O botão certo.

Dilema hipotético: você e um desconhecido estão presos, cada um em um quarto, e não há possibilidade de fuga. Vocês não conseguem se ver nem estabelecer comunicação. Você não sabe quem é a outra pessoa presa no outro quarto. Tudo que você sabe é que existe um botão em cada quarto que, se pressionado, mata a pessoa que está no próprio quarto mais libera a outra ilesa. Se, em uma hora, nenhum botão for pressionado, ambos morrem.

Tema de hoje: Você aperta o botão?

SOMIR

Eu acredito que pela primeira vez vai ser de zero. Não acho ser possível convencer alguém do meu argumento hoje, mas que pelo menos sirva para exemplificar uma possibilidade diferente…

Sim, eu aperto o botão. Não se negocia com terroristas. Apertaria nos primeiros segundos para resolver tudo na hora e acabar com o prazer de qualquer um que quisesse se aproveitar do meu sofrimento. Se for verdade mesmo eu morro e nem vou sentir mais nada. Se for um teste, eu ainda posso fingir que sou extremamente altruísta e ter a outra pessoa me devendo algo gigantesco para todo o resto da vida dela.

Temos que pensar além da sobrevivência. O contexto de estar nessa situação hipotética presume que você está sendo torturado. Que tem alguém lá fora derivando prazer do sofrimento de ambos os envolvidos. Entre morrer por não fazer nada (o que a maioria das pessoas faria) e morrer dando uma banana para algum filho-da-puta que está se divertindo horrores com sua tragédia pessoal, não há um alento em sair dessa vida nos seus próprios termos?

Não é uma situação que presuma vingança futura de forma realista. Sua única forma prática de devolver alguma coisa para seus captores é negá-los o jogo. É aquela coisa de filme de não gritar de dor ao ser torturado, uma forma de “humilhar” o torturador e acabar com qualquer propósito ou prazer que venham a ter ao fazê-lo. Meu ódio por quem me torturasse falaria tão alto que eu até disporia da minha vida por isso. E se quem me colocou naquela cela queria provar um ponto, com certeza ele não passava pelo meu sacrifício. Nem isso ele vai ter. Minha última mensagem para o mundo seria um “CHUPA!”.

Pra que se torturar também? Essa hora seria difícil até mesmo se você fosse bom o suficiente para não dar nenhum sinal de nervosismo para seus captores. É um turbilhão mental de possibilidades e esperanças que tornariam sua última hora nesse mundo um sacrifício desnecessário. Se você tem que aceitar que vai morrer em uma hora, não é essa hora que vai fazer diferença no cômputo geral das coisas. É uma hora de prisão contemplando o fim da própria existência com no máximo uma vaga esperança de ter um suicida do outro lado.

Se eu defendo eutanásia, faz sentido que eu aperte o botão. O direito de sair dessa vida é sagrado, e quanto mais controle você tiver sobre ele, melhor. Eu me poupo do sofrimento. Não estou nessa vida para passar por provações, estou aqui a passeio, como se fosse uma visita ao museu. Quero aprender muito, mas se perder a graça, prefiro ir embora. Estar numa cela a uma hora da morte certa contempla os elementos necessários para considerar essa vida descartável.

E outra: querendo ou não, você está salvando uma vida. Eu não me mataria SÓ por isso, mas se vem de bônus nesse pacote, qual o problema? Não dizem que continuamos vivos pelas memórias dos outros? Sim, eu teria muitos elementos egoístas na minha escolha, mas altruísmo é uma coisa agradável, faz bem. Se você quisesse morrer, preferiria fazê-lo sozinho ou salvando outras pessoas? Não que fosse me fazer diferença depois de estar morto, mas naqueles intermináveis segundos antes de apertar o botão, haveria um senso de propósito e grandiosidade no ato.

Morrer lutando ou morrer acuado? É uma escolha que a maioria de nós não vai poder fazer, mas nessa situação hipotética, é uma realidade. Então, diante dela, há lógica em apertar o botão e assumir de volta o controle sobre sua existência. Crer em liberdade e individualidade é tomar decisões difíceis sem se deixar cair em mãos alheias.

“Mas, Somir, você nem considera que a outra pessoa aperte o botão?” Não. O senso de preservação é poderoso e pouca gente é capaz de racionalizar diante dele. Se não apertar o botão ainda mais rápido que eu, a chance de apertar depois é negligível. Se você começar a considerar os prós e os contras de apertar o botão, sentimentos começam a anuviar a razão, a esperança vã de que outro se mate por você vai tornando a realidade em algo idealizado. E no campo do ideal, a vida sempre vale a pena ser defendida. Tipo a família de um doente terminal que o faz aguentar mais sofrimento por achar que tem uma cura prestes a ser descoberta, mesmo que a ciência ainda não tenha dado nem sinal de conseguir uma.

O poder de auto-sugestão do ser humano é poderoso. A outra pessoa não vai apertar o botão. Eu VOU morrer naquela cela. Quero ver UM aqui que diz que vai apertar o botão… o dilema é falso em 99.999999% dos casos. São só duas pessoas que vão morrer nas celas. Bom, eu não me resignar a uma morte por desistência. Apertar o botão é negar qualquer prazer a quem está te torturando e uma melhora de 50% na sobrevivência média nesse caso. Pouca gente vai ter força para tomar essa decisão, então que eu tome. É assim que as coisas sempre funcionaram: alguns se sacrificam para que outros resistam. Eu preferia não me sacrificar, mas nessa situação? Que seja eu então. Morro praticando o que prego.

Minha vida, minhas regras. Minha liberdade vale mais que minha existência. Se você está aqui para torcer para outras pessoas apertarem um botão para te salvar, você está fazendo errado. Eu não espero ajuda do amigão imaginário, eu não espero ajuda de desconhecidos. Se tem um botão nesse mundo que acaba com sua vida, que seja você que aperte.

Melhor morrer livre do que viver preso.

Para dizer que isso é muito bonito em teoria, para dizer que isso é estúpido até em teoria, ou mesmo para concordar comigo só para ser do contra: somir@desfavor.com

SALLY

Não. Aqui entra uma coisinha poderosa chamada “esperança”. Eu me apego à esperança de que, até o último segundo, a pessoa que está no outro quarto aperte o botão, se sacrifique e me libere. As chances não são altas, eu sei, mas elas existem. Além disso, eu não tenho muito a perder: de um jeito ou de outro eu acabaria morrendo mesmo.

Talvez alguns mais descrentes pensem “perda de tempo, ninguém apertaria esse botão”. Bom, Somir tá aqui para provar que isso não é verdade. Não fechem suas mentes, não é apenas a bondade que faria uma pessoa pressionar o botão, uma série de outros motivos, como desespero, medo e ansiedade poderiam levar alguém a fazê-lo. As pessoas tem reações surpreendentes quando estão em situações limite. Muita gente pode pensar “eu não quero vivenciar este sofrimento, prefiro morrer nos meus termos”.

Por incrível que pareça tem uns control-freaks que, se acharem que vão morrer, até nisso querem ter controle e morrer de acordo com a sua escolha, ainda que exista a chance de sobrevivência. Eles apertariam o botão se batesse um surto de “vou morrer”. Tem gente que apertaria na clara intenção de se suicidar para não ter que passar pelo pavor, pelo medo e pela espera de uma suposta morte certa. Existem uma infinidades motivos para apertar o botão além do altruísmo de salvar outra pessoa.

Novamente, sei que as chances seriam pequenas, mas como a recompensa é grande (minha vida), eu tentaria até o final. Sim, eu deixaria outra pessoa morrer, mas o faria por ser a única forma de lutar pela minha vida. Escolhas trágicas, elas sempre são uma ótima fonte de Ele Disse, Ela Disse e também um ótimo jeito de conhecer o caráter das pessoas, nem tanto pela escolha em sim, mas por sua fundamentação.

Nessa situação hipotética medimos a força mental de uma pessoa. Não há como se salvar quebrando a porta, subornando alguém ou fazendo cálculos. A única coisa que (talvez) pode te salvar é sua força mental, a sabedoria e a calma de bancar uma decisão até o limite da morte. Não acho que muitas pessoas no mundo tenham esse preparo mental. Como eu disse, não tentando ou tentando e fracassando a consequência negativa é a mesma. Temos que pensar duas vezes quando tentar pode gerar um estrago ainda pior do que não tentar, que não é o caso.

Eu banco uma hora dentro de um quarto sabendo que vou morrer. Não seria agradável, mas eu banco uma situação dessas com a calma necessária para tomar a melhor decisão. A morte em si não me assusta mais. Uma morte dolorosa ou a morte de uma pessoa querida sim. A morte em si é consequência inevitável da vida, eu saberia aceitar com resignação, desde que tivesse feito tudo ao meu alcance para evita-la. E no caso, fazer tudo que está ao meu alcance é esperar quietinha.

Curioso que se tivesse que andar por uma corda acima de um rio cheio de jacarés famintos, muita gente bateria no peito e diria que o faria, para evitar a morte. Se a gente tivesse estipulado qualquer desafio físico, com uma vertente heroica, muita gente afirmaria que o faria para lutar pela própria vida. Talvez todos. Mas quando o “lutar” pela própria vida pressupõe resignação e controle mental, o cérebro dá um bug e não faz.

Ainda temos essa coisa primitiva de que lutar é físico, é combate, é movimento. Tolinhos. As maiores lutas travamos em nossas mentes e geralmente é com nós mesmos. Muita gente aqui daria piti (se eu não tivesse levantado essa lebre) dizendo que não esperaria passivamente justamente por entender que isso é se entregar. Adivinha só? Nesse caso se entregar é agir. E é com isso que eu contaria, com esse bug mental do meu oponente, que se fosse brasileiro, provavelmente seria um macaquito hiperativo incapaz de perceber que sentar e esperar é o melhor agir.

Existe uma palavrinha chave para sobreviver a esse desafio apresentado hoje: resiliência. Resiliência é a capacidade de se adaptar ou se recuperar de eventuais mudanças negativas na sua vida. Quem tiver resiliência pode sobreviver. Quem se desesperar e quiser, ou melhor, precisar fazer alguma coisa, vai acabar morto. E, não se enganem, hoje é uma situação imaginária, mas amanhã, na vida, muitas situações que exigem resiliência, acabam se apresentando. E a maioria das pessoas age feito um chimpanzé que bebeu energético.

Desconstruam da mente de vocês essa ideia de ter necessariamente que agir o tempo todo para conseguir um objetivo. Avaliem com sabedoria cada opção e verão que mais frequentemente do que se pensa a melhor estratégia é a resiliência. Força para mudar aquilo que pode ser mudado e sabedoria para aceitar e se adaptar da melhor forma possível a aquilo que não pode ser mudado.

Mas, sempre vai ter um descontrolado que não domina sua mente que terá o sentimento fixo de “o que? Eu vou morrer e não vou fazer nada? Impossível!”. Agradeçamos a eles, eles apertarão os botões da vida real e se matarão, deixando o caminho livre para a gente.

Para dizer que Desfavor também é filosofia barata, para demonstrar seu lado macaquito e dizer que você dava um jeito de quebrar a porta ou ainda para pedir notícias do pai do Alicate: sally@desfavor.com

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Comments (26)

  • Concordo com Somir, apertaria o botão logo de uma vez, sem pensar muito. Esse tempo de espera da esperança transformaria minha vida num terror pós-traumático tão gritante que nem valeria a pena viver nessa merda!!! E a vida do cara ou da mulher que salvei eles que se virem porque não estarei aqui pra me preocupar mais mesmo!!!

    • Plus: se for tudo armação ainda posso pagar de altruísta (porque isso não existe, não adianta se enganar!) e heroína e viveria uma vida gloriosa. rs

  • “…um botão em cada quarto que, se pressionado, mata a pessoa que está no próprio quarto mais libera a outra ilesa.”

    MAIS?

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  • Sinceramente, acho que eu apertaria o botão. Sim, eu entendi claramente que se eu apertar eu posso morrer na hora em detrimento da liberdade de uma pessoa que sei lá eu quem vem a ser. Mas não faço isso pra ganhar homenagens nem ser lembrado por ninguém. Faço porque morrerei de uma forma ou de outra nesse jogo, visto que as chances da outra pessoa fazer o mesmo por mim são mínimas (se for um brasileiro então, ih…o egoísmo do BM na outra sala vai em primeiríssimo lugar esperar que a pessoa do outro lado o liberte, então, se depender disso tô fudido anyway). E como o Somir disse, faço pra estragar o prazer de quem me enjaulou ali esperando uma hora de diversão derivada do meu sofrimento.

    Se eu apertar o botão, eu morro. Se eu não apertar, o outro certamente não vai fazê-lo, e aí nós dois morremos. Ficar uma hora esperando que a outra pessoa tenha culhões pra isso, sabendo que a morte é certa, parece ser exatamente aquilo que a pessoa que me pôs ali está procurando ver. A tortura, o dilema, a pressão psicológica. Não, obrigado.

  • Não me julgo inteligente o suficiente pra debater essa questão. Mas me lembro dum filme em que rolava um lance com botões: o cara apertava o botão de um treco levado por um velhote vestido a rigor e ganhava uma bela grana. O que ele não sabia é que isso causava a morte de outra pessoa completamente desconhecida, em qualquer outro ponto do país. Não me lembro o desenlace da história, mas era um negócio bem sinistro. Se alguém assistiu a esse filme e se lembra do nome, favor informar.

  • Não apertaria, pois ficaria pensando que agir poderia libertar alguém (ainda) pior do que eu, qualquer que fosse o critério, o que daria um bônus extra ao autor da experiência.

    No melhor dos cenários, o mundo se livraria de dois indivíduos que, muito provavelmente, não tinham agregado muito à sociedade até aquele momento e/ou efetivamente não farão falta alguma, por mais que compartilhem do mesmo sentimento de resiliência.

  • Não acredito que o Somir vá perder tão feio hoje. Eu também apertaria o botão. Acho que é a opção mais digna, ao passo que não apertar é simplesmente obedecer um instinto de sobrevivência. Não me sinto confortável em jogar com a vida alheia, não cogito esperar que alguém se sacrifique por mim. Apertar o botão é abrir a porta do avião caído: se há alguma coisa hostil do lado de fora (fogo, estilhaços, etc) corre-se o risco, mas abre-se o caminho para os que estão atrás. Apertar o botão é a linha de frente, é ir sem medo, é tomar a atitude. Não apertar é esperar passivamente que alguém tome a atitude e te salve. É morrer lutando, é a razão sobre o instinto, algo que só o ser humano é capaz de fazer. Força para aquilo que pode ser mudado: eu posso mudar a situação, posso salvar alguém e acabar o show. Aperto o botão logo de cara, frustro o show, liberto o outro. Valeu a pena. Acho que mais importante que meramente sobreviver é saber porque sobreviver. Melhor morrer livre do que viver preso. Melhor fazer, dar a cara a tapa, ir pra luta, do que esperar sentado. Perde-se a vida, ganha-se a batalha. Os heróis são os que estão na linha de frente não dos que estão sentados esperando que eles ajam.

    Para além disso, achei a argumentação da Sally um pouco falaciosa (ad hominem). Ela coloca que quem aperta o botão é um “control freak descontrolado” ou “um chimpanzé que bebeu energético”, e quem não aperta “enfrenta o desafio e tem grande fibra mental”. E eu, pessoalmente, fico com um pé atrás com argumentações assim.

      • Sim, compreendi sim rs. Pode parecer um sacrifício desmesurado, eu sei, mas, considerando que o outro apertasse o botão, não creio que conseguiria viver em paz sabendo que poderia ter agido e não agi. Considerando que ninguém apertasse, morreria de qualquer jeito.

  • Claro que não. Imagina se vou me sacrificar por um desconhecido. Sou egoísta e se tiver que ir que sejam os 2, não é uma situação que eu poderia sair como a heroína. Eu não vejo o que apertou o botão como o forte, que quis morrer do seu jeito e sim como o fraco, que não aguentou esperar 1h. Ou seja, eu pagaria para ver até onde isso iria.

  • Estou com o Somir. Com os argumentos da Sally. Apertar o botão exige maior esforço mental e resignação. Uma hora a mais de vida não muda tua certeza com relação à própria morte, entretanto, muda com relação à vida do desconhecido, o que no final das contas não é o mesmo resultado.

  • Complementando meu comentário anterior. Vcs falam em desconhecido e que não sabemos quem está no outro quarto. Não ficou claro se vocês afirmam que não conhecemos quem está no outro quarto ou apenas não temos conhecimento de quem é. Se for um desconhecido eu NÃO aperto.

  • Se o torturador é sádico o suficiente pra te colocar nessa situação, é bem provável que ele seja ainda mais sádico e coloque seu filho no outro quarto. Então sim, eu apertaria a porra do botão. Além de que concordo com o Somir. Dificilmente a outra pessoa apertaria e eu morreria de maneira pior, gastando de maneira miserável minha última hora.

  • Somir, eu tomo cuidado ao te fazer elogios, porque você é uma criatura estranha. Não sei quem é, se é, se tem acesso aos dados dos celulares e computadores dos leitores, se realmente pensa o que diz pensar, se é um personagem de si mesmo, se é um troll gente boa ou… sádico.

    Enfim, essa loucura de anonimato tem o lado bom: o eligio não é interesseiro. É sobre o texto, não é sobre o autor. E não gosto de todos os seus textos. Alguns nem entendo. Mas este! Ah! Este seu texto de hoje é totalmente original.

    Sou sua fã, ser estranho!

    Eu me identifico com essa sua força interior, com essa forte tendência a tentar ter um mínimo de controle dos fatos que me dizem respeito, mesmo em circunstâncias insuportáveis.

    Tem coisas que só os ateus entendem. Que estamos sozinhos nesta vida e nenhum amigo invisível cuida de nós. Que não somos especiais. Que vamos morrer MESMO. Que a vida não recompensa os bons. Que a nossa liberdade vale mais do que a nossa existência….

    “Minha vida, minhas regras”, “Estamos nessa vida a passeio”. Sim, sim e sim! Me identifico com tudo o que escreveu!

    E o argumento de que não se negocia com terroristas e que por isso apertaria logo o botão é brilhante, pois ao negar jogar com eles, nós retiramos deles o prazer de uma hora de tortura.

    Por outro lado, entretanto, não sabemos com que tipo de terroristas estamos lidando. Pode ser que eles sejam como os nazistas que tentavam compreender a natureza humana por meio de experimentos de tortura. Não era só pelo prazer sádico do sofrimento das vítimas. Nesse caso, temos que considerar a hipótese de uma reação rápida e radical como a sua gerar muito material para eles discutirem, estudarem e analisarem, ou seja, não conseguiremos impedi-los de jogar. Perderemos de qualquer jeito.

    Eu me identifico com o seu raciocínio e é por isso que NÃO apertaria o botão. Não teria nenhuma esperança de que o desconhecido apertaria. Nenhuma. Também não me iludiria torcendo por um milagre. Sei que não sou especial (ninguém é!) e que os deuses e os demônios, ainda que existissem, não olhariam por mim.

    Eu não apertaria o botão porque não se negocia com terroristas. E porque eu tenho um forte instinto de sobrevivência que, muito provavelmente, me faria ficar até o final. A minha vida é tudo o que eu tenho. É a minha única chance de tentar ser livre. Depois dela, provavelmente, será o NADA.

    Se o sofrimento se prolongasse por mais de uma hora, provavelmente a minha decisão seria diferente. A longo prazo, seria igual à sua. Não sou masoquista. Prefiro morrer a sofrer, mas até onde eu aguentasse, não daria a ninguém o poder de me fazer tirar a minha própria vida. Porque, a morte aliviaria meu sofrimento, mas também mataria tudo: minha consciência, meus sentimentos, minhas chances de ter prazer de novo. Eu adiaria o fim ao máximo, o que é também uma forma de tentar controlar o incontrolável. Ou é só excesso de apego à vida mesmo…

  • Tenho uns colegas de RH que ficam só observando essas postagens estilo Jigsaw de vcs pra usar em dinamica de grupo.
    Eu apertaria logo a porra do botão e acabaria logo com a tortura.

    • Nem,

      E o que vai agregar aos colegas de RH os resultados da dinâmica que Sally e Somir criaram?

      Eles conseguem traçar o caráter dos colaboradores com isso?

      Será que Sally e Somir estão traçando os perfis dos impopulares e no final do ano vão fazer um texto sobre isso? Espero que sim :)

  • O que acontece se os dois apertarem simultaneamente, no último segundo? Morrem os dois ou os dois são soltos?

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