba todo o dinheiro do evento.

E o mascote das Olimpíadas, um gato, uma porra dum gato! Ou é oito ou oitenta, né? Ou é um tatu whatever que ninguém nunca viu, ou é um bicho banal feito um gato. Se era para representar a cidade, melhor pegassem emprestado a arara do filme Rio. Ou fizessem algo mais condizente, como uma bala perdida sorridente, que por sinal representaria muito bem as Paralimpíadas também, pois no Rio é responsável por levar vários atletas para esta modalidade.

Aliás, se é para criar nome escroto, podiam ter chamado a gente, ao menos minha conta bancária estaria recheada. Meu sonho! Ganhar uma fortuna para escrotizar. Não faz mal, a gente cria os nossos mascotes muito mais legais e muito mais apropriados aqui. Sugestões são bem vindas noscomentários e vou pentelhar o Somir para colocar no papel desenhando a dupla de mascotes mais bacana que for sugerida. Sejam criativos e descritivos. No aguardo.

Para dar uma bela sugestão de mascotes, para se ofender com o texto ou ainda para rir de quem se ofendeu com o texto: sally@desfavor.com

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Comments (38)

  • Querida Sally, não se preocupe porque não haverá processo por ter dito “grande planície encefálica” se referindo “àqueles” intocáveis… primeiro é necessário saber o que é “grande planície encefálica”, expressão muito complexa de entender por parte do BM!

  • Pelo que eu li no jornal havia um grupo de artistas apoiando a escolha de um macaco ameaçado de extinção, o muriqui. E o Ziraldo estava querendo o saci. Eu acho que seria uma boa idéia o saci, mas como é um personagem folclórico ninguém poderia dizer “eu que inventei”. Quem sabe colocando umas manchas nesse gato para ele ficar parecido com uma onça fique melhor. O problema é que não teria a ver com esportes olímpicos também, o animal amarelo com manchas nesse caso teria que ser o guepardo e ele está na África. Mas o que estavam dizendo era que quem tinha que gostar eram as crianças, que compravam os bichinhos. E já estavam esgotados na loja online do COB, mesmo não sendo baratinhos.
    E vinicius é latim né? Eu acho um nome feio, enfim, Tom deveria ter ficado para o gato, é meio sem criatividade porém era previsível a vitória destes nomes.
    E gostaria de ver um mascote criado por vocês 2, e não pelos leitores.

    • Mascotes criados por Sally e Somir seriam mais engraçados e politicamente incorretos.

      Não sabia que o Somir sabia desenhar…

  • Poxa, pelo visto montar um mascote aqui no país é mesmo um puta desserviço ein? Imagino quanto mais vergonha passaremos com essa olimpíada vindo aí!
    Aliás, Sally, o que tu acha do caso Petrobrás X Dilma? Está rolando uns burburinhos nas redes sociais por aí de que há grandes chantes da “bomba estorurar” e rolar um impeachment dela. Será? Ou é só conspiração barata?

  • Legal, o mascote das olimpíadas brasileiras é uma versão parece uma mistura de Pokémon (japonês) com o Finn do Adventure Time (desenho americano). Bem globalizado. E a título de curiosidade, essa história de que o gato estica os braços e pernas é chupada de um outro personagem já existente… o Jake… malhor amigo do Fin do Adventure Time.

    O mascote paralimpico sendo um vegetal com hidrocefalia foi um toque bem sensível do comitê. Mas se a ideia era ser genérico (os estrangeiros sabem que no Brasil tem mato), conseguiram.

    Tom e Vinícius podem não ter absolutamente nada a ver com esportes, mas entre os nomes, eram os menos cagados. Sim, totalmente esquecíveis, seria a mesma coisa dos chineses terem batizado aqueles pandas coloridos com o nome de músicos de lá, mas era isso ou Eba & Oba (idiota, se bem que combina com a moda monossilábica das músicas de sucesso de hoje), e Timbalada e Ziriguidum, bem toscos de se falar.

  • Rindo até agora do “grande planície encefálica”…

    Todas as opções de nomes são pra lá de cagadas. Bobas, sem criatividade nenhuma e que não conseguem sair daquela mesmice de “alegria esfuziante” e “ginga e malemolência”… Pra mim, “Eba” e “Oba” devem ter entrado na lista por serem interjeições de contentamento que têm relação com o jeito bobo-alegre dos BMs, que estão felizes o tempo todo mesmo sem terem nenhum motivo pra isso.

    Já “Tiba Tuque” e “Esquindim” teriam a ver, creio eu, com o manjadíssimo estereótipo de “Brasil: terra do carnaval, teleco-teco, zirigidum”. Esses nomes me lembram o próprio termo “batuque” e aquela expressão onomatopaica “esquindô, esquindô” muito usada na época da tal “folia de Momo”.

    Quanto a “Tom” e “Vinícius” seriam talvez uma maneira de “homenagear” dois assim-chamados “ícones da cultura verde-amarela”, mesmo que ambos não tenham absolutamente nada a ver com esporte. Posso estar enganado, mas deve ter gringo por aí que até hoje pensa só em “bossa nova” quando se fala de música brasileira. E vale lembrar que os Tom e Vinícius “originais” faziam parte do movimento musical que chamou a atenção de jazzistas americanos há mais de 50 anos e chegou até a ter uma apresentação no Carneggie Hall em Nova York.

    • Depois que vi que dois SERTANEJOS de merda se apresentaram em Londres, no Royal Albert Hall, lugarzão bacana, o mesmo onde se apresentou Simply Red (tenho vídeo deste show, que é ótimo), perdi completamente o respeito que tinha por essas localidades aparentemente privilegiadas em que só se apresentariam – teoricamente! – músicos de porte, talento e de grande alcance: é só pagar a baba que pedem que a sala tá liberada pra se cagar nela!

      Sou suspeito pra falar sobre “cultura” brasileira (que execro universalmente e na qual nada me atrai e não me representa de modo algum), mas era meio esperado que a essas distorções aberrantes (ou como diria o demônio NERGAL, na excelente série Vertigo, barrada no brasil pela igreja católica, essas “deformidades insanas”) se dessem os nomes de dois dos mais representativos elementos da subcultura que medra nesse país de merda: tom e vinicius, cada a um a seu modo, exaltam tudo aquilo que torna o brasil o que é hoje; basta raciocionar cinco segundos pra perceber que isso não tem nada de elogioso. Assim, com mais cinco segundos de raciocínio se vê que, para o BM, isso é a maior das homenagens.

  • Já que criticou, apresente sugestoes. É isto aí, Sally…dando o exemplo!
    No meu caso, ja que nao posso sugerir nada agora, tambem nao vou criticar.

    Caraca, maluco! Kd minhas ideias?

  • Confesso que achei o gato bonitinho. A planta parece a Elza Soares mesmo lol Assim que li a primeira linha do texto lembrei do Chaminha. Mascote nenhum vai superar o rei.

  • O que mais me incomoda é que o mascote da fauna (que também achei bem Elza Soares) tem cara de menina! Vai chamar Vinicius??? Temos o primeiro mascote transexual! Eu juro que até votei no Oba e Eba, porque eu tinha certeza que ia ganhar o Esquindim (?!), mas foi pior do que eu imaginava…

    E nem vou comentar que o gato Tom cheira a plágio de personagem de Adventure Time!

  • Mascotes que representem o Brasil? Hm…
    Um jumento gordo, usando uma regata verde-fluorescente, com aqueles óculos de sol coloridos que fazem a pessoa parecer um besouro. Pode ser o paraolímpico mesmo, já que tem problemas mentais graves. Poderia segurar uma lata de cerveja como acessório.
    Outro seria uma pequena capivara bem dentuça, vermelha e com um capacete de cabelo na cabeça. Olímpico porque está sempre correndo… do monstro da verdade. Acessório: uma maleta recheada de notas de cem.
    Aí poderia rolar uma performance com a capivara montada sobre o jumento, segurando uma vara de pescar com um bolo de dinheiro na frente do jumento, e este sairia cavalgando atrás da grana, com uma música BR bem trash tocando ao fundo, o próprio hino nacional seria interessante. O cenário da performance seria de um lado uns prédios, do outro, umas árvores e moitinhas. Uns fulanos ao fundo fazendo o gesto “fodeu” com as mãos no ritmo da música de fundo. Aí o jumento, ainda atrás da isca, acaba passando por cima de tudo, derrubando os dançarinos e destruindo o cenário. O bicho nem liga.
    No final, a corrida acaba, a capivara desce, entrega uma nota do bolo ao jumento e fica com o resto. Descem as cortinas.
    É isso…

  • A criação do Fuleco como um todo já tinha sido um desserviço para a imagem do Brasil: além de um nome completamente cagado, elegeram como mascote de um evento mundial um tatu-bola: animal de hábitos noturnos, que vive debaixo da terra, e se enrola em situações de risco. Bem a cara do brasileiro. Representa.

    Agora, essas duas aberrações que parecem ter sido compradas no Paraguai, serão a cara das Olimpíadas e do Brasil…ah, a vergonha de ser brasileiro!

  • Os mascotes se chamariam Dawn & Brown, nomes gringos para facilitar a adoção desses mascotes pelo público.

    Dawn: uma menina de olhos azuis como a filha do Justus e o rosto da Graça Foster, jeitinho marrento, bem como a postura realista da Lais Souza. Seria uma transformers, ou seja, nada de cadeira de rodas, e sim munida de um exoesqueleto, porém com mobilidade suficiente apenas para chutar uma bola. Vantagem: para economizar, poderiam aproveitar aquele exoesqueleto acoplado ao Pinto, aquele rapaz de 29 anos que teve um segundo de exposição apenas durante a abertura da Copa do Mundo. Para compensar essa gafe da abertura da Copa, Dawn seria agora incumbida de entrar no estádio com a tocha para acender a pira olímpica, ao som da música “Step by Step”, do New Kids on the Block. Talvez os espectadores fiquem enjoados de ouvir essa mesma música centenas de vezes até Dawn realizar esse objetivo, mas ela é brasileira e não desiste nunca.

    Brown: baseado no jurado do The Voice Brasil, a epítome do Brasileiro Médio, com aquele comportamento inconveniente que o fez merecidamente ser detonado no Rock ‘n’ Rio. Sem falar daquelas roupas pseudotribais, nariz de pimentão, apliques fedorentos e brincos gigantescos dos anéis olímpicos na orelha. O mascote teria em cada mão uma caxirola.

    (Se pudéssemos escolher nomes para mascotes aqui na RID, escolheria Fernandinho e Marciel. Só ficaria na dúvida em saber qual deles representaria os deficientes).

      • Cataplau!
        Sally malévola.
        Enfim, tudo que eu iria sugerir já foi falado: Mascote que remete a um bandido com um fuzil em uma mão pro alto e óculos 3 trilhões de cores refletidas. O bicho poderia ser uma macaco daqueles bem chato, agitado e que enche o saco de turista, leva lanche, máquina fotografica etc… Representaria bem o BM. No caso seriam dois macacos, o dos jogos paraolimpicos seria cego e por isso usaria óculos, que do bom gosto carioca seria o modelo acima citado.
        Nomes…. nomes…. preciso pensar no nome dos mascotes….

  • Voto no abraçaralho, um bonequinho com cara de down e braços beeeeem longos. Voto tb no fofoquita, uma foca cega e sem uma das nadadeiras que fica em cima de um skate (porque no Brasil cadeira de rodas é coisa de rico)

    • Pode ser tb o zezuiscrystson , o Cristo redentor com roupa de maratonista com a palavra “perdeu” em português, inglês, francês e espanhol escrito na camiseta e um fuzil nas costas.

  • Poderiam ter posto o Curupira e o Saci Pererê. O pessoal pensaria que o primeiro seria um filhote do Blanka, mas está valendo. Seriam aspectos legítimos da cultura popular brasileira, bastaria estilizar o layout. Para não dificultar a vida dos ruins de língua, bastaria chamar de “Pira e Pere”, adequados a quem não consegue falar direito. Homenagem aos indígenas e aos soldadinhos, aos pernetas e aos com os pés para trás, simbolizando também o jeito que o país caminha.

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