Sede de justiça.

Com o caso do traficante brasileiro executado na Indonésia, a pena de morte voltou com força total ao centro da atenção do brasileiro médio. E como todo brasileiro médio é a favor da pena capital, a execução foi até comemorada em terras tupiniquins: “Bandido bom é bandido morto, tem que matar mesmo, queria que aqui fosse assim!”. Por que a pena de morte parece tão boa para essa gente toda?

Se você acompanha o desfavor a tempo suficiente, já deve saber que tanto eu como Sally somos totalmente contra o Estado executar cidadãos, seja lá quais forem seus crimes. É uma longa discussão, mas para exemplificar alguns pontos que sustentam essa visão: pena de morte não diminui a criminalidade de verdade e o Estado não é infalível para aplicar penas sem volta.

Mas estou sendo anêmico nessa parte de propósito. O ponto de hoje não é falar do lado contrário à pena de morte, e sim tentar entender o que a defende. Entender o lado com o qual se discute tende a ser muito útil numa possível negociação. Normalmente se começa com os pontos comuns: quem é a favor e contra concorda que devemos diminuir os índices de criminalidade e viver numa sociedade mais segura. Até porque é difícil encontrar alguém que não deseje isso.

A forma de se alcançar esse objetivo que difere. E é aqui que eu vou propor outra forma de encarar o assunto: para quem defende a pena de morte, o número de infratores das nossas leis é finito: considerando que os bandidos são um grupo definido de pessoas que infesta uma sociedade essencialmente boa. Elimine os bandidos, elimine os problemas.

Vamos tentar entrar nesse estado de espírito então:

Não é de se estranhar que TANTA gente pense assim. É até reconfortante imaginar que exista uma cura ao alcance. É só sair matando quem é bandido até finalmente matarmos todos. Forma-se um objetivo claro e alcançável, além, é claro, de uma recompensa no final do processo. Temos todos os elementos aqui de um plano eficiente contra um dos maiores problemas que assola a humanidade!

E o melhor, é até fácil colocá-lo em funcionamento. Se cidadão for culpado por cometer um crime dos quais a pena é a morte, mata-se o cidadão. Desculpe, cidadão não, bandido! Porque pelo jeito bandido é pertencente a uma outra espécie que não a “nossa”. Depois de matar o bandido, ele nunca mais vai causar problemas para ninguém. Bom, talvez ele irrite algum médium, mas podemos viver com isso, não?

Oras, estamos esperando o quê? Vamos matar bandidos e começar a reduzir a criminalidade agora mesmo! Uma hora acaba! Os bandidos morrem e o crime acaba. É até estranho como algo tão simples de fazer não é feito na maior parte do mundo. Será que as pessoas gostam de criminosos?

Bom, não. Historicamente, não, não gostamos de criminosos. A pena de morte é muito antiga. Talvez seja a pena mais antiga de todas. Todas as sociedades (vivas ou mortas) das quais se tem registro a aplicaram em dado momento. Na verdade esse plano de matar todos os bandidos até não sobrar mais nenhum não é lá muito original. Já tentaram, já tentaram bastante. O problema dessas tentativas é que… os bandidos não acabaram.

Onde caía um, nascia outro. E tudo o que eles faziam de ruim continuava acontecendo, agora com novos rostos. Na verdade, a criminalidade não diminui quando a pena de morte é aplicada num país, tampouco sobe quando ela é revogada. Será que não se matou o suficiente? Será que existem bandidos demais no mundo para conseguir matar todos? Como é que tantos deles passam pela vida escondidos dos olhos da lei? De onde vem esse bandido que assume o lugar do outro que foi morto?

Ainda estou tentando fazer a pena de morte fazer sentido para eliminar a criminalidade. Como é que a Indonésia ainda é um paraíso do tráfico internacional mesmo matando traficantes? Quem são os malucos que continuam trazendo droga para lá mesmo sabendo que podem ser mortos por isso? Os bandidos não deveriam acabar com o tempo?

Bom, aí entra o lado oposto da ideia que estou desenvolvendo: talvez os bandidos não sejam um recurso finito. Talvez eles nunca acabem. Ficando no exemplo dos traficantes: será que só vira um quem NASCE para ser um? Será que uma suposta pessoa de bem não pode ver uma oportunidade de ganho rápido e assumir o risco? Será que uma suposta pessoa de bem não pode ser coagida por partes mais poderosas a fazer parte de um esquema de tráfico? Será que existe imunidade ao crime?

O razoável é acreditar que não, ninguém é 100% imune a descumprir a lei. Tanto que em situações menores, praticamente todos nós o fazemos. Desde beber e dirigir até mesmo sonegar imposto. Crimes com ou sem vítimas potenciais que cometemos por acreditar que as recompensas valem o risco de sermos pegos. O potencial existe.

Mas é claro que não é assim que pensam os defensores da pena de morte, eles acreditam piamente que só algumas pessoas podem cometer crimes, e mesmo quando o fazem, racionalizam o potencial de gravidade deles: “eu dirijo melhor bêbado”, “o governo rouba”… e tudo mais o que puderem usar para se auto inocentar de qualquer infração.

O crime vira algo alheio, característica definidora de um grupo especial de seres humanos ao qual com certeza não pertence. Um grupo que só nos faria bem se fosse extirpado da face da Terra. Por isso é seguro bater palmas para um país que mata traficantes de drogas. Esse crime a pessoa não comete, então tudo bem.

Mas eu argumentaria – já que estou nesse estado mental punitivo – que o usuário das drogas também não me representa. Muitos deles são perigosos. Drogas destroem vidas (por isso é razoável matar traficante), mas quem gera a demanda por isso? Os usuários! Sem esse grupo de pessoas, o mundo se tornaria um lugar um pouco mais seguro. O tráfico entraria em colapso! Não seria uma boa ideia estender a pena de morte para o usuário? É a mesma ideia de eliminar um grupo danoso para a sociedade.

O quê? Seria demais? Não vejo o porquê. Eu já passei por momentos difíceis na minha vida e nunca usei. Ninguém é obrigado a usar. Comete o crime porque quer. E mesmo que tenha sido obrigado a entrar nessa vida, não muda o fato de estar fazendo algo errado. Se vale para o traficante, tem que valer para o usuário. Ou você está com peninha de bandido?

Sabem do que mais? O que mais causa mortes e violência nesse mundo é o álcool. Sim, a bebida. Acidentes de trânsito, brigas de bar, violência doméstica. O álcool é um veneno para a sociedade. A Sally, por exemplo, não bebe. Ela pode muito bem se considerar pertencente a um grupo melhor do que nós que bebemos e se achar superior. Ela não precisa beber.

Ninguém é obrigado a beber. Eu mesmo conseguiria viver bem sem álcool. Nem gosto tanto. O mundo seria um lugar bem melhor se todo mundo que bebesse desaparecesse. As ruas seriam mais seguras, as casas seriam mais seguras. Não queremos um mundo mais seguro? E nada dessa coisa de ficar passando a mão na cabeça de safado: desintoxicação é o caralho, tratamento bom mesmo é bala na cabeça. Vendeu ou consumiu bebida alcoólica? Mata! Mata e limpa o mundo.

Sim, eu sei que álcool não é proibido, mas pena de morte é proibida e queremos do mesmo jeito. Não deixemos que nada nos impeça. Mude as leis, ou mesmo resolva tudo fora dela: o povão não vai ao delírio quando a ROTA ou o BOPE passa bandido (sendo ou não) na favela? Viu bandido bebendo na rua, senta o dedo!

E não me olhem assim, eu só quero um mundo melhor. Às vezes precisamos quebrar alguns ovos para fazer uma omelete. O quê? Você acha que as pessoas não vão parar de beber se for proibido? Está citando a proibição norte-americana no começo do século passado? Pfft! Grandes coisas, eles não fizeram direito. Tinha que sair matando e não multando. Se matar quem bebe, as pessoas vão parar de beber. E se as pessoas pararem de beber, a criminalidade diminuiu. Até porque… já viu bandido que não bebe?

Ok, ok. Exagerei. Matar pessoas por beber é colocar quase que a humanidade toda debaixo da mira de uma arma. As pessoas sabem que tendem a fazer muito mais merda quando bebem, mas gostam demais disso para parar. Tudo bem que seria enfrentar uma das maiores causas de crimes que temos no mundo, mas não dá para ser tão duro com as pessoas.

Estamos falando de bandidos, e nós não somos bandidos. Não, bandidos são os outros. Bandidos matam e assaltam por aí. E diferentemente de nós quando enchemos os cornos e pegamos um carro, eles tiveram escolha. Escolheram ser bandidos. Esses sim podem morrer. Mas… caímos de novo naquele problema de não diminuir a criminalidade. Cidadão arrisca a vida contra facções criminosas e a polícia todo o dia, morte não é exatamente algo que ele tema. O brasileiro que levou drogas para a Indonésia sabia que isso podia acontecer e fez do mesmo jeito.

Mas, se não formos até as últimas consequências matando quem infringe a lei, como tornar os bandidos finitos de verdade? O cara que trafica hoje pode matar amanhã. O que usa hoje pode vender depois. O que bebe hoje pode usar amanhã. Bandidos evoluem, arriscando cada vez mais. Se não sair matando GERAL, os bandidos são… infinitos?

Porque se adiantasse não ir na raiz do problema, se adiantasse alguma coisa punir só alguns crimes com a pena capital, esses crimes seriam muito menos cometidos nos países que a aplicam. Então como eles continuam acontecendo? Como pode aquele homem levar drogas para a porcaria da Indonésia? Ele queria morrer?

Só se ele achava que não ia ser pego. Como de fato não foi em outras ocasiões. Ele acelerou quando achou que não tinha nenhum radar na rua… eu faço isso às vezes. Mas claro, excesso de velocidade não é tão perigoso para a sociedade como vender drogas. Sim, o trânsito mata mais que as drogas, mas… bom, deixa pra lá. Excesso de velocidade não é crime passível de pena de morte na cabeça de ninguém. Ainda.

E é claro que é diferente. Eu não sou bandido. Ninguém vai vir atrás de mim e ninguém vai me confundir com um. Ainda bem que eu não sou mais… escurinho… e não moro numa favela. Com pena de morte valendo é ainda mais valioso ser bem visto pela polícia e pela justiça. Espero que não matem muita gente inocente. O pessoal da polícia não sai atirando antes de perguntar, não é mesmo?

E, porra, eu não sou bandido! Tem gente que apronta muito mais do que eu nessa vida, essa gente que eu quero ver morrendo. Eu só quero ver alguém sofrendo por não cumprir as leis que eu não descumpro. Eu nunca vou fazer algo que me faça sofrer a pena de morte. Eu nasci diferente dos bandidos. Eu sou uma pessoa de bem.

E sabem do que mais? Foda-se que não diminui a criminalidade, eu quero que alguém faça alguma coisa com os bandidos só para valer a pena essa vida de merda que eu tenho. Eu quero uma prova que sou melhor do que eles, eu quero apontar o dedo para quem é diferente e vê-los pagar o preço por não ser…

Por não ser… eu. Eu não sou bandido. E isso é tudo o que eu consigo ser. Não deveria ter um prêmio para mim?

Para dizer que se perdeu completamente do lado que eu queria defender, para dizer que concorda com a segunda parte, ou mesmo para dizer que você não é bandido: somir@desfavor.com

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Comments (25)

        • Sou do time da ressocialização. Acredito que a punição deve sempre buscar o bem da sociedade e, tanto quanto possível, do punido.
          Concordo que, na esmagadora maioria dos casos, deve-se buscar “educar” o criminoso. Bandido não é outra espécie, todos nós estamos suscetíveis ao erro, como levantado no texto e nos comentários. Mas…
          Não podemos ignorar que há crimes e crimes. Nem que há criminosos e criminosos. E quando a ressocialização simplesmente não é possível? O que fazer, por exemplo, com serial killers? Ou outros que não sejam passíveis de recuperação?
          Não acho que a pena de morte seja algo bom. Mas talvez, eu disse só talvez, ela seja um mal necessário. Sei que esses casos são exceção. Por isso, também entendo que esse tipo de pena, SE aplicada, também deva constituir exceção.
          Não defendo a pena, mas a toleraria nessas condições. Não seria contra. Mas aí vem a pergunta: como implementar isso num país onde a esmagadora maioria dos crimes sequer é solucionada? Sabemos que vivemos em um lugar em que inocentes são condenados pra elevar o ego de alguns, enquanto os verdadeiros culpados seguem cometendo atrocidades…
          Mas, se nosso sistema de justiça fosse mais confiável, eu não seria contra a pena de morte em casos de exceção. Talvez até fosse a favor. Ainda não sei.

  • Dizem que pena de morte não diminui criminalidade, sabe porque? Por que ela é pouco aplicada e demorada de mais. Se tal pena fosse insistente e dura, com certeza diminuiria.

    • Estudos mostram que não é a severidade da pena que coíbe o crime e sim a probabilidade da pessoa ser pega e ser punida.

  • Cheguei atrasado, mas esse assunto de pena de morte sempre me deixa interessado.

    Em que pese todos os argumentos a favor da pena de morte que o texto do Somir relata, e ainda alguns outros em alguns comentários, nenhum deles fala sobre, NA MINHA OPINIÃO, do principal: “Justica!”

    A lógica é simples, mas a aplicabilidade pratica nem tanto. Lá vai: em alguns crimes a simples retirada da liberdade do indivíduo por um periodo de tempo, na minha opinião, não é pena suficiente para PUNIR o ato criminoso de maneira justa.

    Vejamos os casos de homicídio praticados sem qualquer motivo contra outro ser humano, sem nenhuma razão. Exemplo comum no Brasil: o sujeito ao praticar o roubo de um veículo, mata o motorista sem esse ter oferecido qualquer resistência. Atira apenas “porque quis” atirar e retira a vida de outro ser humano que não que causava qualquer ameaça.

    Bom, no mundo em que eu gostaria de viver, retirar a apenas a liberdade de alguém que pratica um crime assim não representa qualquer justiça pelo crime praticado, uma pena JUSTA seria a morte. Eu sinceramente não acho que alguém que pratica tal ato mereça permanecer em sociedade, ainda que se arrependa e nunca mais cometa qualquer outro crime. Ponto.

    Não acho a pena de morte correta para o crime de tráfico, ela não pode ser uma pena comum, mas sim uma pena para determinados e extremamente específicos crimes.

    Sobre o ser humano ser falível é uma condição de existência da propria humanidade. Mas qualquer individuo que falhe comentendo uma barbarie, é simplesmente injusto pensar que terá apenas a sua liberdade retirada por um tempo.

    Com o sistema legal Brasileiro e a forma como o judiciario aplica a Lei nesse país, é absolutamente utópico se discutir sobre o critério do que é Justiça.

    Mas utopicamente falando, concordo com a penas de morte para ALGUNS CRIMES, por entender que é a única PENA JUSTA.

  • Filosoficamente falando, acho que devemos pensar sobre um outro ângulo, deixando claro que não sou favorável a pena de morte: as pessoas que bateram palmas para o fuzilamento não estariam, na verdade, apoiando o CUMPRIMENTO de determinada lei? Estamos vivendo no Brasil um dos períodos de sensação de maior impunidade da nossa história. Todos os dias, lemos e ouvimos notícias sobre atos cometidos, de todo o tipo de gravidade, e que não dão em nada. Parece que só ladrão de galinha é punido. Tráfico pode, sequestro pode, roubar milhões dos cofres públicos pode… Nada é púnido com algum rigor.

    • As pessoas aplaudiram o fuzilamento porque estão, na média, babando de raiva da impunidade desse país. Explica-se: no embalo de ver meio mundo assaltando os cofres públicos, fudendo estatais e ninguém ir pra cadeia, os brasileiros ficaram fascinados em ver um brasileiro cometendo um crime e sendo punido. Aplaudiram um país que exemplifica não necessariamente como tratar bandidos, mas como fazer leis funcionarem. Porque nesse país bunda chamado Brasil, lei é isso: um penduricalho extenso, que não serve pra porcaria nenhuma. BM ficou fascinado em ver uma lei funcionar. Coisa de outro planeta – ou talvez apenas de outro país.

  • A grande questão da pena de morte não é se você aplica ou não, mesmo porque aqui ela ainda existe, embora não se use…
    A verdade é que as penas contra os crimes devem ser punidas integralmente, sem relaxamentos ou regalias como acontece devidamente nos nossos presídios.
    Agora, exceto Japão, EUA (32 estados) e Israel, ao que me parece todos os países desenvolvidos já a aboliram… apenas em sociendades menos desenvolvidas intectualmente e, com alto índices de corrupção, como a referidada Indonésia, ou vários países da África e da Ásia (leia-se Oriente Médio), além da fé cega e doentia, é quem mantém tal pena.
    Isso prova que o investimento em coisas básicas e essenciais ao desevolvimento é que dá resultado, não a doença da matança.
    No Brasil, que não oferece o mínimo aos seus habitantes, seria demasiado controverso a ponto de colocar até Deus no meio, como colocam até para o reabastecimento e energia… mas decididamente cumpra-se o que está no papel.

  • Desta vez, parece que o Somir ‘botou’ um personagem bipolar.

    Olha, a analogia utlizada para tornar a pena de morte impraticavel (sobre o trafico na Indonesia), bem, talvez eu tenha a resposta: é só lembrarmos que essa coisa de trafico de drogas é muito mais ‘coisa dos manda-chuva’ do que dos “favela”. Alias, esse é um dos motivos dessa faceta da economia ser tao dificil de erradicar.
    Os interesses estao lá “em cima” (considerando que seja o caso da Indonesia).

    Mas, de resto, discordo totalmente de qualquer medida que, — parafrasenado o Somir em outro post–resgate os costumes barbaros de tempos primitivos. Matar nao regenera! Apenas, elimina-se um para nascerem dez.

    Sou a favor de reintegracao, ressocializacao, qualificacao profissional…bem, nao sei se usei as palavras corretas, mas, tenho certeza que o caminho é tornar o trangressor apto a viver em sociedade. Nao, nao é dar comidinha na boca e levar pra passear, mas, tipo, prisao educativa. Uma forma de o vagabundo sair do xadrez MELHOR e nao pior, entende? Caraca, muleke! Por que hoje nao consegui ser mais claro?

  • Vc fala como se pena de morte fosse coisa de beeme mas tanto não é que us crenti tudo veta na polÍtica. Aqui nunca seria aprovada, na terra do derrama senhor. Nos EUA que tá anos luz na frente do braziu tem pena de morte e os americanos são os melhores. Pago pau mesmo com razão.

  • Quem é contra certamente nunca teve um parente ou amigo morto por um delinquente. Se tivesse, não so seria a favor, como gostaria de matar o culpado e no estilo Jigsaw.
    Mesmo se o delinquente fosse meu amigo ou parente eu seria a favor da pena de morte. Vai fazer o que ao invés disso? Trancar na cadeia prisão perpétua? Acaba logo com o sofrimento!

    • Meu avô era policial e foi morto por um bandido. Eu sou completamente contra a pena de morte… É só você parar pra refletir um pouquinho, amigo.

  • “Como é que a Indonésia ainda é um paraíso do tráfico internacional mesmo matando traficantes? Quem são os malucos que continuam trazendo droga para lá mesmo sabendo que podem ser mortos por isso? Os bandidos não deveriam acabar com o tempo?”

    Deveriam acabar, mas…vejam o caso de Lindsay Sandiford, uma avó britânica, presa em maio de 2012 com um carregamento de cocaína avaliado em US$ 2,5 milhões dentro de sua mala quando ia para Bali. Ela foi acusada de participar de uma quadrilha com outros três britânicos.

    Pois bem, alegando ter sido coagida a traficar para proteger seus filhos e netos, Lindsay cooperou com a polícia e denunciou os outros três membros da quadrilha, que pegaram penas de 1 a 6 anos apenas. Mesmo assim, sua condenação foi ratificada e, a menos que apareçam novas evidências de sua inocência, logo também será fuzilada.

    Ou então…em 2013 saiu uma reportagem dizendo que a vida dela seria poupada por meio de uma troca de prisioneiros entre o Reino Unido e a Indonésia.

    O acordo envolveria a deportação do multimilionário britânico Rafat Ali Rizvi, condenado a 15 anos em 2010 por desviar fundos do falido banco indonésio Bank Century (US$ 1,4 bilhões). Em troca, Sandiford voltaria para cumprir pena no Reino Unido, junto com um segundo britânico na pena de morte, Gareth Cashmore.

    Ou seja, vamos ver se a política de tolerância zero do atual presidente indonésio é pra valer ou, então, se a vovó do pó for tratada da mesma forma que Marco Archer, mofará por uns dez anos até que os ingleses topem esse acordo ou proponham algo melhor. Algo que Marco Archer acreditou até morrer que aconteceria com ele…

  • ” …para quem defende a pena de morte, o número de infratores das nossas leis é finito: considerando que os bandidos são um grupo definido de pessoas que infesta uma sociedade essencialmente boa. Elimine os bandidos, elimine os problemas.”

    Bem esse é o mote dorsal do seu argumento, então vou a ele:

    Bem nem precisei ler o restante (mas eu li) pra perceber que isso seria idiota. Os bandidos naõ são finitos. Eles não nascem bandidos. Eles se tornam em algum momento da vida. Nas mais diversas situações. Pode ser qualquer um, fazendo qualquer coisa em qualquer momento de sua vida. Então não da pra eliminar todos.

    Também sou contra a pena de morte, e não vim aqui defende-la. Mas vejamos alguns pontos interessantes:

    1- O número de reincidentes é baixíssimo.

    2- As pessoas vão continuar a assumir determinados riscos. Mesmo que esses riscos sejam uma pena capital. Mas…O número de pessoas que se arriscam a algo é proporcional ao seu risco. Um risco maior não vai ser totalmente ignorado. Menos pessoas se arriscam a pular de paraquedas, do que aquelas que se arriscam a uma asa delta (rá rá), que se arriscam mais do que as pessoas que curtem um bugue na praia, e assim por diante.

    Se o risco de fazer algo criminoso é ser preso por 6, 8 anos. Sei que vou ficar preso uns 2,e o risco é x e vai ter 20000x de pessoas fazendo isso.

    Mas se o risco for a morte, não acho que este mesmo número de pessoas vá se arriscar.

    3- Quem julga quem deve viver ou não de acordo com a gravidade de seu crime? O Estado? Que como disse, é falho? A sociedade? Louca para se projetar como boa pessoa? A mídia?

    • Concordo com cada palavra, os criminosos de hoje não tem mais o que temer com a justiça falha e uma cultura que faz apologia ao crime. Mas se houver a possibilidade de morte ou uma pena mais rigorosa isso faria com que alguns mesmo que não sejam todos se sintam desestimulados a pratica.

  • Excelente texto!

    Tinha que viralizar!

    De onde vem essa certeza doentia de que o bandido é sempre o outro?

    Quem são esses adultos que vivem num mundo de maniqueísmo infantil, no qual mocinhos e bandidos são óbvios, caricatos e absolutos?

    Será que nunca acordam no meio da noite sem ter certeza se o pesadelo foi ou não foi real? Será que nunca duvidam da própria memória? Será que os sentidos deles não são limitados como os meus e nunca, nunca, nunca falham? Será que confiam cegamente nos “vigias” a ponto de entregar a eles o poder de matar quem merece ser morto? Será que nunca sentem medo de dar de cara com um bandido no espelho? Será que nunca se perguntam, nenhuma vez, se o que acreditam ser o certo é realmente o certo?

    Eu imagino que sim. Todos têm dúvidas. Mas o medo é maior do que a dúvida e é sempre um alívio quando o bandido confessa que matou friamente e a ciência comprova que psicopatas nascem maus e sem sentimentos. Alívio! Eu não sou mau, não sou psicopata, tenho sentimentos, tenho empatia! Tenho, inclusive, o sentimento de alívio extremo quando o psicopata morre e os heróis podem viver felizes para sempre.

    Bandido bom é bandido morto. Não gostou leva pra casa. Direitos humanos pra humanos direitos.
    Mas e se todos os bandidos maus forem mortos, a quem vamos culpar pelos conflitos que surgirem entre os mocinhos??? Deus nos livre disso! Nem criança suporta um filme inteiro sem nenhum vilão.

    Queremos a paz impossível, porque a paz possível seria o caos em forma de tédio. E mocinhos não suportam o tédio.

  • Sim, bandido é outra espécie mesmo. Assim como pragas urbanas rato e barata, nunca vai acabar a infestação mas pelo menos reduz quando alguns são eliminados.
    Eles matam e a família da vítima só chora? Isso tá errado, se continuar vivo vai fazer de novo. Alguns setores como traficantes, sequestradores e estupradores não tem conserto. Só matando, menos um no mundo.

  • Todo ser humano é falível. Ser a favor da pena de morte faz parecer que ninguém comete erros, que o mundo é cor de rosa, perfeito e maravilhoso. Como se a vida seguisse em linha reta.

    • Sou contra pena de morte, mas seu argumento é falho: somos todos falíveis, mas nem sempre uma falha é necessariamente punida com pena de morte. Não é todo mundo que é erra que incide na pena de morte.

  • Não defendo pena de morte, mas se lá a lei é essa seria injusto ele não ser executado por que neguinho do Brasil pediu. Ele escolheu correr o risco.

    • Exato Jô…..jogou e perdeu, como já havia ganho em outras ocasiões……caso tivesse sido pego por aqui, antes de embarcar, já estaria na rua a muito tempo, isso se a condenação fosse pesada.
      Mas por lá, é isso que tem pra hj, com o presidente que tem hj, pode ser que com outro presidente, houvesse outra saída.

      Infelizmente a família fica a sofrer.

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