Estar apaixonado é uma verdadeira bosta. Sim, estou abrindo com uma frase de impacto, um recurso medíocre, porém sincero. Estar apaixonado é um saco, um inferno, um incômodo. Não entendo por qual motivo as pessoas gostam e desejam se apaixonar. Ahh os idiotas… eles adoram estar apaixonados! Se apaixonar é um atraso de vida. Claro, é inerente ao ser humano, assim como cagar também o é. Não necessariamente tem que ser agradável por ser natural.

A própria etimologia da palavra já dá indícios do que está por vir: vem do latim e indica o “ato de suportar um sofrimento”. E é basicamente isso que acontece com uma pessoa apaixonada: ela sofre, mesmo quando a paixão é correspondida. Amor, um sentimento mais sereno e consolidado, até impulsiona as pessoas para frente, te melhora como ser humano, mas a paixão… a paixão mediocriza, se é que essa palavra existe.

Para começo de conversa, a pessoa apaixonada, querendo ou não, tira parte do seu foco de questões importantes da vida como trabalho, filhos, projetos, planos para dar lugar à paixão na sua mente. Não necessariamente ela negligencia as outras áreas, mas é inegável que toda a energia voltada para a paixão não sai do nada. Em matéria de sentimentos, sempre temos que tirar de algum lugar para colocar no outro.Você vira um profissional pior, um pai pior, um amigo pior quando está apaixonado, pois a mente está viciada no seu objeto de paixão.

Não se trata de uma escolha. O objeto da sua paixão simplesmente invade sua cabeça, várias vezes por dia, sem respeitar o seu tempo que estava distribuído e pensando para outras atividades. É um estupro mental que se dá contra a vontade do apaixonado – e pior, ele gosta. Deve ser um efeito semelhante ao uso de drogas, você sabe que isso a longo prazo pode te prejudicar, mas é tão bom e incontrolável que te atropela. E ainda tem quem goste, quem ache uma delícia ser um animal irracional sem controle dos seu sentimentos e pensamentos. Não é. Não dá para evitar, mas dá para admitir: estar apaixonado é indigno.

Paixão cega. Tanto para as coisas boas, como para as coisas ruins. Paixão altera quimicamente o cérebro, afetando a percepção do mundo. Uma bobagem parece algo grave e desperta uma crise de ciúmes totalmente desnecessária que deve ser engolida a seco para não passar recibo de loucura. Um defeito escroto do objeto da paixão parece uma peculiaridade charmosa. A razão entra em coma.

A paixão promove um emburrecimento tendencioso que muitas vezes custa caro, mais para a frente, quando ela acaba. Pessoas apaixonadas deveriam ser proibidas de realizarem qualquer escolha importante na vida. Tenho esperanças que um dia se possa medir isso de forma concreta, com base na quantidade de serotonina e outras “inas” no cérebro e essas pessoas sejam legalmente consideradas inimputáveis no período em que a paixão durar; não possam casar, vender seus bens nem fazer nenhum negócio jurídico para o qual se exija sanidade mental.

A paixão também embreguece, mesmo que você faça um esforço para se manter digno, por dentro você embreguece, amolece, enfouxesse. A música brega que em dias de dignidade era ridicularizada mentalmente agora gera uma identificação involuntária. A vontade sofrida de estar sempre com a pessoa leva a pensamentos irracionais de abandonar tudo para que nada roube o tempo que você pode passar com ela. É um atraso de vida sem precedentes. Não entendo como as pessoas comemoram e celebram a paixão, o certo seria ligar para um amigo(a) e dizer “Putz, me fodi, estou apaixonado(a)”.

A gentalha acha bonito perder o controle. Talvez porque eles, mesmo quando estão no controle, fazem bosta por cima de bosta, então, ao menos na paixão, existe um “álibi”. Tem pessoas que, francamente, eu olho e penso: “Ainda bem que ESSA não é a minha vida!”. E quando é por estar apaixonado, a sociedade tende mesmo a ser mais bondosa antes de condenar uma atitude.

Mas pessoas racionais, pessoas responsáveis, tem mais a perder do que a ganhar com a paixão. Não dá para evitar, mais cedo ou mais tarde todos vamos nos apaixonar (ou nos apaixonar novamente), mas porra, dá para não celebrar uma coisa tão escrota. Dá para ter a consciência do mecanismo de escravidão mental e pouco discernimento que está se instalando.

Não nego a função evolutiva da paixão, ela tem seu papel temporário. Paixão passa. Dizem que dura no máximo uns três anos. É uma cegueira, uma explosão química que altera o discernimento no cérebro necessária para permitir que um casal fique junto tempo suficiente para construir algo mais sólido. Porque, vamos combinar, não tem coisa mais difícil do que a convivência, se não tivesse esse bônus inicial, não daria tempo de se apegar e construir laços, nos mandaríamos todos à merda em um mês.

Casais inteligentes aproveitam esse período inicial a paixão para criar laços, interesses em comum e projetos que os una, para ter algo que sobre quando a paixão acabar. Não fosse a paixão, talvez as pessoas não conseguissem ficar juntas tempo suficiente para construir o amor. Mas isso não a faz menos escrota. Como eu disse, cagar é necessário e nem por isso é louvável ou agradável.

Talvez o ponto mais perigoso da paixão não seja a ansiedade, a obsessão ou a cegueira. O ponto mais perigoso é a força que ela dá. Uma pessoa apaixonada escala montanhas, luta contra o mundo, tem uma força inesgotável de lutar por seu objeto da paixão. Quando a paixão não é correspondida, a tendência é que o sentimento vá se extinguindo. Mas quando tem alguém alimentando essa fogueira, o céu é o limite. Pessoas apaixonadas são capazes de tudo, pois além do discernimento comprometido, brota uma força e disposição não sei de onde. Combinaçãozinha perigosa: perda de discernimento com aumento de capacidade de agir. Só um louco pode gostar de passar por isso.

Não adianta lutar contra a paixão, ela é um poderoso mecanismo evolutivo de fundo bioquímico. Não é minha intenção pedir que não sintam seus sintomas, isso está fora no alcance. Adoraria pensar que um dia serei imune a ela, que um dia aprenderei a me controlar. Mas não vou, apesar dos pesares, todos nós somos humanos, não dos melhores, mas somos humanos.

Todos nós continuaremos passando por essa indignidade que é estar apaixonado e, dificilmente, no calor da paixão, vamos conseguir antever ou controlar esses erros e indignidades. O cérebro estará soltando fogos e sua racionalidade vai para a casa do caralho. Quem diz que se mantem sob controle mesmo apaixonado mente. Para os outros ou para si mesmo. Talvez para ambos.

Pensar na pessoa o dia inteiro é desesperador, não é bonitinho nem fofo. Querer estar com a pessoa o dia inteiro, querer falar com a pessoa o dia inteiro não é lindo nem romântico, é um verdadeiro atraso de vida que não conseguimos controlar. Querer que a pessoa seja só nossa, monopolizar sua atenção, ser a única razão do seu afeto não é legal, é doentio. No entanto, todos nós nos sentimos assim ao menos uma vez na vida (menos o Somir, que é morto por dentro). Então, o que fazer?

Percebam que não é um texto mandando você não se apaixonar, isso seria impossível. Também não é um texto mandando você se apaixonar de forma digna, pois isto também seria impossível. É um texto para te lembrar de ter em mente a forma como a paixão funciona para, apresar de indigno, conseguir tirar o melhor que ela tem a te oferecer: oportunidade e proximidade para construir uma relação de amor. Se não, quando ela acabar, vai ruir tudo e você terá apenas perdido tempo da sua vida.

Paixão é um pedágio necessário para suportar o outro tempo suficiente para estabelecer vínculos duradouros, para cultivar amor, um sentimento mais calmo, sensato e profundo. É apenas a minha opinião, mas eu vou tratá-la como verdade.

Infelizmente a massa trata a paixão como um fim em si mesma, acha bacana essa sensação escravizante e monotemática e, tal qual viciados em drogas, quando o “barato” acaba, acaba a graça e buscam mais. Mulheres principalmente. Acaba a paixão e a pessoa começa a achar tudo muito “sem graça” e a querer se apaixonar novamente. Trocam de parceiros em busca desse frenesi viciante que, a meu ver, é escroto e exaustivo e se frustram quando ele acaba. E ele sempre acaba.

Para mim, quando acaba a paixão é sempre um alívio. Passei de fase, parti para algo melhor, evoluí. Se tem uma coisa da qual não sinto falta é estar apaixonada. Nunca compreendi essa “delícia” que as pessoas acham em estar apaixonado. Assim é o brasileiro médio: se não for exagerado, intenso, excessivo, é “pouco”. E assim estão, pulando de relacionamento em relacionamento, com casamentos ridículos que duram poucos anos, até acabar a paixão e um enxergar o outro. Não, obrigada.

Faça as pazes com a inerente indignidade da paixão, ninguém escapa dela. Mas usem esse período indigno com o máximo de sabedoria possível: construam algo maior nesse bônus de mar de rosas que tem data para acabar. E chega de exaltar uma coisa tão cagada. Estar apaixonado é uma verdadeira bosta. Ainda bem que passa!

Para me chamar de amarga, para tentar me convencer de que a sua paixão nunca vai acabar ou ainda para contar indignidades que fez e sentiu apaixonado: sally@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Etiquetas:

Comments (67)

  • Escravizante, esta seria a palavra. Ppoderia acrescentar a isto, as pessoas (Neste caso, sim. Geralmente mulheres.) que se apaixonam pela ideia de estar a apaixonadas.

    Certa vez, decidi nao mais me apaixonar. Está funcionando.

    Ano passado, me apaixonei pela Melly, mas…bom depois passa.

    • Ivo, seu projeto está fadado ao fracasso. Não controlamos sentimentos. E se apaixonar por mim é falta de ambição na vida

      • Quando mais jovem, durante certa época eu não ficava mais que 2 ou 3 vezes com a mesma pessoa.

        Para não me apegar.

        Dava certo…

      • Seria até uma babaquice me apaixonar por uma anonima (ou anonimo). Mas eu discordo veementemente que seria falta de ambicao. Pelo contrario, a MELHOR das ambicoes. Uma mulher de verdade, autentica, que diz o que pensa, culta, as vezes candida… Veja, Sally, se apaixonar por voce seria uma vida rica e cheia de emocoes, mas se eu a conhecesse pessoalmente conheceria tambem seus defeitos e muitas outras boas qualidades…

        Deixe de ser ciumenta. Me apaixonei pela Melly, nao por voce. Mas voce ocupa um espaço enorme no meu coração.

        S2

  • Sally, pior é morar junto com uma pessoa apaixonada.
    Na minha graduação morei em uma república em que uma das moças falava do tal Renato da hora que acordava até a hora de dormir. O dia todo. Um inferno !
    Quando estávamos conversando lá vinha ela mudar o foco da conversa e falar do tal Renato outra vez.
    Um dia explodi e pedi educadamente (bom…não tão educadamente assim) para que ela desse um tempo nesse monólogo que estava ficando muito cansativo,
    E não é que a mulher se ofendeu? Saiu falando para as outras pessoas da república que eu estava com inveja dela…
    Aff

    • Tem disso, gente apaixonada fica monotemática. É um saco, mas temos que tentar ser generosos, são pessoas fora de si.

  • Achei esse seu texto sensacional, Sally. Traduz tudo que percebi em mim nesses últimos meses, o quanto me fiz valer da minha força e brio. E graças a vc pude realmente perceber o quanto tb sou uma pessoa racional, apesar de ser muito sensível e sentir tudo com muita intensidade.
    É possível sim estar apaixonada e tomar atitudes dignas, mas sei, visceralmente, como é difícil.
    Acho tb que a coisa piora quando o sexo é aquela coisa sensacional, pq aí escraviza mais ainda.
    Também não gosto do gasto energético que a paixão provoca, muito menos ver minhas prioridades e objetivos pessoais despriorizados pq o cérebro fritou pela paixão, e não conseguir pensar em outra coisa.
    Também me sinto aliviada quando passa.

    • Você acha que pode existir amor sem que antes passemos por esse estágio nefasto da paixão ou é um pedágio inevitável?

      • Em se tratando de ser humano, acho tudo possível, Sally. Tudo mesmo! Existe todas as explicações psicológicas… Mas acho tudo tão subjetivo e individual. Mesmo duas pessoas que sempre conviveram e que se conhecem há anos, onde sempre existiu amor entre os dois (platônico?), pois como amigos houve tempo o suficiente para realmente se conhecerem, e a coisa mudar de configuração. Sim, amor virar paixão. Mesmo sendo o estágio necessário para os dois saírem do estagio platônico.

        Mas principalmente, eu acredito tb que existe a possibilidade de um amadurecimento emocional e esse processo não ficar tão penoso. Acredito que as pessoas podem viver isso com mais tranquilidade e não mais tomada por impulsos infantis de querer a pessoa e o prazer com tanta urgência, ou com tanta irresponsabilidade. No fim das contas vc é a adulta da história, vc que comanda a sua vida… Sei que isso que eu falo é difícil, muito difícil, difícil bagarái, mas possível.

        A grande questão que vejo aqui é que sentir carência e todas as coisas relacionadas à paixão é humano, é o esperado, não tem nada de errado nisso, e a diferença está em como vc conduz isso tudo. De maneira modo infantil, ou com um mínimo de comando adulto? Estranho seria se não sentíssemos nada.

        Tive um professor que sempre falava: “é necessário vc pegar a sua criança (interior) no colo, conversar com ela, dar carinho, compreenção, e mostrar pra ela que vc quem está no comando”. Ser a melhor mãe e o melhor pai que vc pode oferecer pra vc mesmo.

          • Tem exatamente dois livros que não são aquela fonte intelectual, mas que fizeram muita diferença na minha vida: “gente que mora dentro da gente” da Patricia Gebrim e “o amor não é um jogo de criança” do Krishnananda.
            Eles falam bem desse estado emocional da criança (interior).

        • Concordo com essa parte que tu disse Lichia: no decorrer do tempo e tal, a pessoa vai passando por um processo de amadurecimento emocional e sabendo lidar melhor com suas próprias emoções, desejos e projeções para aquela pessoa apaixonada.

      • hummm… eu acho estranho.
        Tem cururu escondido aí.
        Sempre que leio reportagens sobre isso, gosto de entrar no face dos que comentam a favor…

        Galera estranha pa carái!!

  • Estar apaixonada é uma merda, merda, cagalhão dos grandes… podre, fétido, horrível!!

    Amar é tudo… quando se é amado.
    Amar sem ser amado é uma eterna nostalgia platônica… também uma merda!!

    Ser solteiro, com o corpicho em cima, amigos e com uma graninha básica é tudo de bão!! No stress!! Baladinha, pinto amigo… mas tbm cansa…

    O bom mesmo é amar um pinto amigo e ser correspondido e, ir pra balada com ele!!

    • Paixão não é amor. Paixão, mesmo quando o outro também está apaixonado, é um inferno. E vou te dizer, é um inferno PIOR do que quando não é correspondido, pois a coisa vai sendo alimentada e sobrevive por anos.

      • Hoje eu tenho uma pessoa que amo!!
        Foi a primeira vez que senti algo assim.
        É calmo, confidente, amigo… existe muito desejo e atração mas pelo que a pessoa é, pelos valores… tipo admiração.

        Quando eu cheguei a sentir paixão, lembro que não sentia admiração.

        Estranho né?!

  • Sally, eu concordo contigo que a paixão tem lá sim seu lado negativo, como tu bem citou no texto, obsessão pela pessoa, monopolização do pensamento, etc etc. Mas isso, a meu ver, seria no caso de pessoas que não conseguem controlar a paixão, não? Quer dizer, eu insisto nesse ponto aqui: há pessoas que conseguem sim, racionalmente, controlar a paixão e não cair nessa de ficar todo bobinho e tal, e dar um basta (um tchau no whatts por exemplo, pra não ficar conversando o dia inteiro com o sujeito) e priorizar outras coisas a serem feitas no dia.

  • O dia dos fracos passou, mas Sally continua esquisita demais. Esse texto nem parece dela. Li duas vezes e continuo achando que encara relacionamento de um jeito ruim que não combina muito com ela, a julgar o que acompanho aqui.

    Desculpe, mas se eu tiver errada (e paranóica) realmente a Sally é surpreendente.

    E não concordo com essa parte:

    “Mulheres principalmente. Acaba a paixão e a pessoa começa a achar tudo muito “sem graça” e a querer se apaixonar novamente. Trocam de parceiros em busca desse frenesi viciante que, a meu ver, é escroto e exaustivo e se frustram quando ele acaba. E ele sempre acaba.”

    Vejo isso ocorrer mais frequentemente com homens. Os bonitos trocando namoradas e esposas por paixonites, em busca de aventura, enquanto mulheres tendem a valorizar mais o relacionamento que possuem.

    • Os homens não trocam. Os homens mantém a esposa E uma aventura, para buscar esse frenesi. São ainda piores.

      E o texto é meu mesmo. Não é um lado pessimista de encarar relacionamentos e sim uma critica a um estágio deles.

        • Por isso eu disse “tendem a valorizar” porque é o que EU presencio, mas não significa que seja 100% dos casos.

          Não é perseguição com homens, é a minha percepção atual. :)

    • Sabe que também concordo contigo? Se bem que, pensando bem, todo mundo parece ser assim, homens e mulheres em busca de apaixonites, em busca de alguma forma que esse sentimento perdure ad eternum.

    • Pra mim pouco importa quem tenha escrito, o negócio é que descreveu exatamente o que eu já passei várias vezes. Acho que impedir esses sintomas não dá, mas tem como se vacinar e ficar menos abobado durante esse período de paixonite.

      • Tem sim, tem como ter em mente que você está idiota e tentar se policiar, mas é igualmente exaustivo viver se policiando.

  • Muito bom seu texto !

    Estar apaixonado é uma merda! Eu estou apaixonado e, como a situação foi ficando complicada, eu tive um pouco de dignidade e me afastei. Só que passo por períodos de abstinência e acabo falando com ela, puxando assunto, falando “gracinhas”…é uma estupidez só !

    Estou louco para que essa fase passe porque preciso terminar meu TCC !! hahahaha

    • Só vai passar se você não alimentar: tem que cortar contato, não ter mais notícias da pessoa, não falar mais, não ver mais. Faça sua parte que o sentimento morre.

    • Harrison, foi mal cortar seu QI, mas fica bem evidente que o texto trata de pessoas normais. Autistas e similares são pessoas portadoras de uma grave doença limitante, não experimentam nem essa nem muitas outras sensações humanas. Pessoas normais se apaixonam e é para elas que eu escrevo.

      • ‘Mas isso não basta. Para apaixonar-se é preciso estar com o coração predisposto, segundo o psicoterapeuta e psicólogo Eduardo Ferreira-Santos, do Serviço de Psicoterapia do Hospital das Clínicas de São Paulo. ‘

        • Harrison, isso quer dizer que existem fases da vida das pessoas onde elas não estão abertas NAQUELE MOMENTO a isso. Por exemplo, uma pessoa que acabou de enterrar um filho dificilmente estará emocionalmente abeto para se apaixonar. Não quer dizer que são pessoas que nunca vão se apaixonar na vida.

  • Ainda bem que passa! Nossa, a melhor parte de se estar apaixonada é quando você olha pra trás e vê que está livre!

    E não é somente a paixão por outra pessoa não, qualquer paixão é uma tortura, mesmo que seja por uma carreira, por um tipo de arte. No fim, a obsessão é tanta que atrapalha até mesmo quando seus objetivos se consolidam.

    • Feliz em encontrar alguém que, assim como eu, sente alívio quando a paixão passa. Acho todas as paixões sofrimento, mas a por outra pessoa é pior, pois a reciprocidade a alimenta ainda mais. Indigno, porém necessário.

  • Finalmente alguém que concorda que paixão é um horror. Detesto isso, monopoliza os pensamentos, direciona as ações, nos torna escravos de um sentimento. E as pessoas gostam. Vai entender.
    Falling in love is so hard on the knees.

    • Paixão tira qualidade de vida. Por qualquer merda nascem sentimentos exacerbados, por qualquer coisa vem a taquicardia. A espera, a ansiedade… Nada disso me é agradável. Nada como uma boa noite de sono em paz e um dia sereno sabendo que alguém com quem você tem uma relação segura e consolidada te espera em casa.

      • E o pensamento obsessivo, as decisões não confiáveis. É escravidão, condiciona as atitudes. E é tão cansativo.
        Tem razão Sally, nada como a segurança do amor.

  • Ou será que a ausência de paixão, ou a incapacidade de se apaixonar é anormal, é doença, é desvio, é morte em vida?

  • Sally, sei que você faz muitas pesquisas pra desenvolver os textos. Pergunto: Há pessoas incapazes de se apaixonarem? Há pessoas que pass pela vida sem se apaixonarem por nada e por ninguém? Não por serem psicopatas, frias, ou portadoras de alguma doença ou distúrbio, mas simplesmente porque o funcionamento do cérebro ou as particularidades hormonais não permitem, independente da vontade delas? Ou você considera uma regra universal?

    • Sim, pessoas incapazes de determinados sentimentos humanos em função de uma doença que lhes tira essa capacidade, como é o caso dos autistas. Eles tem uma severa deficiência na hora de criar vínculos, algo essencial para a paixão. Eventualmente pessoas que causam danos a si mesmas, como por exemplo com uso excessivo de drogas, também podem ter essa capacidade comprometida.

      Mas, pessoas “normais”, pessoas “padrão” se apaixonam. Infelizmente.

      • Que droga, hein? Deveriam desenvolver um antídoto.

        Eu me identifiquei com o texto. Detesto a sensação de perda de controle que a paixão (por uma causa, por uma ideia obsessiva ou por uma pessoa) causa.

        • Se existisse um antídoto, será que nos suportaríamos tempo suficiente até criar os laços necessários para o amor?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: