Animais X Crianças

O assunto de hoje não é nenhuma novidade, mas uma notícia divulgada semana passada me fez perder a paciência de vez e querer falar sobre isso: estão tratando animais de estimação como filhos e filhos como animais de estimação.

A gota dágua que me fez querer mexer nesse vespeiro é que agora, esta hipervalorização e humanização dos animais de estimação pode ser oficializada: diversos cartórios permitem que você registre seu pet como um membro da família, incluindo inclusive seu sobrenome nele. Efeito Gil Brother Away: estou perplecta.

Segue o início da notícia, apenas para contextualizar:

“Donos de animais domésticos agora podem obter o registro de guarda, uma espécie de certidão de nascimento, dos bichos que muitas vezes são tratados como integrantes da família. O documento pode até ter o sobrenome dos guardiões para provar o ‘parentesco’.”

Para quem não está familiarizado com a minha pessoa, prazer, Sally, aquela que ama cães e gatos e não suporta crianças. Aquela que escolheu não ter filhos pois a simples vozinha aguda de uma criança faz seu útero virar do avesso. Aquela que procura sempre viajar e ir a restaurantes chield free por não suportar sequer estar no mesmo recinto de uma criança. Dito isso, acho um verdadeiro absurdo o rumo que as coisas estão tomando: crianças sendo tratadas como cachorros e cachorros sendo tratados como crianças representa um desaforo e inversão de valores.

Gostando ou não de crianças: ser humano > animais. Ponto final. Quem coloca animais acima de seres humanos (especialmente dos próprios filhos) precisa de acompanhamento psicológico. E, acreditem, tem muita gente fazendo isso, mesmo sem perceber. Sobra tempo para passar com seu filho? Se sobra, ok, compre um cão e dedique tempo a passear com ele, brincar com ele e tudo mais. Não tem tempo nem para o seu filho? Bem, talvez seja o caso de priorizar, em vez de tirar tempo de uma criança para dar para um animal de rabo.

E por falar em faltar tempo… Quem aqui já ouviu aquela clássica explicação da pessoa que gosta de cachorro mas não quer ter um cachorro pois “eu trabalho o dia todo, seria cruel, eu não teria tempo para o bicho”. Eu escuto sempre. O curioso é que, as mesmas pessoas que não adotam um doguinho por não dispor de tempo suficiente para ele e julgar que isso seria maldade com o animal… fazem filhos! What the fuck, minha gente! Quem trabalha muito e não tem tempo para um cachorro também não tem tempo para uma criança! Não é bem assim, eles dirão. Criança você pode colocar em uma creche ou deixar com alguém enquanto você trabalha. E meus ouvidos sangram… Delegar estímulo intelectual do seu filho? Temo que um dia tenha câncer de ouvido por ter que ouvir barbaridades como esta!

Quem aqui nunca viu uma criança de coleira no shopping? Não tenho filhos e evito contato com crianças como o diabo da cruz, então, não sei se é realmente necessário atrelar a criança a você por uma elo físico (talvez seja, assumo minha ignorância), mas, por favor, se o fizerem, que seja pela mochila ou pelo pulso, coleira não, né gente? Já vi várias crianças presas pelo pescoço sendo conduzidas por seus pais. Coleira é para cachorro. Em compensação, já vi vários doguinhos passeando no shopping dentro de carrinhos de bebê. É de fazer cair o cu da bunda. Cães precisam andar, se exercitar e, de preferência, ao ar livre. Levar cachorro em carrinho de bebê ao shopping é aberrante.

Uma vez vi ambas as cenas simultaneamente. Uma mãe levava seu filho, que deveria ter uns 3 ou 4 anos, em uma coleira e empurrava um carrinho com um cachorro do lado de dentro. Como me arrependo de não ter fotografado essa cena. É uma ode à inversão de valores que estamos vivendo. É uma cena emblemática. E, olha, quando uma pessoa como eu sai para defender crianças em detrimento de cachorros, algo de muito bizarro está acontecendo!

Vamos falar sobre: pessoas que chamam seu animal de estimação de “filho”. Eu vou me policiar para falar sobre isso, pois é quase que uma unanimidade e certamente muitos de vocês que estão lendo o texto o fazem. Não acho adequado. Porém acho mais grave quando de fato há um filho real na família. A criança cresce sendo chamada de “filho” e, ao mesmo tempo, vê o cão ou o gato sendo chamado de… “filho”! Que prestígio, hein? A criança cresce sabendo que seu status é o mesmo de um animal de rabo que urina na rua. Se bem que, o brasileiro médio urina na rua também… que desgosto.

Cada vez mais vemos casais que se separam e entram com ações judiciais para decidir a guarda do… animal de estimação! Puta que me pariu dez vezes! O Judiciário existe para coisas importantes, tipo prender estuprador, obrigar hospital a realizar cirurgia para salvar a vida de paciente, compelir um pai a pagar pensão para que seu filho não passe necessidade! O que uma pessoa tem enfiado no cu para acionar o judiciário (algumas ações chegaram até o STF e STJ!) com o objetivo de pedir a guarda de um animal de estimação?

Em compensação, cresce cada vez mais o numero de crianças criadas em guarda compartilhada. Mesmo sendo uma falsa simetria, isso nos dá uma noção de que, em algum nível, pais topam dividir o tempo que passam com seus filhos mas querem os animais só para eles. Ficar uns dias da semana sem o filho ok, mas ficar uns dias da semana sem o doguinho? Quem ele pensa que é? Corre lá e pede a guarda dele só para você!

Cheguei a presenciar o caso de um casal que não teve qualquer dificuldade em instituir a guarda compartilhada do filho de dez anos, que ficava uma semana com cada um, mas acionou o Judiciário brigando pela… pela… wtf… pela “guarda” de um gato. Os argumentos eram ótimos: “O Fulano (filho) já é grande e sabe se cuidar sozinho, se acontecer algo errado ele me conta, já o Sicrano (gato) não pode falar, não pode me contar se for maltratado, não sabe se defender, ele precisa de mim todos os dias da semana”. Novamente: perplecta.

Tem pai que não quer nem assumir ou registrar seu filho ou dar seu sobrenome a ele, a mãe precisa entrar com uma ação judicial de reconhecimento de paternidade e o registro é feito na marra. Esse é o nível atual do Brasil. Fora os casos onde as pessoas simplesmente não registram os filhos, por diversos motivos. Temos milhões de seres humanos não registrados. Entretanto, em um país com esse grau de involução, acharam pertinente permitir que se coloque o seu sobrenome em um animal de rabo que lambe os próprios testículos. Super perplecta.

Pasmem, atualmente, o gasto com pets no Brasil supera o gasto com crianças. Ok, existem mais animais do que crianças nos lares brasileiros atualmente, mas, mesmo assim, é um absurdo. Crianças tem despesas muito caras, como escola, por exemplo. Um pet, em tese, gasta um pouco com comida e higiene. Mas não, aparentemente, pets ganham caminhas personalizadas, festinha de aniversário, banho e tosa, perfume, coleira com strass e tantos outros supérfluos. Nada contra, desde que esteja sobrando dinheiro para a pessoa. Quantos brasileiro tem dinheiro sobrando?

É tentador depreender que, se não há dinheiro sobrando e há tantos gastos com pets, algo do que poderia ser gasto com a criança está sendo direcionado para o animal, ne? Por favor, me digam que vocês também estão perplectos. Vejo gente chorando miséria, negando coisas para os filhos e cão indo toda semana fazer banho e tosa em pet shop. Fora os serviços que são atribuição do dono, inerentes a ter um animal, que as pessoas delegam e pagam (caro) por isso: banho, passeio e outros. Se você não tem tempo nem de dar um banho no seu animal e delega esta função a uma pet shop, será mesmo que você deveria ter um pet?

Mais uma belezura que presenciei em um shopping esnobe: mãe passeando com criança e doguinho, estando a criança e o cão com a mesma roupinha. Eu realmente devo estar ficando velha, a sensação de não pertinência e total incapacidade de compreender os novos códigos sociais e valores está se acentuando cada vez mais. Em que planeta é aceitável que filho e cão estejam no mesmo patamar de vestimenta? No meu mundinho esquizofrênico sequer é aceitável que se coloque uma roupa em um animal, mas, ok, já me dei conta de que eu sou socialmente desajustada. Reflexão rápida: que se passará na cabeça dessa criança vendo o cão com a mesma roupa que ela e sendo chamado de “filho”?

Por mais que você ame seu pet, ele não é um ser humano, ele não é da sua família e é ridículo que você coloque seu sobrenome no bicho, ainda mais registrado em cartório. É deprimente, flerta com a insanidade mental. Seu cão não é seu filho, é seu cão. Ele não quer ser seu filho, isso faz mal ao animal. Parem de sufocar e humanizar os pets! Trate-o como um cão e, acredite, ele vai ser muito mais feliz, conforme já explicamos em outro texto.

Registrar um pet em cartório com o seu sobrenome flerta com a insanidade mental. É um grau de desconexão com a realidade preocupante. Chega a ser ofensivo, em um país com a realidade social do Brasil. E, para fechar, se você quer ser um ser humano minimamente decente, só tenha um pet se, para isso, não precisar tirar um segundo do tempo ou de recurso financeiros que seriam usados com seu filho. Pronto, acabei. Podem xingar.

Para dizer que prefere seu cão do que seu filho, para dizer que para quem vai envelhecer criando gatos eu estou marretando demais ou ainda para dizer que sim, está perplecto: sally@desfavor.com

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Comments (43)

  • Também não curto criança, mas acho bizarrão esse povo que humaniza bicho! Tudo bem comprar uma roupinha, deixar ele dormir com você, fazer uns agrados de vez em quando… Mas comprar sapatinho, carrinho de bebê pra ele, comprar perfuminho e registrar em cartório é muito tosco!

    Uns anos atrás eu assisti o programa “A Liga” e o tema do dia era pessoas com transtornos mentais (pois é). Tinha uma mulher lá que era tão obcecada pelos cachorros que ela tinha que o Cazé chegou a perguntar: “Se o seu filho e o seu cachorro estivessem passando fome e você tivesse só um prato de comida, pra quem você daria?” e a mulher respondeu que daria pro cachorro! Se o comportamento dessa doente era um absurdo naquela época, talvez vire tendência daqui pra frente, né?

  • Eu trouxe duas cãs que eram minhas quando casei, uma já foi e eu e o Marido já concordamos em não ter mais bicho quando a minha velhinha se for. Também não queremos filhos.

    Por estar velha a minha tem alguns privilégios, como dormir dentro de casa, e usar roupinhas pra dormir por causa do frio. Mas morro de medo dela ficar doente e eu deixar as pregas no veterinário.

    • Se você quiser dar de tudo, do bom e do melhor, para seu pet, o problema é só seu. A coisa vira patológica quando se deixa de dar para o filho para dar ao pet!

  • Ter um filho é como fazer uma tatuagem na testa, tem que se comprometer todos os dias!
    Um pet também é uma responsabilidade, mas não PODE haver inversão do que cada um representa!

  • Perplecto ao cubo!

    Para mim, essas pessoas devem ter sérios problemas mentais, tipo aqueles de preencher um vazio afetivo, etc.

    Não, Sally. Pelo seu trabalho aqui e o que você escreve, da pra ter uma idéia básica de que você não é desajustada socialmente. Não mesmo. É o Cerumânio que está indo na contramão.

      • Para a maioria.

        Pra mim, que também sou minoria, você é eu não somos socialmente desajustados. Quem dera fosse a sociedade formada de “desajustados”…

        O mundo inteiro, enfim, ficaria ajustado.

  • Melhor a mochilinha coleira que deixar essas crianças soltas enqto olham no celular…. o que já vi de mãe louca no celular, e o filho a uns 300 metros, correndo sozinho pela rua (no CENTRO de SP, perto da 25 de março…. acho que querem que sequestrem a criança)…. Ao menos assim não perdem…

    Agora, colocar roupa em animal é dose…. Já vi gente perguntando se tinha sapato do tamanho certo pro cãozinho… OI? Cachorro não precisade sapato, isso só atrapalha!! E não põe perfume nele, isso acaba com o olfato do pobre!!

    No mais, eu admito que chamo minha gata de meu bebê, mas até aí, gosto tanto de crianças quanto a Sally, não tenho nem nunca vou ter, a não ser que seja por imaculada concepção, e aí, vou pedir pensão pro Vaticano…

  • (ironia, ok?) É por isso que em breve estaremos usando crianças pobres no laboratório como cobaias. Mais barato e nenhuma controvérsia com a sociedade.

  • Depois de ler aquele texto sobre arrependimento de ter filhos, e logo em seguida me deparar com a notícia dos dogs registrados em cartório na Semana Desfavor, tive essa impressão de que os pets estão virando filhos e os filhos estão virando pets. Esse texto materializa o que me veio à cabeça, e também fiquei perplecto ao ter uma noção da magnitude da situação.

    Em tempo: analisando os critérios que o brasileiro usa pra ter filhos (pra ter um cuidador particular na velhice/passar genes oleosos adiante/pressão social), estou começando a ter a impressão que as pessoas, ultimamente ponderam sobre essa decisão com a seriedade de quem está prestes…a adotar um pet. E os critérios adotados para adotar/comprar um bicho (tempo/energia/espaço/finanças) mais parecem que a pessoa vai ter um filho. Tá tudo ao contrário

    • Sim, há uma inversão de valores. Filho é utilitarismo (cuidar de você quando estiver velho, etc) e animais são depósito de amor.

  • Só passei para agradecer pelo texto, tiraram as palavras da minha boca. É muito difícil encontrar gente com esse pensamento no meu cotidiano.
    O que mais me irrita é aquela frase manjada: “Tem muito bicho que é mrlhor que muita gente”…

  • Com o filho vc da um vídeo game, iPad, internet e ele se educa sozinho . Já com os animais vc tem q se dedicar para q eles aprendam. E nunca vão te abandonar por causa de um namorico. Acho compreensivo gostarem mais dos animais, inclusive chegará o dia que a disputa judicial será para ver quem será obrigado a ficar com o demônio, digo, criança . O legal será ver gente rica deixando a herança para seu animalzinho. Acho justo!

  • Eu quase adotei um pet, mas dai pensei que quando adoece a gente gasta uma fortuna com veterinário e desisti. Deve ser por isso que gasto com pet supera crianças. De qualquer forma eu prefiria ter um pet.

      • Depende, Sally…

        O pediatra geralmente não consegue cobrar a consulta por causa da “regra do retorno”, se a mãe procura ele antes de 30 dias da próxima consulta, é de graça!
        Pediatria é uma das especialidades que menos se sustenta (por isso vivem de plantões). Veterinário ganha fácil mais que um pediatra (e fazendo a MESMA coisa, isso eu posso atestar com certeza, já tendo passado pelas duas pontas!).

        A menos que seja particular… mas aí é raaaaro….

          • Sim. E é exatamente isso… O que acontece é que a consulta só é paga se for após 30 dias da consulta anterior…

            O que muitas mães fazem é ir no médico 1 semana antes, porque o filho “tá resfriado” ou “teve febre” e JÁ QUE JÁ TO AQUI, “o dr não pode adiantar a consulta da semana que vem??” e pronto.

            Gineco também passa por isso com o pré-natal (é por isso que tem tanto G.O fazendo “pacote” de pré-natal e parto, paga adiantado e boa). Os convênios matam as especialidades clínicas, que não fazem procedimento…

  • Aqui na Somirlandia vivo vendo essas crianças de coleira… acho bem bizarro! Mas aparentemente sou só eu, pq quem tem filhos acha “essencial”…

    Acho que perdemos algum trem nessa vida, Sally… ficamos presas nessa estação maluca que estamos hoje!

    PS: te mandei um e-mail! Se vc puder dar uma olhadinha…

  • Duas coisas sobre o texto:

    1. Realmente é triste o quanto as pessoas pensam que filho é algo “dado” e que ter de qualquer jeito está ok. Eu também vejo animais de estimação sendo negligenciados, mas quando se fala de crianças acho extremamente bizarro. Ok, acidentes acontecem e ninguém é obrigado a abortar, mas quando os pais ficam com fogo no cu para ter filho e não tem dinheiro/tempo/paciência. Sério, para quê teve a porra do filho se era para educar nas coxas. As pessoas realmente NÃO TÊM NOÇÃO da quantidade de coisas que vão ter que abdicar, da tonelada de paciência que vão precisar diariamente para educar e ensinar uma criança. Outro dia, eu, que também não curto crianças, fiquei chocada e com pena de uma que estava no apartamento de cima berrando por horas e horas. E os adultos gritando de volta se irritando, falando que não tinham nada a ver com os pedidos do menino. Fiquei pensando: what? E pior de tudo, moram numa quitinete, quitinete mal é um lugar para uma pessoa, quanto mais para um casal E uma criança.

    2. Eu até consigo ver o mérito de pedir a guarda do animal de estimação, tem parceiro/a que de vingança pega o bicho para fazer a outra pessoa sofrer e não necessariamente é apegada a ele e também não cuida do jeito que deveria. É completamente compreensível quem fica com o coração na mão pensando no estado do animal de estimação na mão de alguém que está com muita raiva de você.

    • Não acho razoável acionar o Judiciário para isso (guarda de um animal). Se as pessoas não tem maturidade para decidir quem cuida do pet, nunca deveriam ter comprado um pet, para começo de conversa…

  • É por isso que eu recomendo a quem tá começando agora ir pra área de psicoterapia ou psiquiatria, daqui a alguns anos o fracasso dessas novas gerações vai gerar uma grande demanda.

    • Fiquei pensando por esse lado também… Muito interessante observar esse fenômeno, essa “doença” que se instala no meio social, essa inversão de valores ao tratar de animais e crianças e mesmo toda essa “projeção” (se é que podemos falar assim) de uma criança pra cima de um animal.

  • É, Sally, eu estou sim, “perplecto” com o que li. Muito “perplecto”… Chessus, que porra de mundo é esse? Essa história do cãozinho e a criança passeando por um shoppping com roupas iguais foi de fazer cair o cu da bunda!

    E eu não sabia que existia esse negócio de criança com “coleira”. Aí resolvi fazer uma busca rápida no Google Imagens. Fiquei espantado com o que encontrei. Sente só o drama:

    https://silviaenina.files.wordpress.com/2014/10/captura-de-tela-2014-10-27-c3a0s-08-55-08.png

    https://universodemae.files.wordpress.com/2014/09/372.jpg

    http://www.miamiaqui.com.br/prdfotos/prd_509_4d4b3281ef6b8.jpg

    http://www.miamiaqui.com.br/prdfotos/prd_510_4d4b32fd7abb1_thumb_250_250.jpg

    http://www.miamiaqui.com.br/prdfotos/prd_511_4d4b3358a903f.jpg

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