Por trás dos panos.

Falta pouco para os sete anos. Sete anos de desfavor, comigo e com a Sally mantendo o “lado de cá” funcionando. Manter um site não é fácil. Se você posta muito conteúdo, diariamente, fica menos ainda. Não ajuda nem um pouco ser polêmico, porque você vai colecionando desafetos. Mais: nem é assim que ganhamos a vida; o desfavor é ainda mais de graça que a maioria dos sites de graça da internet: não gastamos nem mesmo um bit do seu plano de dados para mostrar propagandas. Nós acreditamos que o que estamos oferecendo está bacana… ou não está?

Porque de tempos em tempos aparecem aqueles que se acham no direito de nos cobrar. Faz quase sete anos que isso acontece sem falta, é impressionante. Vejam bem, perguntar, pedir, sugerir, até criticar… nada de mais. É bacana ter o feedback de vocês, várias boas ideias que acrescentaram ao desfavor surgiram nessa troca dos comentários ou até mesmo e-mails. Faz parte da “brincadeira” que vocês participem… mas, cobrar? Cobrar de nós como se tivéssemos alguma obrigação de agradar ou nos conformar diante da sua visão de como isso aqui deve ser é um direito que NUNCA existiu aqui. Eu até faço a piada recorrente com a “mensalidade” para ver se mais gente se toca disso… vou ter que ser mais didático.

O desfavor é de graça. É algo que fazemos por nos ser muito querido. Ninguém precisa perder horas de sono para escrever textos ou passar finais de semana bolando semanas temáticas e coisas do tipo… mas fazemos. Fazemos porque o resultado é divertido e porque no final das contas, faz frequentar nossa casa pessoas com as quais queremos conviver. O pior cenário possível para nós é ver nossa casa construída a duras penas ocupada por gente que não nos agrada. Para conviver com gente burra ou chata já tem a vida real. Muitos já perguntaram como aguentamos essa rotina maluca há tantos anos, a resposta é sempre a mesma: o desfavor é um porto seguro. Um lugar onde achamos nossos semelhantes e podemos ficar em paz.

E é em prol dessa ideia que realizamos a imensa maioria do trabalho que NENHUM de vocês vê. O ambiente no qual muitos de vocês encontraram eco em outras personalidades foi conquistado na base de um filtro diário de fontes de incômodo. Gente que tumultuava, que não acrescentava, gente sem a menor capacidade de tratar no nível mínimo esperado aqui… todos foram sendo limados com o passar do tempo. E para isso, temos que ficar muito atentos, considerar muitas variáveis e nos indispor frequentemente com malucos potenciais. Tem muita coisa acontecendo nos bastidores.

E somos duas pessoas, no final das contas. Com uma série de problemas da vida real para lidar, como qualquer outra pessoa. Falo por mim e pela Sally: queremos chegar aqui e NÃO ter problemas. Nós criamos uma série de regras e acordos internos para garantir que nos livramos deles o mais rápido possível e conseguimos tocar o desfavor em frente com tudo o que nos faz feliz sobre ele. Essas regras e acordos são nossos, e não poupamos despesas para garantir que o ambiente seja bom para os dois ao mesmo tempo. Se um de nós quer banir alguém, não precisa nem avisar o outro. Manda embora na hora. Ninguém está acima de nós dois na escala de quem deve se sentir agradado aqui dentro.

Importante reforçar: ninguém vai ter o menor dó de expulsar da convivência quem achar nocivo. Seja QUEM for, se Sally disser que expulsou eu estou com ela e não abro, se for o inverso, idem. Política da casa limpa acima de tudo. Isso aqui não é uma democracia. Isso aqui é a NOSSA casa, na qual só ficam as pessoas que gostamos de conviver. Se algo me ofender, a pessoa nunca mais comenta aqui. Simples assim. Tem uns 50 IPs banidos só de gente que escreveu baixaria “pornô” para a Sally (eu nunca tolerei, nunca, só passa quando ela aprova, e olhe lá). Mais uns 200 de gente que “só” achou o limite de burrice e teimosia suficiente para não os querermos mais enchendo nossos sacos. A lista é longa, e ser banido é três palitos aqui, não é sobre discordar ou ter pontos de vista diferentes, é sobre agir feito gente ao conversar aqui.

Vocês provavelmente não percebem esse bando de gente “sumindo” porque fazemos em silêncio na grande maioria dos casos. E mesmo aqueles seres patéticos que tentam voltar depois de banidos nunca mais terão voz aqui dentro, os comentários são moderados também por isso. Trabalhamos muito para manter a comunidade minimamente sadia.

Estão aqui aqueles que fizeram por merecer, não fica aqui ninguém que não aceitamos a convivência. Não quer dizer que todo mundo tem que calar a boca e puxar nosso saco, até mesmo quem nos emputece eventualmente não vai ser banido. Uma piada nunca vai ser motivo para banimento. Como nunca foi. Discordar também é especialidade da casa, todas as discordâncias e reclamações, até com ofensas pessoais… publicadas e eternizadas.

Essa porra aqui dá trabalho! E é de graça para vocês. Então, às vezes enche muito o saco que venham nos cobrar como se estivéssemos devendo alguma satisfação, como se fossemos empregados. Foi mal, mas só tem DUAS pessoas que podem se cobrar aqui dentro: Sally e Somir. O resto está convidado para perguntar, participar, tentar entender… mas sem cobrança. Desfavor é “as is”: do jeito que você encontrou. Tenha uma ótima ideia e nós vamos abraçá-la. Tenha uma crítica e nós vamos escutar sim… se concordarmos, não tem cara feia pra fazer. Mas vir meter o dedo na nossa cara como se estivéssemos obrigados a respeitar os desejos de estranhos acima dos nossos… na nossa casa? Faça-me o favor. Acho bizarro que eu tenha que sequer escrever este texto. O desfavor é de graça! Não existe isso de nos cobrar por postagens, posturas ou explicações. Pedir? Claro! Até eu que sou eu faço alguns temas pedidos… Mas cobrar? Porra…

Se você entra na casa de alguém e essa pessoa pede para você tirar os sapatos… você começa a discutir com ela sobre a importância de usar sapatos ou tira? Mesmo que você tenha podido usar sapatos nas últimas cem vezes que visitou, o que importa não é o que você quer. A casa não é sua. Você está visitando. Mesmo que você ache uma babaquice, tira o sapato se visitar essa casa valer mais do que isso. Se essa condição te ofende terrivelmente, cancele a visita e não volte mais. O conceito não é complexo.

Quando der uma vontade louca de começar a nos contestar sobre as regras da casa, tenha pelo menos a decência de começar o assunto com educação, tentando entender. É o mínimo. Às vezes podemos explicar com detalhes o porquê das coisas serem assim, às vezes é complicado e não podemos abrir demais o jogo. E, porra, às vezes não queremos explicar nada! Como assim não temos esse direito na nossa casa? Não se pode ganhar todas, nem sempre se vai entender perfeitamente o que está acontecendo. Não me canso de repetir: tem muito mais coisa nos bastidores do que vocês ficam sabendo. É tirar conclusões pela parte ao invés do todo.

Não gostou? Direito seu. Eu queria que o jeito que fica bom pra mim fique bom pra todo mundo, mas se não der… vão me perdoar, mas somos eu e a Sally trabalhando e pagando por isso aqui. Só ela pode me fazer entubar alguma coisa, e mesmo assim, temos um acordo “natural” aqui de nunca gastar esse privilégio a não ser que seja para salvar o desfavor. Estamos baseados em duas tiranias absolutistas que fazem de tudo para não estragar a felicidade um do outro de abrir o desfavor pela manhã e ver as coisas indo do jeito que queremos.

Tem coisa que eu não quero na minha casa. Tem coisa que a Sally não quer na dela. E eu garanto que mesmo que não concordemos em todas elas, nada está acima do prazer de saber que a casa continua agradável tanto para um como para o outro. É o nosso “ubuntu”. Não mudaram as regras, é que algumas vocês simplesmente não conheciam ainda. MUITA MERDA acontece nos bastidores, muita gente abusa e some sem deixar vestígios. Tudo o que aconteceu teve motivos e vai ter implicações no futuro. Tem muita conversa e estratégia de longo prazo pra poder segurar sete anos deixando inúmeras pessoas putíssimas da vida por serem banidas. Não dá pra explicar tudo senão a gente mesmo se enfraquece diante da enxurrada de putez que fica represada fora da vista de vocês. Temos que estar um passo à frente. Inclusive de vocês.

E se faltava esclarecer alguma coisa, esclareceu, não? O direito de se expressar existe, inclusive sendo do contra e provocando (não me sacanearam? se eu estivesse com síndrome de dono da bola, muita gente teria rodado ontem). Pago o preço pelas minhas decisões. O que não vai acontecer é eu ver coisa que não quero na minha casa. E eu não admito ser cobrado para fazer diferente ou ficar me explicando. É o fim da picada ter que abrir mão dessa minha prerrogativa básica. Ninguém é obrigado a ficar aqui, nós somos. Porque tem essa: quando algo está incomodando aqui, os leitores podem voltar outro dia. Nós não, nós estamos aqui não importa o cheiro que faça.

Quer entrar na casa dos outros e dizer onde é que a geladeira tem que ficar? Ah, vá! Essa porra aqui é de graça e a imensa maioria dos habituais está se sentindo muito confortável assim. Parafraseando a sabedoria descamisada: Quer me dizer o que fazer? Paga minhas contas!

Para dizer que achou bacana me ver escrevendo assim, para dizer que agora sim vai cancelar sua assinatura, ou mesmo para dizer que essa era a sua fantasia: somir@desfavor.com

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Comments (28)

  • Pra quem vai o dinheiro que eu pago todo mês então?

    Não estou entendendo o clima de treta, queria entender, mas estou com muito sono pra ler todos os comentários…

  • Bacana poder ler novamente os textos da Marina!! Sally, queira me atualizar, porfavor. O que houve? Esse povo metido nao cansam de encher?

  • O ser humano e seus defeitos…

    Adorei o texto e assino embaixo.

    Parabens pelos anos doando seu tempo e conhecimento para os leitores.

  • Comecei a tentar comentar umas 3 vezes, e parei…
    Eu não acredito que o pessoal ta de mimi porque o Somir vetou comentários…Aqui nunca foi uma democracia, quantas vezes a Sally não vetou comentários que ofendiam outras pessoas ? E também quantas vezes a Sally não aprovou comentários falando mal dela ?

    Realmente não estou nos bastidores para ver, mas pelo histórico dos comentários que são aprovados, os que não são devem ter um conteúdo realmente ofensivo.

    • Até ultrapassa o mérito de ser ofensivo ou não. Critério: EU QUERO. Já reprovei comentários que não era ofensivos, eram apenas pessoas que EU, SALLY, não quero ter por perto. Podem não ser má pessoas, podem não ser perigosas, sacanas ou escrotas, mas EU me dou ao luxo de não querer algumas pessoas por perto. Gente chata, gente que enche o saco, e outros. O critério é: A CASA É MINHA, SÓ ENTRA QUEM EU QUERO, E QUEM ENTRA SE COMPORTA COMO EU ACHO ADEQUADO, SE NÃO EU PONHO PARA FORA.

      Mas não adianta. Isso nunca vai entrar na cabeça das pessoas. NUNCA. Elas sempre querem motivos e avaliam se o motivo é justo ou não. Contestam, tentam voltar mesmo depois de serem banidos como novos IPs. É muita falta de vergonha na cara saber que não se é bem vindo e ficar voltando no lugar, eu tenho muita, MUITA PENA de quem faz isso.

  • Nossa, tô meio por fora! Eu li o texto ontem mas não li os comentários? Tão cobrando o que o povo agora??? Eu, heim!!! Acho que se é pra falar merda e cobrar qualquer coisa, melhor ficar calado… Eu amo o desfavor, e acho que vcs sabem muito bem o q fazem, e é exatamente por isso q estão nisso há tantos anos… Não precisam que ninguém fique falando como as coisas devem ser feitas… Coisa chata!

    • Nem sempre nossos critérios ou nossos motivos para cada atitude ficam claros. Normal, ninguém aqui nos conhece bem, não sabe o que acontece nas nossas vidas, nos bastidores do desfavor. Tem mais é que não entender mesmo. E já que não entendem, não devem realizar juízo de valor. Perguntar? Questionar? Sempre. Mas eu nunca, em sete anos, recebi uma pergunta baseada em “Por qual motivo você fez isso, Sally? Me explique o seu lado”. Não. É escrota, intolerante, babaca, invejosa, ofensa, ameaça, tentativa de voltar depois de banimento…

      Lamento por quem o faz, brigar com quem tem o botão de delete na mão é falar sem ser ouvido. Mas me choca a quantidade de pessoas sem noção neste mundo.

  • Pensei que todo mundo que lê o desfavor já sabia das coisas contidas no texto.. Que tristeza gente que pensa sem o dono da casa.

  • Cara, eu gostei do texto. É surreal que tenha que explicar para as pessoas que por mais que elas venham aqui diariamente e comentem, não tem direito a cobrar nada, afinal nem os conhecem. Chá de semancol está em falta no mercado.
    Achei que tinha mais gente banida. Pra mim vocês tem paciência até demais, se fosse meu blog já tinha virado panelinha de tanta gente que eu ia mandar passear.

    Mas eu vou reclamar sim! Quem eu quero que seja banido ainda não foi! Brincadeira, tá… a maioria não me incomoda.

  • Falar baixaria tem que vetar, mas sempre vão te cobrar postagem, não tem nada a ver ser gratuito. Posta mais e reclama menos!

    • Com que direito você estabelece ou julga qualquer critério envolvendo algo que não é seu? Tá foda, viu? Neguinho está voltando a ter a ilusão de que é condômino do Desfavor…

      • Mas, Sally… não seria muito pior se ninguém se importasse? Se ninguém quisesse ler o que escrevem, se os textos não tivessem relevância, se o Defavor não tivesse uma boa audiência?

        Imagina escrever para as paredes? Para o silêncio? Qual a diferença de ter um blog ou abrir um diário e trancar segredos adolescentes com cadeado de plástico, se não é para ser lido e correr o risco das reações imprevisíveis do público?

        Ou, pior, muito muito muito pior, escrever para meia dúzia de amigos ou parentes pertencentes a uma panelinha baba-ovo que vai SEMPRE dar like antes de ler, que vai agir sempre como amigo e chegar na voadora, de forma pessoal, sem garantia de que gostou de verdade do texto?

        Não se chateie. Mesmo se for pra banir, pense que cada um que perde tempo da própria vida pra se dar ao tabalho de vir aqui “exigir” texto novo, ainda que de forma grosseira, está é fazendo um puta elogio sincero: “É tão bom que eu não consigo ficar sem ler um único dia”.

        • Mas a outra opção é só essa? Ninguém ler e ninguém se importar? Não tem um meio termo de normalidade onde as pessoas conversam de boa? Onde banidos entendem que não são bem quistos, decidem ter amor próprio e não voltam?

          • Não, não tem esse radicalismo de ou tudo ou nada. É só o lado positivo de uma situação que parece só negativa.

            Quanto mais sucesso, mais chatos aparecem. Mas quanto mais sucesso, mais gente legal também aparece. Ônus e bônus caminham lado a lado e aumentam muito quando se tem sucesso.

  • ps.: Me inscrevendo no feed deste post, só pra poder pegar a pipoca e ler os agradecimentos, e melhor – os ressentidos xingando ou se explicando por aqui.

  • “Não quer dizer que todo mundo tem que calar a boca e puxar nosso saco, até mesmo quem nos emputece eventualmente não vai ser banido.”

    ufa…

    Como sempre digo, mesmo com todas as explicações, NUNCA vou entender exatamente suas motivações, pra manter isso aqui. Agradeço enquanto continuarem a faze-lo.

  • Pense pelo lado positivo: O sucesso nem sempre se quantifica por meio de elogios. Muitas vezes, o público se empolga com uma novidade e a elogia muito, até paga caro por ela, mas a febre passa. E uma nova modinha surge, abafando a anterior, a ponto de quem elogiou se esquecer completamente.

    Sucesso é quando o público se importa. Quando gasta energia, quando se envolve. Deve ser um saco mesmo aguentar os reclamões, os off topic que matam os textos do dia, os chatos que se acham no direito de apontar contradições que estão projetando de suas próprias personalidades contraditórias.

    Escrever é uma forma de comunicação complicada porque você depende 100 por cento da capacidade de interpretação do seu leitor. Mas por mais que seu público não seja formado apenas por analfabetos funcionais, o leitor depende de seus próprios sentidos limitados e da sua própria memória seletiva para compreender o que lê.

    A linguagem escrita é talvez a mais impossível das comunicações humanas. Por isso ela é a mais desgastante e é a mais fascinante. O bom escritor não é o que coleciona elogios, mas o que mexe profundamente com as emoções das pessoas.

    Por isso, expulse os chatos. Mas faça isso com o prazer de quem conseguiu, usando apenas a linguagem silênciosa das palavras, abalar as pessoas e fazer com que o público se importe de verdade, mesmo que não admita.

    Fracasso seria ostracismo ou, pior, se só uma meia dúzia de amigos de vocês passasse aqui para reconhecer todo o seu esforço, fazer eogios previsíveis e deixar um like mais previsível ainda.

    Sucesso é fazer os estranhos se importarem.

    Expulse os estranhos chatos, mas sorria por dentro, porque você sabe que venceu.

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