Taí um texto que eu não escreveria se não fosse o anonimato. É muito fácil que a pessoa tenha uma impressão errada lendo. Muitos terão. Observem eu não me importar… Tem um sentimento que me ronda faz muitos anos: ninguém faz tão bem feito como eu faço e isso é um forte fator de estresse na minha vida.

Não me refiro apenas a meu trabalho, me refiro a qualquer coisa que esteja ao alcance da minha mão fazer e que eu deseje fazer bem feito. Coisas prosaicas eu realmente não me esforço. Não entendo, por exemplo, quem tira onda por dirigir bem. Eu não dirijo bem nem faço questão, porque sabe… é algo que um motorista de ônibus faz, um taxista faz, um motorista de van faz. Sinceramente, não é algo em que eu deseje investir. Mas nas coisas relevantes, onde eu desejo investir, ninguém faz tão bem feito quanto eu faço.

Pois é, é isso aí. Ninguém faz tão bem feito como eu faço, salvo raríssimas exceções. As pessoas andam tão acomodadas, medíocres e sem garra que chegamos ao ponto de eu saber mais de outra área do que o próprio profissional da outra área. Eu sou foda? Certamente não. Sou superdotada? Pode apostar que não. Apenas arregaço as mangas e estudo, corro atrás. Já escrevi coisas para profissionais de outras áreas, coisas bem específicas, e eles foram aclamados por elas.

Excluindo o fato bizarro de que uma sociedade onde a esforçadinha é a melhor naquela categoria (algo verdadeiramente preocupante), pois nem é esse o enfoque do texto, posso dizer que é uma espécie de “maldição” ninguém fazer melhor do que você. Isso te obriga a fazer uma escolha trágica: você vai se sobrecarregar fazendo tudo aquilo que é importante para que saia bem feito ou vai delegar e se aborrecer horrores por não ter ficado bem feito?

Eu sou o tipo de pessoa que se sobrecarrega. Não por heroísmo, mas por achar que dá ainda mais trabalho e privação de tempo ter que remendar o erro alheio. Acho um engano pensar que delegando se ganha tempo. Não se ganha. Fazendo bem feito se ganha tempo, pois não será necessário refazer nada depois. Fazer uma vez, ainda que com mais detalhes, sempre é mais fácil do que fazer duas vezes.

E, olha, quem lê meus textos técnicos aqui no Desfavor sabe que eu sou muito didática e paciente, falta de explicação não é. Falta de treino, de ensinamento, não é. Se a pessoa faz algo mal feito direcionado a mim, a falha não foi no treinamento nem na comunicação. As pessoas tem um pacto com a mediocridade mesmo. Nem acho que seja falta de esforço, é que nunca tiveram excelência exigida, então simplesmente não sabem dar. Acham que algo meramente funcional já está ótimo. Não está, é uma merda. Se pode ser melhor tem que ser melhor.

Sim, existe uma outra opção: pactuar com a mediocridade. Delegar, deixar a pessoa do seu jeito meio mal feito e assinar embaixo, endossando um trabalho meia bomba. Esse definitivamente eu não consigo, até porque, trabalho cagado afeta na minha produtividade, no meu bom nome e no meu salário. Ninguém vai ficar no meu caminho no que diz respeito ao meu crescimento profissional, nem que eu tenha que fazer tudo sozinha. Hoje eu não pactuo com mediocridade e por isso sou julgada diariamente e me arrebento sozinha.

Por isso fico tão fascinada quando encontro no meio da multidão gente que, em uma exceção à regra, faz tão bem feito quanto eu, ou até melhor. Daí surge, como desdobramento natural, essa busca incessante por trabalhar com pessoas que fazem tão bem feito como eu ou ainda melhor. Eu não cismo de trabalhar com tal pessoa, tal marca ou tal coisa à toa, por capricho. Tem uma explicação e após muito refletir, a encontrei. O motivo não é apenas por ser um alívio não ter que trabalhar por três, por quatro ou por cinco como também por vislumbrar uma possibilidade rara de um desafio intelectual que me obrigue a render mais.

A gente não gosta de admitir, por pura vaidade, mas corremos com a manada. Não importa quão especial você se ache, corremos com a manada. E quando a manada é lenta, por mais que você seja o mais veloz do grupo, ainda corre com a manada. Se correr ao lado de uma manada mais rápida, você se tornará mais rápido. Essa percepção foi o que me fez desgostar de cargos públicos. Eles te emburrecem, a manada é lenta, mesmo que capacitada para correr muito rápido, eles apenas trotam.

Cerque-se de um trabalho medíocre, com gente medíocre, e você vai acabar correndo no ritmo deles. Pode até ser o mais rápido deles, mas você vai estar em uma manada lenta. Para aprimoramento pessoal tem que almejar correr junto com a manada mais rápida da região. Sem contar o alívio de não precisar fazer mais nada além do seu próprio trabalho (experiência que, diga-se de passagem nunca tive na vida mas estou louca para ter). Tem também o aprendizado de beber de fontes bacanas todos os dias.

Só que, infelizmente, são poucas as manadas rápidas. A regra é correr com a manada medíocre. As próprias manadas rápidas filtram muito, até demais, quem as integra. Não os culpo, eu faço o mesmo aqui no Desfavor. Quem não corre muito rápido não corre ao nosso lado. É para o bem da própria manada. Isso cria uma série de corredores muito bem preparados subaproveitados, que não são absorvidos pelas manadas mais rápidas e, por consequência, um sentimento de frustração que te convida diariamente a se acomodar, a se tornar um medíocre e ficar em uma manada lenta. Além de ser mais fácil, aplaca a sensação de derrota de não estar na manada que você queria: “prefiro aqui, me desgasto menos”.

Mentira. Um corredor rápido em uma manada lenta não se desgasta menos, ele se desgasta mais. Seja por fazer o trabalho dos outros, seja por sentir, em qualquer nível, seu potencial subestimado e subaproveitado. É uma balela no melhor estilo “as uvas estavam verdes”. Eu não consigo mais pactuar com isso e me acomodar com menos do que meu intelecto realmente merece de desafio e reconhecimento. Vou morrer lutando para me cercar de pessoas que façam tão bem quanto ou melhor do que eu em tudo nessa vida: profissão, relacionamentos, etc.

Mas, a dolorosa verdade é que as pessoas tem um ganho secundário em se cercarem de gente que “não faz melhor do que eu”. Primeiro que é tudo do seu jeito, pois você é quem faz melhor. Segundo que suas qualidades se sobressaem. Você parece mais magra se tira uma foto com uma amiga gorda. Você precisa de menos para ser inteligente se interage com uma pessoa burra. É medíocre, mas é verdadeiro. É a base fundamental de todos os Memes, onde rimos de quem é pior do que nós como forma de celebrar nossa superioridade inconscientemente.

Então, este texto não é só para desabafar a minha fodência (sofrência é pouco, não define) típica de qualquer fase de transição da vida (crescer dói), é também para te alertar: não se acomode, não corra com a manada medíocre. Busque sempre se cercar de gente que faz igual ou melhor do que você, não importa quão tentador seja eventualmente se encostar em uns medíocres para parecer mais bacana do que é sem esforço.

É uma armadilha tentadora, eu mesma já caí nela várias vezes. Queira ser melhor, e para isso, comece na escolha do seu entorno. Lembre-se: mesmo sendo o mais rápido da manada, você ainda será um medíocre se estiver em uma manada de medíocres.

Não se culpe por ninguém fazer melhor do que você. Isso é motivo de orgulho se você de fato faz bem feito (e de tratamento se for um megalomaníaco). Chega de se desculpar por ser bom, de ser hostilizado por ser bom. Se você está em um grupo onde ninguém faz melhor do que você, sai fora. E se você faz melhor do que eu, me chame para trabalhar com você.

Para dizer que você faz melhor do que todo mundo, para dizer que todo mundo faz melhor do que você ou ainda para dizer que você é gente que não faz: sally@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Etiquetas: , ,

Comments (47)

  • O foda é quando vc faz bem, sua chefe percebe e aí vc tem que começar a fazer dos outros também. Isso define minha carreira. Tô cansada.

  • Nao se trataria disso. É aquela coisa do bem e do mal.

    Posso resumir assim: a piedade, por exemplo, por muitos anos tem sido encarada como virtude, mas ha quem diga que é orgulho velado. Autoafirmacao de alguma superioridade sobre o desventurado. Voces falaram sobre isso, achar-se impopular para sentir-s superior ao BM. E incentivaram a ter cautela e encontrar o ponto de equilibrio.

    Ser pacifico, nao enfrentar o adversario, é aclamado como virtude, embora, depois de uma analise profunda, nota-se a nua covardia.

    Morrer pela fé, isto tambem é uma virtude crista, mas sob suas capas, ha a pura incompetencia de lutar pela vida e o fanatismo.

    Provavelmente, voce percebeu mais ou menos que, em se tratando de “qualidades espirituais”, nem tudo o que parece é; na maioria das vezes, quando se arranca a roupa da virtude com senso critico e exame profundo e imparcial, livre de amarras judaico-cristas, ela se revela completamente oposta ao que écomumente se apresenta.

    Pesquisando este tema, com o seu estilo profundo, incisivo, cru, mas ao mesmo tempo simples e bem humorado, vai render muita reflexao e polemica dos dos impopulares.

  • Boa sugestao esta de selecionar pessoas que sabem fazer melhor que eu. Assim, eu evoluo incessantemente e me supero.

    Daí se vê que a inveja (admirar, querer ser igual ou melhor) pode ser positiva.

    Por falar nisso, Sally, ja pensou em dissertar sobre a inversao de virtudes? É algo revelador e interessante de se ler por aqui.

  • Off: Sally, está sabendo da confusão que anda acontecendo aqui em Curitiba? Bom, sempre a mesma história: governo não paga os professores, eles entram em greve e vão lá protestar. A questão é que a polícia está lá no centro cívico em confronto com os manifestantes, bombas de gás lacrimogênio, pessoas que nem tem nada a ver com o caso sendo feridas, etc etc. A coisa está tão tensa que até o trânsito, incluindo algumas linhas de ônibus, foi modificado em função disso, já que nem tem como trafegar por lá. Mais ainda: como se não bastasse a polícia na rua, ainda houve contratação pra atirarem na galera lá mirando do alto dos prédios, fora helicópteros passando e jogando bomba na praça! ABSURDO! Pra isso o Beto Richa tem dinheiro, né? Mas pra pagar os professores, não!

      • Eu estive lá perto presenciando tudo por um breve tempo, realmente estava macabro: muitas velhinas lá, professores não só do estado, mas federais e municipais também, correndo pra lá e pra cá na praça em frente ao palácio do ministério, da polícia e eles atirando e jogando bomba sem dó, sendo que só queriam protestar passivamente.
        E meu colega que ficou lá mais tempo acabou ficando ferido na perna. Outros absurdos: Polícia que se recusou a fazer fecho lá foi presa, e um pittbull da polícia mordeu um cinegrafista da tv enquanto estavam gravando ao vivo, parece que tá rolando esse vídeo no youtube.
        Dá pra fazer um desfavor convidado se bobear…

  • Na escola um professor pediu pra cada aluno fazer uma maquete. Eu fiz uma torre Eiffel de palito de sorvete, o resto fez casinha de papelão. Pouco tempo depois, na feira de ciências, eu fiz um trabalho sobre ofídios e levei cobras de verdade, que eu mesmo capturei no mato. Os outros fizeram aquelas experiências de sempre, mais simplórias. Resultado: a classe inteira sem falar comigo.

    No serviço militar eu e mais dois recrutas fomos os únicos a cavar uma trincheira com as mãos e a baioneta em alguns poucos minutos. O restante nem se esforçou ao tentar. Resultado: tentaram pegar a gente de porrada no banheiro.

    Na faculdade, na pós e no mestrado eu fiz parte da pequena manada que assistia às aulas de sexta a noite até o final, forçando os professores a não faltar. Resultado: os outros alunos vinham pedir para que faltássemos e, diante da negativa, caridosamente viraram a cara para o nosso grupo.

    Disso tudo eu concluí que o “errado” da história sou eu, então optei por trabalhar sozinho. Já tentei ter estagiário, já tentei contratar mais advogado, mas não rola. Passado aquele gás inicial de funcionário novo, a mediocridade brota. Fora que, sim, cansa refazer trabalho alheio. Cansa ao ponto de fazer valer o velho “antes só que mal acompanhado”.

    • De que adianta trabalhar sozinho se os juízes, mp, desembargadores e cia pactuam com a mediocridade? Advogados dependem deles…

  • Innen Wahrheit

    Oi Sally.

    Tive uma amiga dos tempos da faculdade com quem costumava conversar sobre assuntos como este. Hoje apenas agradeço pelo texto e pela boa lembrança que ele me proporcionou.

  • Bruna K. de Souza

    Eu ainda sou estudante e sempre peço pra fazer os trabalhos sozinha. Quando me perguntam o motivo, digo que não quero ter que fazer a parte de ninguém, por isso prefiro fazer todas as partes sozinha.
    A turma me acha arrogante, sim ou claro?

    • O problema é que essa postura no mercado de trabalho queima. Ninguémquer gente que não saiba “trabalhar em grupo”

      • Trabalhar em equipe…ah, o maldito “trabalho de equipe” que as empresas tanto cobram. Querem que você saiba trabalhar em equipe, senão não rola. Já tive de lidar com função em grupo, e digo: por esses dizeres, eles querem que de vez em quando (ou sempre) você tenha a capacidade de trabalhar PELA equipe. O preço elevado de correr em uma manada medíocre. Não por menos agarrei a primeira oportunidade de trabalhar num setor sem colegas ao redor, onde sei que faço muito bem meu trabalho, para me livrar da manada que acomoda e ancora meu desempenho. Até porque, se você corre muito rápido, a manada medíocre te hostiliza por não conseguir te acompanhar. E no setor onde trabalhava, não era uma opção muito legal tentar fazer tudo sozinho: você vai ter um AVC e não vai dar conta do recado…

  • Esse texto me aliviou um pouco a consciência. Não acho que eu seja realmente muito boa em algo. Mas gosto de ter como amigos pessoas que considero mais inteligentes e melhores que eu. É como se me inspirassem. Me despertem o desejo de “correr junto deles” ou o mais próximo possível.
    Aqui na RID eu me sinto atrás de todos, mas nada me impede de tentar acompanhar.

  • Sally, hoje me senti impelido a comentar, afinal você resumiu tão bem tudo o que acontece nesse aspecto da minha vida.

    Uma das coisas que mais percebo todos os dias, e que vi no texto que não sou o único, é cair na tentação da manada medíocre, sempre caio nessa armadilha, desde meu colegial, até hoje na faculdade, entretanto sair das armadilhas é um tanto difícil, agora tenho que sair da armadilha que estou para passar na estadual (pertinho do Somir), entretanto é difícil quando uma sala inteira, com quase cem pessoas, me olha apresentando o trabalho e querendo que eu escorregue, para poder tripudiar, e quando eu faço o que os benditos professores pedem, sigo os malditos livros e na apresentação um “querido” do grupo fala merda, fazendo todo seu esforço ir pro lixo.

    Mas o pior é quando a professora não cita entre os melhores meu grupo por que eu não concordei com ela (Sério, tem como ter uma coesão na área de humanas? Tudo é tão inconclusivo que não existe como apresentar um trabalho decente), e tudo isso me faz pensar: pra que eu me esforço? Esses idiotas acham que tudo vai ser tão fácil, ter um diploma vai abrir portas, independente de saber qualquer coisa…

    Eu quero tanto ir para a faculdade pública, mas to com uma sensação danada que vou quebrar a cara e achar um bando de idiotas ainda piores que os da particular: aqueles que acham que são inteligentes única e exclusivamente por ter feito um ano de cursinho e entrado na pública.

    Mas aqui no Desfavor eu posso ter certeza que não sou o único nessa vida, e que tenho que ser o melhor dos melhores, e não o melhor dos piores, para que, um dia eu possa realizar todos os meus sonhos (e minhas “frescuras”, óbvio), e ser a pessoa que eu sempre sonhei.

    Desculpa o “textão”, mas tava precisando desabafar, e nada melhor que o Desfavor para isso.

    • A ideia do Desfavor é justamente essa: reunir pessoas que, por um motivo ou por outro, destoam, para que não se sintam tão sozinhas.

  • É muito foda isso, porque a gente acaba se sobrecarregando mesmo. Tenho muita dificuldade em delegar. Tinha 2 assistentes quando entrei no meu atual emprego há 5 anos, fui contratada para gerenciar a equipe e tal. Veio a crise, corte de pessoal, hoje a equipe sou eu. E quando peço para contratarem alguém para minha “equipe”, meu diretor acha que não precisa, já que eu dou conta de tudo mesmo, eu que me foda.

  • Super me identifiquei com o texto. Tenho problemas em delegar coisas justamente por achar que não será tão bem feito como se eu fosse feito por mim. Me fodo sempre, ficando atolada de trabalho mas pelo menos não tenho que refazer uma coisa que deleguei e foi mal feita.

    Já dizia a minha avó: “Quem manda melhor faz.”

    • O foda em delegar é que a cobrança por resultados continua a mesma. Se não for bem feito, é na nossa bunda que a trolha entra!

  • “Se todo mundo faz, qualquer um faz. Se qualquer um faz, por que precisariam de você (ou, pra quê você serve?”
    Sim, sofro do mesmo mal. Mas, se é para fazer, que faça sempre bem feito.

  • Sempre tive esse sentimento nos trabalhos de faculdade, no MBA então nem se fala, tranquei o MBA porque não ia conseguir fazer o trabalho final, e meu grupo estava deixando tudo, empurrando com a barriga.
    Se é pra fazer mal feito não faço

    No trabalho tenho um problema, porque tenho pessoas que trabalham muito bem e posso confiar, e tenho pessoas meia boca, ai acabo sobrecarregando quem trabalha bem, e “recompensando” ( por ficar com menos carga de trabalho) quem trabalha mal…

  • Isso é normal até nas mínimas coisas.Se algum profissional vai na tua casa e vc não fica em cima ele faz cagada.No pais do PT e no mundo zoado por coisas semelhantes ao PT, religião etc é natural os cérebros não se desenvolverem e alguém inteligente se chocar demais com a massa burra.

  • Uai, Sally… não entendi o porquê de precisar de anonimato para escrever um texto como o de hoje. Não ofende ninguém. Não é polêmico. Não geraria processos. Não seria supercriticado nas redes sociais como o do lado negro da gravidez. E diz o óbvio: todos nós leitores sabemos o quão inteligente e esforçada você é. Escrever um blog diário com temas diversificados todos os dias exige muita dedicação. Você escreve sobre todos os temas com profundidade, comprometimento e sempre é capaz de encontrar algo muito interessante. E de graça!!!

    Ninguém faz tão bem feito quanto você faz. Ponto.

    PS: Essa pessoa que você encontrou é o Somir mesmo, ou é alguém do grupo de amigos da Melly?

    • Passa uma ideia arrogante que ofenderia violentamente a maior parte das pessoas. Não dá para falar de cara limpa que ninguém faz tão bem feito quanto eu.

      Conheço várias pessoas que fazem bem feito como eu, mas infelizmente até agora não trabalhei com nenhuma delas.

      • Acho que você está enganada. Não é possível que se sintam violentados por tão pouco.

        Que povo mala. Eu não me ofenderia se uma pessoa que eu conhecesse o nome e o rosto escrevesse esse texto. Até porque, é o ponto de vista dela. Se um colega de profissão escrevesse um texto se declarando melhor que todo mundo no trabalho, inclusive eu, não me ofenderia. Pra quê? Muito chato isso de se ofender por tudo.

  • Não acho que eu faça melhor que as demais pessoas, mas faço o melhor que posso.

    Admito que meu primeiro pensamento é ficar livre logo do trabalho, mas enquanto faço a consciência pesa e eu começo a mergulhar de cabeça naquilo para ser o melhor que posso oferecer naquele momento. Assim consegui clientes que me indicaram para outros e aos poucos vou crescendo na minha área ;)

    PS: Sempre ficava em panico quando tinha trabalho em grupo/dupla na escola e faculdade, pois eu sempre fazia minha parte e os demais SEMPRE me deixavam na mão e chegou ao ponto em que eu fazia tudo e foda-se.

      • Eu também, Sally… Eu também…

        Não sou de delegar, porque não consigo confiar que vão conseguir dar conta do recado sem fazer cagada. Tive experiências desagradáveis e já vi nego do meu lado se embananar até com coisas simples. Aí eu dou um suspiro resignado e me vêm à cabeça aquele velho clichê do “se quer algo bem feito, faça você mesmo”.

        Outra coisa: em praticamente todas as vezes em que fui “líder” na vida, sempre foi por um desses dois tipos de aclamação: 1) um professor ou um superior hierárquico me escolhia porque viam que eu me esforçava; ou 2) porque os outros da equipe tiravam o corpo fora pra não terem que se responsabilizar. Por isso, muitas vezes eu me senti como naquela gag clássica de desenho animado: alguém pede que um “voluntário” dê um passo à frente pra fazer algo que ninguém quer e todos menos um recuam juntos de forma a só sobrar o desavisado que vai ter que segurar o rojão sozinho… O pior é que eu mesmo nunca manifestei vontade de liderar nada e nem sequer tenho o perfil.

        Sei que eu, nem de longe, posso me considerar o fodão em alguma coisa. Como a Bel disse no comentário dela aí em cima, “não acho que eu faça melhor que as demais pessoas, mas faço o melhor que posso”. E mais: sei que ainda tenho muito o que aprender e que esse aprendizado vai levar a vida toda… Por outro lado, fui ensinado desde cedo pelos meus pais a ter gosto pela tarefa bem-feita e procuro ter como mantra “se for pra fazer mal-feito, nem faça.”.

    • Também odiava fazer trabalhos em grupo por isso, viu? Eu, sempre perfeccionista e detalhista em tudo, acabava me passando por chato e rabugento diante dos outros…

  • Isso depende muito do entorno.
    Aqui onde trabalho por exemplo, tenho que ter muito cuidado em mostrar “demais” minhas capacidades!! Pois isso gera inveja (não gosto dessa palavra), gera raiva e rapidamente o grupo dos medíocres querem fuder com você e encontrar uma maneira de vc sumir.

    Outra coisa é a questão de aprender. Adoro aprender e adoro ensinar o que aprendi. Porém, há pessoas que não gostam de ensinar por insegurança e medo de perder o lugar e não gosta de que vc se ofereça a ensinar porque se sente diminuído e enxerga essa atitude como um gesto de mostrar soberania e arrogância.

    Ah! o ser humano!!! Cansa!!!

    Confesso que sou ingênua muitas vezes porque tento ensinar com minhas experiências pensando que os outros possuem o mesmo nível de humildade em aprender. E procuro perguntar sobre o que não sei acreditando que as pessoas estão tão disponíveis em ensinar como eu.

    Tenho uma forma de trabalhar e uma visão prática das coisas mas infelizmente o que mais cresce ainda, na minha àrea (finanças) é o puxa saco e o indicado, o que me deixa inúmeras vezes bastante frustrada…

      • Eu NUNCA MAIS perco tempo tentando ensinar quem nao tem capacidade ou vocação. A ultima vez que recrutei alguem pra minha equipe analisei pessoalmente 200 curriculos e fiz 10 entrevistas pra escolher 1 candidato, que se revelou uma excelente aposta. E na minha area voce é obrigado a delegar, por que uma das tarefas de pesquisador academico é formação de recursos humanos. E não dá pra aprender pelos outros, né? Paulo Freire feelings.

      • Se eu pudesse escolher a quem ensinar e a quem pedir ajuda… seria o paraíso.
        Grandes empresas… manda quem pode e obedece quem tem juízo.
        Eu to estudando um quarto idioma… pra ver se mudando o habitat a coisa muda.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: