Carta aos ginecologistas:

Prezados Ginecologistas,

Sou uma mulher com mais de 30 anos, solteira e não quero ter filhos. Não quero ter filhos desde sempre e, desde sempre, esse direito me foi negado, nunca pude exercê-lo na plenitude que me deveria ser disponibilizada.

Métodos anticoncepcionais sempre me foram oferecidos, porém todos insuficientes, cada qual à sua maneira. Vocês, melhor do que ninguém, sabem que a eficácia plena da pílula anticoncepcional depende de uma série de fatores bastante chatinhos, que vão desde tomar o comprimido todo santo dia no mesmo horário até bizarrices inevitáveis ao longo de uma vida, como não tomar determinados medicamentos ou não ter diarreia.

São inúmeros os imprevistos que podem fazer uma pílula anticoncepcional falhar, e a maioria das brasileiras sequer está ciente deles. É mais comum do que se pensa ver filhos de pílulas mal tomadas. Sem contar os eventuais malefícios que hormônios podem causa a um organismo. Se não hoje, com pílulas mais moderas, 20 anos atrás. Pílula anticoncepcional não é e não pode ser resposta para tudo. Sempre existiram opções que me convinham mais, mas, infelizmente a decisão final nunca foi minha, apesar de sucessivos esforços e trocas constantes de médicos.

Camisinha, como os senhores sabem, é ótima para evitar doenças sexualmente transmissíveis, mas um péssimo método contraceptivo. Com um índice de falha de cerca de 10% (se mal utilizada, muito maior), ela jamais será garantia para um casal estável que faça sexo regularmente. A cada cem vezes que a mulher fizer sexo, correrá o real risco de engravidar em DEZ delas. É uma roleta-russa que, em algum momento, ao longo dos anos, pela pura lei da probabilidade, vai dar errado. E quando der, aborto será ilegal, sujeitado a mulher à maravilhosa escolha de pagar caro por clandestinidade e risco à saúde, ou um filho, um compromisso eterno indesejado. Parece justo?

DIU, principalmente se contiver hormônio, também é tratado como um bicho-papão. Aquela lenda urbana de que não se coloca DIU em mulher que não teve filhos pegou forte. Já ouvi ameaças como perfurações, infecções e até mesmo algum tipo de atrofia da camada do endométrio, aquela responsável por segurar o óvulo fecundado dentro do útero. Ah o endométrio… nunca vi o meu, mas já o odeio. Injeções trimestrais? Vão diminuir o endométrio também! E pode demorar anos para que ele se recupere! E se você se arrepender? E se quiser ter um filho e tiver atrofiado seu endométrio nessa idade, sem tempo para ele voltar ao normal? Você não é casada, e se você casar e seu marido quiser ter filhos? Sim, acreditem, já ouvi isso e coisa pior.

Eu respondo: sim, tudo de ruim pode acontecer e eu posso criar uma situação irreversível da qual me arrependa. Ok. Masao menos a escolha foi MINHA. Se eu me arrepender o problema é MEU.

Eu entendo limitações de escolha para menores de 18 anos, mas para uma mulher adulta? Desculpa, essa escolha é minha, apenas minha. E vocês, por décadas, estão me privando dela, fazendo a escolha por mim, decidindo o que acham melhor para mim, projetando seus desejos e medos em mim, sem nem ao menos me conhecer. Se meu marido quiser filhos e eu não, olha que fácil, deixa de ser meu marido! Que cabeça é essa de achar que uma decisão como essa será unilateral?

Se eu me arrepender, doutores, eu arco sozinha com os custos desse arrependimento. E sempre, sempre, a qualquer momento da minha vida, poderei adotar uma criança. O mesmo não se diz da mulher que opta por ter um filho, essa sim não tem direito a arrependimento. No entanto, não vejo os doutores preocupados com este aspecto, alertando as mulheres para pensar bem antes de engravidar.

Absurdo mulher ter obrigação de ter filho, e um desdobramento disso é não permitir que a mulher escolha, sozinha, qual o melhor método anticoncepcional para ela. Absurdo ginecologista interferir com qualquer juízo de valor quando uma mulher lhe comunica essa decisão: “Mas porqueeee?” ou “Você vai se arrepender” são sim formas de violência. Não lhes compete. Vocês não são terapeutas e nem ao menos conhecem minha vida e minha história para soltar uma excrescência como essa. Emitir juízo de respeito sobre essa decisão é sim desrespeitoso com a paciente.

E nem vou contar as coisas que ouvi quando sugeri algum método mais radical, cirúrgico, como a ligadura de trompas. Parecia que estava pedindo para amputarem uma perna! É quase impossível encontrar um médico que ligue as trompas de uma mulher sem filhos, apenas por ela não querer ter filhos. E argumentam, argumentam e argumentam. Não tenho o direito de não querer. Não tenho direito ao método anticoncepcional mais seguro, pois os doutores não se conformam que essa seja minha decisão final. Repito a mesma frase, há mais de vinte anos, e ela é refutada por pessoas que sequer me conhecem, e estas pessoas decidem por mim o que será feito do meu corpo. Não tenho o direito de querer correr um risco de uma decisão irreversível, pois eles decidiram que eu não sou capaz dessa decisão e vão me ignorar.

Se eu quiser usar anticoncepcionais hoje, tenho que, forçosamente, fazer uso de hormônios. Não importa quanta certeza eu tenha de não querer filhos. Foram vinte anos de hormônios totalmente desnecessários que eu não sei ao certo qual impacto terão no meu organismo a longo prazo. Foram vinte anos sem a certeza absoluta de não engravidar, uma paz de espírito que eu teria apreciado. Foram vinte anos onde eu vivi a contracepção do jeito de vocês, doutores, e o impacto disso sou eu a sentir e também é irreversível.

Não me parece justo. Fica aqui meu apelo para que não façam isso com mais ninguém. Se a pessoa se arrepender, o problema é dela, apenas dela, assim como se a pessoa se arrepender de ter filhos (sim, lamento informar, mas acontece). Parem de tratar mulheres como retardadas incapazes de escolhas sérias.

O curioso é que ninguém faz isso com um homem. Não tenho dúvidas que se homem engravidasse aborto já era legalizado e DIU vendia até em carrocinha de cachorro quente. Famosos jogadores de futebol fazem vasectomia aos 20 anos sem problemas. Homens sem filho fazem vasectomia sem serem recriminados. Ninguém interfere na escolha do método anticoncepcional masculino, assim como não exerce juízo de valor sobre sua escolha.

É hora de quebrar com esse ritual sádico de pressionar mulher a ter filho, direta ou indiretamente. Sim, é possível ser uma mulher feliz e completa sem filhos. E se vocês acham que não, recolham-se e deixem suas pacientes decidirem. Somos maiores de idade e temos discernimento, se nos arrependermos, que seja, melhor ter o direito à escolha e se arrepender do que ter alguém decidindo por você.

Aliás, cá entre nós, doutores, eu acho que uma mulher que opta por não ter filhos tem muito mais discernimento que outras que acabam fazendo filhos pelos motivos mais equivocados: um mero descuido, para “prender” um homem, para ser socialmente aceita e tantos outros. Doutores, em um mundo abarrotado onde nem água para todos teremos, quanto menos crianças, melhor. Pensem grande. Liguem trompas. Coloquem DIU. Manda assinar um terminho de consentimento dizendo estar ciente da irreversibilidade do procedimento e manda ver, que esse mundo já está abarrotado. É bom senso: em qualquer procedimento, a última palavra é do paciente, a menos que este queira algo que vai de encontro com sua saúde. Não ter filhos não prejudica a saúde de ninguém, muito pelo contrário.

É hora de ter culhões. É hora de dar à paciente o que ela quer, e não o que os doutores acham que é melhor para ela. Aos médicos que me disseram, com 20 anos de idade, que eu me arrependeria e iria querer ter filhos, eu digo: ESTAVAM ERRADOS. Continuo não querendo. Com que moral, com que autoridade, com que fundamentos se sentiram no direito de dizer o que eu iria querer ou deixar de querer da minha vida? Menos, doutores, bem menos, que vocês não são mais os semideuses da década de 80, a profissão de vocês está quase tão sucateada quanto a minha. Vamos descer do pedestal e priorizar o que a paciente quer e não o que vocês acham melhor.

O mais curioso é que, oficialmente, é vendido às mulheres que elas tem escolha. Não, não tem. Se o médico achar que ela é muito jovem para ligar as trompas, ele não faz. Se achar que não vai colocar DIU por nunca ter filhos, não coloca. O único método anticoncepcional minimamente eficiente (apesar de altamente traiçoeiro) é a pílula, talvez amplamente prescrita pelo “incentivo” dos laboratórios. Sejam honestos, sejam sinceros, não vendam como se tivéssemos escolha se quem, no final das contas, faz essa escolha pela paciente, são vocês.

Um médico ginecologista que não dá à sua paciente o método anticoncepcional que ela quer é um médico que não atende ao melhor interesse de seus pacientes e, na minha opinião, um péssimo médico. Um bom médico não se faz só de livros e estudo, mas também de saber escutar o que seu paciente lhe diz, coisa que anda em falta hoje em dia. Parem de escolher por suas pacientes, isso é feio, é pequeno e arrogante.

Para recomeçar a mimizar pela escolha de não ter filhos, para enviar isso para seu ginecologista ou ainda para me oferecer um DIU: sally@desfavor.com

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Comments (142)

  • Tenho 29 anos, não desejo ter filhos desde que consigo falar meu próprio nome… sou casada, tenho convênio médico, emprego estável, ou seja, tudo que demonstra pra uma sociedade pudica que sou uma “adulta em sã consciência de meus atos”, e mesmo assim, todos os médicos que vou, todas as mesas de bar, todas as reuniões de família, todos os colegas de trabalho, todos, em todos os lugares, me julgam por não querer ter filhos. Acho neném a coisa mais linda, não sou contra as mães e seus métodos, só não desejo ser uma delas. Por que isso na sociedade é visto como algo abominável? Li os comentários acima e é incrível como é comum os argumentos… ter alguém que cuide de você (eu pago previdência privada, obrigada), você é egoísta (com quem? ninguém nasceu de mim e eu deixei com os avós, tios, amigos, orfanato, pra ir pra balada, pra ter meu espaço, pra viver minha vida – coisa tão comum entre as mães por ai), seu marido vai te largar (estamos juntos há 14 anos e ele sempre soube que não quero ser mãe, nunca soltou a frase ‘você vai mudar de ideia’, e ele também não quer ser pai, thanks a lot). Sou lotada de hormônios desde a adolescência, e estou na luta (quase perdida, claro) de que o convênio autorize meu tão sonhado DIU Mirena. Força a todas nós! Já fui muito instruída a dar a desculpa a quem me pergunta que “daqui há 5 anos eu penso em filhos”, mas NÃO. Eu me recuso a mentir, e quanto mais eu entrar nessa discussão, seja com que idiota for, mais eu me sinto contribuindo com todas nós mulheres e homens que desejam simplesmente decidir por si o seu conceito de família completa (seja com marido e esposa, sem, com ou sem filhos, hetero, gay, solteiro, poliamor, mas sempre FELIZES com suas escolhas).
    Sorte a todos nós!

  • Considerando que você e o Somir tinham um risco alto de ter um filho autista, a opção pelo caminho child-free me parece acertada.
    Calma que com sorte você tem a menopausa antes dos 40.

  • Eu já ouvi argumentos maravilhosos para ter filhos. O mais comum é que eu vou precisar de alguém pra cuidar de mim na velhice (é muito ético botar um ser humano nesse mundo desgraçado e depois cobrar dele a “obrigação” de cuidar de mim, mesmo). Outra é que eu preciso de alguém pra deixar meu patrimônio (sério, nem soube o que responder a isso).

  • Esse texto é excelente. Faço tratamento para varizes e tenho risco genético para trombose. Inclusive uma prima minha já foi internada pois tomava anticoncepcional e teve trombose por ter o mesmo fator de risco. Por isso, meu angiologista me proíbe de tomar qualquer homônio anticoncepcional. A sorte é que eu fui alertada sobre o risco antes de precisar usar algum método anticoncepcional e pude exigir o método correto. Penso que o ideal é que as pessoas possam escolher seus tratamentos livremente

  • Nem a laqueadura é 100% contra a gravidez. O pior é que quando tal gravidez ocorre, a mesma fatalmente será ectópica e mesmo o processo de aborto se torna complicado em tais casos.

  • Queria compartilhar esse texto. Muito mesmo! O problema é que não aparece nenhuma miniatura quando o link é colado no “Fêicebuk”, então mesmo que eu faça um resumo caprichado ninguém vai ler.

    Obrigada pelo texto! Me identifiquei tanto!

    • Eu também, pela importância da discussão. Não é possível que pessoas pautem suas decisões profissionais no medo de idiotas. Adianta fazer juramento quando se forma se depois fica se cagando de medo e pensando só no seu bem estar?

  • Ajuda aí, Somir! Já que você é do sexo privilegiado…. Se voltarem, faz uma vasectomia.

    Até porque… Filho vocês dois já tem!

  • Sally, Sally, Sally, uma das pouquíssimas pessoas no mundo que me entende. Bendita a hora em que um amigo me mandou um link d’ O lado negro da gravidez e desde então jamais saí daqui. Nunca antes imaginei ser possível me apegar a um ser que nem o verdadeiro nome sei. Que mulher, que personalidade. Enfim…

    Eu passo pelo mesmo drama até mesmo com as minhas amigas. Desde o começo da adolescência eu afirmo com toda a veemência que não quero ter filhos, que não gosto de crianças, que não quero viver com esse tipo de responsabilidade e etc… A resposta é sempre “tu diz isso agora porque é muito nova, mas um dia vai casar, se apaixonar e querer dar um filho pro teu marido” e afins. Pra começar, nem casar eu quero (não preciso casar porque estou apaixonada, posso amar o homem na casa dele e eu na minha!), mas, por mais que venha a me apaixonar , minha liberdade vai ser sempre o meu primeiro amor. Não é porque o mundo está cheio de despreparada emocional fazendo filho pra agradar homem, que eu vou ser uma. Já me conformei que laqueadura na República das Bananas é um tiro na lua. Quem sabe um dia em outro país mais evoluído, a paz espiritual de saber que não vai engravidar de jeito nenhum não tem preço. Nunca cheguei a considerar o DIU. Não sei esses modernos, mas já ouvi casos de mulheres que engravidaram porque o DIU saiu do lugar.

    • Karina, o DIU com hormônios é praticamente infalível, é como se fosse uma “combinação” de DIU com pílula. O problema é que dura dez anos e mesmo que se remova antes, pode demorar muito para a fertilidade da mulher voltar. Por isso, em mulheres perto dos 40, quase o mesmo que laqueadura, o putos se recusam a colocar, não importa o quanto a gente peça.

      • Eu tenho 63 anos, coloquei DIU com 30 anos e usei até a menopausa aos 54 anos!
        Não sofri de climaterio e nunca fiz reposição de hormônios!
        Há dois anos tive endometriose causada por um pólipo. … que aparecem no intestino por conta da. Doença de Chron!!!!!
        Vc tem razão. …. ginecoligista não é juiz! Tive sorte de ter um super médico qdo coloquei pela primeira vez!!!!

  • Ótimo texto. Me identifico muito com isso, até porque faço parte da estatística de 1% de mulheres que não querem ter filhos (aja saco pra aguentar os comentários idiotas). Acho que a única solução é comprar uma passagem e fazer a cirurgia de esterilização em outro país…

  • Se o médico se recusa não tem como ameaçar com um processo contra o plano de saúde que ele atende ou algo assim? Sei que não é nem perto do ideal, mas estão ferindo o seu direito de decisão.
    Angelina Jolie retirou os seios por causa de uma probabilidade de doença no futuro. Não é possível que não haja um jeito de fazer valer a sua vontade. Uma vez que isso não fere direito de ninguém. E diz respeito somente a sua vida.

    • Taí uma ação judicial que daria o que falar… Provavelmente seria mal sucedida, estamos em um país onde juiz manda grávida de feto anencefálico levar gestação até o final, mesmo com zero chances de sobrevivência da criança, mas ao menos isso repercutiria e traria o assunto à discussão. Vou pensar com carinho em processar algum médico.

  • Faz algum tempo que digo, é bem melhor se arrepender por não ter filhos, que por tê-los. Esse texto só endossa a minha opinião.
    Tenho 26 anos e uma filha de 3, não penso em ter outro filho agora (talvez mais tarde), e mesmo que digam por aí que eu tenho escolha, na verdade não tenho. Métodos contraceptivos falham, e aborto seguro e legal simplesmente não existe.
    Outro ponto crucial levantado pelo texto: quando homens decidem por vasectomia, a conseguem facilmente, já uma mulher sem filhos, mesmo disposta a pagar caro, raramente consegue uma laqueadura.
    Todos os dias me pergunto: até quando vamos ser tratadas por médicos e pela sociedade como incapazes de decidirmos plena e soberanamente sobre nossos corpos e sobre a nossa vida?

    • Até quando permitirmos. E por isso que esse assunto tem que ser debatido, o texto divulgado, e todo mundo tem que comentar e dizer como se sente. Talvez por aqui comece alguma mudança que ganhe força e contribua para o quadro geral.

      • Sim, concordo contigo.
        Por isso mesmo, fico muito feliz que você tenha aberto o espaço pra esse debate aqui, e já compartilhei o texto.

        • Espero que o assunto seja cada vez mais discutido, assim quem sabe ao menos uma meia dúzia reflete sobre a babaquice dos seus argumentos. Se irreversibilidade fosse motivo, nem plástica se faria. Mas eles acham que filho é mais sagrado que tudo. Que cabeças pequenas!

  • Sally, também estou nesta via crucis por um DIU. Não quero ter filhos e tomei pílula por 17 anos e isso deixou uma sequela que nenhum médico alertou: nódulos hepáticos. Esses tumores são chamados de adenomas e podem maignizar e a sua incidência aumenta consideravelmente em mulheres em idade fértil que fazem uso de anticoncepcionais. A primeira coisa que o médico fez ao ver o nódulo na tomografia foi me perguntar se eu tomava pílula e a segunda foi “pare”. Ainda assim encontro resistência por parte dos médicos por um método anticoncepcional mais definitivo.

    Fica o alerta sobre as pílulas. Para saber mais: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-67202011000400013

    • Tô com um nódulo no fígado que provavelmente é por causa de anos usando pílula (usei dos 11 aos 20 anos)

      Além de se recusarem a nos dar o método adequado ainda socam medicação desnecessária.
      Essa história de tomar pílula a partir dos 11 anos foi de um desequilíbrio hormonal que inventaram pra mim. Quem se estrepou no final foi eu, com um tumor na mama cujo crescimento era altamente responsivo a hormônios.

      Hoje uso Diu de cobre. Custei achar um médico que colocasse, mas já to querendo procurar outro porque ele tenta me fazer de trouxa pra me entupir de mais medicamentos.

      • Muitos médicos recebem benefícios de laboratórios para prescrever seus medicamentos. É simplesmente vergonhoso, prostitutos químicos!

  • Compartilhando esse texto, acho muito bom quando você toca nesse assunto e concordo totalmente na parte que os homens não sofrem essa discriminação toda, tanto que as pessoas acham normal o cara só ter que pagar a pensão e não se preocupar com o ‘ filho ‘ nessa parte eu até acho vantajoso ser gay e também não querer ter filhos….

  • Sally disse tudo o q gostaria de dizer mas não tinha coragem. Mas todos vcs sabem o principal motivo pelo qual a contracepção ainda é esse tabu :Religião. Já circula na web fotos receituários com orações aliás, tem médicos tão religiosos que fazem os próprios pacientes encontrarem ̶e̶t̶e̶r̶n̶a̶m̶e̶n̶t̶e̶ pessoalmente o criador. Em países religiosos é mais fácil fazer um aborto do que conseguir laqueadura, um absurdo!

    Já que conseguir Diu tb tá difícil dá pra tentar o implannon que tem maior eficácia que a pílula e tem médicos que não exigem que a mulher tenha filhos.

  • Meu marido já tentou fazer vasectomia mas como ele tb não tem filhos, o médico não aceitou fazer, da próxima vez vamos dizer que temos dois filhos pq ter um só é egoísmo na cabeça de minhoca desses médicos ridículos.Vi um vídeo na internet de um rapaz que mentiu que já tinha filhos e conseguiu fazer a vasectomia.Homem pode mentir sem ser desmascarado

    • Sim, homem pode mentir sem ser desmascarado, mas na rede pública pedem certidão de nascimento das crianças. Médico particular geralmente só pede um tipo de papel para fazer vasectomia: dinheiro.

      • Se mulher jogar um monte de dinheiro na mão do médico ele vai rejeitar? Vai nada! A vontade de ganhar é maior do que o cagaço de ser crucificado pelos outros.

  • Só uma dúvida de curiosidade , já que nem curto homem. A mulher que não quer ser operada pra ligar as trompas e quer algo mais caseiro, se usar pílula e camisinha junto vai estar protegida da gravidez?

    • Malu, eu não sou avalizada para indicar métodos anticoncepcionais. Para isso é preciso conhecer seu histórico médico e realidade. Converse com seu ginecologista.

  • Isso de métodos anticoncepcionais serem furada eu sei, eu mesma nasci porque a pílula da minha mãe falhou. Já entrei nos 40, não casei nem vou casar! Filhos? Zeus me livre! O foda é me olharem com cara de E. T. e perguntar como pode uma mulher bonita ser solteirona haha E as tias velhas em todo natal me desejarem um bom marido. Sorte que eu me divirto com baboseiras. Ginecos são BM e pensam igual BMs, igual minhaa tias velhaa!

    • A merda é que a pílula falha por fatores externos, que a mulher muitas vezes nem desconfia, mesmo tomada direitinho: um remédio para dor de cabeça, uma diarreia, um vômito ou tantas outras coisas reduzem sua eficácia e ferram com quem confiava nela. É uma falsa confiabilidade muito perigosa.

      É uma pena que as pessoas se incomodem tanto com a sua vida. Isso espelha que tem algo de muito errado na vida delas…

      • Estão essas mulheres que pedem indenização por engravidar tomando pílula não procede né. É tipo assim: Use por sua conta e risco. Não tem garantia do fabricante. Se isso valesse as empresas iriam falir.

        • Depende. Se ficar provado que a pílula era de farinha (como já aconteceu), procede sim pois venderam algo que não tinha eficácia independente da conduta da mulher. Mas se o erro vier dentro das previsões normais (nunca esclarecidas pelo ginecologista) não. Algum ginecologista avisa que se tiver diarreia tem que tomar mais um comprimido da pílula? Não, ninguém. Não avisam porra nenhuma sobre nenhum motivo de falha.

          • Recentemente tive uma infecção de garganta, e como não quero mais filhos, sei muito bem que a interação com antibióticos reduz a eficácia da pílula.

            Na consulta, quando o médico me receitou um antibiótico, fiz questão de dizer que usava anticoncepcional, esperando que ele me alertasse sobre esse fato. Ele só balançou a cabeça, e não disse NADA.

          • Não só não avisam sobre o que fazer como também não pedem nenhuma comprovação da saúde da paciente. Comigo já aconteceu de ir pedir um anticoncepcional e me já me passarem pílula, sem nem perguntarem se tenho alguma alergia, se tenho antecedentes de trombose na família ou pedir exames.

  • Eu sei que esse não é bem o tema, mas parte desse problema é que uma fração considerável da classe médica, assim como em praticamente todas as profissões, tem uma formação ruim, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista filosófico e ético. Somando isso ao fato de que poucos profissionais se reciclam e continuam estudando depois de formados, dá nisso…gente ignorante, apenas em outro nível de status social e econômico. É difícil encontrar bons médicos, em uma acepção mais ampla do termo.

    • É gente que se rende, que se acovarda e faz o fácil para não se aborrecer. Quase todo mundo faz isso, por isso, por não peitar regras escrotas, por não agir com excelência, este país está a bela bosta que está. Todo mundo apenas repete o status quo sem jamais desafiá-lo. Individualismo. Tem que botar essas pessoas para assistir “I am” ajoelhadas no milho.

  • Antony Corrêa

    Eu sou judeu, e de acordo com a minha religião um aborto ou um procedimento que torne alguém infértil, sem opções de reversão, és errado… Sou agente federal, e diante da lei aborto é ilegal, porém visando os direitos humanos, somos livres para fazermos nossas próprias escolhas, mas como visto em diversos aspectos, nossos direitos universais não são respeitados!
    Eu particularmente, sonho em ter filhas, mas sou infértil, faço tratamento, durante meus anos de casamento tentei ter filhos e não consegui, somos um contraste… Enquanto os que podem, não querem, os que não podem sonham com isso!
    E o que cabe a nós? Nos respeitar, e aceitar as escolhas dos outros!
    Um grande abraço Sally!

  • Nossa, Sally, como esse texto me representa!
    Conheci o Desfavor com a confusão no twitter sobre o lado negro da gravidez e acabei ficando por aqui, mas não tinha muita “coragem” para comentar.
    É impressionante como nem as amigas mais próximas conseguem entender que não quero ter filhos – nunca quis. Não odeio mães ou crianças (as vezes odeio a educação que essas crianças recebem, mas enfim), só não quero isso par minha vida. Mas é como se eu fosse um monstro.
    Médicos, então, parecem que vão me bater, pq obviamente “vou me arrepender”. Me arrepender de quê? De fazer valer um direito que eu deveria ter sobre meu corpo? Se um dia quiser um filho, adoto. Não sei qual é o drama.
    Divulgarei esse texto, é um assunto sobre o qual devemos falar.

    • Divulga sim, nem que seja para falarem mal. Acho importante que se fale sobre o assunto. Eu sinto que médicos torcem para a gente se arrepender, amigas também. Parece que nos preferem infelizes mas com eles tendo razão do que o contrário. Ultrajante que se preocupem tanto com a vida alheia quando, todos os dias, médicos realizam dezenas de procedimentos irreversíveis dos quais muitas pessoas se arrependem. Hipócritas.

  • Torço pra você encontrar algum médico que faça a laqueadura.
    Fiz a cirurgia faz dois anos, e foi uma das melhores coisas que fiz na vida, a sensação de libertação é indescritível, nunca mais ter que me preocupar com a possibilidade de uma gravidez, bom demais(mesmo sendo extremamente cuidadosa nos métodos anticoncepcionais, sei muito bem que eles podem ser falhos, e não pretendia passar a vida me entupindo de hormônios que como você disse podem causar algum malefício, e sim, causam, basta procurar no google sobre as vítimas dos anticoncepcionais e suas histórias).
    Fui duramente criticada por diversas pessoas, de familiares a amigos, me limitava a achar hilário ser condenada por voluntariamente dar cabo da minha capacidade reprodutiva(sendo que já tinha dois filhos).Escutei absurdos, que só serviram para provar, como as pessoas são medíocres.
    Minha médica me encaminhou prontamente para a cirurgia, sem questionar e fazer terrorzinho psicológico de possível arrependimento futuro, tenho tudo agradecer a ela.Já na unidade de saúde, na hora de assinar os papéis, tentaram me dissuadir, com o argumento pobre e risível de que eu poderia um dia “encontrar um príncipe encantado”(oi????relacionamentos tem que ser coroados com filhos?serião isso?).E na papelada, espaço para autorização do marido, nossa, eu fiquei muito revoltada ao ver, falei para a atendente que não tinha e ela disse “ok, deixe em branco”, assim sem maiores complicações e sem ter que provar nada;mas nem que eu tivesse, jamais deixaria uma decisão dessa a cabo de um companheiro, absurdo isso.
    Sempre achei e vou morrer achando que a esterilização de homens e mulheres tem que ser grátis, acessível, facilitada, e ninguém deveria ter o direito de interferir nessa decisão.

    • Fernanda, sua médica só foi bacana com você por você já ter dois filhos. Será que ela faria se você não tivesse nenhum?

      • Acredito que não, Sally, mas sempre penso que poderia ser pior, ela poderia ter tentado me convencer de que não precisava da cirurgia, sei que tive sorte.
        Estava ontem tentando me lembrar das bobagens que escutei de pessoas próximas quando anunciei que ia ser operada, vale a pena narrá-las aqui, é um show de mediocridade e BMismo:
        *”Mas ela não é casada, por que vai fazer essa cirurgia?”(oi?)
        *”Ela é ótima mãe, não deveria fazer isso”.(por ser ótima mãe dos dois que já tenho, bora lá fazer mais meia dúzia para dar muito mucilon, amor e carinho.)
        *”Acho que não se deve ir contra a natureza, fazer essa cirurgia agressiva, mutiladora, mexer no corpo”.(claro que não, só me entupir de hormônios ou usar métodos falhos arriscando destruir meu corpo com gravidezes sucessivas, além de superpopular o planeta tendo filhos não planejados, legalzão isso.)
        *”Tanta gente querendo ter filhos e não consegue e ela vai lá e faz isso”.(lógica mandou beijos pra essa pessoa-o que eu e meu aparelho reprodutor temos a ver com as pessoas inférteis?)
        *”Ela quer fazer essa cirurgia pra poder dar à vontade sem se preocupar”.(sim, seu grandessíssimo filho da puta, bem isso, apenas não significa que com a cirurgia vou me tornar uma pessoa promíscua e que vou deixar de me prevenir contra DSTs, conforme o sarcasmo embutido na sua frase maldosa.)
        *”Não acho que você precise fazer essa cirurgia, é uma coisa desnecessária”.(assim, simplesmente, sem maiores explicações ou motivos, a pessoa decidiu o que é necessário ou não pra minha vida.)
        Não tive uma pessoa próxima pra me apoiar, e se tivesse a cabeça fraca, teria até me sentido culpada após ouvir tanta merda, mas fui feliz e confiante pro hospital.Mas que desanima constatar que as pessoas que te cercam são tão medíocres, desanima.Nem precisaria que concordassem, mas que procurassem respeitar minha vontade e decisões.
        Conheço muito bem cada um que proferiu as baboseiras acima, e sei que se por acaso eu tivesse um terceiro filho, me condenariam, me achariam irresponsável, e me ajudariam tanto quanto ajudaram com os que tenho:em nada.

        • É foda assumir uma decisão destas de caráter totalmente pessoal e ver tantas pessoas falando merda. Sou solidário a você Fernanda. Hoje uma das coisas que mais nos faz falta é a liberdade. Talvez o tema até mereça um texto do desfavor.

  • Mulher TEM que ter filhos. Mulher TEM que casar. Mulher TEM que ter vida sexual ativa nem que seja pra ter conversa na hr di cafezinho. E, a BM como diz Sally compra, msm isso nao sendo de fato o que ela quer.

      • E, novamente um post do desfavor vai virar alvo de gente louca que vai atirar pedras, pq filhos sao a razao de viver. E, NINGUEM pode pensar diferente.

        • Pois é, acho lindo que tenham filhos, cada um vive como quer: faz filho, dá o cu, faz qualquer coisa que não prejudique os outros. O fato de eu não ter filhos não prejudica ninguém, mas, ainda assim, ofende de forma violenta.

          • Eu sou cobrada pq nao casei. Mulherada infeliz que apanha do marido, leva chifre pelas orelhas nao entende como alguem por livre e espontanea vontade permanece so.

            • Helena, eu tenho 37 anos e nunca casei também. Não que todo casamento seja infeliz… tem quem apanhe, leve chifre, mas tem quem esteja bem. Eu não quero casar, independente da experiência alheia. Isso não prejudica absolutamente ninguém, entretanto, também sou trucidada socialmente por isso todo santo dia, mesmo morando em uma das cidades mais moderninhas e liberais do país. Tá puxado esse Brasil, viu? Atraso civilizatório!

  • É tão intrínseco na maioria das pessoas que mulher tem “obrigação” de ter filhos que não dá coragem de divulgar o texto ou a decisão de não ter filhos. É certeza de apanhar de todos os BMs ao redor.

    • Sim, é sinal de que a pessoa tem algum problema. Que seja, eu tenho direito a “ter problemas” e fazer uma péssima escolha!

  • Hummm… carta de resposta… (nada como ser protegida pelo anonimato). Concordo que há poucas escolhas e o quanto isso restringe… Só vou mostrar um pouco o outro lado… Quando terminei a residência de ginecologia eu era a Dra Laqueadura… Sou super favorável a qualquer tempo… (aliás sou do tipo de médica que pergunta: tem certeza que quer ter filho nesta idade? Nesta condição? Só porque o “marido” quer? Acho que já convenci várias a não tê-los…) mas… Depois de alguns anos fui vendo tanta mulher querendo voltar atrás da laqueadura por motivos mais absurdos (e com dinheiro público) que, simplesmente, parei de confiar. Uma das minhas pacientes me falou que fiz a laqueadura à revelia (ainda que tenha assinado papéis) porque não percebi que ela não tinha condições de escolher e eu DEVERIA ter percebido isso… ameaçou processo… ( o que para mim é um desgaste enorme) . Talvez vcs já tenha se deparado comigo do outro lado da mesa. Mas hj mudei mesmo… Não consigo, em poucas consultas, analisar se a pessoa que está na minha frente é a que vai me dar dor de cabeça… (paciente é um inimigo íntimo). Na era da judicialização da medicina todos os lados perdem. Ofereço o que há de melhor hoje em dia (q é o DIU hormonal… )e muita orientação e apoio…
    mas laqueadura…

      • Os idiotas não andam com um aviso na testa. A maioria dos médicos muda de postura por conta de processo e aborrecimentos.

        • Ótimo. Bem medíocre. A sociedade vai evoluir muito se todos nivelarem seu tratamento e padrões de atendimento com base em idiotas… parabéns a quem faz isso

          • Não é uma questão de punir… e sim de auto proteção baseada na experiência… é só o outro lado da questão… a pessoa que queria me processar pela laqueadura aos 27 anos passou pelo meu julgamento e não parecia idiota (mostrando o quanto meu método de julgamento é falível)… sabendo que nesse caso eu até poderia perder o processo e pagar por isso… Alguém aqui repetiria o erro?

          • Não é uma questão de punir… e sim de auto proteção baseada na experiência… é só o outro lado da questão… a pessoa que queria me processar pela laqueadura aos 27 anos passou pelo meu julgamento e não parecia idiota (mostrando o quanto meu método de julgamento é falível)… sabendo que nesse caso eu até poderia perder o processo e pagar por isso… Alguém aqui repetiria o erro?

            • Não foi um erro. Se quiser te processar, que te processe. A lei está do seu lado: se a pessoa assinou um consentimento, você não tem nada a temer. Ela ganhou o processo?

              Eu jamais deixaria de fazer algo por medo de idiotas, é isso que atrasa o mundo.

          • Ou pior ainda, Sally, se também são obstetras (nossa, achava razoavelmente “menos difícil” de evitá-los/as…) ou (isto também procede ?) com “patrocínio(s)” desta outra “parideira” especialidade…MUITO medo deste tipo de sabotagem (e violência civil !), que inclusive ainda ESTÁ acontecendo – e continuando (inclusive voltei a lembrar daquela tua amiga)…

            Muito triste e amedrontador da certeza de que isso está e estará acontecendo por aí, até com quem só quer para anos adiante ou quer escolher o quanto adiar a decisão…

            Espero poder começar a passar as minhas recentes economias para o objetivo da vasectomia (ainda prefiro ter alvo somente o mais caro valor, como se eu não tivesse plano – aff), outros dois chegaram aqui para o resto do ano…

            “Saudações childfrees”

  • Ja ouvi cada uma de ginecologista… Na última a médica perguntou idade, estado civil, e se tinha filhos. Minha resposta: 37 anos, casada, sem filhos.
    Aí ela começa a escrever no receituário: ácido fólico, para preparar o útero. Ela presumiu pela minha idade, por ser casada e que por não ter filhos eu devia estar lá por isso, e não numa simples consulta de rotina. Nem preciso dizer que nunca mais voltei.

  • Sally, não sabia que homens solteiros sem filhos podem fazer vasectomia aos 20 anos sem problema!!!!!!!!!!!!!!!!

    PS: Mas machismo não existe

  • Olha Sally, infelizmente já escutei dois casos de mulheres que engravidaram enquanto utilizavam DIU, por isso nunca coloquei, e esse é um dos motivos pelo qual eu sou quase celibatária: não dá pra confiar em nenhum método e eu também não quero ter filhos de jeito nenhum!

    O dia em que a sociedade entender que não é crime optar por não ter filhos e forem desenvolvidos métodos realmente eficazes, o mundo vai se tornar um lugar menos pau no cu.

  • Não vai ser nenhum consolo mas aí vai uma historinha:um amigo do meu namorado, cara estilo o Jao amigo do Tomir, fez vasectomia aos 32 anos e sem filhos. Disse que teve de ir a vários médicos até achar um que topasse. Ele é recriminado pela maioria das pessoas, não por mim que achei muito bom ele ter escolhido não se reproduzir. Ele é tão tapado mas tão tapado que nem sabia que dava pra ter congelado sêmen pro caso dele se arrepender, quando perguntamos se ele tinha feito isso ele respondeu: mas da pra fazer isso???!!
    Bacana o texto, precisamos de iniciativas assim para conscientizar os médicos (absurdo que precise mas né…).

  • Sally, obrigada pelo texto!!!!

    Vou compartilhar e divulgar!!!!!!

    Detesto a arrogância dos que acham que nós não temos o direito de decidir que não queremos ser mães.

    Não critico mães.
    Não critico mulheres que sonham em ser mães.
    Aceito que me critiquem.

    Mas por que tenho que aceitar que deixam por mim o método que é melhor?
    Quero o direito de correr o risco de me arrepender. Só isso.

  • Estava lendo sobre laqueadura tubária há um tempo e me impressionei com uma coisa que não sei se é verdade ou não: é necessário haver a autorização do marido. Estou pesquisando um pouco mais agora, porque acho simplesmente surreal isso existir. Se alguém souber algo, por gentileza, poste aqui. É um assunto de extrema relevância.

      • Qual é a porcentagem de falha da camisinha para DSTs? E qual a melhor marca?

        Perguntei para o Dr. Google e não acho nada confiável.

      • espera ai, qual a chance de uma mulher engravidar com o sexo normal?
        se for 50% por ex:
        normal = 50%
        com camisinha = 10% de erro, então:

        50% * 10% = 5%
        Chance de erro final, 5%.
        Está correto o cálculo?

            • Nada, rapaz. Fiz vasectomia e os urologistas falaram que reverter o processo nem sempre dá certo, então a escolha tem que ser feita pensando na irreversibilidade. O que dá pra fazer depois é um procedimento de retirada dos espermatozoides direto do epidídimo, para fertilização assistida.

      • Ah, mentira que perguntaram isso!!!! E você ainda se dá ao trabalho de responder? Diz pra mim que foi uma piada. Desculpa aí, mas isso foi uma pergunta, como vocês dizem, acima da média, qualquer ser com mais de 13 anos tem obrigação de saber. As pessoas aqui vem e reclamam da ignorância dos outros e vão questionar uma coisa dessas, fugiu da 7a série.

        E como já disseram por aí que vão divulgar, também prevejo mais barracos como o do outro texto. Até estranhei ele não estar entre os relacionados…

        • O grande problema nem é a ignorância, e sim aqueles que desrespeitam a opinião alheia. Ter filhos diz respeito SÓ A MIM, mais ninguém no mundo está avalizado para intervir. Acho incrível como uma pessoa com formação universitária, como um médico, se presta a uma ignorância e falta de noção de emitir juízo de valor sobre minha escolha de não ter filhos!

  • Já tentou mentir pro seu médico? dizer que tem dois filhos e que não quer mais nenhum pra finalmente conseguir um DIU ? acho os médicos muito pretensioso em achar que família é homem, mulher e dois filhos, se eu escolhi não me casar e muito menos ter filhos o problema é MEU e só meu, é terrível inferirem na vida das pessoas desse jeito, conheço mulheres que já tem 4 filhos e não conseguem fazer laqueadura pelo SUS por que os médicos simplesmente se recusam; não precisamos de mais crianças sofrendo nesse mundo as pessoas que mais precisam de um contraceptivo eficiente é que se fodem depois de terem 4 ou 5 filhos e sem ter nenhuma condição financeira pra cuidar ficam dependendo da boa vontade alheia pra conseguir roupas e comida, quem sofre são as crianças pela irresponsabilidade dos pais e dos médicos

  • Brasil é isso: só a ilegalidade do aborto já é privação de escolha. As pessoas preferem se preocupar com a vida alheia, escolher com quem as pessoas irão ficar, etc.

    Mas de médicos, não dá pra esperar esse tipo de intromissão

  • A minha ginecologista é ótima nesse sentido, ela que me recomendou e colocou meu DIU e também nunca me questionou nada sobre filhos, eu tenho 20 e poucos anos e não tenho filhos…

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