Impossível escolher só uma notícia. O Brasil vai caindo cada vez mais rápido e não parece haver fundo neste poço. Desfavor da semana.

SOMIR

Tá bom que nós não temos lá muita responsabilidade em relação ao que escrevemos aqui no desfavor: temos nosso público cativo que passa longe de ser uma grande massa. Mas mesmo assim, é mais forte do que a gente uma certa preocupação com o tanto de… alarmismo… que colocamos em nossos textos. Essa coisa de profeta do apocalipse não passa muita credibilidade.

Mas, também não seria errado ver suas previsões mais pessimistas tomando forma e escolher maneirar no tom das suas palavras? Seria uma forma de omissão. Não tenho certeza sobre o que vai acontecer no Brasil e no mundo nos próximos anos, mas a conjuntura dos fatos recentes começa a me passar a impressão que uma crise de proporções catastróficas está nos esperando.

TOMARA que eu esteja errado, eu mesmo me ferro se metade do que eu escrever aqui acontecer. Quem sabe até algum de vocês consiga apontar furos e inconsistências nessa análise e me acalmar um pouco… mas chega de conjecturar sobre minhas futuras conjecturas.

Não havia passado muito tempo da crise global de 2008 para analistas bem mais qualificados do que eu começarem a dizer que aquilo era só o começo e a coisa ia estourar de verdade alguns anos no futuro. Excesso de especulação e ausência de regulação levaram o mundo a enfrentar uma quebradeira geral há alguns anos atrás, a famosa “marolinha” do Lula pegou sim o Brasil, e precisamos pagar caro para fingir que estava tudo bem.

Em vários países do mundo, as dívidas dos irresponsáveis dos mercados imobiliários, de crédito e ações foi assumida pelos Estados. Os Bancos Centrais pagaram as dívidas com dinheiro que não tinham e imprimiram mais papel moeda para trilionários pacotes de incentivo econômicos. O Brasil achou seu jeitinho: ao invés de sair dando dinheiro para as pessoas, começou a gastar MUITO mais do que o normal com seus programas, incentivos, obras e afins. Lembre-se que o Brasil está fazendo ajustes e mais ajustes agora porque suas contas começaram a ficar no vermelho MESMO com recorde atrás de recorde de arrecadação.

Aí passou a impressão que o resto do mundo estava fazendo uma merda colossal (mais sobre isso depois) e o Brasil estava se fortalecendo. Na verdade, o Brasil também gastou o que não tinha para manter a ilusão de que a economia não estava em vias de um colapso. Eleição e reeleição de Dilma estão aí para provar como o golpe funcionou, não?

Mas algumas mentiras tem pernas curtas demais. 2014 foi um ano terrível para a maioria das empresas, 2015 começou ainda pior. Os preços estão subindo sem parar e o fluxo de dinheiro que vinha de fora começou a secar. Tinha alguma coisa errada na economia tupiniquim, e não dá mais para esconder. Na verdade, tem uma coisa errada na economia global, e estamos nos aproximando de ver isso na prática.

Estima-se que entre 2008 e 2015 foram injetados alguns TRILHÕES de dólares na economia mundial, dinheiro ‘inventado’ para pagar dívidas da última crise e que começa a colocar em xeque nossas noções de valores. O mundo não tem valor real que lastre a quantidade absurda de dinheiro em circulação. E o que acontece quando tem muito dinheiro num mercado, crianças? Inflação!

O valor das coisas começa a fazer cada vez menos sentido, bolhas vão se formando por todos os lados e eventualmente elas tem que estourar. A China está se aproximando rapidamente de um estouro sem precedentes na história da economia mundial. O crescimento deles era ‘gato’, e isso nem era muito segredo, mas os chineses perderam tanto a mão nessa história que praticamente metade da economia deles é baseada em uma bolha imobiliária (na verdade de construção civil). Recentemente eles até admitiram isso e já estão mexendo a bunda para evitar um desastre maior.

Os EUA fizeram besteira, a União Européia fez besteira, a China fez besteira. E eles vão todos pagar por isso. O problema para quem vê tudo isso do Brasil é que nosso telhado é de vidro: ao contrário do que nossos moluscos famosos dizem, o Brasil está incrivelmente vulnerável aos dissabores do mercado internacional. Quando eles enfrentarem uma marolinha que seja, aqui vai ser tsunami.

O dólar tende a subir ainda mais, os investimentos estrangeiros vão minguar pela falta de capacidade de pagamento (nossa e deles), os preços vão continuar subindo até seu patamar ‘real’… E tudo isso com a crise do excesso de gastos do governo petista atacando nossa economia interna. Sem contar um governo enfraquecido e uma população cada vez mais irritada. Isso é receita de desastre. Guerra civil eu nem digo porque brasileiro é meio mosca-morta para essas coisas (pro bem e pro mal), mas caos econômico ‘africano’ pode ser um dos cenários.

O mundo entubou a crise de 2008 criando uma mega-crise para um futuro próximo. Eu nem acho que vai estourar tão cedo do ponto de vista global, mas começo a temer que a incapacidade de nosso governo de colocar ordem na casa e efetivamente governar possa antecipar a parte que nos cabe neste latifúndio (improdutivo). E aí ao invés de encarar o mundo desabando com alguma estrutura, vamos fazer isso já estando no fundo do poço.

Não sei quanto a vocês, mas eu já estou tentando assegurar meu pouco capital em investimentos seguros. E “estocando um pouco para o inverno”, se é que vocês me entendem. Pode ser alarmismo puro, mas se a coisa estourar mesmo, vou me arrepender de ter sido ponderado demais. E também de não ter pelo menos escrito aqui que estava enxergando problemas sérios no horizonte.

Para dizer que já vive em crise desde que se lembra por gente, para me chamar de irresponsável, ou mesmo para dizer que eu só posso estar tentando vender ouro: somir@desfavor.com

SALLY

Semana passada criticamos quem profetizava certezas concretas com base em achismos tendenciosos. Não, não estamos caindo em contradição. Esta semana queremos falar do desdobramento das manifestações contra o PT e dos rumos que o país está tomando, porém sem qualquer certeza. Não somos donos da razão, apenas estamos com medo, assim como qualquer outra pessoa que tenha um pingo de juízo. Temos nossos achismo sim, mas nada fechado.

Meu sentimento, que pode ou não refletir a realidade, é de que este ano começou oficialmente o já esperado escaralhamento do Brasil. É como se uma pessoa tivesse passado uma longa noitada enchendo a cara, gastando de forma irresponsável, traindo o cônjuge, fazendo todo tipo de merda completamente bêbado sem ter a noção de nada, sem o menor cuidado, na certeza da impunidade e estivesse acordando no dia seguinte com uma puta ressaca.

Aos poucos as consequências da bebedeira começam a bater na porta da pessoa. A conta do cartão de crédito, o fim do relacionamento, a ressaca atacando o organismo, enfim, todo tipo de consequência negativa. Minha impressão é a de que hoje, o Brasil está começando a experimentar o sentimento de ressaca do PT. E essa ressaca afeta a todos nós. Tenho a impressão de que dias difíceis nos esperam, não sei bem como nem quanto, mas dias difíceis nos esperam.

Não sei vocês, mas eu já posso sentir as consequências desse escaralhamento do Brasil no meu trabalho. Acredito que todos os setores estejam sentindo. Até mesmo o comércio, o último a sofrer, está sucumbindo e demitindo a rodo. E olha que comprar é uma das últimas coisas que as pessoas deixam de fazer. Não sei se é pelo aumento do dólar, pelo medo, pelo aumento do custo de vida, mas as pessoas já dão sinais claros de que algo mudou. O brasileiro, como coletividade, já se comporta de forma diferente perante o mercado.

Acho que o pau da barraca foi a atitude vergonhosa desse governo igualmente vergonhoso perante as manifestações. Passaram uma vida desqualificando quem se manifestava de forma contrária ao PT, chamando de elite branca, minoria descontente, coxinha e outros adjetivos que tentavam fazer parecer que quem fica contra o PT é de direita. Não, meus queridos, quem é verdadeiramente de esquerda também está com ódio do PT, por ter jogado o nome da esquerda na lama. Aliás, como vimos no domingo, praticamente todo o Brasil está contra o PT. Dilma está com apenas 7% de aprovação.

E continua errando, pela arrogância e pela burrice. Empurrando um discurso escroto, repetido e burro que não cola mais. Nem ao menos teve coragem de se pronunciar depois da avassaladora multidão de mais de um milhão de pessoas que foram às ruas (de graça, e não por R$ 35,00). Mandou seus capachos, que foram à TV passar vergonha e cuspir mais do mesmo, provocando ainda mais a ira do povo. Covarde como só ela, quando decidiu se pronunciar, o fez em um momento onde quem não gosta dela (quem trabalha) estava ocupado demais para panelar.

O efeito dominó da derrocada de Dilma está só começando. Muita gente já começou a abrir o bico, pois como se sabe, o PT sacrifica um dos seus para usar como bode expiatório e tentar fazer parecer que um mega esquema de corrupção é um fato isolado. Desde sempre. Uma hora as pessoas cansam de ser boi de piranha. Um monte de gente que está caindo está levando outras pessoas junto. Até mesmo José Dirceu, aquele que dizia não haver nenhuma prova contra ele, admitiu ter recebido milhões e mais milhões como “consultor” de forma antiética de empresas que negociavam com o governo. As provas que surgiram foram tão incontroversas que após anos de negativas, os petistas estão passando vergonha e com dificuldades para se explicar.

E nem assim eles se desculpam. Esperam-se quatro milhões de pessoas nas próximas manifestações. Mas a culpa é sempre dos outros, de um fator externo, de uma teoria da conspiração. Teve Ministro dizendo queas manifestações eram um plano maligno da CIA. Deixa eu te contar um segredo? Vocês do PT não são tão importantes para que a CIA arquitete toda uma manifestação para derrubá-los. Na verdade, a CIA está cagando para vocês. É o povo quem está insatisfeito, e de forma alguma são os ricos, já que Dilma dá regalias para grandes empresários.

O povo está em um grau de putez elevado. Nada de bom sai daí. Entramos em uma espiral de pessimismo que, agora sim, pode causar consequências ruins ao país. Descrédito, desesperança e raiva começam a nascer no peito do brasileiro como faz tempo eu não via. Se o PT fosse mais sensato e pedisse desculpas, até acho que o rumo seria outro, mas eles insistem em não se desculpar, em jogar a culpa para terceiros ou em negar que algo que está bem diante dos seus olhos esteja acontecendo. Vai dar merda.

E vai ser ruim para todos nós. Não sei quando, quanto ou como, mas coisa boa não vem por aí. Não consigo vislumbrar nada que resolva a atual situação. Assuma quem assuma, façam o que façam, chegamos a um ponto de escaralhamento irreversível. O Brasil entrou em coma, pois foi parasitado até a exaustão em uma sequência de erros que geraram uma “tempestade perfeita”. As estruturas do prédio estão comprometidas, é uma questão de tempo até ele ruir, e, quando isso acontecer, muitos de nós podem não se salvar.

O Brasil como essa nova geração o conhecia, (falsamente) próspero e estável, acabou. Quero só ver o povo se adequar. Quero só ver neguinho entender que não pode mais trocar de telefone celular de seis em seis meses. Quero só ver esse povo vira-lata que confunde o ser com o ter aprender a dar um passo atrás, reduzir seu nível de vida e apertar o cinto. Muitos não vão conseguir e vão se foder terrivelmente. E os que conseguirem, ficarão frustrados, pois até então a alegria do brasileiro estava sendo pautada no consumo. Me dê um bom livro e meu cérebro solta fogos de artifício, mas o brasileiro médio não. Ou vai virar superendividado ou um frustrado infeliz.

E todas as dívidas contraídas na ilusão próspera da Mãe Dilma (algumas inclusive em dólar) vão continuar batendo à porta. Apertem os cintos, dias difíceis nos esperam e o brasileiro médio não vai conseguir fazer essa transição com dignidade. O poder de adaptação ridículo de quem vive a vida em inércia, sempre do mesmo jeito, será mais necessário do que nunca. Poucos sobreviverão com dignidade. Continuarão agarrados aos velhos valores de buscar felicidade consumindo e tentarão negar desesperadamente a grande crise que começamos a viver, até que seja tarde demais.

Um conselho: se alguém puder sair do país, a hora é essa.

Para passar o sábado deprimido depois do que leu, para ficar com raiva e desferir ataques pessoais no intuito de me desacreditar ou ainda para não se importar por se foder por achar bem feito que o povo que votou no PT se foda: sally@desfavor.com

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Comments (28)

  • Alem do horizonte deve ter
    Um lugar terrivel pra viver sem paz

    Neste primeiro ano, nunca os vi tao coerentemente apocalipticos. Deu medo!

    Sobre o investimento: Realmente, o Tesouro Direto é a melhor opção. Mas, o Somir deu uma ideia “massa” que eu ja tinha lido num blog que trata de teorias da conspiracao.
    Vou começar a comprar ouro. Obrigado por relembrar.

  • Outro dia li uma reportagem em que o pessoal pobre do RJ sentava o pau na Dilma. Diziam que tinha sido muito bom, mas que agora estava muito difícil, que tudo no mercado está 3x mais caro.
    Se até o povão já conseguiu entender isso… fuja quem puder.

  • “Aí passou a impressão que o resto do mundo estava fazendo uma merda colossal (mais sobre isso depois) e o Brasil estava se fortalecendo”.

    Nosso setor bancário passou praticamente incólume à crise por conta do pouco envolvimento com atividades de risco e baixa alavancagem, altíssima concentração no setor (BB, Caixa, Bradesco, Itaú praticamente dominando tudo, e o BC forçando a barra para que outros bancos com problemas sejam adquiridos pelos grandes, Silvio Santos que o diga) e políticas monetárias prudentes, com normas e práticas de supervisão pra lá de conservadoras. Logo, não foi mesmo questão de força. Pelo contrário, foi o fato de nunca terem deixado o setor bancário ser tão sofisticado que o salvou (Anyella pode explicar isso bem melhor do que eu).

    Mas o salvou por não ter adotado as causas que diretamente afetaram outros países. Das causas indiretas não teremos salvação, pois ainda dependeremos muito e por muito tempo do capital externo para financiar, por exemplo, a expansão e modernização de nossa infraestrutura. Nisso, se a bolha de 12 trilhões de que Somir falou estourar, adeus linhas de crédito fáceis no exterior…

    E quando estourar, poderemos chegar a numa nova década perdida, tanto que o PT processou (e perdeu) quem previu esse estouro, na época da reeleição…

    • Suellen, isso que você colocou é o óbvio. Aqui a preocupação com os eventuais efeitos de quebras bancárias é tão grande que se prima pelo conservadorismo nesse campo.

      O problema é que a economia brasileira, como já foi falado aqui uma série de vezes, é calcada principalmente nas commodities, em especial da área agropecuária e do extrativismo. Agregar valor a tais produtos e ter boa rentabilidade (salvo na produção em escala) é bem mais difícil do que aparenta. Não obstante, nossa logística é um problema adicional, dado que por um lado se tem uma infra-estrutura precária e por outro (nos lugares onde a infra-estrutura é minimamente razoável) há um estrangulamento decorrente dos altos custos de “pedágio” e da dificuldade no acesso a alternativas ao transporte rodoviário (salvo na região norte do país, dependente quase que exclusivamente do transporte aquaviário).

      Mais uma vez, a política adotada para tentar contornar os nossos problemas crônicos foi uma política de improviso. Se fomentou “grandes obras” na área de construção civil e se alavancou o acesso a crédito “a perder de vista” para a população. Num primeiro momento, ficou a aparência de que estava tudo bem e que estava tudo certo, mas agora ficou claro que a “exuberância” da década passada na verdade era mais um “voo de galinha”.

      O modelo político-econômico adotado nesse ciclo de 20 anos chegou ao seu limite, sendo que devemos lidar com um cenário entre a estagflação e a recessão e com um índice de desemprego ascendente, sendo grande a possibilidade de que as pessoas na base da pirâmide social tenham de subsistir de eventuais subempregos pra garantir a sua sobrevivência.

      • Limitei-me à causa financeira da crise. Voce acha obvio que não só o dinheiro publico mas também o dinheiro de seus investimentos sejam revertidos diretamente para a compra de instituições pequenas e medias para lucro das maiores, mesmo aparentemente seguras em um banco privado? Eu não, acho isso crime e desvirtuamento de instituições como a Caixa, que ficou varias vezes com creditos podres na casa dos bilhoes.

        De resto, sua análise também passa longe de ser novidade. Faltou falar por exemplo da janela demografica que perdemos nesses quase vinte anos, por exemplo. Outra coisa que faltou dizer foi trabalhar em cima da criação de fatores que nos permitissem começar a diversificar efetivamente nossa economia, tais com sempre fez Israel desde sempre a fundo perdido, mesmo quando estava numa pindaíba pior do que a nossa. Ou, para ficar em três coisas, uma administração federal com 200 mil cargos comissionados e 40 ministérios, algo que o próprio Lula já sinalizou repensar para 2018 a empresários.

        Enfim, sair do obvio seria escrever muito mais do que os autores do blog, e o objetivo não é esse. Afinal, já bastou um vagabundo de ribeirão preto ter feito isso aqui por muito tempo.

        • Perfeitas as duas análises da minha amiga Suellen…

          Sobre dizer que a crise teve mais correlação com investimento em setor primário e produto acabado do que com especulação, dinheiro virtual e (des)controle financeiro é não ter noção nenhuma de economia. Senhor Consultor, está precisando ler uns livros mais recentes.

          Estados Unidos passaram por uma crise por causa de descontrole com financiamentos pessoais garantidos por imóveis. Brasil se salvou por obrigar os grandes bancos privados a adaptarem-se a Basiléia e por deixar que os grandes (bancos) públicos se livrassem de carteiras podres vendendo para “instituições” financeiras sem expressão. Dinheiro virtual.

          Assim como as grandes guerras de hoje, as grandes crises não se passam mais no plano real, sem trocadilhos.

          O que preocupa é essa falta de investimento em qualquer coisa que demore mais de quatro anos para ficar pronta. Estamos ficando para trás, estamos sendo ultrapassados por outros países (México passou em produção de automóveis mês passado) e só segurar o mercado financeiro para injetar dinheiro na economia não vai funcionar eternamente.

  • Sally, você usou a palavra exata que simboliza o Brasil neste momento: DESESPERANÇA.
    Quem perdeu a esperança, perdeu tudo.
    Como disse o Zé Simão, “Elite branca é o Ministério da Dilma.” As pessoas engoliram esse maniqueísmo de elite má X povo sofrido por mais de uma década. A estratégia não está colando mais. Há, em todo o país, um despertar no sentido de que é o povo X governo. E insistir em continuar fomentando o ódio de uma gente que já perdeu a esperança é tragédia anunciada.

    E o governo alimenta o ódio do povo com a estratégia de tirar a legitimidade de quem protesta, rotulando-os de “elite branca”, “nunca pegou em panela”, “burros”, “precisam estudar História”

    Mais uma vez: Desesperança é o fim da linha. É ter perdido tudo.

    E sem a válvula de escape do consumismo desenfreado pra aplacar o nosso vazio, a ferida aberta vai aparecer.

    E sabemos que as pessoas mais perigosas são sempre aquelas que não tem nada a perder…

    Sou do time que não pode sair do país. Ficarei no barco até o fim.

    Mas quem sabe não haverá tempestade? Quem sabe o tempo melhore?

    Que tudo isso seja um exagero.
    Que vocês estejam errados.
    Que os dias melhores cheguem logo.
    Que os deuses ou os demônios (aceitamos qualquer anjo, caído ou não!) olhem por nós.
    Oremos.

    • Eu já sou do time que já teve remotas, porém muito interessantes, chances de conseguir ter saído – só não lamento tanto porque não sei se saberia da importância de no exterior me manter, com fontes como a RID…

      Coincidentemente eu vinha lendo principalmente por aqui e aqui sobre esta sensacionalmente educativa “categoria : os idiotas venceram” – imaginem como estou ainda mais “orgulhosamente com raiva”… o.O -_-

    • Eu também gostaria de saber, já que pretendo finalmente (completei 1 ano nesse meu primeiro emprego no mês passado) tentar “me cercar” neste sentido – pouco após minhas primeiras férias (junho / julho)…

    • Imóvel é mico na mão. Poupança não cobre nem o da inflação e Colchão é ainda pior. Títulos do Tesouro Americano são uma boa opção.

      • Imóvel só é mico na mão pra quem compra apartamento lançamento de construtora…

        Terrenos (NÃO LOTEAMENTOS, TERRENOS!!!) em locais estratégicos ainda são uma mina de ouro. A subjetividade de encarar as variáveis de maneira objetiva é que fazem a diferença ao investir em um imóvel.

    • Poupança não cobre nem o da inflação. Imóvel é mico na mão e colchão… Piorou!
      Recomendo que caso você tenha uma boa quantidade de recursos pra investir, que você dê preferência a títulos do tesouro americano, com rendimento em dólar.

      E Sally, você que fala tanto de sair do país e se mudar pra fora, por que não saiu ainda? Toma atitude!

    • Qualificação para se estabelecer no exterior. Se não der na sua geração, aposte na próxima. A minha geração já era. Não tenho para onde escapar.

      • Qualificação para se estabelecer no exterior.

        Aqui ainda “está conceitual”, por mais que eu queira…seria ótimo !

    • Tudo que não dependa (demais) de “valores virtuais”. Comprar dívida alheia (títulos) e ação especulada nem a pau. Não cheguei no ponto de comprar ouro, mas já estou muito tentado.

      Em momentos de crises pesadas, o ideal é dar lastro para o seu capital, torná-lo mais palpável. Dinheiro baseado em bens de alta procura e valor estável.

      Mas nesse momento ainda dá para brincar de especulação cambial e comprar títulos de economias mais estáveis.

      • Só um cuidado: Invista individualmente. Isso porque o FGC só paga por um CPF ou um CNPJ. Já vi casos em que várias pessoas investiram em clube de investimento ou por meio de uma empresa ou associação, e aí foi pago um unico seguro, no valor de 250 mil…

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