Primeiros Socorros – Sobrevivendo uma diarreia.

Quando vi que o texto escolhido era um Desfavor Explica – Primeiros Socorros, por um segundo, achei que teríamos um texto educativo e alto nível hoje. Só que não. Nosso querido leitor que responde pelo codinome de “Cu” não vai deixar barato esta semana. Por escolha dele, hoje ensino como sobreviver a uma diarreia…

Bom, não é muito comum ter consequências sérias em função de uma diarreia, mas pode acontecer. Caso ela não seja tratada, pode causar desidratação e até mesmo morte. Então, melhor não ignorar aquela caganeira marota que aparece sem anúncio em sua vida.

Duvido que alguém desconheça o que é, mas faz parte da estrutura do texto explicar: diarreia se caracteriza pela evacuação líquida e frequente, ou seja, quando suas fezes saem em estado líquido em vez de sólido e mais vezes por dia que o normal. Segundo a Wikipedia, só é diarreia se ultrapassar o numero cabalístico 3: “Diarreia é a condição médica em que se verificam pelo menos três movimentos intestinais aquosos ou pouco consistentes por dia”. Então, já sabe, cagou duas vezes aquele refresco de cocô? Tecnicamente, ainda não é diarreia.

Vale destacar que tem uns “sabe tudo” metidos a merdólogos por aí com mania de cagar (há!) regras dizendo como deve ser o seu cocô. Bobagem. Tem gente que caga uma vez por dia e tá tudo bem, tem gente que cada dia sim, dia não e tá tudo bem, tem gente que caga três vezes por dia e tá tudo bem. Você deve se preocupar quando a coisa sair da sua normalidade, merda não é padronizável. Seu cocô está diferente do habitual, seja em aspecto, seja em frequência? Fique atento.

A diarreia pode ter diversas causas: bactérias, vírus, toxinas, parasitas intestinais, disfunções do próprio intestino, efeito colateral de remédios ou intolerância a alguns alimentos. No nosso dia a dia, a causa mais comum é aquela comida estragada ou contaminada, por isso vou usar como exemplo para a explicação detalhada. Quem é obrigado a comer na rua, principalmente em cidades com climas quentes, já sentiu na própria pele (do cu) este lamentável incidente.

A gente sabe bem o que acontece na prática, então, vamos dar uma olhada nos motivos pelos quais acontece, para entender como lidar com ela. Pois bem, deu-se a desgraça, sem perceber, você ingeriu um alimento contaminado. Começa uma grande guerra no seu organismo, enquanto você anda tranquilamente pela rua, sem nem desconfiar do que te espera.

Seu estômago já percebe que algo não cheira bem. Se forem poucas bactérias, talvez ele dê conta sozinho e, com sua acidez, mate todo mundo. É aquela sensação de comer algo que não caiu muito bem, mas não passa disso. Se forem muitas bactérias, aí ele não dá conta. Se der tempo (depende do tipo de comida, da velocidade na qual você come e de outros fatores) ele dispara um alerta e faz o corpo sentir aquela sensação de enjoo, na tentativa de que você vomite o que comeu e o dano seja menor.

Se não deu tempo de dar o altera ou a pessoa teimosa se recusou a passar pela indignidade do vômito, as bactérias vão para o intestino delgado. Ali, elas fazem a festa. Começam a se multiplicar e, como qualquer coletividade que não encontra limites, bagunçam o meio onde estão: jogam toxinas que detonam as paredes do intestino e desequilibram todo o entorno. O corpo então aciona seu sistema de segurança e envia anticorpos para se livrar dos baderneiros. Pronto, inicia-se uma belíssima pancadaria a nível celular, com isso a área fica inflamada, vermelha e dolorida. Começa a tão temida dor de barriga.

Este é o ponto que eu chamo “ponto de consciência”. É o começo da danação. Você sente uma pequena pontada. Não é nada preocupante, não parece grave, nem ao menos dói muito, mas é o primeiro aviso. Assim como no teatro, na diarreia, como regra geral, há três avisos e depois, querendo você ou não, o espetáculo começa. Então, pelo seu bem, pela sua dignidade, não despreze os sinais.

Ouça seu corpo, respeite seu corpo, honre seu corpo, ou acabará humilhado. Sentiu esse primeiro aviso? Por mais fraco que seja, comece a se preparar para o que pode estar por vir. Não sabemos quão feia será a pancadaria bactérias x anticorpos, pode ser nada, pode ser algo que faça seu cu parecer um vulcão invertido. Então, sentiu esse primeiro aviso? Não ignore, comece a se preparar e posicionar em um local que tenha um banheiro digno. Você tem menos de uma hora, mexa-se.

Normalmente nosso sistema digestivo empurra o alimento da boca ao cu com movimentos de contração e relaxamento, que vão deslocando o bolo alimentar (papo técnico: movimentos peristálticos), no ritmo necessário para que ele seja bem digerido e absorvido. Mas, quando sofremos uma invasão, essa batalha descaceta todo o processo: o tumulto e pancadaria entre anticorpos e invasores congestiona o fluxo normal, o corpo faz cada vez mais força nas contrações para empurrar tudo para fora. Ele não quer mais saber do peristaltismo padrão, lento e cadenciado, ele só quer se livrar daquilo o mais rápido possível. Sua barriga está prestes a virar uma rave.

Então, quando a pancadaria bactérias x anticorpos é de grande porte, os movimentos peristálticos ficam fortes e descoordenados. Aí você tem um sinal claro de dor de barriga, o segundo aviso, mas já não tem muito tempo de reação. Posicione-se nas proximidades de um banheiro digno e ore para seja qual for o Deus que você acredita. Se você não sentiu o primeiro aviso, que é mais sutil, este segundo você certamente vai notar, na forma de cólicas, sudorese e pontadas fortes na barriga.

Quando o peristaltismo começa a falhar, o intestino produz mais muco, para tentar lubrificar suas paredes e assim, quem sabe, fazer com que aquela desgraça passe de uma vez. O problema é que o intestino não é um saquinho vazio esperando plácido pelos alimentos, ele recebe muitos líquidos o dia todo. Além dos líquidos que bebemos, ele recene mais de cinco litros de líquidos que nós fabricamos (muco, suco gástrico, saliva). Então, esse “mais muco” que ele produz acaba sobrecarregando as paredes, distendendo-as.

As paredes do intestino se dilatam para lidar com esse aumento de volume. É aí que sua barriga incha e dói. Terceiro aviso. Largue o que estiver fazendo e foque nas suas necessidades intestinais. É visível que sua região abdominal está distendida, você sente, além das cólicas, uma pressão, como se tudo fosse explodir. Não há mais tempo. O fim do mundo está chegando e ele vai sair pelo seu ânus. Daqui para frente o processo é muito rápido. O espetáculo vai começar, só que em vez das cortinas, o que vai se abrir é o seu cu.

Quando esta hecatombe intestinal chega ao intestino grosso, o corpo fecha o caixão da sua dignidade. O intestino grosso é responsável pela absorção da água que mantém o corpo hidratado. Sejamos justos, o infeliz trabalha bastante, pois 75% do nosso corpo é composto por água. Só que, ao ver esse líquido escroto contaminado que chega, com um monte de muco, bactéria morta, bactéria brigando com anticorpo e outras porcarias, o intestino grosso pensa: “eu não sou obrigado, não vou consumir esta porcaria”.

Então, o intestino grosso aciona um mecanismo de defesa que reduz drasticamente a absorção de líquidos, para que o corpo não seja ainda mais contaminado e faz mais força para empurrar essa sujeira inaproveitável para fora, afinal, ele precisa da área limpa, para que um líquido “absorvível” chegue nele. Enquanto essa porcaria estiver lá ele sabe que não vai poder absorver nada. O resultado, meus amores, todo mundo aqui já conhece…

Como o intestino grosso não absorveu os líquidos, a merda sai com todos eles, ou seja, seu cu jateia no vaso. Como teve uma pancadaria com mortos e feridos, o cheiro é de fazer lacrimejar os olhinhos mais resistentes. Como o corpo está empenhado em jogar tudo isso para fora o mais rápido possível, sai aquela propulsão na velocidade da luz, deixando o vaso com padronagem análoga a um dálmata. Não riam, é muito triste. É um dos pontos mais baixos da vida de um ser humano estar sentado no vaso, todo suado, cu lambretando em peidos tóxicos e esguichando essa água fétida. É uma das coisas que me impede de acreditar em Deus.

Pode ser que esse desequilíbrio persista por tempo suficiente para que a recusa do seu intestino em absorver líquidos cause desidratação e uma série de complicações que podem levar à morte, especialmente em crianças e idosos, que são mais sensíveis. Então, para sobreviver a uma diarreia, a primeira providência é: se manter hidratado. Muita água, água de coco, soro caseiro, isotônicos (como o Gatorade) ou Pedialite.

Quando perdemos líquido, perdemos também sais minerais, que desempenham um papel importantíssimo no equilíbrio do funcionamento do organismo. O soro caseiro é uma forma fácil e barata de repor esses sais minerais: em um litro de água filtrada, misture uma colher de sopa bem cheia de açúcar (ou duas colheres rasas) com uma colher de café de sal. Misture e beba.

O soro caseiro (ou qualquer das bebidas indicadas) deve ser ingerido na quantidade em que a pessoa conseguir (mesmo que seja só um gole, ajuda), pelo menos de 20 em 20 minutos e logo depois da evacuação. É comum que pessoas desidratadas recusem líquidos ou sequer sintam sede. Insista. Se preciso for, faça a pessoa beber à força ou dê o líquido para ela em doses bem pequenas usando uma colher, lembrando sempre que na Escola Desfavor, doente não tem querer, pois fica com discernimento comprometido. Faça a pessoa beber.

Agora, um ponto polêmico: os merdólogos sabe-tudo adoram entoar o mantra que “remédio contra diarreia faz mal”. Calma lá. Se fosse algo unicamente nocivo nem seria comercializado. As pessoas é que são nocivas e não tem bom-senso. Se tem coisa podre dentro do seu corpo, tem que sair. Então, pega o celular, um livro ou um terço, senta no vaso e deixa o cu jatear. O processo pode demorar horas. Mas, depois que a podreira saiu (costuma demorar entre 4 a 6 horas para limpar tudo do lado de dentro), tem que interromper esse desequilíbrio sim, para que o corpo possa voltar a absorver água. A missão da diarreia já foi cumprida, tudo de podre já está a caminho do mar onde você vai tomar banho no final de semana.

Como saber quando saiu tudo? Simples, quando você vai evacuar e o que sai é similar ao que entrou: você caga água, sem merda. Nesse ponto, saiu tudo que tinha que sair, pode tomar seu Imosec de coração aberto, que ele só vai te ajudar. Seu corpo vai voltar a absorver água e você vai se sentir bem melhor. Isto, é claro, supondo que a causa da diarreia seja mesmo uma comida estragada.

O certo, certo mesmo, é procurar um médico, para saber se estamos diante de vírus, bactéria, ameba, intolerância alimentar, parasitas ou outros motivos. Em cada caso, um tratamento/remédio é indicado. Mas, é Brasil, né? Você liga todo se cagando para agendar uma consulta e marcam para daqui a 15 dias. Bacana, só faltou combinar com o seu cu! Aí fica difícil, aí não tem como o povo não se medicar pelo Google. Quem é que consegue ficar na fila do SUS ou da UPA em meio a uma hecatombe intestinal?

Além de estancar a fúria anal líquida, seu intestino também vai precisar de cuidados. Ele sofreu uma tsunami, está devastado. No nosso intestino, moram milhões de bactérias bacanas e camaradas que ajudam nosso corpo no processo de decomposição/absorção dos alimentos (papo técnico: flora intestinal). Elas apanharam um bocado como dano colateral nesse UFC Anticorpos, a maioria deve estar morta. Precisamos delas, então, dê uma forcinha para seu intestino ser repovoado. Isso deve demorar entre 4 a 8 semanas, mas se alimentando corretamente e tomando qualquer Floratil da vida você acelera esse processo.

Não custa lembrar que às vezes a diarreia não é a doença em si, e sim o sintoma de outra doença, então, se você tiver episódios regulares ou persistentes de diarreia, tem que procurar um médico para ver o que está acontecendo. Não tenha medo se tiver que fazer uma colonoscopia, é como uma abdução alienígena: se você não contar ninguém vai saber que aconteceu, você não vai se lembrar de quando enfiaram a sonda anal em você e muita gente passa por isso, só tem vergonha de dizer. Juro, o brioco volta no mesmo estado que foi, faz sem medo.

Agora vamos para uma hipótese muito triste. Você está em uma situação de total precariedade, digamos, perdido no meio da selva vítima de um acidente aéreo (não gosto de pensar quem um leitor meu vai pro mato por vontade própria) e está com uma diarreia avassaladora, sem acesso a médicos ou remédios. Sua prioridade é se hidratar. Monte acampamento nas proximidades de uma fonte de água e torça para seu corpo dar conta de neutralizar a causa da caganeira. Normalmente em dois ou três dias o corpo consegue, mas há o risco de desidratação nesse caminho.

Se você está bebendo água e ela não para no seu corpo, sai logo depois que entrou, você pode estar desidratando. Os principais sintomas são alteração na cor da urina (ela deve ser quase transparente, quanto mais escura, mais desidratado você está), fadiga, sonolência, câimbras musculares, redução da pressão arterial, frequência cardíaca rápida, dor de cabeça, irritabilidade ou confusão mental.

Existe um teste muito simples para saber se uma pessoa (ou até animais) estão desidratados: belisque sua pele de leve (pode ser na barriga ou braço e em animais na parta da “nuca”) e veja qual é a reação quando você solta. A pele é composta por 30% de água, então, ela dá sinais claros de desidratação. Em uma pessoa hidratada, a pele volta para o lugar no instante em que se solta. Se demorar mais de um segundo para voltar ao lugar, a pessoa está desidratando.

Bem, vamos supor que você está perdido no meio do mato com uma diarreia feroz e percebe que está desidratando. Lamento informar, mas você vai precisar fazer uma coisa um pouco chata. Já vimos que a razão pela qual o corpo se recusa a absorver água é por ela não passar no controle de qualidade do intestino: tá sujo, ele não quer. Bem, é com muito pesar que te recomendo: enfie água brioco adentro, o quanto puder, para “lavar o intestino” em um enema tropical e depois deixe a água sair. Intestino lavado, enfie novamente água potável e retenha do lado de dentro, assim o corpo vai perceber que agora a água está limpa e pode absorver. Sim, é beber pelo cu. Péssimo, eu sei. Mas morrer é pior. Ou não? Tenho minhas dúvidas, avalia aí e decide.

Por ter fama de um “problema menor”, muita gente não dá importância à diarreia. Mais de um milhão de crianças morrem de diarreia por ano, então, não é algo que o corpo necessariamente consiga controlar sozinho. Não fique sentado esperando que seu corpo resolva sua diarreia, dê uma ajudinha.

Para reclamar que estava comendo, para dizer que você não tem esse problema pois você não caga ou ainda para dizer que pode tirar Somir e Sally e entregar o Desfavor para o cu: sally@desfavor.com

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Comments (33)

  • ameiiiiii o texto.
    Vou lembrar da frase “tudo de podre já está a caminho do mar onde você vai tomar banho no final de semana.”
    Qndo ir no mar.kkkkkk

      • Japoneses são mesmo muito estranhos! Isso aí, pelo que pude descobrir, é um programa da TV nipônica que ensina inglês. E essas “mocinhas da aeróbica”, se entendi bem, ajudam o espectador a decorar as frases aprendidas em cada episódio…

  • É normal ter diarréia sem cólicas? Pergunto isso porque sempre que como os pastéis caseiros que meu namorado faz, no outro dia eu tenho uma caganeira explosiva, mas sem dor nenhuma na barriga. Já aconteceu com outros alimentos. Aliás, nem dor de barriga pra cagar diariamente eu tenho. Simplesmente sei que tenho que ir cagar… e bingo!! O cocozinho sai. Será que tenho as tripas mortas???

    Que Gesuis abençoe esse blog por a gente poder perguntar essas coisas sem parecer doida…

    • HAHAHAHAHAHAHA

      É normal sim, algumas pessoas são menos sensíveis a essas dores. Mas, sem querer ser escrota e nojenta, só é diarreia se sair líquido. Se for apenas um cocô normal com alguma urgência em sair não é diarreia.

    • Para todo mundo? Para mim iogurte só piora a vida mas eu não sou exemplo, pois passei por uma cirurgia invasiva de intestino…

  • “tudo de podre já está a caminho do mar onde você vai tomar banho no final de semana.” Como carioca me identifiquei =/

    Já tive princípios de diarreia presa num engarrafamento de 4 horas na avenida brasil que estava só pela metade. Depois de conseguir segurar a tragédia comecei a contemplar a existência de Deus.

    • Dor de barriga dirigindo é uma experiência tão avassaladora, tão sofrida, tão sacrificante, que deveria gerar algo de bom automático: zera os karmas, ganha na mega-sena, sei lá…

  • Eu ri, mas só tem graça quando vc não está “si caganu”.
    Tive uma diarreia semana passada (antibiótico) e pensei que fosse morrer. Cada 10 minutos indo reinar no banheiro….kkkkk.
    Meu marido me disse que já cagou nas calças dentro do ônibus em Paris!!! Ele até sentiu os primeiros sinais antes de sair de casa mas preferiu ignorar. Quando o apocalipse veio ele estava no meio do caminho para o trabalho, era inverno e ele não teria tempo de voltar pra casa. Imagina, janelas fechadas e ele suando frio tentando segurar. Não teve jeito…foi ali mesmo, meio que disfarçado…kkkkk.
    Hoje em dia ele é neurótico com isso, cada viagem que fazemos o primeiro remédio que vai pra mala é o de caganeira.

  • É de cair o cu da bunda!

    Na segunda era dia do Ele disse Ela disse ele fez Free Hugs, hoje fez uma dessas e ainda com essa imagem nojenta que parece o RJ quando chove. Esse cu está totalmente desgovernado! De novo até parece o Rio de Janeiro!

  • Hahahahah! Dei muita risada com esse texto! Muito bom!!

    Só uma correção:
    “Quem é que consegue ficar na fila do SUS ou da UPA em meio a uma hecatombe intestinal?”
    Aqui foi uma redundância, já que a UPA faz parte do SUS!

    E só pra levantar a moral do SUS, tadinho, tem várias unidades básicas que vc consegue atendimento no mesmo dia se chegar com um quadro agudo, tipo diarréia!

      • Hahahaha! Não!

        SUS é o sistema de saúde! Dentro dele existem níveis de atenção.
        Tem a atenção primária, que são os postos de saúde (ou unidade básica, ou PSF, ou “postinho”).
        Depois tem a atenção secundária, que seriam as policlínicas e os serviços de especialistas. E por fim o nível terciário, que são os hospitais!

        A UPA é a unidade de pronto atendimento! Igual um PS dentro do hospital, a UPA seria o PS dos postos de saúde ou das policlínicas!
        Deveria atender só emergências, mas como a atenção primária não funciona, a UPA acaba absorvendo essas queixas (diarreia, dor de cabeca, dor nas costas, etc) o que torna tudo mais lento e lotado…

        (Eita, virou textão! Hahaha)

          • Na verdade não!

            O foco do atendimento é outro…

            Pensa numa criança… ela tem o pediatra dela, e é onde vc leva (ou a quem vc pergunta) tanto em consultas de rotina quanto quando ela tem uma febre, uma virose ou uma diarreia. Quando ela cai e quebra o braço, ou quando ela tem uma doença mais grave, vc leva no PS pra ser atendida pelo plantonista.

            Não sei se fui clara, porque não entendi qual exatamente é a sua dúvida…

        • Entendo que, fazendo uma analogia com restaurante, o SUS é o cardápio, e a UPA é um dos pratos. O SUS é só um conceito que agrega várias entidades, enquanto que a UPA é uma dessas entidades.

            • Sim! Baleado é pra ir pra UPA (ou pra um PS de um hospital que tenha centro cirúrgico0, de preferência)!

              Diarréia NÃO é pra ir pra UPA (a menos que a pessoa esteja desidratada e incapacitada).

              E não é só no Rio não… Povo usa a UPA pra qualquer coisa, ou por não saber que existem outros locais pra ir, ou pela ineficiência dos postos de saúde. Aí lota o plantão de casos “simples” e quando chega um infartado, um baleado, etc, não tem médico/leito/etc…

  • Show de bola!
    O assunto é sério, já fui hospitalizado por estar desidratado (quase morrendo), subestimei o problema…
    É nas menores pedras que o homem tropeça (as maiores a gente consegue ver).

  • Ri bastante. Tava sentido falta disso: um texto engraçado e instrutivo ao mesmo tempo…

    Se não deu tempo de dar o altera ou a pessoa teimosa se recusou a passar pela indignidade do vômito, as bactérias vão para o intestino delgado. Ali, elas fazem a festa. Começam a se multiplicar e, como qualquer coletividade que não encontra limites, bagunçam o meio onde estão: jogam toxinas que detonam as paredes do intestino e desequilibram todo o entorno. O corpo então aciona seu sistema de segurança e envia anticorpos para se livrar dos baderneiros. Pronto, inicia-se uma belíssima pancadaria a nível celular, com isso a área fica inflamada, vermelha e dolorida. Começa a tão temida dor de barriga.

    A julgar por esse trecho, dá pra dizer que nosso intestino em uma situação de diarréia é mais ou menos como o Rio ou Salvador ficam em época de Carnaval?

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