Anônima mente.

Como a maioria de vocês já deve saber, não somos afeitos a exposição por aqui. Sally e Somir valorizam o anonimato, mas diferem quando falamos da expectativa de se manterem anônimos e o que devem fazer para se proteger. Os impopulares mostram a cara (se quiserem).

Tema de hoje: Como lidar com a manutenção do anonimato?

SOMIR

Lutando até o fim por ele. Ou você tenta se manter anônimo, ou não. Não existe meio termo. Eu escolhi manter uma sólida camada de proteção entre minhas identidades virtuais e minha real e pretendo que as coisas continuem assim. O anonimato parcial que a Sally defende me parece risco desnecessário.

E se você ainda está confuso com o tema, leia nossos textos que vai ficar claro sobre o que estamos falando. De qualquer forma: eu já tive mais motivos do que tenho atualmente para me manter escondido, não teria me que mudar para o Timbuktu e fazer uma plástica se me descobrissem, mas mesmo assim acredito no valor do anonimato para me dar autonomia e um saudável grau de separação entre as coisas que gosto de fazer (pelo menos online).

Mas aqui eu tenho que admitir que acho uma graça especial em forjar e viver diferentes personalidades, principalmente no mundo digital. Acho que até contei antes, alguns dos leitores que vieram para cá logo no começo do desfavor foram convidados por uma outra identidade minha sem nenhuma ligação com o Somir. Talvez alguns deles ainda estejam por aqui. Eu ainda faço isso com outras personagens, mas num ritmo bem menor.

E na minha experiência, é possível sim tomar a decisão de se manter anônimo e resistir às pressões desse novo mundo de evasão de privacidade da web moderna. Nada nessa vida é de graça, contanto: você não vai ter a mesma experiência que a turma das redes sociais tem, mas ainda sim dá para consumir boa parte do conteúdo disponível e até mesmo criar relacionamentos interessantes.

Garanto que seria bem mais fácil não ter que memorizar nomes, senhas, gostos e estilos de umas dez ‘personas’ diferentes, como já tive que fazer em alguns momentos, mas é normal que você se esforce mais para conseguir fazer as coisas que gosta. Não estou apenas passando atestado de maluco, quero deixar claro aqui que sei sobre o que estou falando e reafirmando a possibilidade real de se manter anônimo se quiser.

E essa separação não precisa impactar negativamente sua vida real, digo, a vida com seu nome e sua imagem expostas para o mundo. Você pode ter uma vida relativamente comum com alguns ‘compartimentos’ extras para a personalidade que quer manter anônima. É só saber administrar o tempo e controlar a informação disponibilizada.

O segredo para se manter anônimo é criar uma identidade separada. Não precisa fingir ser outra pessoa em tudo, basta ter alguns elementos básicos criados especialmente para essa identidade. Inclusive alguns que você planta para serem descobertos no futuro. Um pouco de paranóia e 99% das pessoas vai ser incapaz de passar pelas suas defesas.

E olha que tudo isso no caso se alguém perder tempo procurando pela pessoa atrás da identidade anônima. Raramente se é importante a esse ponto, raramente se encontra alguém com vontade de correr atrás. O melhor esconderijo é a insignificância, já dizia alguém que eu não sei quem, mas que provavelmente já disse isso antes de mim.

Se você não provocar ninguém a te achar, seja tirando onda do próprio anonimato, seja ‘prometendo’ algum prêmio para quem o fizer, quase certeza que ninguém vai tentar. Já provocamos muita gente aqui com nosso conteúdo azedo, mas nem isso parece motivar as pessoas a fazer mais do que uma busca rápida no Google.

Correm mais atrás da Sally, até porque ela é melhor nessa coisa de irritar e/ou cativar o público, talvez por isso ela se preocupe mais com o que acontece se a descobrirem. Eu? Eu nego até o final e ainda tenho toda uma estrutura paranóica de proteção que colocaria a imensa maioria das pessoas em dúvida mesmo no caso de me acharem mesmo. Sem contar as vantagens de mentir muito bem.

A condição para se manter anônimo é querer se manter anônimo e pagar o preço por isso. Isso significa não misturar as identidades, isolar conscientemente as pessoas ao seu redor de informações perigosas, ter grande disciplina na manutenção de ‘pessoas’ diferentes vivendo sob um mesmo crânio… Sem contar se inteirar sobre as tecnologias necessárias para a manutenção do anonimato.

Não estou respondendo que é fácil seguir esse caminho, só estou dizendo que ele é possível. E no que tange a função do anonimato, é claramente a melhor solução. Evidente que é mais fácil ser anônimo só quando ninguém está tentando descobrir quem você é, mas se for para fazer o fácil, bota a própria cara e se esconde entre as pessoas próximas mesmo.

Ser anônimo me permite desenvolver ideias com grande liberdade por aqui, força os leitores a se concentrar na informação passada, e até me permite ‘puxar o plugue’ a qualquer momento e desaparecer sem deixar rastros assim que quiser. Não pretendo sumir, mas é bom ter essa opção livre.

E nada disso me impede de ter contato com outras pessoas. Cidadão ou cidadã não precisa saber meu nome e endereço para trocar ideias comigo. Sei que alguém pode dizer que tem gente aqui no desfavor que me conhece pessoalmente, Sally sendo o maior exemplo, mas: de todas as pessoas que já me viram e frequentam o desfavor, todas eu conheci ANTES de me decidir pelo anonimato real (mais ou menos na época que o desfavor começou).

Sou anônimo, os que me conhecem fora daqui eu confio de verdade que não vão me entregar… funcionou aqui no desfavor. Nada melhor do que uma evidência para suportar uma conclusão.

Para dizer que ninguém liga pra mim, para dizer que se isso aqui desse dinheiro o papo seria outro, ou mesmo para dizer que sabe que eu sou o Emílio: somir@desfavor.com

SALLY

Partindo da premissa que hoje não há mais privacidade com internet da forma como está, nós perguntamos: como lidar com anonimato? Tentar se esconder até o último suspiro ou fazendo uma escolha calculada de quando vai se mostrar?

Eu acho que o anonimato eterno, como era meu plano original, não é mais viável. Aceito, que dói menos. Fui habilidosa em me esconder por seis anos, mas sei que é impossível que isso dure para sempre, como eu havia planejado. É preciso adaptação a novos tempos e novas realidades. E a impossibilidade de anonimato é uma realidade hoje. Não trabalho mais com a ilusão de lutar até o fim pelo anonimato, que seja eterno enquanto dure.

Quando meu anonimato começar a ruir, prefiro eu mesma vir a público e dar um oi para vocês. Francamente, lutar contra uma tendência forte como a evasão de privacidade é entrar para perder. Tá tranquilo, a hora que alguém sem ambição na vida me der tamanha importância a ponto de perder seu tempo tentando divulgar a minha imagem, eu mesma me encarrego de vir a público. No mínimo, vai ser frustrante para quem supostamente tentava me prejudicar.

Não valorizo o anonimato como antes por não gostar de causas perdidas. Se eu sei que é impossível manter para sempre, não faz sentido tentar manter com unhas e dentes pelo maior tempo possível. Seria apenas adiar o inevitável. A verdade é que quem quer anonimato tem que sair da internet. Se eu quisesse anonimato acima de tudo, fecharia o Desfavor, apagaria todas as postagens e iria viver a minha vida sem deixar rastros. A vida é feita de escolhas, quem quer o bônus tem que arcar com o ônus.

O bônus é conseguir reunir pessoas que pensam mais ou menos parecido comigo, debater assunto que não podem sequer ser pronunciados no dia a dia, olho no olho e debochar daquilo que é sagrado e ofende. O ônus é o risco de exposição. Somir acha que pode ter o bônus sem ter o ônus, eu sou mais realista. Eu escolho ter o bônus e arcar com o ônus, e assim será, de uma forma serena, sem espernear. Sem a arrogância de pensar que eu vou conseguir o impossível. Risco calculado, consciente.

Vamos contextualizar anonimato? Quando o Desfavor começou, pessoas sensatas não se expunham na internet e a pobralhada cafona e sem noção postava foto pessoal, foto da casa, foto dos lugares que frequentava. Evoluímos para pior. Hoje os sem noção marcam permanentemente onde estão em redes sociais e aplicativos que controlam sua localização com GPS, postam fotos nuas, divulgam seu telefone e endereço. Pessoas sensatas “apenas” postam fotos de si mesmas. O que para mim era algo extremamente invasivo e desnecessário é hoje brincadeira de criança.

Nesse contexto, entendo menos mortal ter uma foto exposta. A indignidade ganhou novos contornos muito mais profundos, seria tolo da minha parte ficar no contexto engessado de seis anos atrás. Não vou divulgar minha cara voluntariamente, mas bem, estou topando o risco disso acontecer e se acontecer, não vai ser nenhum fim de mundo. Foda-se, tem gente fazendo tanta coisa pior do que eu e expondo aos quatro cantos…

Na era da volatilidade da informação, mostram seu rosto hoje e em dez segundos tem alguma “notícia” nova e você e sua identidade revelada já eram. Pois é, tem muita gente para stalkear, muita gente evadindo a privacidade de uma forma tão sórdida que o simples rosto de alguém não é nada. Ninguém se importa, eu não sou tão interessante assim para causar todo esse frenesi. Em algum lugar, centenas de pessoas estão fazendo coisas muito piores, muito mais midiáticas e bombásticas.

Estamos em um tempo onde a pessoa não apenas pode publicar o que escreve, como também fazer da sua vida um programa de televisão. Blogs, vídeos, todo tipo de exposição está ao alcance de um clique, seja pelas câmeras nos celulares, seja pelo advento do YouTube. Qualquer desconhecido pode fazer o que antes era privilégio de atores, escritores, jornalistas. Qualquer pessoa pode criar seu próprio canal, seu programa.

Todo mundo tem todas as ferramentas para se mostrar o quanto quiser e como quiser. O resultado? Esse show de horrores que vemos por aí. Todo tipo de evasão indigna de privacidade. Comparado a isso, o que é meu rosto? Nada, quase nada. A grande indignidade coletiva tirou o peso da minha identidade. O que é um peido em uma sociedade onde todos estão cagados?

Não contem com uma revelação voluntária da minha identidade, continuo achando preferível ficar anônima, mas estou ciente de estar sentada em um barril de pólvora: celulares com GPS, dados cruzados na internet e centenas de outros fatores podem sim me denunciar. Eu assumo o risco e faço essa escolha. Não me acho esperta o bastante para driblar um mundo de recursos. Tamos aí, se vazar, vazou. Mais: após tantos anos de troladas, acho que estamos protegidos pelas nossas próprias mentiras. Se vazar uma foto do Somir ou minha, por mais verdadeira que seja, será que alguém vai ter coragem de acreditar?

Para quem, como a gente, prefere o anonimato, melhor forma de lidar com a nova realidade é assumindo o risco. Não se engane, seu anonimato não vai ser para sempre. Se quiser continuar na internet, esteja pronto para ter seu rosto divulgado e faça desse limão uma limonada.

Para dizer que ninguém quer saber a nossa cara, para continuar acreditando que eu seja aquela menina loira de olhos claros das fotos vazadas ou ainda para dizer que você é esperto demais para ser pego: sally@desfavor.com

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Comments (35)

  • Talvez algum dia anonimato virtual se torne de fato insustentável e, sei lá, seja obrigatório fazer biometria ou algo assim. Porém eu também acredito em virada de pêndulo, o mundo não é só o Ocidente exibicionista. Há várias culturas, vide Ásia, que pregam discrição e modéstia. Os japoneses, por exemplo, continuam discretos mesmo estando conectados. Ao menos por enquanto.

    Especulações à parte, não cheguei a um consenso. Como eu sempre fui adepta do lurking por razões de timidez, vou me manter assim. Não tenho relevância, mas numa época de extremos melhor não arriscar; boatos e falsas acusações que destroem vidas e carreiras, falta de interpretação de texto, até coisas não polêmicas viram polêmica… ainda mais no Brasil, cuja bandeira devia estar escrito Fofoca e Linchamento.

    Respeito quem posta no Desfavor. Acrescentam mais do que esses que se julgam “corajosos” por mostrar nome e rosto mas no fundo são só ególatras carentes de bajulação.

  • Caraca, Emílio. eu jurava que voce era o Bolinha!

    Bom, deve exigir vasto conhecimento de psicologia para “bancar” tantas personas.
    Tenho um nome artístico e minhas redes sociais o representa de forma natural. Isto não interfere na minha verdadeira personalidade. Mas é uma idéia interessante.

    Concordo, porem com a Sally, quando diz que é impossível manter o anonimato na era da internet.

  • Já postei meu email pessoal no blog, não tenho muito medo de expor a cara
    (pago até hoje com comentários e spam por aquele ato de loucura)
    Se eu tivesse feito aquela postagem sobre fetiches japoneses eu também iria tentar esconder minha identidade até o fim.

    (voltei pro blog pra ler o fim da Ozon, suspeito que uns anos atrasado)

  • Acho que Sally e somir são duas pessoas Sim. Gostaria de saber quem eles são, mas não é tão importante assim. Fico torcendo pra que eles sejam bem sucedidos em suas respectivas carreiras, principalmente a Sally que largou o direito. E que continuem nos brindando com seus textos…
    É até bacana o exercício de “imaginar” como eles são. Dá um ar de suspense. Rs

  • Olha, eu concordo em partes com o Somir: dá sim pra “lutar até o fim” do anonimato desde que tu esteja inserido num contexto virtual que ninguém, mas ninguém mesmo de fato te conheça. Pois se o souber, qualquer brechinha na fala já é motivo para poder saber fácil fácil. Digo isso por experiência própria, já que já tive alguns perfis fakes por aí em redes sociais e já fiz também uns experimentos interessantes. Em um perfil eu tinha uma meia identidade, revelava coisas sobre mim, e, com o passar do tempo, acabaram me descobrindo. Com outro perfil, no qual havia inventado de fato toda uma personagem que não tinha nada a ver comigo, permaneci por um bom tempo SENDO ESSA PERSONAGEM e não me descobriram fácil. Só que tem uma coisa também no meio disso tudo: tu pode até fingir com outra identidade, mas se tu tiver o pensamento igual, argumentar e manifestar as opiniões de maneira igual como que tu faz na vida real, as pessoas podem acabar descobrindo cedo ou tarde.

  • Pessoalmente não tenho a menor curiosidade em saber a real identidade do povo aqui. Também me lembro do falso concurso de “miss e mister Desfavor” onde muita gente saiu divulgando os lindos rostinhos (inclusive eu) e o quanto fomos enxovalhados pela dupla Sally/Somir. Achei e continuo achando aquela “bronca” super exagerada. Talvez por não ter opiniões tão polêmicas assim ou por ser mesmo insignificante, me esconder nunca foi uma opção.

  • Fiquem tranquilos pq a única razão pra algum leitor or atrás de vcs seria por ira se o blog acabasse. Continuem postando td dia e fiquem em paz.

  • Eu nunca tive essas curiosidades de saber quem é a pessoa com quem eu teclo. Preferia o ICQ quando ia buscando pessoas aleatórias pra conversar, preferia o Orkut cheio de fakes, porque pra mim o importante eram as comunidades. Já tive varias identidades diferentes e cheguei aqui através dum fake do Somir. Hoje em dia ficou chato, as pessoas parecem mercadoria em vitrine. A troca de ideias foi substituida pela exibição. O mais legalmda RID é o anonimato!

  • Como muitas pessoas aqui morro de curiosidade saber quem realmente são e se são apenas 2. Mas não vou passar noites e dias atrás dessa informação. Primeiro porque respeito vocês e segundo porque o que isso iria mudar na minha vida?

    O meu desejo era poder sentar em um lugar bom e conversar com vocês sem problemas. Mas se não der, paciência.

    Será que eu já não os conheço? ;)

  • Lembro do bafafá que deu, quando eu e outras pessoas postamos fotos nossas por aqui.

    Até agora continuamos vivos…

    Quando todo mundo tem foto e opinião na internet, a maioria das pessoas está pouco se lixando pra alguém específico. Alias, estão mais preocupadas em como ficaram em suas próprias fotos do que algo na dos outros.

    • É verdade. Antigamente eu me cagava de medo com negócio de foto. Depois que popularizou a webcam, geral começou a se falar com imagem no Skype. Agora com a moda selfie e as redes sociais voltadas pro exibicionismo, não tem mais volta. Até eu perdi o cagaço. Assusta quando é novidade, depois fica batido.

  • Falo com toda a sinceridade que gostaria de conhecer quem posta no site que acabou se tornando o meu favorito e o que eu realmente faço questão de ler quando posso. Mas curiosidade instintiva mesmo.

    Já acho feio aquela obsessão que alguns tem de saber tudo sobre alguém da internet. Passar horas stalkeando, juntando informações… Para alguns não importa se o indivíduo tem um bom papo e personalidade interessante (e textos muito fodas), o que importa é a aparência, pois é a parte mais fácil de se julgar e não precisa ler.

    Hoje em dia o anonimato é algo frágil. Não é mais tão difícil descobrir sobre uma outra pessoa. Tipo um postador impopular ou alguém que se auto batiza como uma guriazinha de anime.

    Enfim, considerando todas as trollagens e tal, uma pessoa que tentasse descobrir algo sobre você(s) iria enlouquecer.

    • Ah, mas é tudo uma grande brincadeira também. Não quer dizer que vamos de verdade em busca deles, mas é legal tentar imaginar a(s?) mente(s?) incrível que criou esse blog de forma gratuita e anônima. Eles destoam do comum. São diferentes. E são muito bons.
      Mas isso não quer dizer que tenhamos a obsessão de saber quem é (e se é) o Alicate.

  • “O segredo para se manter anônimo é criar uma identidade separada. Não precisa fingir ser outra pessoa em tudo, basta ter alguns elementos básicos criados especialmente para essa identidade. Inclusive alguns que você planta para serem descobertos no futuro.”

    Fiquei pensando: Quais serão os elementos básicos que você criou para o SOMIR?

    Porque, se a pessoa quiser mesmo, não deve ser tão difícil de achar um publicitário de Campinas que faz campanhas infantis e namorou durante anos uma advogada argentina-carioca (que morou em Salvador) e tem um cachorro chamado Satanás e um amigo sem noção como o Alicate e mora ao lado de uma igreja evangélica. Campinas não é tão grande assim. Ainda mais se você fez Unicamp ou PUC. Sempre tem alguém que conhece.

    Talvez vocês mintam a cidade ou algumas características físicas plantadas no blog de propósito, como a suposta foto de Sally loira de olhos claros com tatuagem, ou o Somir ter barba e olhos azuis. Alicate e Satanás e os evangélicos podem ser ficção. Mas o que me interessa nem é a mentira, mas sim a verdade. O que haverá de verdadeiro de vocês aqui no blog? Ou será que é tudo ficção? E se nunca namoraram (apenas criaram os personagens casados na época do Orkut e deixaram assim mesmo?)E se Somir for mulher? E Sally for o homem? Ou eles forem 3, 4 pessoas? E se Suellen, Deja, Chester e tantos outros forem personagens de vocês também? Ou se forem os outros autores do blog? As possibilidades são infinitas…

    E se nós leitores formos experimentos sociais de vocês? E se eu for uma cobaia? E se eu não for Marina? E se eu for brasileira média infiltrada?

    • Marina, grata por achar que sou a Sally.

      A única coisa que posso esclarecer é que não sou uma mera personagem. Devo muito a Sally pois se tenho um teto para morar hoje foi graças à ajuda dela no meu divórcio.

  • É aquela história, o Kevin Mitnick só caiu porque foi provocar o cara errado, que tinha as ferramentas e a paciência para correr atrás dele. Não existe fortaleza que não possa ser invadida; o problema é pagar o preço.

    • Eu não ficaria surpreso com isso. Sempre me perguntei o por que da Sally ser muito mais ativa que o Somir nos comentários. Talvez por ela ter mais interesse em interagir com os impopulares, ou mesmo por ter mais tempo e/ou disposição para tal.
      E se Sally e Somir forem personagens frutos de uma dupla personalidade ? (ok. parei a viajem por aqui xD).

      • Ou, pode ser ao contrário: podem ser várias pessoas se fazendo passar por uma só: três amigas se fazendo passar pela Sally e três amigos se fazendo passar pelo Somir. Isso explicaria porque somos tão confiantes em nunca ser descobertos. Postagens cada dia de um IP, de computadores de cidades diferentes…

        • Eu gosto dessa contraposição, sendo a Sally mais simpática e o Somir odiando a todos nós. E ambos rindo da nossa cara.

    • Emílio é um anagrama de Imolei = sacrifiquei. Uma alusão ao sacrifício que o Somir fez de sua identidade pessoal em troca de segurança e ao mesmo tempo uma referência a Abraão, o patriarca da religião do Somir, que é judeu ortodoxo e por isso usa barba. Todos os ataques dele à religião são parte deste disfarce da identidade em nome do anonimato. O cão pastor que ele chamava de “Senhor” não era desdém a Yaveh, mas sim a Baal (o Senhor), divindade Canaanita. Não foi à toa que o cachorro seguinte se chamou Satanás, que tinha como principal auxiliar Baal Zebub (Belzebu, o senhor das moscas). Tudo isso foi um modo de avacalhar com as formas rivais de fé. Ou vocês acham que essa ganância toda do Somir não tem raízes em Sião? Lembram de como ele combateu o nazistinha no passado?

      http://pt.wikipedia.org/wiki/Baal_%28dem%C3%B3nio%29

      Eu posso ser banido da RID por essa revelação, mas o real nome do Somir é um dos três desta lista:

      a) Levi Adão Cunha (a família Cunha é uma versão aportuguesada de Cohen, como eram chamados os sacerdotes na Torá);
      b) Davi Adão Rollemberg (família de judeus asquenazi, vindos da Baviera e supostamente ligados aos Illuminati, o que justifica o racionalismo do Somir);
      c) Moisés Jacinto Pinto (os sefarditas no Brasil são “cristãos-novos”, que adotaram sobrenomes referentes a plantas e animais).

      • haahah, estava sentindo falta das piadas… mas acredito que o nome do Somir deve ser comum mesmo, desses que estão na bíblia, já que a família dele é católica.

      • Legal a história do “Emílio”.
        Davi Adão Rollemberg é o melhor nome!

        Fingir ser ateu sendo judeu ortodoxo não seria nada fácil. Nada fácil continuar sendo ortodoxo…

  • Vocês são fascinantes. E não sejam humildes: a humildade não cai bem em vocês. Vocês não são insignificantes escrevendo como escrevem! Este blog é incrível! Muita gente deve querer saber quem vocês são. Eu quero!!!!!!!!!! Eu sempre quero saber quem são meus escritores preferidos. Cheguei a viajar para conhecer, numa feira literária, a maravilhosa Lygia Fagundes Telles.

    Mas, mesmo morrendo de curiosidade, respeito o anonimato.

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