Texto é coisa do passado. Texto já era. A nova mídia é composta por imagens, preferencialmente vídeos. Texto anda tão em baixa que está sendo tratado até de forma pejorativa nas redes sociais: “textão”, como se escrever um texto longo (e para essa gente, logo é acima de 140 caracteres) fosse um demérito. O texto está em baixa. Nós estamos em baixa.

Desponta uma geração com a concentração de um peixinho dourado, graças às dezenas de estímulos às quais são submetidos diariamente. Uma geração que nasceu com uma tela touch na frente dos olhos desde a mais tenra idade, fruto de pais irresponsáveis que não sabem os danos (já comprovados!) que isso causa aos filhos e em troca de alguns minutos de silêncio delegam a tarefa indelegável de brincar e distrair a criança a um eletrônico.

Essa geração sem foco, sem atenção e sem senso crítico, precisaria mais do que qualquer outra ler textos interessantes. É sempre bom exercitar nossos pontos fracos, é isso o que nos torna melhor. Ninguém precisa se aprimorar naquilo que já faz muito bem feito. Mas os medíocres preferem repetir aquilo que fazem bem feito à exaustão para acalmar seus egos do que se enveredar pelo árduo caminho de exercitar seus pontos fracos. Daí a paixão pelos vídeos.

Um vídeo não demanda tanto da sua atenção quanto um texto, tanto é que pode ser visto enquanto se executam várias tarefas em paralelo. Um vídeo é fácil, rápido e não exige concentração (e raramente inteligência). Um vídeo é um texto contado, tal qual nossos pais faziam conosco quando éramos pequenos antes de dormir. Isto é, os pais presentes, porque tem uns aí que nem presentes em casa estavam quando o filho ia para a cama.

Tal qual crianças, os adultos parecem estar querendo que lhes contem as coisas: histórias, notícias e até mesmo opiniões prontas às quais possam aderir. Ler parece ser perda de tempo. Ler é mais difícil, muitos, mas muitos mesmo, não conseguem ler um texto do Desfavor inteiro, pois os neurônios não alcançam e a concentração de uma ameba impede que fiquem dez minutos totalmente dedicados a uma única coisa. Triste.

A saída dos medíocres em situações onde simplesmente não conseguem é sempre a mesma: desvalorizar. “Lá vem ela escrevendo textão”. É ruim um texto ser quatro páginas? Filho, como você se formou na faculdade? Eu para me formar tive que ler muito mais de quatro páginas, muito mais de quatro mil páginas. Sabe, que tipo de profissional você é que resiste a textos longos? Um bom profissional, de qualquer área, precisa estar constantemente lendo livros e mais livros inteiros. Estudos científicos em outros idiomas, revistas especializadas e tantas outras fontes que em muito excedem as inocentes quatro páginas do Desfavor.

Que tipo de profissionais essas pessoas são? Profissionais de merda. Profissional que não lê livro é um profissional de merda, desculpa a sinceridade. Livro não é plus, livro não é luxo, não é opcional. Sim, existem coisas que só se aprendem na prática, mas existem coisas que também só se aprendem nos livros. Quem não lê é um medíocre e mau profissional.

Por muitas vezes ao longo desses seis, quase sete anos, tive rompantes de “chega dessa merda, vamos ganhar dinheiro com o Desfavor, quero fazer o que eu gosto como ganha-pão”. Somir, muito paciente comigo, sempre repete a mesma coisa: para ganhar dinheiro, a mídia da vez é o vídeo. E, segundo ele, eu venderia muito bem em vídeo, seria só querer. Infelizmente o que eu gosto de fazer é escrever. Infelizmente minha cachaça é ficar atrás da câmera e não na frente dela. Infelizmente não entendo essa egolatria de estar se mostrando, se fotografando, editando as próprias fotos, esse brilho no olhar de se ver em um vídeo ou em um meio de comunicação. Quão cagada é a autoestima de uma pessoa que gosta disso? Muito. Chego a nutrir um desprezinho por isso. Estou pobre? Certamente. Mas essa sou eu, eterna otária.

Então, vejamos: eu, pessoa que lê, pessoa que se esforça, pessoa que estuda, estou aqui na minha e não jogo pedras em quem se sustenta na base de foto no Instagram, sem maiores conteúdos. Mas não, vem os medíocres jogar pedras em quem estuda. É o poste mijando E cagando no cachorro, não é não? Quem escreve textos longos agora é ridículo: textão. Quem escreve texto longo, e, acreditem, quatro páginas é considerado longo, é um chato que faz textão. Só observo. Em breve quem usar palavras para se comunicar vai ser chato. Qual será o apelido para quem escreve palavras? Palavrão? O lendário texto premonitório do Somir vai se concretizar e as pessoas vão falar só com desenhos.

Não duvido nada que na pressa e mediocridade dessa nova sociedade que se desenha em breve as pessoas estejam “falando” só com emojis e ridicularizando quem escreve frases. Reductio ad absurdum? Pode ser, mas da forma como as coisas vem mudando em pouquíssimo tempo ultimamente, não duvido. Voltaremos aos tempos das cavernas, onde contávamos uma caçada desenhando bonequinhos, lanças e um tigre. Parabéns pela involução. Espero não estar viva para ver.

Sim, é bem verdade que muitas pessoas que decidem escrever um texto “longo” hoje em dia o fazem sem conteúdo: textos para se promover, se vitimizar ou falar achismos sem o menor fundamento. Mas a culpa é das pessoas, não do formato.

É raro encontrar textos bem embasados, onde a pessoa babaca perdeu tempo pesquisando, mastigou o conteúdo e o devolveu de forma palatável e gratuita para o mundo. Mas, no caso, a crítica não tem que ser ao tamanho do texto e sim ao conteúdo vazio com muitas páginas preenchidas. Um texto longo ou um texto com opinião pessoal não devem virar um “textão” automaticamente. A maioria o é, mas poxa, dá licença, ainda tem gente escrevendo bacana.

Essa coisa de “textão” está criando um preconceito babaca contra a escrita, contra a exposição de opiniões e contra a leitura em si. Um desserviço a uma sociedade cada vez menos leitora. Textão é o caralho, eu escrevo TEXTOS e babaca é quem se restringe a 140 caracteres ou apenas a vídeo, pois diversidade enriquece. Textos longos são necessários para aprendizado e aprimoramento pessoal por toda a vida, e quem não consegue encará-los tem um grave problema cognitivo. Não venham meter o malho nos textos para parecerem menos burros. Se você anda lento textão, selecione melhor as suas fontes, e não o formato da mídia. Longa vida aos textos!

Para reclamar que foi um textão, para dizer que bom mesmo é um “textículo” ou ainda para deixar um textão nos comentários: sally@desfavor.com

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Comments (51)

  • Preguiça, comodismo, BMismo…
    Nao consigo entender porque alguem nao gosta de ler.

    Passei a madrugada inteira me atualizando e comentando a maioria dos post’s do Desfavor (estive sem internet) e isto foi muito rico para mim! Na verdade, ganhei a noite. Lamento contar apenas uns sete ou oito textos para alcançar o bonde.

    Textao sim, Sally. Escreva textao. Ler é um barato! Continue nos presenteando com a quintessencia do seu espirito. O maximo que puder, exponha suas ideias, desabafe, instrua, construa…É de pessoas como voce e o Somir que o Brasil precisa. Corajosos, cultos, ousados, indispensaveis.

    Quem reclama do tamanho do texto só tem a perder. E muito.

  • Quantas vidas já tive? Quantos lugares já visitei? …
    Ler sempre será o melhor divertimento. Pelo menos para mim.

  • Ler é a minha cachaça, desde pequeno sou aficionado por leitura. Acho que isso faz parte de quem sou hoje. Não sei como sobreviveria sem o hábito de ler alguma coisa constantemente.

    Acredito que ainda é um dos poucos meios de se absorver boa informação e cultura atualmente. Mas, como tudo que transmite boa informação e cultura hoje em dia, está sendo morto a pauladas pelo populacho ignorante.

  • Aversão a leitura não é exatamente novidade.

    Lembro na época da escola, quando mandavam cada um da turma escolher um livro pra fazer um trabalho sobre ele, a maioria procurava o menor livro possível, com menor número de páginas, pra não ter que ler muito.

    A tecnologia não criou o problema, só piorou o que já era ruim.

  • Putz, eles põem no mesmo saco quem realmente escreve algo decente e quem fala muito sem dizer nada. Ou então já rotulam de arrogante, pseudo-intelectual… Bom, ninguém é de ferro, vez ou outra eu dou umas risadas com um vídeo ou imagem meio sem-noção, não necessariamente virais, mas eu adoro ler, desde Sailor Moon (lado brega) até Assassinato no Expresso do Oriente. Na verdade se não me dissessem que os posts do Desfavor têm 4 páginas, eu nem teria notado.
    Desde criança o único lugar que eu fazia mesmo questão de ir nos passeios ao shopping era (e ainda é) a livraria. Meus pais só faltavam me amarrar pra conseguir me tirar de lá.

    Não, não consigo resumir o que penso em 140 caracteres. Gosto de desenvolver os argumentos, tal qual numa redação.

  • Confesso que rio (ou pelo menos ria…) bastante do “nem li e nem lerei” (sendo que no meme era “ly”, Sally “adoraria”…hahahahaha), entretanto isso era principalmente em fórum / comunidade de MMA do orkut – que ainda tinha rivalidade com outro pessoal e no auge…da resistência ao facebook, daí pude conhecer – e o uso geralmente fazia sentido.

    Minha única vergonha mesmo é de geralmente me duvidar quanto a “estar à altura” daqui logo em algumas das vezes após eu me sentir tão contemplado (RID “Baú da Felicidade”…#sqn, vocês são legítimos !) com os textos.

    Talvez eu ainda escreva “Desfavores Convidados” – aliás, Sally, eu também tive decepções com editoras e conheço um que já decepcionado no mercado literário, de “fama underground” e tudo…

      • Exagerei, minha foi “só” uma mesmo, “básica” : um dos e-mails mais compridos que já digitei, se não me engano, somente com a proposta do livro que eu faria, dentro de uma das raras categorias do exigentíssima linha realista daquele órgão universitário – e para eu tentar ser mais agradável ainda, me referi também ao meu status de aluno na época…não me contataram de NENHUM modo, nem um simples não, NADA…

  • Acho realmente uma pena, o desfavor não dar nenhum retorno financeiro a vocês. Essa semana conheci um site bacana, Patreon. Vi alguns canais que se dão bem com o Patreon, como o canal do otário e o blog do lúcio big.

    Talvez seja uma saída pro desfavor, acho que muita gente colaboraria o publico da RID esta aqui por que gosta muito do site e da forma como você e o somir escrevem os textos de maneira leve e os assuntos abordados também.

    Ops, acho que ultrapassei os 140 caracteres! xD

      • Esse custo é exagerado. Ele computou esse custo para fazer CADA vídeo com ose tivesse que investir em estrutura do zero em cada um deles.

        Fora parte da pesquisa que tem de ser mensurado pelo valor/tempo de cada um.

        Com 50 mil por vídeo, eu faço curta pra ele com personagens animados, todo em cgi pra disputar festivais.

      • Hum, mas sera que não existe alguma forma de vocês tirarem lucro de algum jeito?

        Recentemente resolvi seguir essa linha fiz um pequeno investimento e hoje trabalho por conta própria, no começo não deu lucro, como diriam por aqui “troquei cebolas”, não dava lucro mas pagava as contas.

        Me organizei, planejei, tirei o melhor da minha carreira profissional, experiencia de vida, disseminei a ideia e persisti. O lucro veio depois alguns meses. uni o útil ao agradável, tenho meu rendimento que não e mil maravilhas mas consigo ter uma vida confortável. Ainda tenho muitos objetivos mas profissionalmente, me sinto realizado.

        Talvez tenha algum caminho que vocês possam conciliar, os textos aos videos, com o publico fiel que vocês consolidaram e selecionaram com os anos, pelo que acompanho. Experiencia, curiosidade, criatividade e humor vocês tem de sobra, falta conciliar isso a alguma forma que seja constantemente rentável. Pelo que li ate aqui sei que no daria certo patrocínio de empresas, mas pode ser que a salvação esteja no próprio publico mesmo.

      • Ele praticamente se banca sempre, o Patreon lhe é praticamente um “semi-alívio”, ou menos que isso : bonequinhos da própria loja já deixaram de serem vendidos ou uns no máximos foram sorteados entre os próprios patrões e camisetas – mesmo sendo do setor com “parceria externa” – quase “pelo ralo” também; e as animações, que relativamente o protegiam bem mais…cortadas também.

        • Outra coisa, Sally e Hugo : não eram 10 mil ? Inclusive ele já desafiou os haters a produzirem por bem menos E por mesma ou maior qualidade…

        • O cara tá com mais de 3 mil dólares no patreon só esse mes com pouco menos de 400 doações. confira aí https://www.patreon.com/CanalDoOtario

          eu não considero isso um “semi alívio”. com esse valor ele consegue se virar tranquilamente e ainda sobra uma graninha boa pra ele viver tranquilo fazendo o que ele gosta.

          Não se engane com toda essa vitimizacao que ele faz, marketing puro pra arrecadar mais grana e pelo visto está começando a dar retorno, aliás um bom retorno pq com 3 mil dólares em média por mes da pra fazer melhor. Isso pq ele ainda conta com alguns colunistas em. E sobre os 50 mil tbm não acredito pq tipo ele pode sim ter feito algum investimento inicial mas não creio que tenha passado de dez mil hoje o gasto dele seria somente na elaboração dos vídeos e manutenção do canal. o Custo a que ele se refere na minha opinião é mão de obra, mas quem sou eu pra colocar preco nas coisas dos outros.

          • Pelo visto ainda sou dos que se enganam bastante, apesar de dificilmente (?) – ainda não sabia mensurar nem essa força em relação aos colunistas, por se trtar de equipe para internet…

            Então pelo menos vou especificar meu segundo comentário :

            *aqueles haters

  • Sally, postei algumas vezes textos de vocês no FB e o número de pessoas que se deram o trabalho de ler deu pra contar nos dedos de 1 mão. Eu gosto bastante de ler, mas queria saber escrever melhor. Sinto dificuldade em organizar as ideias e transmití-las no papel. Talvez seja falta de prática. As redes realmente nos deixam mal acostumados.

    E textão pra mim sempre foi sinonimo de “desabafo”, então achava normal que debochassem de um texto que (na minha imaginação) eram aqueles com argumentos rasos, superficiais. O que obviamente não é o caso da RID.

  • Essa imagem que ilustra a postagem me remete a um sebo na praça da Sé em que passava dias inteiros lá dentro durante a infância e a adolescência, em que os melhores livros ficavam jogados dessa mesma forma no andar superior da loja, ao passo que o terreo ficava com as ‘porcarias’ que precisavam ser vendidas para manter o sebo funcionando. Conseguia cada barganha…pena que tive que vender meu acervo depois para pagar dívidas.

    O incentivo à leitura aqui veio de há muito tempo, da época em que meus avôs, na roça, ganhavam (ou trocavam pelo que produziam) livros e revistas de vizinhos mais abastados e de caixeiros viajantes. À noite, depois de dez, doze horas de labuta, liam para os filhos à luz de vela e os ensinavam a falar e a escrever (em japonês, escondido…português só foram aprender bem depois na escola).

    Meu avô jamais chegou a ter sequer um carro, nem sequer viajou para sequer fora de São Paulo, pois só comprava livros. Só que minha mãe nunca deixou a gente passar muito tempo na biblioteca dele: a maioria deles era de contos pornográficos e de mangás com personagens bizarros, tais como uma criança com cara de teta…hahaha.

      • Meu filho pequeno não brinca com tablet. As vezes fuça no celular, mas não passa de 10 minutos.

        Ele folheia livros, e finge ler com eles.

        Meu filho mais velho ganha livros de presente. Ele gosta. As pessoas de fora que vêem isso, acham um absurdo.

        • Outro dia vi uma criança que não sabia passar as folhas de uma revista. Ficava apertando, simulando um clique, para ver se a pagina mudava. Triste.

          • Eu ia comentar que deve ter gente que não sabe usar os livros pois, tem escola que não tem, e sim apostila com resumo. Aí como o aluno vai chegar na faculdade e querer ler um livro inteiro? O livro acaba que sendo visto como material de apoio, o professor passa a matéria no quadro mesmo… mas esse caso aí, se mata logo porque até um homem das cavernas deve saber como usar uma revista.
            E a propósito: Vou reclamar! Não foi um textão, foi um textinho, tem menos de 4 pags!
            E até aprece que as pessoas não fazem “videões”, youtube cheio de gente falando 20min de besteiras.

  • Eu resolvi ser bibliotecária porque adorava (adoro) ler, me esbaldo aqui no Desfavor com os textos “longos”. E detesto vídeos, prefiro mil vezes ler a assistir qualquer coisa. É muito triste a realidade da nova geração, tenho uma sobrinha de 15 anos, que desde pequena tentei influenciar à leitura. Quer sair com a tia? ok, pode escolher: biblioteca ou livraria. Presente de aniversário, natal, dia das crianças? Surpresa! Livros. É óbvio que ela está sempre com seu smartphone, mas também está sempre com um livro.

  • Texto é passado, vídeo é moderno. Comparar texto com vídeo é quase como digitar no PC ou na máquina de escrever.

    • Não estou comparando, muito menos mandando escolher entre um e outro. Estou me perguntando porque merdas eles não podem coexistir e ser igualmente apreciados.

  • Amo seus “textões” Sally! Continue escrevendo sempre.

    Gosto muito de ler, mas não consigo colocar no papel minhas ideias e admiro muito os escritores por isso (não é fácil)! Também amo ver videos e imagens engraçadas pela internet, mas nada como no final do dia antes de dormir ler um bom livro e uns “textões” por aí…

  • Sally,

    Quem acha que seu “textão” exagerou não tem ideia de quão fundo é o abismo em que estamos. Você e o Somir estão longe das redes sociais, mas eu tenho Twitter e Facebook. Fico assustada ao ver o quanto as pessoas se aplaudem e se apoiam nessa falta de interesse pela leitura. O “textão” é usado de maneira pejorativa, como se fosse um defeito grave pela forma e não pelo conteúdo.

    Semana passada um colega de trabalho (que ganha mais do que eu, aliás!) chegou ao absurdo de dizer, no Facebook, que quem escreve textão nas redes sociais ou que escreve blogs com textão deveria se matar, porque é “loser” . 72 pessoas curtiram isso! Dezenas de pessoas riram muito nos comentários. Como eu não encontrei argumentos para discutir com ele (seria o mesmo que tentar argumentar com um rato), simplesmente o excluí do meu Facebook. Mas ele não é a exceção. Eu é que sou.

    Textão é a gíria pejorativa da vez.

    Por isso, concordo com o Somir. Ou vocês inventam um modo criativo de ganharem dinheiro com vídeo (e vocês vão explodir de audiência, EU TENHO CERTEZA!), ou o Desfavor vai ser sempre um clubinho frequentado por poucos. Mas sem retorno financeiro NENHUM pra vocês. E isso não é justo, porque vocês são geniais e merecem ganhar muito dinheiro com o trabalho de excelente qualidade que produzem.

  • O poste caga e mija no cachorro todos os dias em nossa sociedade.

    Eu tenho pensado muito sobre esse empobrecimento intelectual que estamos presenciando nos últimos tempos, e sempre fico na dúvida: está pior ou sempre foi ruim, mas só agora temos acesso às infelizes vozes que se expressam nas redes sociais?

    Acho que a biologia tem que dar um jeito na coisa, e se virar pra fazer capacidade cognitiva ser uma variável interveniente na reprodução dos seres humanos. E isso é urgente. Senão o futuro será negro.

    • O mundo dá muitas voltas, quem sabe aconteçam eventos imprevistos, inesperados, onde só quem tem o hábito da leitura sobreviva? Esse povo mercenário… é só virar condição para ganhar dinheiro que a leitura volta com tudo, viu?

  • “Nem li.”
    “Faz um video!”
    “Posta nudes.”
    “Alguém resume?”

    Rede social pra mim é igual Pampa Show e Super Pop. É ruim. Eu sei que é ruim…Mas não consigo parar de ver…

    • e tem a dupla sertaneja: “Nemli Nemlerei” rs

      Além dessa aversão aos “textões”, existe aquela turma que compartilha reportagens sem ler, apenas pelo título. Veja bem, nem entro no mérito da pessoa não ter certeza de que aquela notícia é verdadadeira e/ou se a fonte é confiável.
      Dia desses vi alguém compartilhando um link do qual não me lembro o título, e quando você clicava, eram parágrafos e parágrafos sem nenhuma relação com o assunto título e no final, a pergunta era se a pessoa teria lido até o final ou compartilhado sem ler.

      Já pensou? Numa dessas você compartilha um texto com ideias totalmente contrárias às suas, apenas porque o título é bonitinho. Analfabetos funcionais.

  • O proprio sistema educacional ajuda nisso. A aula expositiva, aonde o professor fica HORAS falando na frente dos alunos, que dormem passivamente, inibe o pensamento e atrofia a imaginação. Sem falar nas ferramentas educacionais que substituem a capacidade de abstração do aluno.

    • Isso é uma verdade, o hábito da leitura eu adquiri em casa, através dos meus pais, que não apenas liam comigo, liam sozinhos (criança vê os pais lendo e tende a incorporar isso na sua vida) como também sempre me compravam um livro quando fazíamos algum passeio e me ajudavam a me entusiasmar e me prender a ele. É o que se chama estímulo intelectual, que só pais presentes conseguem dar.

    • Conheço um professor que critica o método de ensino no Brasil justamente por isso. Aulas expositivas aliadas ao hábito de não ler/estudar em casa (após a aula), além dos alunos que só estudam na véspera da prova, pra tirar nota e não pra aprender. Resultado: gente burra, e futuros péssimos profissionais.

      Ele tem um livro bem interessante que se chama “Aprendendo inteligência”. Onde ele retrata a importância de ler, e consequentemente de estudar sozinho, além da aula dada.

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