Não, meu anjo… II

Vocês pediram, Tia Sally atendeu. Vamos voltar a falar de crenças mentirosas às quais homens se apegam e propagam, com base em suas próprias inseguranças ou incompetência. Crenças que são passadas de boca em boca até virarem verdade. Crenças onde os homens sempre se eximem de suas responsabilidades. Não, meu anjo. Não seja essa pessoa.

A primeira narrativa que cai hoje é algo que eu apelidei de “Efeito Highlander – Só pode haver um”. Já repararam que homem sente ciúme de seus semelhantes e ignora solenemente outros “gêneros” de homem?

Exemplos: Homens mais intelectuais se sentem incomodados quando homens nesse mesmo estilo mais intelectual se aproxima de suas mulheres. Homens sarados se sentem incomodados quando outro homem mais sarado se aproximam de suas mulheres. Não, meu anjo. Não.

Se você é um poeta, sua mulher está bem servida no que diz respeito à poesia. Se você é musculoso, sua mulher está bem servida no que diz respeito a corpo. Não é o que uma mulher tem em casa que vai encantá-la fora de casa, é justamente aquilo que ela não tem.

Mulheres não são tão simples a ponto de categorizar o que elas gostam: fulana gosta de romance, beltrana gosta de inteligência. Não. Mulheres são loucas e geralmente querem tudo em uma única pessoa: Khal Drogo que faz poesia, adora animais, quer casar e ter filhos, chora em desenho Disney, dá porrada quando mexem com a mulher dele, fala coisas bonitas no quarto e é um máquina de sexo. Se mulher pudesse, ela pegava 15 tipos de homens diferentes, batia no liquidificador e criava seu namorado perfeito.

Então, meu anjo, não pense que por sua mulher gostar de poesia ela não vai se interessar por um belo corpo ou que por ela gostar de inteligência não pode se encantar por um doce porém estupido rapaz. O que desperta interesse em uma mulher não é um padrão de homem, é qualquer coisa que a faça sentir especial. Observe os filmes de mulherzinha: em todos a premissa é a mesma, a mocinha encontra alguém que move montanhas por ela. E isso, qualquer “categoria” de homem pode fazer.

Às vezes um gesto que você não faz e o outro fez, às vezes uma memória afetiva de algo bom ou simplesmente estar na hora certa e no lugar certo podem ser mais perigosos do que um elemento que tenha as mesmas qualidades que você. Então, parem de se preocupar com homens na mesma “categoria” que vocês, achando que é apenas isso que a mulher quer. Mulher que tudo, mulher quer o impossível. Passem a se preocupar com quem tem o que vocês não tem, que aí sim reside o risco.

Outra frase maravilhosa que estupra nossos ouvidos com mais frequência do que gostaríamos: “não dei um corte nela porque não sei ser grosso”, geralmente dita quando questionados sobre o motivo pelo qual não foi dado um corte em alguma mocinha que estava visivelmente flertando ou tentando flertar com ele.

Como são bondosos, não? Almas puras celestiais incapazes de uma grosseria ou de levar um desgosto a alguém. Com a mãe, com a irmã e com você, sim. Mas com uma pessoa de rede social não, pois eles não são monstros desumanos! Pessoas de coração bom, incapazes de magoar uma desconhecida… ou filhos da puta egocêntricos? Mmmmm… pergunta difícil, qual será a resposta?

Não tem atestado de desempoderado maior do que se deslumbrar com um flerte de uma mulher randômica. Na boa? Homem bonito passa por isso sempre, sabe lidar. Os Zé Cu que uma vez na vida outra na morte tomam uma investida é que tratam isso como um cristal raro e precioso, a ser conservado em uma caixinha e guardado com carinho. Nem por um decreto dão um corte e matam seu unicórnio mágico! É um atestado de barango, um diploma de pega ninguém, um recibo de encalhado. Vergonhoso se portar assim. Shame on you!

Quando o ego gosta de elogios, quando a vaidade está acima de não magoar a pessoa que você ama, se tolera esse tipo de investida e se mente para si mesmo e para o outro tentando empurrar a versão de que a única forma de interromper o processo seria mediante uma falta de educação e uma grosseria absurda.

Aí o sujeito sai como herói. Ele coloca apenas duas opções: ou sou grosso, ou deixo rolar – e não quero ser grosso, porque sou mó legal. Não há apenas estas duas opções na vida, entretanto, admitir que tem um ego frágil que precisa de afagos seria humilhante demais, não é mesmo?

É como se a Falácia do Espantalho e a Reductio ad Absurdum estuprassem a lógica em uma grande suruba de negação. Querem convencer que não é humanamente possível deixar bem claro a uma mulher que seu comportamento é indesejado por estar comprometido falando isso com a máxima educação. O grande herói, o extraordinário bom moço está empenhado em não fazer a nobre mocinha que o assedia sofrer, mesmo que para isso destrua o emocional de sua esposa, a mulher que supostamente ama.

Vai tomar no cu, mas muito, com cerol, areia e caco de vidro! Não cortam por vaidade, ego, para ter gente sentada no banco de reserva, por cogitar trair, para ficar bem com quem está olhando ou por qualquer outro motivo asqueroso, repulsivo e egoísta que vocês consigam imaginar. Percebendo ou não, os motivos que levam a fomentar ou tolerar um flerte com o argumento “não sei ser grosseiro” são sempre baixos e fruto de uma autoestima destruída. Faz mal para a mulher que está com essa pessoa? Sim, claro. Mas é ainda pior para quem o faz, pois depõe contra de uma forma violenta.

Quer um exemplo rápido? Vê se algum homem deixa de cortar um gay que dá em cima dele em público por “não saber ser grosso”! Ahhhh A grosseria vem que vem na velocidade da luz! Medo de ser grosso é o caralho, a pessoa só não quer fechar aquela porta e muitas vezes nem ela mesma percebe isso, pois acredita na historinha que contou para si mesma e para a outra pessoa.

Mais uma certeza sem qualquer fundamento ou veracidade e que ainda contradiz o argumento do caso anterior: só vão flertar com sua mulher se ela der abertura. Se alguém se aproximou da sua namorada/esposa é porque ela deu abertura para isso. Não, meu anjo.

Homem flerta com mulher todo dia, toda hora, com ou sem abertura, com ou sem oportunidade. É na fila do banco, é na praça de alimentação no shopping, é na academia, é na igreja. Sempre tem alguém para abordar, independente do que a mulher faça, de sua roupa ou de sua postura.

Sabe o que mulher escuta quando tenta cortar, mesmo de forma grosseira? Mais insistência. “Sai daqui, tenho namorado” – “Não tem problema, não sou ciumento”. “Não posso, sou comprometida” – “Não tem problema, eu não vou contar pra ninguém”. Daí pra baixo. Quanto mais se corta, maior fica o troféu e mais empenho alguns elementos parecem ter em conquistar a pessoa comprometida.

Pretender que ninguém flerte com a sua mulher é algo irreal. Não vai acontecer. Neguinho tenta. Neguinho senta na mesma mesa, neguinho vai revezar aparelho na musculação, neguinho puxa assunto do nada na livraria. Neguinho faz o inacreditável para se aproximar e, como já dito, parece que quando mais “não” leva, mais empenhado fica.

Se te ajuda a viver melhor achar que apenas de vez em quando alguém dá em cima da sua mulher, abraça essa mentira e dorme com ela, mas fecha bem os olhinhos, para não correr o risco de ver a realidade. Só tem uma coisa que para o assédio à mulher: o anel da invisibilidade do Frodo, a aliança na mão direita. Não me perguntem o motivo, mas é piada recorrente até em seriado de humor: mulher com aliança na mão direita fica invisível e eu constatei isso em mim mesma. De resto? Todo dia vai ter alguém tentando. E não é culpa da mulher. Parem de culpar a mulher.

Outra crença maravilhosa que de tempos em tempos aparece pelas boquinhas incautas: “nunca dá para saber o que uma mulher quer”. Não, meu anjo.

Nunca dá para saber o que um cão ou um gato querem, porque eles não fuckin´ falam. Mulheres falam, é só perguntar. Em vez de tentar adivinhar ou depreender, pergunta. Não tem problema algum.

Mas não, querem ser os fodões que sabem tudo. Não perguntam nem instruções quando se perdem, imagina se vão perguntar alguma coisa para uma mulher e correr o risco de que “descubram” que os fodásticos não sabem absolutamente tudo sobre o sexo oposto!

“Mas Sally, eu pergunto, a pessoa fala uma coisa e depois quer outra”. Nesse caso, meu anjo, o problema está na pessoa. Apenas se afaste, caso contrário eu vou pensar que você gosta de levar uma vida esquizofrênica de cobranças impossíveis de serem atendidas. “Mas Sally, mulher é tudo igual, são todas assim”. Opa! Chegamos a mais uma crença idiota! Achar que as bostas que você atrai para você resumem tudo que existe no mundo!

Deve ser muito confortável acreditar que está em um relacionamento merda com uma pessoa merda que não te satisfaz e que ainda te enche o saco porque não existe absolutamente nenhuma outra possibilidade e todas os sete bilhões de pessoas no mundo são exatamente iguais. Que delícia se eximir da responsabilidade da sua escolha esta forma! Pessoas assim devem dormir em paz!

Além desta versão “inevitabilidade”, onde todas as mulheres do mundo são erradas e o nobre rapaz se vê obrigado a lidar com elas, tem a versão do “azarado”. Neste caso, se admite que existam pessoas diferentes, mas é um fator externo e incontrolável que impede o guerreiro de ser feliz: o coitadinho tem muito azar e sempre atrai malucas. Não é uma escolha, não é uma série de lixos inconscientes, não é um ganho secundário enorme em manter uma relação assim, é azar. Ahãn. Senta lá, Claudia!

Como é duro fazer com que as pessoas assumam responsabilidade pelas suas vidas e escolhas, não? Ou está com uma mulher “maluca” porque não existe nenhuma diferente em todo o mundo ou por uma questão karmica, de destino/azar inevitável. Mas olha, vai todo mundo se foder! Eu sinceramente fico me perguntando se as pessoas se escutam quando falam, dá uma vergonha alheia desgraçada ouvir esse tipo de bosta!

E quando os rapazinhos omitem? “Não vou falar tal coisa para ela, porque vai dar problema”. Não, meu anjo.

Caso você insista em pensar desta forma, sugiro que corte as bolas e dê pro cachorro comer, afinal, você não as usa mesmo… Só não joga a responsabilidade da sua falta de hombridade na mulher.

Se você está com uma mulher que “dá problema” quando você fala a verdade, veja que lindo, há opções! 1) Fica com ela e encara o problema ou 2) separa dela e encontra outra mais compatível que não crie problemas pela verdade. (se você acha que não há outro tipo de mulher, volte alguns parágrafos e releia a última página).

Se a verdade não pode ser falada, então, meu anjo, a cagada é sua de se manter em um relacionamento assim. Sai do papel de vítima, daquele que não pode falar a verdade se não a mulher malvada briga, pois além de ser uma mentira, é extremamente ridículo. Se sua mamãe fazia isso com você, get over it, e não leve sua infância para a sua vida adulta.

O mais grave é que, em todos os casos, além deles se convencerem da mentira na qual acreditam, ainda fazem disso um mantra, ostentado socialmente, e tentam convencer a mulher. Muitas acabam acreditando, o que é igualmente lamentável.

Não há vítimas, as pessoas são responsáveis por sua realidade, por suas escolhas, por aquilo que atraem para si mesmas. A culpa não está no outro, pois mesmo quando ela de fato está no outro, a culpa é sua por se manter ao lado desse outro que te faz mal. “Mas Sally, eu amo a pessoa”. Quem não ama a si mesmo não pode amar a mais ninguém, por gentileza, não me obrigue a repetir clichês, me dá náuseas.

Parem agora. Peguem tudo que vocês acham que sabem sobre mulher e joguem no lixo, porque o gênero masculino tá dando vexame por cima de vexame. Perguntem, conversem e, como diz Bilu, busquem conhecimento.

Para reforçar que eu vou morrer sozinha e meus gatos vão comer a minha cara, para pedir desculpa em nome dos homens e se portar como um biscoiteiro filho da puta ou ainda para dizer que quando uma mulher machista reclama de homem a coisa tá séria: sally@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Etiquetas: ,

Comments (60)

  • Talvez relacionado ao “não sei ser grosso”: o que fazer quando, em mais de uma ocasião, a ex do cara liga e ele insiste em não fazer nada, já que ela tem/teve problemas com depressão e ele “não quer causar mais sofrimento”?
    Não acho que ter depressão seja motivo para não poder ouvir um “não posso te ajudar, você não faz mais parte da minha vida” (se é que isso é verdade…). Tudo depende da forma como se diz.
    Falando nisso, tenho visto cada vez mais os tais dos “trigger warnings” e, por mais que reconheça que algumas coisas possam lembrar situações traumáticas, não consigo deixar de achar isso um pouquinho ridículo. Talvez as pessoas estejam lidando muito mal com suas dores, aí surge isso… ou talvez eu que não tenha “empatia”.

    • NADA é motivo para não dar corte. Anota aí: se não corta é porque quer manter por perto, por ego ou por ainda querer pegar. Vai NEGAR ATÉ A MORTE,jurar que não, mas é verdade.

  • Faz parte do “ônus de ser homem” – aquilo que a sociedade, mesmo no século XXI, cobra do sexo masculino (ainda que, da boca para fora, diga que não). Em todo caso, é bom vir para a internet e ver como seria o mundo ideal – ou aquele que algumas (e alguns) supostamente acham que seria “o mundo certo”.

  • Poderia rolar um “não meu anjo… para mulheres”? Acredito que nós, mulheres, também temos nossas crenças a respeito dos homens. na sinceridade mesmo. Mas aí seria com o Somir não? Tenho amigos que me contam algumas coisas, mas nunca sei o que é verdadeiro ou não.

    • Suponho que, caso o Somir faça isso, seja tachado de machista. Caso a Sally o faça, não estará no seu “lugar de fala”. Entretanto, para ambos, uma verdade inconveniente é que a grande maioria das mulheres não gostam de autocrítica – meio que a “teoria do café com leite” que a Sally já mostrou aqui no desfavor.

  • “parece que quando mais “não” leva, mais empenhado fica.”

    É obvio, antes do terceiro “não” eu tenho certeza absoluta de que é cu doce.

      • Provavelmente por causa daquela linha do texto sobre filme de mulherzinha onde o homem move montanhas por ela. Acho que na cabeça da maioria dos homens que querem um relacionamento as mulheres testam ele , pois se ele quisesse apenas comer ela não insistiria tanto.
        Algo como uma esperança de ela notar ou despertar algo que num primeiro momento não ocorreu.
        Mas acho que a maioria não sabe quando soltar a linha. E como vc falou no texto, boa parte nem sequer tenta.

        • Eu acho que isso vem de muito antes de filme. Até bem pouco tempo, homem era provedor. Foi assim por séculos. Encontrar um homem que não fosse acomodado ou não demorasse a agir foi questão de sobrevivência para mulheres por muito tempo…

      • 2 motivos, amigos dizendo que é cu doce e mulheres que realmente fazem isso, é claro que existem exceções mas a maioria delas querem testar os homens. Sally você é uma mulher muito segura de sí e não faria isso mas a maioria das mulheres não é como você, elas estão muito presas a convenções sociais e principalmente a crença de que o homem tem que conquista-las e pra isso é necessário quase que uma dança do acasalamento verbal. Elas não querem ser vistas como fáceis ou piranhas então para evitar o “slut shaming” que supostamente ela irá sofrer a maioria das mulheres sempre espera uma atitude incisiva do homem mesmo que esteja afim.

            • Pessoas decididas são raras. Homens e mulheres.

              Quando tem intelecto para saber o que querem geralmente tem deficiência na execução. Quando são raçudos e dão a cara a tapa e executam não sabem entender o que querem.

              O ser humano tá muito perdido na vida, muito confuso e sozinho.

              • E haja desenvoltura pra se livrar das 8 mãos que surgem quando vc fala o terceiro “não” pro cara (eles viram polvos, impressionante)… Sempre fui taxada de grossa, porque depois de 5 “nãos” educados, não há cristo que tenha paciência.

                Se as pessoas parassem com “joguinhos” – mulheres E homens, porque também tem muito cara que quer a mulher que diz não – seria tão melhor pra todo mundo.

                • Nanda, eu realmente não entendo como a pessoa não se sente constrangida de tomar “não” por dias, semanas, meses e insistir.

                  • Eu acho isso muito cansativo, acho que a única justificativa pra insistir é quando você é próximo da criatura e se apaixona de verdade por ela, pra dar uma chance. Mas até pra isso tem limite. Gostaria que as pessoas no geral parassem de insistir no primeiro “não”; ganhariam por evitar a perda de tempo e todo mundo ganharia por pararem de incentivar esse joguinho.

                    • Paula, se insistem, é porque existe mulher que cede pelo cansaço. O que me espanta é que homens não percebam que esse tipo de mulher neurótica que faz esse joguinho realmente não vale a insistência.

  • Se envolver com gente comprometida é socialmente condenável (apesar de comum). O homem mancha sua própria reputação quando procura mulher comprometida e ainda é julgado incapaz de conseguir uma parceira por si só. A chance de rejeição(que é fatal pro orgulho masculino) é potencialmente maior se a mulher é casada. Poucos homens encaram a possibilidade de sofrer rejeição com reprovação social.

    • Será? Acho que na cabeça de homem, ele é comedor se pega a mulher do outro. O outro que é corno. Mas posso estar enganada.

        • Eu acho que não é ética nem medo de reprovação não. É medo de morrer mesmo, ao menos aqui no Rio. Talvez em outros lugares mais civilizados sejam outros os motivos.

      • Classicamente se um homem pega a mulher de outra o traído é considerado incompetente para mantê-la (incluindo aí, e principalmente, o cunho sexual). Passa a ser, portanto, um desonrado, a não ser que mostre suficiente vergonha na cara e mate aquele que ousou invadir seu território.

  • De todas essas ofensas da “Sally surtada” eu só consigo tirar uma conclusão.

    Homens normais – os medianos – não são educados para ser um bando de manés sem noção sem motivo aparente. Se não fosse por esse ponto, a humanidade com certeza seria extinta a uns 10% – já que se cada desculpa esfarrapada fosse substituída por um “tomanocu” o ser humano seria, fatalmente, condenado ao isolamento e à extinção (o que, convenhamos, não seria tão ruim do ponto de vista dos “alfa” mais evoluídos).

    Ser “alfa” é, realmente, para os que tem estômago de aço.

    • Ser alfa é agir. O resto vai ficar problematizando se chega ou não chega na mulher, se faz ou se não faz, se pode ou se não pode, se tem ou se não tem sinais… enquanto um alfa apenas age. O alfa vai conseguir sempre? Não. Muitas vezes vai tomar um fora, mas, como diz o sábio Romário, só perde quem bate. Uma hora ele consegue. Quem fica problematizando não consegue nunca. Vocês homens tem que parar de colocar impedimentos imaginários sobre mulher e ser um pouquinho mais seguros e agir.

      • O triste é agir e ver que todas as mulheres te dão o fora. Aí você fica com a autoestima abalada, se achando feio e sem atrativos para chamar a atenção delas…

        • Querido Zé, se todas as mulheres te dão um fora, reflita sobre dois pontos:

          – A forma como você está abordando
          – O tipo de mulher que você está escolhendo para abordar

          A definição de loucura é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Se não está dando certo, observe, reflita e veja onde tem que mudar.

          • Querida Sally, nesses pontos de abordagem eu não sei como fazer, afinal como sempre dizem não há uma fórmula mágica para abordar uma mulher. Aí não sei como faço com cada mulher, desde um simples cumprimento ou o tipo de conversa. Sou muito inseguro para essas coisas, para um bom papo e talz.
            Quanto ao tipo de mulher que escolho, você está querendo dizer no padrão estético? Esse ponto é delicado, afinal eu não sou exigente, gosto de mulheres bonitas, mas curto as que não sejam tão padrão (as medianas). Aí fico na dúvida se eu seja tão horrendo assim e se não sou tão atraente quando tinha meus 19 anos…

            • Não me refiro a estética não. Fazemos escolhas muito mais profundas. Não é por aí. Tem gente linda com pares horrendos, gente feia com gente feia e gente linda com gente linda. A questão é interna, está dentro de você. Estamos falando de se conhecer e entender por qual motivo inconscientemente você busca rejeição. Acho que você mesmo respondeu, quando disse ser inseguro.

              Quando não nos achamos merecedores ou não nos achamos no mesmo nível do outro, as coisas simplesmente não fluem. Dá merda. A gente se encarrega, de alguma forma, sem perceber, de cagar tudo. Trabalhe sua autoestima e você vai ver que tudo à sua volta começa a mudar.

  • Hahahah! Eu adoro esses seus posts!
    Pra mim a pior é a do “eu não sei ser grosso”. Essa é a campeã! E como tem homem que usa essa!

    (Aliás, um parênteses! Esse post me lembrou o post histórico das INHAS! Hahahaha! Olha eu denunciando a idade)

    • Também adoro o “eu não sei ser grosso”.

      A única forma possível de dizer a outra mulher que está comprometido e que ela deve parar de flertar com a pessoa é com palavrões, desrespeito, socos e pontapés. O universo masculino é fascinante.

  • “Homem flerta com mulher todo dia, toda hora, com ou sem abertura, com ou sem oportunidade. É na fila do banco, é na praça de alimentação no shopping, é na academia, é na igreja”.
    Esse seria um bom “Não meu anjo também. A gente acha que só dá para flertar mulher em ambientes descontraídos como festa e balada mas esquece que até mesmo em lugares corriqueiros é possível puxar assunto. Digo de experiência própria, já que se numa festa eu não consigo ter jogo de cintura para “chegar” na dita cuja, que dirá ir conversar com uma moça que estava sentada num banco de faculdade…

    • Tenho uma amiga que conheceu o marido no ponto de ônibus. Outra casou com um cara que bateu no seu carro. Eu já “casei” (= morar junto) com uma pessoa com a qual meu primeiro contato foi apenas para pegar uma música que só a pessoa tinha em mp3. TUDO é oportunidade, meus amores, é só saber fazer acontecer!

  • Explica melhor essa da aliança aí. Pode cantar mulher casada, só noiva que não pode? As casadas metem chifre, só noiva que não? Nem todas usam aliança, se falar não porque sou noiva tá resolvido?
    Eu sabia que pra pegar mulher era só o cara usar aliança na esquerda, agora pra se livrar de homem usar na mão direita pra mim é nova!

    • Não sei explicar. Homem não se aproxima de mulher com aliança na mão esquerda.

      Posso até criar teorias malucas, mas são apenas teorias malucas: aliança na mão direita qualquer Zé Cu coloca, metade das mulheres do mundo usam “aliança de compromisso”, todo mundo sabe que é ridículo, todo mundo sabe que é “cala a boca” para mulher que enche o saco. Provavelmente por isso não se respeita.

      Mas aliança na mão esquerda, bem, para o cara fazer isso, ele deve ter algum interesse muito forte nessa mulher. Ao mexer com essa mulher um homem se arrisca a levar porrada, tiro ou sei lá o quê. Não vale a pena.

        • Fábio, esses tempos não mudaram tanto. Já vi ex meu dar uns sacodes em homem abusado que, se eu não tivesse entrado no meio, dava morte com certeza. Um homem nunca sabe do que o outro homem é capaz, sobretudo aqui no Rio, onde metade da população é polícia ou bandido. O medo de levar um tiro por aqui é bem real.

          • Sally, a competição verdadeira entre homens (não essa “tiração de sarro” que acontece por aí) é muito mais violenta do que entre mulheres – que, no máximo, fica no subjetivo.

            Se você é do sexo masculino, e perde a mulher para outro, sua honra está em jogo. Aquela música que diz que “por honra, se morre, se mata” é a mais pura verdade: um homem sem honra é alguém tão desprezível que não faria a menor falta para o mundo.

            E, detalhe: a mulher, nesse jogo estúpido, é o que menos interessa.

            • Sim, com certeza. Mulher no máximo fala mal da outra ou rola uns puxões de cabeço. Depois ambas saem chorando e todo mundo consola.

              Homem não. Homem tem a cobrança de ser forte, se de impor, de vencer. A vida é muito mais cruel com homem nesse ponto.

            • Esse negócio de “homem sem honra” é tão século XIX! É incrível como que uma mentalidade retrô dessas ainda sobreviva em pleno século XXI.

Deixe um comentário para Anonima2 Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: