Boa parte da mídia parece dedicada a discutir a vida pessoal de celebridades. A indústria da fofoca vai de vento em popa, e apesar de Sally e Somir concordarem que é uma futilidade, temos notícias exclusivas que eles podem estar discordando sobre o mérito! Bomba! Os impopulares contam o que descobriram…

Tema de hoje: Consumir fofoca é degradante?

SOMIR

Claro que é. Você prefere ser visto comprando uma Caras ou uma Superinteressante? (Sei que alguns de vocês não devem mais saber, mas antigamente tinha uma coisa chamada revista, muito popular. É tipo um site, mas impresso. Maluco, eu sei.) Se você concorda que existem conteúdos melhores para consumir, provavelmente concorda que fofoca é degradante.

Mas o argumento da relatividade talvez não seja exatamente o ponto aqui. Sempre tem algo melhor porque melhor é relativo. Poderia focar nisso forjando um conceito de melhor que muitos de vocês se sentiriam bem em aderir e angariar votos para minha causa, mas seria um truque. Quero ir no cerne da questão: o mero interesse na fofoca é degradante. É a curiosidade em seu menor denominador comum…

Muitas vezes argumento que uma das principais causas do baixo desenvolvimento intelectual de povos feito o brasileiro é o fim da curiosidade logo depois da infância. A pessoa não quer aprender mais nada, só quer ter certeza de alguma coisa e agir de acordo. Mas é claro que isso não contabiliza a curiosidade sobre as vidas pessoais de outros seres humanos. Desconfio que o mito de que o Einstein era ruim de matemática na escola (não era) seja mais conhecido pelas pessoas do que o nome da teoria que o fez mais famoso. Ou que lembrem mais do mito que Charles Darwin renegou sua teoria no leito de morte (não renegou) do que da Teoria da Evolução em si.

Infelizmente a maioria das pessoas só fica com essa curiosidade ligada pelo resto da vida. Pessoas, seus hábitos, seus relacionamentos… a fofoca é basicamente o que sobra quando não tem mais nada para pensar. Porque analisar e julgar escolhas alheias não exige praticamente nada de conhecimento. A fofoca é popular porque ninguém precisa se esforçar para que seu cérebro faça uso da informação. Basta comparar a outra pessoa com sua própria vida e uma opinião surge na hora!

Eu sei que fofoca é algo profundamente atrelado ao funcionamento do ser humano, somos descendentes dos mais aptos a viver em sociedade. Pensar na vida alheia foi muito útil para chegarmos até aqui, mas o grau de especialização da indústria da fofoca é uma aberração do conceito. Alguém me explica a função evolutiva dos paparazzi? O que eu acredito que a Sally vá fazer é tentar explicar a fofoca moderna como mais um elemento de socialização. E vários de vocês vão morder a isca.

Consumir fofoca significa aceitar e financiar a indústria. Como isso não é degradante? E a indústria já fez questão de transformar a curiosidade sobre o outro (que é natural) numa caricatura patética de valores fabricados. Não misture as coisas, consumir fofoca é comprar fabricações e pactuar com um nojento misto de evasão e invasão de privacidade. Financiar quem quer o povo cada vez mais burro não é degradante? Não é para ter vergonha? Ah, vá!

Metade do que sai no mundo da fofoca é plantado. Ficção descarada. Qualquer candidata a Miss Rabo de Fora tem assessor de imprensa hoje em dia. Propaganda não anda pagando bem para ninguém ultimamente, então a indústria precisa aceitar subornos para se manter. Não sei se vocês sabem, mas é assustadoramente fácil plantar notícia até em jornal famoso e de grande circulação. O pessoal que vende anúncio te diz na cara dura que escrevem o que você quiser! Imagina o que acontece em lugares onde não há o mínimo de integridade como em sites e revistas de fofoca?

E pior, é uma ficção de merda. Viado da novela está namorando Pelada da revista? Sério que isso gera curiosidade e/ou satisfação na mente de vocês? Pessoa desconhecida faz sexo com outra pessoa desconhecida. Dá no mesmo. Se isso é muito interessante, acompanha a timeline dos seus conhecidos no Facebook que dá no mesmo. Fulana passeia na praia? SÉRIO? Consumir isso não é degradante?

E a outra metade… ou é evasão de privacidade, ou é invasão. Evasão eu acho ridículo, mas que seja… a pessoa quer se expor. O problema é que eu nunca vi evasão com umas verdades ou com temas interessantes que só poderiam sair daquela pessoa. Mostrar onde você caga na Caras te faz interessante por que mesmo? Financiar evasão também é financiar a indústria da aparência e dos contatos. Essa gente só se mostra porque facilita seu ganha pão sem necessariamente se esforçar por isso. Fama resolve. Consumir fofoca é garantir que ex-BBB pode ganhar a vida aparecendo em festa. Consumir fofoca é dar para Kardashians da vida uma bela desculpa para serem inúteis. Não é degradante ser peão desse jogo?

E a parte da invasão… ah, isso é de matar. A pessoa tem um trabalho que a expõe ao público? Ok. A pessoa merece ter um cretino tirando fotos dos seus filhos num restaurante? Ou ter alguém com uma câmera apontada quando resolve trocar de sutiã DENTRO do seu quarto de hotel? Porque é isso que se financia. Pior, alguém tem direito de saber se a pessoa está feliz ou triste num relacionamento? Se levou um chifre? Essas porras não são da minha conta, e eu fico puto quando isso vaza para cima de mim. Sei que é raro demonstrar empatia, mas eu me sinto escroto quando pactuo (mesmo que de surpresa) com essa cafajestagem de expor os outros ao ridículo e ao escrutínio de gente que não tem nada a ver com isso. Financiar exposição forçada de terceiros para diversão do povão não é degradante?

Essa indústria é um lixo. Um câncer na sociedade. Ajudá-la é degradante.

Para dizer que isso é que nem celular: você sabe que está tudo errado na produção mas ainda quer, para dizer que é que nem vício: você sabe que faz mal mas não vive sem, ou para dizer que é que nem dirigir bêbado: quando você faz não é tão sério: somir@desfavor.com

SALLYR

Consumir fofoca é degradante? Não, por si só , não. Na minha opinião SÓ consumir fofoca é que é degradante.

Fofoca é futilidade sim, não tem como negar. Mas nem só de intelectualidades vive um ser humano. Todos nós temos momentos em que precisamos de um mínimo de alienação e distração para recarregar as baterias e como cada um escolhe utilizar esse momento não merece entrar em julgamento. Não é o que se faz em si (ler fofocas, jogar videogame, ler revista feminina…) e sim a FORMA como se faz uso do recurso que determina o grau de degradação.

A fofoca tem um papel evolutivo. Desde os tempos das cavernas, passar uma história adiante tem um intenção: a sobrevivência. Quando você ouvia que atrás daquele morro vivia um tigre devorador de humanos, aprendia que não deveria ir para lá. A fofoca faz isso, em um grau menor. Ela é mais um elemento para nos ajudar a formar convicções na vida. Não o único, não o mais importante, mas um elemento.

A fofoca também consola, humaniza nossos ídolos. Quando vemos que belas mulheres são traídas, aprendemos que homem trai mesmo e que isso independe da beleza da parceira. Quando descobrimos que aquela cantora que admiramos está grávida torcemos por ela e ficamos felizes. A fofoca nos permite enxergar o lado humano das celebridades que a mídia tenta vender como perfeitas e infalíveis. A fofoca é ruim, mas a idealização é ainda pior.

Todo mundo precisa de um “time out”, de um intervalo para recarregar as baterias. Cada um relaxa o cérebro como pode, ou como quer. Ler sobre a vida alheia (e nem sempre coisas ruins!) não me parece degradante. Degradante é precisar de drogas ilícitas para relaxar, é fazer mal aos outros para relaxar, é ser desonesto e mentiroso. Ler sobre a vida alheia esbarra mais na curiosidade do que na fofoca.

A fofoca nem sempre tem a intenção de denegrir. Me explica como a informação de que uma fulana está saindo com o Eric Dane ou com o Patrick Dempsey denigre alguém? Muito pelo contrário, tiraram onda! Fofoca é informação sobre a vida alheia, e não necessariamente essa informação é humilhante ou inútil. Já aprendi coisas lendo revistas de fofocas. Já me consolei com coisas que vi serem ditas em entrevistas por pessoas famosas. E não é um consolar “que bom que ele está na merda não estou sozinha”, foram coisas que me fizeram pensar, refletir e me sentir melhor.

A fofoca também suscita uma discussão ética/moral interessante. Ontem mesmo eu discuti com o Somir uma situação de fofoca sobre um casal famoso e me surpreendi com a opinião dele. A fofoca é um gancho que permite que assuntos polêmicos sejam trazidos à mesa sem constrangimento, afinal, é da vida de terceiros que estamos falando. Terceiros desconhecidos, que nunca nos escutarão e nunca sairão prejudicados pelas nossas opiniões. Discutir uma fofoca tem seu valor, ajuda a conhecer melhor seu interlocutor.

Não entendo qual é a degradação de fofoca. É tão reconfortante ver que somos todos humanos e todos enfrentamos a mesma realidade… Novamente, não falo em rir de pessoas se fodendo, falo em perceber que todos temos medos, inseguranças, alegrias, tristezas, etc. A fofoca é um suspiro de realidade que desmente uma glamourização excessiva da vida.

Até parece que ninguém aqui consome fofoca no dia a dia. Mesmo que você não veja programas de TV ou revistas de fofoca, a fofoca está no nosso cotidiano. A fofoca nos cerca, não tem como escapar dela. E muitas vezes a fofoca funciona até como mecanismo de autopreservação: quem nunca viu ou ouviu que alguém andou fazendo algo incorreto e passou a tomar mais cuidado com essa pessoa? Fofoca é uma consequência natural das relações sociais e lutar contra isso é besteira.

Melhor saber usar a fofoca, revertendo em algo positivo para você, como descansar o cérebro, aprender alguma coisa ou experimentar a deliciosa sensação de que ninguém é perfeito como aparenta ser do que ficar combatendo-a. Somos Todos Fofoqueiros, gostemos ou não disso, está no nosso DNA.

Achar fofoca degradante é se achar acima dela, superior. Não sou, eu também consumo fofoca e acho que ela tem um papel importante. Eu ri quando vazou que o filho de um famoso pastor evangélico era gay, a fofoca expos a hipocrisia e a burrice desse pastor. Eu adoro quando a hipocrisia das pessoas vem à tona e elas são desmascaradas, seja pela via que for. Se for por fofoca, tudo bem.

Não me acho superior a ponto de entender a fofoca como algo degradante. Todo mundo consome, todo mundo faz. Também não me importo em ser mais uma, em aderir a uma coisa que todo mundo faz. Não preciso repudiar o que é comum para me sentir especial. Consumir fofoca tem seu lado engraçado, seu lado relaxante e seu lado social. Consumir fofoca não me faz menos especial e não consumir fofoca não faz alguém mais especial.

Eu até entendo o ponto de vista da Madame aqui em cima, mesmo sem ter lido o texto. Ele tem total desinteresse por qualquer pessoa que não seja ele. Não é o mérito de não gostar da vida alheia por isso ser condenável, é o total desinteresse por qualquer coisa que não seja ele (e uma pouca meia dúzia de coisas que chamam a sua atenção de forma passageira). Não é superioridade, é desinteresse. E ele é um caso único.

Quem se diz superior ou avesso à fofoca está sendo hipócrita, pois todos nós alguma vez na vida fazemos ou consumimos fofoca, em maior ou menos grau.

Para dizer que não gosta de fofoca mas gosta de cachorro e perder o meu respeito, para contar uma fofoca ou ainda para sugerir temas que tá foda pensar em controvérsias depois de sete anos: sally@desfavor.com

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Comments (20)

  • Eu achava que no Brasil as pessoas eram fofoqueiras até morar na Espanha.
    Aqui eles assumem que a fofoca é o esporte nacional.

    Eu achava que era brincadeira.. tipo, ninguém assumiria isso.
    Até que escutei de várias pessoas a mesma frase e inclusive na televisão.
    País do Jamón, da fofoca e do corta fila!! :P

  • Para eu acessar meu email pessoal sou obrigada a entrar em um site que sempre posta as fofocas do momento. Impossível não ver. As vezes pela minha profissão preciso me atualizar sobre alguma novela, algum personagem… Tenho consciência tranquila que isso não afeta minha capacidade de raciocínio.

    Não acho degradante, acho que depende da motivação. Uma pessoa que vive de consumir fofoca, e não vive outras coisas… aí sim. Também concordo com o J. M. de S., a coisa precisa ter uma utilidade para demandar e merecer atenção… Hahahaha

  • Nao degrada. Fofoca é algo superficial, mas nao corrosivo. Por exemplo, ler sobre a vida pessoal de Kant pode ser interessante. Uma biografia ajuda-nos a evitar o que ele fez de degradante e motiva a usar suas louvaveis atitudes como refencia. Mas, ler sobre algo do tipo “Arnaldo Jabor diz que o uso do cigarro aumenta os niveis de atencao edinamismo. Ora, esta falacia é degradante, porque pode estimular um incauto a querer fumar para ficar mais esperto. Creio que biografias sao um tipo de fofoca. Que instrui, informa e edifica. No entanto, sociabilizar-se independe do consumo de fofoca. Relacionar-se nao inclui mera curiosidade. Curiosidade pela vida dos outros é diferente de interesse pelos outros, interpessoalidade. É minha opiniao.
    “Você é o que lê, portanto se sua fonte de informação é exclusivamente fofoca, ela vai moldar sua personalidade, seu modo de pensar e de agir. E eu nao vou querer conviver com alguem intrometido, bisbilhoteiro. Isso é degradante. Ha quem prefira financiar o consumo da fofoca, mas nao se interessa por uma valiosa informacao gratuita.

    Apesar de concordar com o irrelevante papel da fofoca na sociedade, nao consigo conceber a humanidade sem ela.

    A Sally conseguiu mostrar os beneficios do uso moderado da fofoca, mas o Somir nao mostrou os efeitos negativos de se alimentar exclusivamente dela.

    Portanto, fofoca nao degrada quando consumida de forma equilibrada e com o objetivo de aprimoramento pessoal. É a palavra, em si, que traz a carga negativa. Substitua (nao estou criticando o título do ED/ED, imagina, mas a um mero exercicio pessoal) o estigma “fofoca”, por “informacoes sobre a vida alheia” e talvez pouca gente concorde que isto é degradante.

  • Heeeeeee, a Saly é fofoqueira! lalala Lê a vida de subcelebridade nanana!
    Sale, vc não disse que ia postar um processa eu, sei lá sobre Regina Casé?
    Posta! Assumiu que curte um fuxico, então que tal compartilhar com seus leitores?

  • Que tal um ED ED REVISITED, onde as opiniões dos autores tenham se invertido em relação a algum ED ED antigo?

  • Eu acho degradante sim, e não direi que não leio. Mas tenho empatia, e a consciência pesa, o que leva a um aprimoramento. Tomo aquilo quase que como uma objetificação do decorrer da vida humana.
    Li uma vez um trecho de um livro de Schopenhauer sobre a fofoca e o reencontrei na internet: “Por outro lado, o resultado dessa obtusidade mental é o vazio interior que se estampa em inúmeros semblantes e que se evidencia por uma constante e vívida atenção a todos os acontecimentos do mundo exterior, mesmo os mais banais. Esse vazio é a verdadeira fonte do tédio, e continuamente almeja excitações externas como pretexto para ocupar sua mente e seus sentidos.”

    Em tempo, se sou hipócrita, é possível graduar a hipocrisia?

  • “Caras” nem em consultório médico. Se eu fosse médica nunca que eu ia assinar uma porcaria dessas para deixar na sala de espera, prefiro mil vezes deixar uma tv ligada na novela. Não que as pesssoas vão querer ler algo científico na espera mas eu colocaria pelo menos uma revista dessas que falam de saúde. E quem se forma em jornalismo para trabalhar na Caras, não tem vergonha não? Sério, passar 4 anos na faculdade para isso…acho desnecessário.
    Claro que consumir fofoca é degradante e claro que ninguém está imune a isso. Só que é diferente a pessoa procurar e dar de cara com elas. Uma coisa é pensar “ih, tá na hora do TMZ, tenho que assistir” e outra você está lá lendo o jornal, e no meio das notícias sérias se deparar com uma do pai da Kylie Jenner querendo virar mulher.

      • Nada é tão ruim que não possa piorar. Nos consultórios médicos das cidades menores existe a “Caras local” que tem outro nome, claro, mas é exatamente a ostentação dos “mais-mais” da cidade, com uma espécie de reunião dos colunistas sociais da cidade e diversas fotos de debutantes filhas de vereadores, festas de 15 anos, festas de noivado, de casamento e matérias pagas de dentistas, nutricionistas e cirurgiões plásticos que sorriem nas fotos junto aos filhos e mostram detalhes da casa ou do consultório.

    • Pior é TV ligada do que revista de fofoca! Ninguém olha pra porcaria da TV e médicos precisam tomar jeito em vez de deixar os pacientes mofando na sala de espera. Se passa de 30 min de tolerância a fila anda e eu marco com o próximo do plano de saúde.

  • Eu penso que há dois tipos de fofoca: a útil e a inútil. Saber que a Nicole Bahls estava com candidíase não me serve para muita coisa, já que eu não estou no rol dos que irão conhecer a beleza interior dela. Saber como foi que o Somir limpou a bunda quando estava com os dois braços engessados é uma informação útil, pois posso vir a passar pela mesma situação um dia. Este conceito de utilidade é focado no receptor da fofoca. Você não sabe ao certo o que poderá ser útil aos outros, pois depende das prioridades de cada um.

  • Sally,

    Depois você acha estranho alguns leitores duvidarem da existência do Somir, ou acreditarem que ele é um personagem seu ou dele mesmo, ou de outros vários escritores. Independentemente de quem o escreve: parece um personagem de alguém que o fez bem diferente do que é na realidade a fim de preservar o próprio anonimato. Você também pode ser fake, claro, mas você parece mais “plausível”.

    Afinal, ter total desinteresse por qualquer pessoa que não seja ele mesmo e, ao mesmo tempo, não ser psicopata, nem 171, nem perigoso e ter uma grande sensibilidade no que escreve não é exatamente coerente, hein?

    Mas é incrível. Gosto muito do Somir. Parabéns ao seu criador!

    • Somir não é psicopata, os psicopatas tem algum interesse nos outros, nem que seja para matá-los. Somir nem isso…

      • Ainda bem então que não sou psicopata, porque juro que não tenho o mínimo interesse na vida dos outros! Tá certa a postagem, homem tá nem aí, mulher que é mais chegada nas fofocas.

  • Degradante não é. Ainda mais porque os famosos estão bem distantes de nós. Eu não tenho tanto interesse assim a ponto de pagar por uma revista de celebridades. E também não sou do time dos moralistas. Quando alguém me diz que o ator famoso traiu a atriz famosa eu acho normal (desculpa eu, Sally!). A atriz casada beijou o diretor? Normal. Anormal é casamento monogâmico dar certo de verdade, sem deixar um abismo de frustrações reprimidas no peito. O cantor pode ser gay? O príncipe traiu a bela princesa com a outra que nem era bonita? Normal. O ator casado há 50 anos trocou a atriz famosa e companheira de uma vida toda pela ex BBB de 20? Normal. Nada me choca. A não se quando há violência doméstica, violência urbana, suicídios e tragédias.

    O caso Fábio Assunção me chocou muito. Fiquei pensando: “Ele tem tudo. Dinheiro, sorte, talento, sucesso, fama, prestígio, beleza… Como é que pode precisar de cocaína, se é essa justamente a droga que nos faz acreditar nos sonhos de grandeza, que faz um cara merda acreditar que é rei? Por que o rei precisa se drogar? De que vida um rei precisa fugir, se ele tem tudo nas mãos? Como a Sally disse, dá para tirar algumas reflexões sobre essas fofocas. No caso de Fábio eu passei a questionar a minha certeza de que dinheiro, sucesso, sorte, beleza e prestígio são TUDO. Não são. Passei a olhar para o lado, enxergar além do que as pessoas falam e parecem ser e a perceber que sou materialista demais.

    Não mudei de ideia. Continuo achando que dinheiro compra quase tudo. Mas o detalhe do “quase” fez muita diferença para mim. Quase não é tudo.

    O que eu acho degradante mesmo é fofoca de vizinhos, de parentes, de coleguinhas. Sou radical. Evito. Não gosto. Sei que as consequências podem ser reais para as vítimas que, ao contrário dos famosos, perdem mais do que ganham com publicidade negativa. Vocês não passam tanto por isso por viverem em grandes cidades e poderem dar uma volta o shopping sem encontrar 18 conhecidos por vez. Não vou criticar maldosamente os filhos do meu primo. Prefiro falar do bebê real.

  • Ah, chega a ser degradante sim. Além de eu não achar que traga algo muito positivo pra quem lê, muitas vezes é exagero ou boato, quem vê outro lendo fica logo taxando de fofoqueiro.

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