O ano assediado.

Com 2017 chegando ao fim, temos que escolher o maior desfavor do ano. E não precisamos de muita deliberação para encontrar o tema que definiu o ano: a onda de acusações de assédio que se espalhou a partir da indústria do entretenimento. Desfavor do ano, mesmo que sejamos contrários ao assédio.

SALLY

Existe um bom motivo pelo qual a lei penal não retroage para prejudicar o réu: o que ontem era permitido e tolerado socialmente, tem que ser visto pela ótica da época, sob pena de se punir injustamente alguém por algo que, naquele tempo, não se entendia como errado. Pessoas não tem bola de cristal para saber se o ato que praticam hoje será socialmente reprovado em 30 anos.

Não me entendam mal, assédio sempre foi errado, porém, 30 anos atrás a sociedade tolerava. Que bom que isso mudou, que bom que assédio não é mais tolerado! Mas querer que a reprovação de hoje retroaja décadas tem nome: má-fé.

Trinta anos atrás os pais batiam livremente em seus filhos e isto não era visto como algo equivocado. Acredito que muitos de nós tomamos porrada de chinelo, de cinto, de régua ou até de panela e nem se sonhava em questionar isso como algo sequer próximo de um crime. É errado dar com uma panela na cabeça do seu filho? Sim. Mas décadas atrás não era assim que a sociedade via. Vocês achariam justo que um filho detone e processe seus pais por terem praticado algo que, à época, era perfeitamente normal e permitido (por mais errado que fosse)?

O que hoje se chama de assédio, e que bom que ficou configurado assim, não era considerado desrespeito décadas atrás. Horrível, né? Mas o que aconteceu, aconteceu. Não dá para retroagir e reescrever a história. Que daqui para frente seja diferente, pois hoje já se convencionou ser muito errado e todos estão cientes. Já pensou que incorreto se alguém tentar te punir por um ato de décadas atrás, quando isso era perfeitamente consentido pela sociedade e pela lei na época?

Sim, pela lei. Se você fosse a um tribunal nas décadas de 80/90 reclamar de uma cantada ou de coisa parecida, iriam rir da sua cara. Perigava até do juiz te cantar também. Permitam contar um caso julgado pelo Tribunal de Justiça que vai dar uma noção do que era a visão da época para aqueles que não a viveram ou não se lembram dela.

A atriz Maitê Proença fez fotos para a revista Playboy em 1986. Algum tempo depois, um jornal publicou uma destas fotos com a atriz nua, sem o seu consentimento. Maitê processou o jornal, dizendo que tinha sofrido danos morais, afinal, o público que lia o jornal era composto basicamente por famílias, ao contrário do público que comprava a Playboy, que à época, só podia ser comprada por maiores de idade em bancas de jornal. A resposta do tribunal foi bem bizarra:

“(…)só mulher feia pode se sentir humilhada, constrangida, vexada em ver seu corpo desnudo estampado em jornais ou em revistas. As bonitas, não”. Se Maitê Proença fosse “feia, gorda, cheia de estrias, de celulite, de culote e de pelancas, a publicação de sua fotografia desnuda – ou quase – em jornal de grande circulação, certamente lhe acarretaria um grande vexame”. Para os desembargadores, “tratando-se de uma das mulheres mais lindas do Brasil”, nada justificaria o pedido de indenização por danos morais.

Esta era a cabeça vigente nas décadas de 80 e 90. Era escorado neste tipo de mentalidade, que dominava a sociedade e o Judiciário, que centenas de homens famosos fizeram tudo que fizeram. Outros tempos, outras cabeças. Querer descolar estes atos e observá-los sob o prisma atual é fraudulento. Não estou dizendo que sejam corretos, estou dizendo que, na época, eram socialmente tolerados. Sim, isto faz toda a diferença na hora de recriminar, reprovar e até condenar alguém. Assim como é errado assediar, é errado e injusto julgar atos antigos que se deram sob outras regras sociais, com a visão atual.

Ao fazer isso, deixa de ser justiça e passa a ser vingança. Isso desmoraliza um movimento que poderia ser muito legítimo e ajudar em muito às mulheres. É perfeitamente possível fazer esta separação: algo pode ter sido muito errado, mas, à época, ser tolerado socialmente. Logo, não pode ser punido hoje, em um contexto totalmente diferente. O fato de ter esta compreensão não significa apoiar assediador, ser contra direito das mulheres ou coisa do tipo, significa apenas ter um entendimento temporal na hora de avaliar o erro alheio.

Você não acharia justo se pegassem um ato seu de 20, 30 anos atrás e o avaliassem com o rigor do julgamento social dos dias de hoje. É desleal fazer isso. É sobretudo desnecessário, pois as mulheres tem argumentos de sobra para reivindicar, pleitear e até acusar hoje em dia. Não precisam desse tipo de gincana argumentativa, que só enfraquece e tira credibilidade do movimento.

Quem sofreu assédio é, hoje, ao mesmo tempo vítima e empoderada, um status muito tentador, que abre muitas portas. Como já discutimos aqui (link: https://www.desfavor.com/blog/2017/10/harvey-weinstein/) a maior parte das mulheres que se colocou nesta situação tinha não apenas a ciência do que as esperava como também a escolha de pular fora de um ambiente de violência. Escolheram jogar o jogo e, quando a coisa ficou mais favorável, décadas depois, resolvem linchar aqueles que as sacanearam pegando um ato de décadas passadas e submetendo-o à apreciação das normas sociais dos dias de hoje. Para mim não tem outra palavra que defina: oportunismo. Estão plantando merda e vão colher bosta.

Fato é que essa “tática” idiota de escrotizar de volta um lado por ele ter te escrotizado primeiro só gera coisas ruins, pois a tendência natural é que o outro lado te escrotize de volta, em um eterno movimento pendular onde todos perdem. Ao contrário do que mentes pouco iluminadas afirmam, não é necessário um exagero no sentido oposto para reequilibrar as coisas. Muito pelo contrário, é preciso ponderação para, não apenas equilibrar, como cortar esse círculo vicioso escroto.

É lamentável ver o que as mulheres estão fazendo quando lhes dão algum poder e protagonismo. Tiveram a chance de ser melhores, de serem justas, mas preferiram ser esse mix de vítima e justiceira-injusta. Lamentável.

Para dizer que eu estou traindo o movimento, para dizer que se fizessem com você seria injusto mas você fazer com os outros não é ou ainda para dizer que desfavor do ano somos nós: sally@desfavor.com

SOMIR

O tema foi tão grande durante o ano que tivemos vários textos sobre o assunto. Vários ângulos, várias preocupações sobre os rumos do que se colocou em movimento em 2017 nesse sentido. Mas aqui no desfavor às vezes cometemos o pecado da presunção: partimos do princípio que existe um mínimo de bom senso para não precisarmos explicar o básico e vamos logo para o desenrolar da situação. Em nossa defesa, não conseguiríamos desenvolver argumentos diferenciados se ficássemos presos ao óbvio como a maioria dos meios de massa.

Mas, hoje, vamos voltar um passo: o básico é que assédio sexual contra mulheres que só querem fazer seu trabalho é horrível para qualquer senso de desenvolvimento social. Uma ideia torta de propriedade sobre as mulheres através do poderio financeiro que infelizmente as atrasou e ainda atrasa no mundo. É necessário sim proteger as que ainda sofrem com isso e culpabilizar aqueles que abusam do seu poder para forçar intimidade com suas subordinadas. O básico é eliminar esse problema da nossa sociedade e seguir em frente num mundo mais meritocrático.

A questão que nos interessa aqui é como alcançar esse resultado. E é aí que começamos a enxergar os problemas com a forma como a sociedade lidou com a situação nesse ano. Pelo visto, a maioria das pessoas ainda tem certeza absoluta que a melhor forma de lidar com uma “doença social” é tratamento agressivo dos sintomas. Concordo que existe uma satisfação quase que primal em ver uma pessoa que faz o que julgamos errado pagar um preço caríssimo, parece que existe ordem e justiça nesse mundo. Agiu de forma abusiva contra uma mulher que só queria uma chance de trabalho? Perde a carreira toda e vai para o ostracismo. Pena de morte de carreira. Satisfatório, não?

Mas, estamos alcançando o resultado? Se prestarmos atenção nas reações da sociedade sobre o que aconteceu nesse ano, algo não está encaixando. Não me refiro à grande mídia – quase que obrigada contratualmente a manter um discurso politicamente correto – mas às pessoas comuns. As que hoje em dia tem uma plataforma global para dividir suas opiniões sobre qualquer tema. O ser humano médio tem uma tolerância a novidades sobre visão da realidade que satura rapidamente. Mudanças de paradigma costumam levar gerações para serem assimiladas.

E se formos analisar os maiores expostos nos escândalos de assédio em 2017, podemos perceber que os acusados pertencem a gerações mais antigas, criados num mundo onde o conceito de assédio não era tão distante assim de um flerte no local de trabalho. Acredito que quase todos nós aqui rejeitamos o primeiro e achamos o segundo no mínimo aceitável. Seja onde for, sagrado direito do ser humano de querer sexo e/ou relacionamento, não? Desde que as partes estejam confortáveis, nada de mais. Agora, vamos pensar no seguinte: o que foi que mais mudou no comportamento médio da mulher nas últimas gerações? Apesar de considerar válida a resposta de sair de casa e trabalhar tanto quanto os homens, estou sugerindo aqui a liberação sexual. Pro bem e pro mal.

Ainda bem que estamos vivendo num mundo onde as mulheres tem muito mais poder e liberdade para escolher seus parceiros, para tomar iniciativas, para demonstrar sexualidade e tudo mais… ainda bem mesmo. Mas, isso vem sendo um processo. Existe uma diferença considerável entre esse grau de liberdade de uma geração para outra, como era de se esperar de um processo rápido como esse. Mulheres mais reprimidas exigem mais assertividade na conquista, mesmo nas que não envolvem relação de poder financeiro. Quase todos esses homens acusados aprenderam a conseguir sexo com a ideia de que mesmo que sua escolhida quisesse, ainda sim não poderia se soltar quando bem entendesse por medo de represálias sociais.

Esses homens também vem de uma época onde a única relação de poder existente com mulheres era de cima pra baixo. Onde todas elas ocupavam cargos menores. Não estou corroborando com assédio nenhum, mas conseguem entender que para esses homens era basicamente a norma lidar com uma mulher “inferior” e que resistiria além do que realmente desejava aos seus avanços? Que havia uma necessidade muito maior de exercer força sobre elas para conseguir qualquer coisa? Pensando nas mulheres de hoje, ainda existe um desequilíbrio de poder e liberdade sexual, mas muito menos acentuado. O paradigma está mudando rapidamente, e paga o preço quem não se adapta.

Mas existe uma diferença entre internalizar a nova realidade e apenas reagir a ela. Com frases como “assédio é o novo ele não ligou no dia seguinte” começando a aparecer por aí, está na hora de pensar bem para que lado estamos indo nessa história toda. Eu sou o primeiro a escrever que mulheres são tão ruins quanto homens, só muda o poder para exercer a ruindade, mas existe um meio termo aí que está quase se perdendo numa polarização entre os sexos. Ou os homens são todos abusivos, ou as mulheres são todas aproveitadoras. Isso não parece certo. Um pouco de resistência em ambos os lados é saudável para manter sob pressão aqueles que abusam e aquelas que acusam para levar vantagem pessoal, mas exagere nisso e a corda estoura, separando os lados de vez.

Ninguém engole seco ser culpado por tudo. Se não conseguirmos entender os lados dessa história e tomar medidas para educar e demonstrar justiça, não existe motivação real para mudar o comportamento: se os homens acharem que vão ser acusados de assédio seja o que fizerem, bem capaz de aproveitarem mesmo enquanto puderem. Se as mulheres acharem que os homens sempre vão assediá-las, vão sair acusando em qualquer chance mesmo, para ter algum poder de volta. Dois sexos atirando primeiro e perguntando depois. É isso que acontece com pessoas que não se conhecem, elas tendem a presumir sempre o pior do outro.

E se a tendência continuar, eu prevejo que em 2018 o tema banaliza de tal forma que vai ficar mais prático colocar nas contas da empresa uma verba de indenização para mulheres do que resolver qualquer problema. E aí, azar de quem respeita e azar de quem pensa antes de acusar. E parabéns por nada a todos os envolvidos.

Para dizer que esse foi o ano do machismo no Desfavor, para dizer que pensamento lógico é opressor, ou mesmo para dizer que vai me acusar de assédio intelectual pelo texto: somir@desfavor.com

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Comments (10)

  • Confesso, sempre que leio notícias sobre “fim de assédio” me pergunto quem realmente está ganhando com a queda dos titãs. Falo isso porque onde tem prestígio e dinheiro tem demonstração de poder – e nada é mais forte para mostrar quem é que manda do que subjugar a pessoa pelo constrangimento.

    Assediadores são bichos imbecis por natureza, que se tornam mais arrogantes à medida em que obtém poder – mas que só existem porque tem gente que se submete com prazer ao assédio para obter alguma coisa de valor. Será que muitas vítimas teriam obtido sucesso no passado só com o seu talento? Mais ainda: será que muitas delas estariam na crista da onda hoje se não estivessem na condição de vítimas?

    Ah, outra coisa: Hollywood está com essa bola toda, ainda? O Globo de Ouro fez mais sucesso por causa dos vestidos pretos do que pelos filmes que concorreram lá – e pelo visto o Oscar vai na mesma toada, já que a Academia está produzindo cada vez menos filmes (e cada vez mais textão).

    Se é assim, deem logo o Oscar de “Melhor Filme” para a Mulher Maravilha. O filme é bom, uma mulher o dirigiu – e, melhor ainda, ele DEU LUCRO (coisa que, aliás, os assediadores sabiam que era importante)>

    • Me parece que é um grito de desespero de uma indústria falida: atrizes de cinema só são lembradas por escândalo de assédio depois que perderam o trono para os seriados.

  • Acho que o principal problema do brasileiro médio pra entender essa argumentação (além do cérebro pouco desenvolvido e da grande dificuldade em absorver e compreender qualquer opinião que não esteja de acordo com as massas) é a ideia fantasiosa de que os valores morais de alguém não são afetados pela época em que a pessoa está. Pra eles, parece que não importa se naquele tempo era comum esse tipo de coisa acontecer, porque “se o cara tivesse caráter não fazia”. E sem querer dizer que realmente não havia homens que não agiam dessa forma na época, mas é justamente esse tipo de idéia ridícula que faz as pessoas acharem que não tratariam um negro como escória de tivessem nascido enquanto a escravidão estava em vigor, ou que não teria torturado e queimado vivas mulheres acusadas e bruxaria durante a Inquisição. Todos parecem achar que iam ser algum tipo de super-heróis santos que teriam “lutado contra tudo e todos para criar um mundo melhor”. Chega a ser patética a forma como apenas o conceito de que o que é errado pode mudar de acordo com a sociedade a sua volta parece ser impossível pra eles. (Pelo menos até que o acusado seja algum dos seus ídolos, porque aí surge até teorias de abdução alienígena pra justificar o que a desgraça fez)

    • Quer dizer, até a sociedade virar de novo e essas pessoas ficarem do lado errado da “moral do ambiente”. Aí é frescura.

    • Essa ideia de que o homem nasce bom é meio inocente. Concordo totalmente com você. Vejo por mim mesma, coisas que eu fazia na década de 90 que hoje teria muita vergonha de fazer pois mudaram os costumes sociais.

  • Não concordo. Não se trata de oportunismo e sim de oportunidade. Não acho escroto que uma mulher que tenha sofrido assédio possa colocar a boca no mundo e dizer o que aconteceu com ela, mesmo que tenha sido há trinta anos atrás. O mundo mudou, poder gritar suas mazelas é uma forma de mostrar que coisas ruins aconteceram, que o mundo era babaca (ainda é) e que hoje não deve ser mais (em tese). Por exemplo, eu não tinha ideia que assédios aconteciam de forma tão corriqueira na sociedade, apesar de a minha avó sempre me falar que não dá para confiar em homem (um jeito que ela encontrou para dizer que isso acontecia sem ser muito clara), isso porque sempre fui poupada pelos meus pais de frequentar lugares que crianças e adolescentes não deveriam frequentar, por ser meio tapada e não perceber as coisas ao me redor, por ter pais presentes e por receber uma educação que me alertava sempre a não confiar em ninguém. Esse tipo de comportamento me livrou de sofrer assédios ou ter noção de que estava sofrendo? É possível. Mas essa é minha realidade, não posso tranferir a outrem. Contudo, se algo se passasse comigo numa época em que assédio fosse motivo de chacota até no judiciário e hoje as coisas fossem diferentes, buscaria sim um meio de reparar o dano sofrido. Vingança? Talvez. Mas o que não é a justiça senão um tipo de vingança institucionalizada, não é mesmo?

    • Talvez. Mas o que não é a justiça senão um tipo de vingança institucionalizada, não é mesmo?

      A Justiça é o oposto disso. Ela nasceu para ser o oposto disso. O sistema de vingança acalmava um pouco a sociedade quando era a norma, mas não gerava evoluções sociais consistentes ao ponto de melhorar o comportamento da população. Que o indivíduo queira a vingança faz todo o sentido, mas o Estado está lá justamente para evitar que uma série de vinganças destrua as estruturas criadas a tanto custo. Vingança não tem fim até as pessoas terem fim. Sociedades sem o conceito de Justiça como entendemos atualmente não conseguiam parar o ódio entre pessoas, famílias e grupos, tornando a sociedade um lugar perigoso onde você podia morrer a qualquer momento por uma besteira feita por um antepassado… o Estado e as leis que seguimos hoje – que parecem muito “moles” para tanta gente – visam justamente evitar que vinganças se repitam indefinidamente. Por isso crimes prescrevem. Por isso não se pode culpar alguém por algo que não era crime quando fizeram. Não é sobre o que UMA pessoa acha justo, é sobre deixar o mundo seguir em frente.

      Novamente, não critico o desejo pessoal de vingança. Mas quando pensamos em conjunto, a regra muda, porque precisa mudar.

    • Helene, acho triste que se aceite com naturalidade que justiça é vingança institucionalizada. Na minha opinião o caráter é mais preventivo (coibir que outras pessoas façam) do que repressivo (punir quem fez).

  • Resumindo: assédio é mesmo uma coisa horrível e que deve mesmo ser combatida; só que 1- não dá pra medir o mundo de ontem pela régua de hoje, e 2- nessa história de “olho por olho e dente por dente”, pode chegar um momento em que todos fiquem cegos e banguelas por pura falta de ponderação.

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