No das outras…

+Nos últimos dias, a gravidez de uma menina de 10 anos, que foi estuprada pelo padrasto no Paraguai, ganhou destaque na mídia internacional. A mãe denunciou o caso às autoridades e pediu permissão para a realização do aborto. De acordo com o jornal O Globo, o pedido foi negado e a mãe acabou presa, em caráter preventivo, acusada de ser cúmplice do abusador e de ter faltado com os cuidados devidos na atenção à menor.

Paraguai, que lugar atrasado… opa, peraí…

+Segundo o levantamento feito com mil pessoas com mais de 16 anos em 70 cidades de todas as regiões e classes sociais, sete em cada dez brasileiros são contra a qualquer forma de aborto. (…) Mas o dado mais chocante da pesquisa é outro: 44% dos brasileiros são contra o aborto nos casos em que a mulher foi estuprada.

Vamos falar de aborto de novo? Vamos! Desfavor da semana.

SOMIR

Tem coisas que eu simplesmente não entendo. Mais do que a decisão do juiz paraguaio, é como isso ainda é tema de discussão. Como é que não conseguimos desenrolar toda essa história de direitos reprodutivos até hoje? Como é que ainda é algo que realmente gera tanta polêmica?

Há algum tempo atrás eu usei uma abordagem parecida para falar sobre casamento gay. Se todo esse esforço para regular a genitália alheia fosse direcionado para algo como exploração espacial, eu estaria escrevendo este texto de Marte! A humanidade é obcecada por reprodução e tudo o que é (ou parece) relacionado. Milênios se passam e ainda estamos girando ao redor disso, e ainda por cima, em falso.

Se tinha algum ponto em tempos onde cada nascimento contava muito, esse não é mais o problema. O planeta lotou, não vamos mais ter problemas com falta de gente provavelmente por mais alguns milênios. E eu aposto que bem mais cedo do que isso já tenhamos tornado a morte obsoleta na espécie humana. Mas ei, estou indo demais para o futuro. Vamos ficar no agora mesmo.

Nosso mundo não combina mais com a mentalidade de espremer o máximo de descendentes de qualquer um que atingir idade reprodutiva, então qual a lógica de continuar forçando a barra nesse sentido? Deixa as pessoas mais livres para não ter filhos, seja em relacionamentos onde as gônadas sejam iguais, seja em permitir que uma mulher escolha se quer ou não ter um filho.

Mas a humanidade realmente anda a passos de formiga e sem vontade (sim, eu sei quem eu acabei de citar, tenso…), porque a mentalidade que impera é a do intervencionismo na reprodução alheia. Existem mil desculpas diferentes, mas evidente que tem a ver com a incapacidade das pessoas de pensar sobre seus pontos de vista. A opinião pronta que as religiões ditaram há milhares de anos ainda serve para boa parte da humanidade.

Não precisa ter motivo para ser contra o aborto, não precisa de motivo para achar que uma mulher estuprada tem que ter o filho do mesmo jeito… é muito mais fácil dizer que só está seguindo regras. Todo mundo pensando igual seguindo ideias que mal compreendem e francamente, nem se importam. Contra o aborto até ter que mandar a filha para uma clínica clandestina.

O problema dessas opiniões sem substância é que elas não valem nada. A pessoa age de forma contrária a ela num piscar de olhos porque nem fazia muito sentido na sua cabeça para começo de conversa. O brasileiro é atrasado e machista? Eu apostaria mais em ignorante. Até para ser atrasado e machista tem que pensar um pouquinho… é difícil pensar sobre uma gravidez resultante de estupro e ainda sim formar uma opinião racional sobre mantê-la.

A maior parte das pessoas não é liberal ou conservadora, a maior parte das pessoas nem pensa sobre o que está acontecendo ao seu redor. Não tem incentivo mesmo… repetir algo que já veio pronto de uma figura de autoridade como um padre ou um pastor combina muito mais com a mente flácida do ignorante do que o grau de escrotice necessária para punir a vítima achando tudo muito certo. É difícil montar esse argumento!

O problema é que ao mesmo tempo em que aceitamos esse total desinteresse por ter uma opinião racional, vivemos num sistema onde esse povo tem poder de decisão. Estão chamando um caminhoneiro bêbado para julgar o concurso de patinação artística! Se em dois minutos de conversa sobre um tema com alguém que sabe sobre o que está falando você fica irritado e/ou confuso, grandes chances de você ser completamente inútil para decidir qualquer coisa sobre ele.

Sei que estou batendo no problema básico de qualquer democracia, mas eu abri o texto falando sobre um problema generalizado na sociedade humana. Num mundo onde tanta gente enche a boca para se dizer humilde, falta humildade para reconhecer que não tem qualquer capacidade de participar de discussões complexas. Ou mesmo bom senso de entender que algumas coisas não nos dizem respeito. O que eu, que não engravido, tenho que decidir sobre o que as mulheres vão fazer na gravidez? Posso passar anos discutindo o assunto e até tentando convencê-las a seguir por um caminho ou outro, mas não é minha decisão.

É bizarro que o Estado se preste a esse papel ridículo de chancelar opiniões de uma maioria de completos ignorantes. E normalmente não faz: tanto que mesmo que se a maior parte da população brasileira dissesse que é favorável ao armazenamento de nitroglicerina em áreas densamente povoadas, a lei NUNCA mudaria para acomodar essa visão. As pessoas estão claramente falando besteira! Foda-se a vontade delas. Agora, quando o assunto é reprodução e quem vai pagar o pato é mulher ou homossexual, aí sim a Ciência é jogada pela janela, o bem estar da população é irrelevante e a vontade dos analfabetos (inclusive dos funcionais) é soberana! Se é para regulamentar os órgãos reprodutivos alheios, o mais importante é o que o povão acha (ou acha que acha).

“Olha, essa gente estudada até pode entender mais de química e física do que eu, mas quando o assunto é cu e buceta dos outros, EU sou autoridade!”

É o caralho.

E só isso.

Para dizer que gostou do final boca suja, para dizer que preferia que eu estivesse em Marte mesmo, ou mesmo para dizer que essa coisa de escolha é algo que colocam em nossa cabeça: somir@desfavor.com

SALLY

Desfavor tem sete anos (incompletos) de existência. Através dele pude perceber de forma concreta muitas mudanças sociais e comportamentais. O cotidiano registrado diariamente me permitiu acompanhar de perto muitas viradas de pêndulos desde seu primeiro momento. E, de fato, muita coisa mudou. Até mesmo coisas que eu não achava que mudariam tão cedo. Mas tem algo que não mudou. Bem, talvez tenha até piorado: a forma como a sociedade lida com aborto.

Em 07 de março de 2009 escrevemos um Desfavor da Semana sobre uma menina de nove anos que engravidou após ser sexualmente abusada pelo padrasto. A criança teve que fazer um aborto e o Arcebispo de Olinda não teve melhor ideia do que excomungar a menina de nove anos por ter atentado contra as regras da igreja. Uma barbárie, não? O estuprador continuava amparado no rebanho e a vítima excomungada. Anos se passaram e a coisa parece estar no mesmo pé quando o assunto é aborto.

Esta semana uma notícia chocou o mundo: no Paraguai, uma menina de dez anos engravidou após abuso sexual praticado pelo padrasto. Só que dessa vez não foi a igreja a levantar o “Não pode”, foi o Judiciário. Isso mesmo, não foi permitido à menina fazer um aborto, pois, segundo leis paraguaias, ele só é permitido para salvar a vida da mãe. E pelo visto a interpretação de “salvar a vida” é bem medíocre.

Quando o preconceito vem dos aplicadores da lei, uma sociedade está verdadeiramente fodida. O Judiciário, dos três poderes, é o que mais pode abrir portas e derrubar barreiras. Tanto o Executivo como o Legislativo funcionam em bando, é preciso uma maioria de muitos para votar e lá dentro encontramos um verdadeiro balaio de gatos, pois o povo não sabe votar. No Judiciário não, basta a interpretação corajosa e bem fundamentada de UM (ou de alguns poucos), que nem deveria ser tão difícil, já que se exige um notório saber para estar lá, e não o voto de uma cambada de idiotas sem critério. O avanço social nos tempos modernos quase sempre se inicia pelas mãos do Judiciário, se ele não for tão paumolenga, corrompido e cuzão como o nosso.

O Judiciário, sobretudo da América LatRina, se mostra retrógrado em relação a aborto. Apesar da lei ser categórica em afirmar que a vida se dá com o nascimento (o feto ter alguns direitos assegurados desde a concepção, quase tudo se condiciona ao nascimento com vida), isso não é aplicado. A lei brasileira tem mais do que embasamento para autorizar o aborto. Um aglomerado de células sem batimento cardíaco, sem sistema nervoso, sem porra nenhuma que o torne humano não é visto pela lei como gente.

Eu mesma cheguei a ganhar processos tidos como perdidos em caso de aborto por anencefalia nos meus tempos de advogada com o seguinte fundamento: se a lei de transplante de órgãos autoriza desligar os aparelhos de alguém, matar a pessoa e retirar seus órgãos em caso de MORTE cerebral, quão contraditório seria não autorizar a morte de alguém que nem cérebro tem? Ahhhhh os bons tempos onde ainda dava para argumentar de forma inteligente no direito brasileiro. Não existem mais. Se você acha que existem, se poupe de ter que recomeçar depois dos trinta, largue essa bosta de faculdade porque hoje o que ganha causas não é argumentação.

E o preconceito não vem só de dentro do Judiciário. Está instalado na cabeça do brasileiro médio, não importa o quão contraditório seja. As pessoas não entendem que aborto legalizado não é aborto obrigatório, só vai fazer quem quiser. A união gay não foi legalizada? Isso te obriga a sair dando o rabo? Mas não, as pessoas querem escolher seu próprio estilo de vida e impor esse estilo a todo o resto, porque o seu estilo é o único certo e verdadeiro. Tá puxado, viu?

SETE, em cada dez brasileiros são contra o aborto em QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA. QUALQUER. Estupro, risco de morte para a mãe, inviabilidade do bebê… qualquer situação bizarra, insustentável que você consiga imaginar. Falta bom senso e também coerência aos brasileiros, já que é um país com altíssimo índice de realização de abortos, ainda que informais e clandestinos. Daí se depreende que esse povo é, basicamente, hipócrita: prega que não pode, que é feio, que é contra, mas na hora do vamos ver, muita gente faz.

Cruzando estatísticas de quantos abortos são feitos por ano (ok, admito, eu não tive competência para fazer, tive que pedir ajuda de uma pessoa da área), cerca de ME-TA-DE das pessoas que se diz radicalmente contra já fez ou já esteve envolvida ou conivente com um aborto. Vergonhoso. Calma que piora: nas classes mais baixas está o maior número de pessoas (51%) que se diz contra o aborto mesmo em caso de estupro, justamente os mais vulneráveis a este crime.

Eu sempre digo que se homem engravidasse, aborto já era permitido faz tempo no Brasil. Também sempre digo que se célula for vida, quem come ovo é criminoso. A estagnação ou, porque não, a involução social no que diz respeito ao aborto me chateia muito. É aquele tipo de ignorância que está por todos os lados, por todas as classes, e sempre permeado por hipocrisia. Conheço pessoas que se manifestam combativamente contra aborto apesar de já terem colocado sua filha para fazer um. Pessoas que discursam bonito quando pagaram três mil reais para sua amante abortar. Nojento.

Não vou aqui nem começar a argumentar as dezenas de motivos para não criminalizar o aborto. Quero focar em outra coisa: se ninguém concorda, ninguém faz, todo mundo acha monstruoso, por qual motivo temos um índice altíssimo de abortos realizados, que na verdade deve ser ainda mais alto e não sabemos em função da informalidade? É só ISSO que eu quero que me expliquem. O resto é convicção pessoal e entrar nela não me interessa.

Entra ano, sai ano, esse assunto continua estagnado, sem fazer progresso, quem sabe até regredindo. Todo o papinho que sustenta o discurso contra o aborto é contraditório: só Deus tem o direito de tirar uma vida, mas quando vão linchar um bandido, os contra o aborto bem que vão lá dar umas porradinhas para matar um rapaz que roubou um celular. Só Deus, né? Ahãn.

Ultrapassa o machismo. É uma forma de burrice, de cegueira social, de falta de bom senso em detectar e se envergonhar com uma contradição. Não quer fazer um aborto? ÓTIMO, NÃO FAÇA. Nem sei se eu mesma teria coragem de fazer. Mas porra, não força sua crença goela abaixo do resto do mundo. Pode ser? E lei brasileira autoriza a matar em outros momentos, se informem. Ou ao menos parem de ser hipócritas e comecem a agir de acordo com sua cagação de regras: filha de 15 anos engravidou? Assume. Amante engravidou? Assume. Esposa foi estuprada e engravidou? Assume e cria o filho de outro homem. É, não vai acontecer.

Para perguntar com deboche se semana que vem falaremos de pena de morte, para dizer que tudo já foi dito e apenas repetimos ou ainda para dizer que do jeito que as coisas estão deveria ter programa de milhagens para aborto: sally@desfavor.com

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Comments (46)

  • Sou contra o assassinato de bebes nao nascidos, mas evito ser dogmatico sobre o que quer que seja. Afinal, existem aquelas situacoes de estupro, etc.

    Concordo com voce, Marina, quando diz que a mulher é que decide, pois o corpo é dela. O peso e a instabilidade emocional sao sentidos por ela. A dor do parto, entao…dispensa comentarios.

    No entanto, o homem em questao, sendo o pai da criança, nao estaria envolvido diretamente na situacao? Seria o fato de ‘o corpo ser dela’ a unica razao justa para o pai ser condenado por ser contra o aborto?

  • Quando uma mulher é radicalmente contra o aborto eu até tento argumentar. Homem eu nem escuto. Não dou papo e sinto nojo. É muito escroto um homem que acha que aborto é crime hediondo e que quem aborta deveria ir para a cadeia, ou que só engravida quem quer.

    “SETE, em cada dez brasileiros são contra o aborto em QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA.”

    Se a estatística é essa a hipocrisia é tanta, que chega a ser doentia.

    Aborto não deveria ser tema polêmico. Deveria ser uma escolha da mulher e ponto. O corpo é dela, a escolha é dela. É tão lamentável que não seja que muitas vezes eu me pergunto se estou mesmo vivendo em 2015.

  • “Se você acha que existem, se poupe de ter que recomeçar depois dos trinta, largue essa bosta de faculdade porque hoje o que ganha causas não é argumentação.”

    Puxa vida, Sally, senti como se estivesse falando diretamente comigo.

    Se a Dialética nao é mais fator determinante no sucesso das causas, me parece entao que você está tratando de corrupção, seria isto?

    • Não só. Mesmo onde ela não é determinante, há uma imposiçao de modelo pronto, corta-cola que ja deu certo uma vez. Não há permissão para criar, inovar, expandir, pois não se arca com o risco de perder.

      • É desanimador! Sendo assim, perde-se a graça da arte da persuasao.
        Sei que sua intenção nao é essa, pelo contrário. Suas opinioes, baseadas em vivencia, anos de experiencia profissional prática sobre o Judiciario, contrastam radicalmente com o que é ensinado na Faculdade.

          • Marina,

            Obrigado pelas boas vindas ao clube!

            Se é nossa vocação, nosso sonho, nossa contribuiçao para uma sociedade melhor, nossa fonte de renda, entao nao desistamos! Quem sabe possamos iniciar a longa tarefa de remoção da mancha?

  • Li outro dia:
    “As mulheres querem abortar e você não deixam.
    Os gays querem adotar, mas vocês não deixam.
    Se a criança virar bandido, vocês querem matar.

    Ta difícil entender vocês!”

    É isso…

  • O maior impasse é a mentalidade pró natalista. Os religiosos de plantão não deram nenhuma assistência a essas crianças estupradas nem mesmo as crianças que elas foram obrigadas a gerar, com a mentalidade “toda a vida é sagrada mas não tenho nada a ver com isso,isso não é problema meu”. Ninguém se importa em descartar os excedentes nas clínicas de fertilização em vitro, mas tirar do útero não pode. A galera é contra o aborto mas quem ajuda uma mulher a conseguir laqueadura?Pq é tão difícil conseguir laqueadura quando se tem um filho só ?(pra quem não tem nenhum é praticamente impossível, digo isso por experiência própria). Se uma mulher jovem quer ter um filho todo mundo aplaude a decisão mas se essa mesma mulher jovem quer fazer uma laqueadura dizem que ela é muito nova pra tomar uma decisão definitiva. Oras, ter filho também não é uma decisão definitiva? Pq nunca é cedo pra tomar uma decisão definitiva quando a decisão é ter filhos? Pra que continuar enchendo esse mundo tão ruim com mais gente e encher os bolsos daqueles que lucram com excesso de mão de obra?

  • Citando uma vez um vídeo que falava sobre casamento gay: “Se você pensa que quando aprovarem casamento gay, todo mundo vai virar gay, é porque você tem uma vontade irrefreável de dar a bunda!”

    Sério, quão pequena é a cabeça desses babacas que acham que vai ser “obrigatório”, ou que todo mundo vai fazer à vontade quando aprovarem? Não canso de expor esse argumento: governantes ignorantes, que limpam a bunda com a constituição, que criam leis cagadas dia após dia, nada mais são que o reflexo da ignorância máxima do povo que o pôs lá! Eles são uma amostra grátis do preconceito, da boçalidade do povo que os escolheu. Quem proíbe aborto em caso de gravidez por estupro só pode ter cocô na cabeça

    • Ou falta de empatia, pois isso nunca vai acontecer com um homem. Tem gente que simplesmente não consegue se colocar no lugar dos outros!

      • A parte mais irracional dessa equação é que não são apenas homens que defendem essa idiotice. Tem muita mulher por aí radicalmente contra aborto sob qualquer pretexto (faz todo sentido defender isso, até ser estuprada, eu acho)

  • “O problema dessas opiniões sem substância é que elas não valem nada. A pessoa age de forma contrária a ela num piscar de olhos porque nem fazia muito sentido na sua cabeça para começo de conversa”.

    Exatamente, Somir, estas pessoas querem impôr aos outros algo no qual elas sequer acreditam pra si mesmas! Mas querem que os outros sigam, apontam o dedo na cara dos “pecadores” (que são sempre os outros, diga-se de passagem, elas são as “iluminadas”, os “baluartes da moral e dos bons costumes”, etc) pq isto as faz se sentir melhor, se sentir superiores moralmente aos demais, aí elas fazem coisas até piores escondidinho pra ninguém ver e depois voltam com tudo pra cima dos “imorais”. E esta mentalidade nojenta de que “ah, escondidinho não tem nada demais” pariu esta sociedade corrupta, hipócrita e suja, que pretende tomar conta da vida alheia mas deixa a própria pra lá, pq quer se sentir a mais moral. Patético isso.

  • E, Sally, eu soube que a lei de El Salvador é cruenta demais, proíbe aborto até mesmo pra risco de vida (assim como o Chile e outros países latrino americanos) lá a mulher pode até ser presa se abortar espontaneamente, pq a presunção de inocência é jogada fora nestes casos. Olha, tem que ser muito PSICOPATA pra promulgar uma coisa destas, um ser destes que fez esta porcaria de lei não deve ter mãe, irmã, prima, avó, etc, né possível!

  • O pior argumento é que se o aborto fosse legalizado “viraria método anticoncepcional”. O brasileiro médio acha que se o aborto for legalizado todas as mulheres vão engravidar todos os dias e abortar todos os dias.

    • Ou seja, mais um argumento absurdo parido da necessidade do BM de tomar conta da vida alheia, do útero alheio, enquanto que ele comete as piores atrocidades “escondidinho”. É, a hipocrisia reina.

  • Essa ignorância dos contra aborto faz com que mulheres que sofreram abortos expontaneos, principalmente se solteiras e/ou tiverem pouca idade recebam olhares de reprovação e tratamento grosseiro em hospitais públicos (por parte dos que se dizem cristãos). O que é inadmissível e reprovável em qualquer caso de aborto.

    • Sim, verdade, Janis, são os justiceiros do útero alheio que acabam “errando o alvo” nos olhares de reprovação e dos maus tratos. Soube da história de uma méRdica que negava atendimento a mulheres com complicaçao de aborto provocado e só tomou jeito depois que uma sobrinha dela morreu pq outro méRdico não prestou socorro à ela. Tem gente que aprende na dor que não se deve brincar com a vida alheia por conta de hipocrisias. País nojento!

    • Eu já passei por isso. Anos atrás tive um aborto espontâneo, em uma gravidez de 4 semanas. Fui tratada como se tivesse feito um aborto que deu errado e que por isso estava procurando o hospital.

  • Porra, desde 2012 o Skylab tem um programa de entrevistas no Canal Brasil e ninguém me avisa?! “Matador de Passarinho”, entrevistando gente decadente e interessante! Serguei, Rita Cadillac, Thunderbird, Fausto Fawcett, Paulo César Pereio, Paulo Cezar Caju…

    Tem um trechinho aqui com o Hino Nacional do Skylab:
    https://www.youtube.com/watch?v=zrO7N2JboFg

  • O interesse político e religioso é mesmo o de lotar o mundo de pessoas pobres e ignorantes, por isso que isso nunca vai mudar, os interesses vem de cima. Pessoa esclarecida não sustenta líder religioso e nem se engana com político mentiroso, por isso tem que evitar acesso do povão ao estudo e manter a renda baixa botando gente no mundo.

  • Pior é aqueles que dizem que se o aborto for legalizado vai sair todo mundo abortando…. Sendo que no Uruguai o número de abortos diminuiu
    E parece que a mulher não tem opção, se aborta é assassina, se dá pra adoção é desnaturada

    • Quem já passou por um aborto diz que é muito complicado, não só pelo psicológico, mas pelo físico também. Duvido que qualquer mulher use aborto como anticoncepcional.

      • Eu já fiz e garanto que tem que ser masoquista pra usar aborto como método contraceptivo. A preocupação de não dar certo, fora a dor quase insuportável do processo e o desconforto dos dias seguintes são coisas que eu prefiro evitar tomando qualquer pílula que não um cytotec.

    • E só a MULHER, Gustavo, homem pode abandonar e fazer de conta que não existe – ou mesmo negar paternidade do jeito que PELÉ fez com a própria filha que o BM praticamente não liga. Depois reclamam que “Ah, a família brasileira tá assim, tá assado” – isso pq ainda tem quem clame a existência de uma pretensa “moral da família brasileira” que na prática não existe (só serve como bandeira contra coisas como beijos lésbicos em novelas e outras ninharias, de tão mesquinha que esta moral imoral é)

  • Mais um trunfo na manga do Eduardo Cunha. Se ele usar mais uma vez a esperteza que lhe é peculiar, mais um abacaxi pra Dilma.

  • Resumindo: 7 em cada 10 brasileiros são idiotas.

    “Mas a humanidade realmente anda a passos de formiga e sem vontade (sim, eu sei quem eu acabei de citar, tenso…), ” hahhah! Não vou dizer que foi ruim, também não foi tão bom assim… brincadeira, gostei do texto sim.

  • Quando eu vi reportagens a respeito das eleições na Inglaterra, a quantidade de BM comemorando, dizendo que “Ah, o conservador ganhou, tá vendo aí que inglês não tem essas coisas de PT, feminismo, mimimi” sem perceber o ABISMO que separa o conservadorismo da Europa, o que defende as liberdades individuais, e o conservadorismo podre e chucro latRino-americano, que se resume a ser fiscal de cu, de boceta e de útero e outros órgãos dos outros.

  • Sally e Somir, vcs mais uma vez arrasaram! Eu sempre tenho este cantinho aqui como um refúgio internético contra a idiotice coletiva.

    Sim, Brasil, Paraguai e toda a América LatRina são pródigos nesta hipocrisia que até mesmo MATA mulheres (as pobres, claro). As pessoas fecham os olhos com relação a este tema, justamente para não encararem a si mesmos e a própria pequenez diante do destino neste mundo cão. E esta intromissão de religião na política, todo este atraso tem una certa razão histórica: Simplesmente o tipo de cristianismo que baixou por estas bandas lá nos idos de 1500 foi o PIOR que tinha na civilização ocidental: O catolicismo IBÉRICO. O que provocou a mais cruel e horrenda inquisição da Europa de então. Aí este tipo PORCO de cristianismo veio parar por aqui, com a hipocrisia e a crueldade que lhe é peculiar, as pessoas se acomodaram a isto e deu no que deu: Atraso, machismo, tomar conta mais da genitália e do cu alheio do que da própria e por ai vai. São sociedades doentes e bárbaras a despeito de herdarem uma religião que pregaria a paz – mas que na prática, tomou a forma dos colonizadores e se transformou neste rosário de hipocrisia que aí está. As pessoas nesta região do planeta se acham no direito de serem inquisidores da vida alheia, esta lei de caça às bruxas, completamente ineficiente, não resolve NADA, só serve pra massagear ego destes moralistas nojentos e hipócritas, que impõem aos outros o que eles mesmos não acreditam nem levam a sério. Egoísmo define esta gente cretina!

    • Corrigindo: “Tomar conta da genitália e do cú alheios mais do que dos próprios”.

      “Com a hipocrisia e a crueldade que lhe são peculiares”

      • Pois é, Sally! Foram 5 séculos, tempo suficiente pra evoluir em um monte de coisa, mas a América Latrina perdeu o bonde da história e continua com os mesmos vícios de antes, uma merda – até mesmo esta religiosidade fanática bocó, que não ajudou em nada a melhorar – ao contrário, só piora, pq as pessoas não entendem O MÍNIMO do que Jesus pregou, fazem tudo ao contrário e a hipocrisia reina.

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