As pedras do meu caminho – Parte 16

CAPÍTULO 29 – COM RAFA NA UTI, MÃE E EX-MULHER BRIGAM NA TV

Pois é, Dona Sylvia e a Biscate de 50 foram para a TV lavar roupa suja enquanto o coitado do Pilha estava hospitalizado. Adivinha em qual programa se deu parte desta belíssima baixaria? Isso mesmo, no programa da autora do livro, que viria a ser também madrinha do Rafael. Bacana, né? Mãe que se recusa a atender o chamado do filho prestes a se suicidar, ex que o impede de ver o filho e madrinha que ganha ibope com seu suicídio e briga familiar. No lugar do Pilha, acho que eu enfiava um caco de vidro e nem seria na garganta não, na garganta seria pouco: enfiaria no cu e subia rasgando até a nuca.

Dona Sylvia soltou o verbo no programa “A tarde é sua”. Foi bem extenso, então, vou deixa-los com os melhores momentos, os mais constrangedores, os que mais devassaram a privacidade da família. Lembrando sempre que ela dava esta entrevista por telefone, do hospital, com o filho na UTI:

“Rafael não tomou os medicamentos ontem, pois a Fabiana ligou, o ameaçou e ele ficou transtornado” – Bacana o filho dele ver na TV que a culpa da quase morte do pai é da própria mãe.

“Porque não dão espaço para os projetos do Rafael?” – Talvez por motivos de: a própria mãe dele vende o filho como um instável do caralho que se ficar um dia sem tomar um remédio faz o Wolverine no próprio pescoço?

“Meu neto é o motivo do Rafa estar vivo e também é meu motivo para lutar para que ele, como pai, tenha regularizado seu direito a visitas. Também quero ficar com o Kauan se o Rafa não puder pegá-lo nas visitas, mas isso Fabiana não quer” – Aproveita a oportunidade para expor o impasse na guarda do neto, mesmo com o pai da criança no CTI.

“Um dia, descendo do elevador, meu neto disse: ‘Vovó, só eu e você nos preocupamos com meu pai.’ Apertei a mãozinha dele e disse ‘É, meu filho’. Saí do elevador em lágrimas. A criança reconhece que só eu e ele nos preocupamos com o pai. Ele só tem seis anos e entende tudo que a mídia repercute. – Será que uma criança de seis anos deveria estar vendo o que a mídia repercute?

A Biscate de 50 resolveu responder, e foi ao Superpop, programa da mesma emissora:

– “Rafael está muito cansado, se sentindo sufocado. Essa interdição vai até dezembro. Ele me liga e fala: ‘Não aguento mais, porque entre nós seria tudo mais fácil, já estaria tudo vendido, cada um tocando sua vida, só que a minha mãe está atrapalhando isso, estou muito cansado dessa guerra”– Ele estava cansado e ela, em vez de ajudar, continuou puxando o cabo de guerra?

– “Ele até me pediu ajuda contra essa interdição, mas eu não sabia como agir, a gente estava se separando. Então, cortar o pescoço foi um momento de ‘Olha, eu já não aguento mais e quero voltar a responder por mim’.” – Seus advogados também não sabiam como ajudar, querida?

– “Ela tem algumas mágoas de mim, porque quando meu filho nasceu pensou que fosse participar de uma forma maior que a de uma avó. Tem que entender que mãe sou eu. Decisões como hora de dormir, hora da escola,coisas básicas, eu decido. Não pode me privar de ser mãe do meu filho. Ela teve o filho dela há 36 anos atrás e fez dele o que bem quis. Kauan não tem nada a ver com a vida do pai, com essa carência dela por ter sido mãe muito nova. Provavelmente não curtiu e transferiu muito para o neto.” – E precisava punir o coitado do Pilha por isso?

– “Isso não é verdade (sobre a acusação dela ter deixado Dona Sylvia sem ver o neto por cinco anos) até porque morávamos no mesmo condomínio. Ela fez isso porque quis. Eu nunca a impedi de participar de nada. Ela é que é muito rancorosa e não aceitou um ‘não’ que, um dia, disse para ela. Levou esse ‘não’ para uma rixa pessoal. Foi bem radical, não precisava ter chegado a tanto. Me ligou em um sábado à noite, meu filho tinha cinco meses, ainda mamava no peito e falou: ‘Fabiana, amanhã eu vou buscar o Kauan’. E eu respondi: ‘Olha, Sylvia, amanhã eu vou visitar meu pai, vamos almoçar lá, quando chegar te ligo’. Passados 15 minutos ela ligou de novo, um pouco alterada dizendo ‘Eu quero ver meu neto e você está me impedindo de ver o Kauan!’. Eu disse ‘não estou te impedindo, só estou avisando que vou passar o dia com meu pai e quando chegar te ligo’. Desse dia em diante ela virou minha inimiga e começou a fazer a cabeça do meu marido.” – A culpa é sempre dos outros

– “Sylvia fica passando essa imagem de boa samaritana, mas há dois meses minha filha ligou para o Rafael na casa dela. Quando disse ‘quero falar com meu pai’ ela respondeu: ‘Ele não é seu pai’. Minha filha jogou o telefone e foi para o quarto chorando, ficou muito magoada. Isso não se faz com uma criança de 9 anos.” – Veja o lado bom, ao menos ela não permitiu que a criança se tatue…

Tá pouco? Calma que vem mais. Pilha continuava no CTI, entre a vida e a morte, quando Dona Sylvia resolveu que havia falado pouco e resolveu falar mais. Voltou na Sonia Abrão, que continuou cagando para a privacidade do afilhado e soltou o verbo: disse que na verdade Fabiana estava é puta pela interdição, pois agora não poderia mais mandar no Pilha, agora tinha que se entender é com ela. Também disse que era um absurdo dizer que ele colocava em risco a segurança do filho pois sempre foi um bom pai (interditado judicialmente, né Dona Sylvia?). Para completar o show de horrores, ela ainda levou um pastor que começou a atribuir os problemas ao diabo: “O diabo está tentando destruir a vida do Rafael”.

Mas não tem nada que não possa piorar. Dona Sylvia resolveu ir também ao Superpop. Começou a desfiar um rosário e acusações e ofensas de fazer o cu cair da bunda. Desde coisas pequenas como a Fabiana não dar banho de sol no filho quando ele era bebê até acusações um pouco mais graves, como, por exemplo, da irmã dela ter dado cem reais para o Pilha se drogar e depois ter feito ele assinar uma procuração. Com essa procuração venderam um imóvel e nunca deram a parte do Pilha para Dona Sylvia, que alega que Fabiana largou os filhos e foi viajar para a Europa com esse valor: “Acho que qualquer outra mãe vendo os filhos passarem por esse problema de separação com o pai internado, pelo menos no Natal, deveria estar ao lado deles. Veio janeiro, as aulas das crianças começaram dia 20 mas ela continuava na Europa e as crianças ficaram sem matrícula até ela voltar”.

Ela conta que quando a Biscate de 50 voltou da Europa, matriculou apenas a filha na escola, ignorando Kauan, por isso resolveu pedir a guarda. Também conta que quem providenciou a matrícula e o material escolar de Kauan foi ela e não a mãe. O nível foi caindo cada vez mais: “Em novembro, ela e Rafael nem estavam separados ainda e ela já estava botando namorado dentro da casa do meu filho”. Até que a coisa virou pessoal: “O que a Fabiana está falando não são coisas verdadeiras, ela é do tipo que faz ameaças, grita, xinga”.Daí Dona Sylvia botou uma ex-babá do Kauan para falar também, pois aparentemente ainda estava pouco, contando detalhes dos desentendimento das duas.

Nesse clima bacana, com um entorno bem equilibrado, com muita harmonia à sua volta, Pilha recebeu alta do hospital. Foi encaminhado para mais uma rehab, mas, como de costume, decidiu que não, obrigado, fez as malas e foi morar com três mendigos na rua. No mesmo dia uma viatura da polícia acabou levando-os para a delegacia. Pilha era notícia mais uma vez. Os mendigos acabaram liberados, mas o delegado reteve o Pilha com boas intenções: queria se certificar de que ele não saísse de lá sozinho, para não fazer besteira. Adivinha se alguma das duas bonitas que brigaram nos holofotes estava disponível?

Como não conseguiu falar com ninguém, Pilha acabou ligando para o psiquiatra, que estava… no programa “A Tarde é Sua”, da Sonia Abrão, prestes a dar uma entrevista. Aparentemente todo ser humano que orbitava em torno do Pilha tirou proveito da sua desgraça, ganhando seus cinco minutos de fama. Enquanto o psiquiatra não chegava, Pilha era consolado por um policial evangélico que falava dos planos de Deus para ele. Isso aparentemente animou nosso herói, que decidiu se internar em outra clínica e tentar mais uma vez.

O psiquiatra dá seu parecer: “O Rafael tem um transtorno grave de humor, o transtorno bipolar, que gera euforia, mania de perseguição e até uns delírios (…) Ele só sossega quando está medicado (…) O maior obstáculo é a teimosia dele, quando ele acha que está bom”

Assim, Pilha partiu para mais uma internação…

Para dizer que tinha que internar é a mãe, a ex e a madrinha, para dizer que pudemos perceber a bipolaridade no Power Couple ou ainda para dizer que achava que tinha se livrado do assunto Pilha: sally@desfavor.com

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