Um grupo de ao menos quatro brasileiros gravou um vídeo cantando músicas sobre a cor do órgão sexual de uma mulher e gerou revolta nas redes sociais. Nas imagens, que começaram a repercutir na internet na tarde de sábado, os homens, vestindo camisas da seleção brasileira, cercam uma mulher loira, que aparentemente não é brasileira e nem fala português, e cantam repetidamente: “Essa é bem rosinha!”. A gravação teria sido feita na Rússia, onde acontece a Copa do Mundo da Fifa. LINK


A postura lamentável de um grupo de brasileiros que induz uma russa a dizer algumas frases inapropriadas desdobrou em uma caça às bruxas nesta semana. Houve acusação se racismo, assédio e violência. A que ponto chegamos, a pauta de hoje é “Buceta rosa”. Desfavor da semana.

SALLY

Já temos, no mínimo, uns dez textos falando sobre esse assunto, então, eu francamente não saberia mais o que dizer. Em vez de escrever um texto, vou propor uma brincadeira: independente do seu posicionamento, é imperativo que seus atos e pensamentos guardem coerência com ele. Vamos ver quem chega até o final alinhado entre atos e pensamentos?

Primeira proposição: Você acha que fazer com que uma pessoa diga algo que é de alguma forma humilhante para ela, desrespeitoso e de cunho sexual uma forma de violência e de assédio? (o mesmo vale para você falar, ou para implicara pessoa a qualquer coisa que gere os mesmos efeitos)

Se sim, você entendeu que no caso os brasileiros, além de serem muito mal educados e sem noção, extrapolaram o péssimo gosto e entraram no campo do crime. Violência (ainda que verbal) e assédio são crimes e merecem uma reprimenda maior do que se daria a um mero gesto mal educado.

Neste caso, aquele vídeo famoso que viralizou na Copa de 2014, no Brasil, onde um grupo de cariocas fazia japoneses repetir “pau pequeno” e cantavam musiquinhas humilhantes, seria tão grave quanto. Provavelmente você também o repudiou com a mesma veemência nas suas redes sociais, afinal, você reprova fazer com que uma pessoa diga algo que é de alguma forma humilhante para ela, desrespeitoso e de cunho sexual.

Vídeos, fotos, áudios ou qualquer tipo de brincadeira envolvendo questões sexuais sem a ciência, anuência ou consentimento do protagonista estariam, então, na mesma linha. Coisas como um homem ser broxa, de pau pequeno ou qualquer outra coisa humilhante, desrespeitos e de conteúdo sexual, especialmente divulgada sem a ciência da pessoa, com ela induzida a erro ou sem que ela entenda do que se trata. Tudo isso deve ser repudiado por você da mesma forma e intensidade, correto?

Suponho ainda que você se absteria de fazer quaisquer comentários como esses sobre alguém para outras pessoas, afinal, é igualmente expor a público aquilo que você reprova. Obviamente, é menos grave do que jogar um vídeo na internet, mas, ainda assim, de acordo com a premissa base, muito reprovável. Assim como eu não postaria uma foto do meu namorado pelado na internet, eu também não mostraria a foto do meu namorado pelado para pessoas do meu convívio, por exemplo. Desleal com o outro. Suponho então, vocês nunca façam ou falem nada pejorativo ligado a desrespeito e sexo sobre ninguém sem a anuência da pessoa, certo?

Se seus atos estão em consonância com suas palavras, então prossiga.

Segunda Proposição: Em achando tudo que ocorreu uma violência e/ou forma de assédio, você acredita que a melhor forma de solucionar a questão é caçando estas pessoas, fazendo com que sejam demitidas, vasculhando suas vidas pessoais e colaborando para que sejam hostilizadas (inclusive respingando em suas famílias) ou acha que para tratar destas questões existe o Judiciáio, com ampla defesa e contraditório, que definirá uma punição para os atos cometidos?

Caso você ache que é melhor lidar com isso vasculhando a vida pessoal e contribuindo para que sejam hostilizadas, presumo que quando algo do tipo, e por “do tipo” eu me refiro a crimes como assédio, calúnia, injúria, difamação ou qualquer outro desrespeito cometido para com terceiros que configure crime, você adotaria a mesma postura.

Inclusive se seu marido assediasse uma garçonete, se seu filho assediasse uma funcionária, se sua filha xingasse e cometesse crime de injuria contra sua vizinha, fazendo um vídeo falando mal dela ou falando de forma desrespeitosa/pejorativa sobre qualquer parte do seu corpo (gorda, peito caído ou qualquer coisa no estilo) em público. Se sua irmã trocasse tapas com a cunhada (lesão corporal), ou se qualquer pessoa querida cometesse qualquer crime, (crime é crime), além do processo judicial e da pena, você acharia justo e proporcional que a sociedade interviesse agindo de forma invasiva e violenta (violência verbal é violência) contra a pessoa, correto?

Se, em qualquer caso similar, onde a outra pessoa foi injustamente exposta a assédio ou desrespeito, alguém do seu círculo de amizade ou familiar fosse o autor, você acharia perfeitamente normal, racional e proporcional que, por um comentário assim, filmado, a pessoa perca o emprego, tenha seus dados pessoais divulgados, pessoas se reúnam para hostilizar pessoalmente, pessoas propaguem mensagens de ódio em redes sociais e muito mais, afinal, quem fez algo assim “merece”. Por mais que todos eventualmente falemos alguma merda, erremos a mão ou tenhamos algum lado sem noção, quem sair da linha deve sofrer esse tipo de consequência: além da lei, a ira e intervenção da sociedade.

Se seus atos continuam alinhados com suas palavras, prossiga.

Terceira proposição: Quando uma pessoa comete um erro grave, a única forma de fazê-la perceber é através de um pagamento na mesma moeda, com humilhação, evasão de privacidade e violência (física ou verbal, pouco importa) ou é possível ter amor e compaixão com os erros dos outros e tentar levar consciência para que as pessoas melhorem, ainda que através de medidas duras, mas sem agredi-las de volta?

Se você acha que 1) foi uma violência/assédio ; 2) a melhor forma de resolver é se apropriando do poder de punir do Judiciário e o povo invadindo a esfera privada da pessoa (e todos que a cercam) e por conta própria fazer a pessoa sofrer, provavelmente você também acredita que a o ensinamento deve ser através da mesma moeda, humilhação, sofrimento. A única forma de fazer com que uma pessoa perceba um erro grave ou não o repita é através da dor, da Lei de Talião, da humilhação, do linchamento moral, seja ela quem for, inclusive seus pais, seus filhos, seus amigos.

Apenas gostaria de pontuar que o sistema penitenciário brasileiro é um dos mais cruéis do mundo, seja em matéria de instalações (200 pessoas em uma cela onde caberiam com dignidade 10), temperaturas que ultrapassam os 60°, pessoas obrigadas a dormir onde urinam e defecam, etc), seja no tratamento que é dado ao ser humano (tortura rotineira, estupro como “boas vindas” e depois de forma corriqueira, violência diária, etc). Dá medo ir para um lugar assim, não? E mesmo assim, o Brasil tem um dos maiores índices de reincidência de crimes do mundo. Mas se quiser ignorar minha vivência nesse campo, sem problemas. Vamos aceitar que a pessoa só não repete os erros se tiver muito medo, se algo muito ruim acontecer com ela.

Se você se posicionaria da exata mesma forma nas três proposições, então, caso seu filho/marido/pai tivesse feito um vídeo muito infeliz que, na hora, por um erro de percepção/caráter/discernimento entendia como uma brincadeira mas, por falta de noção, foi totalmente inadequado e desrespeitoso, você acharia justo que ele pague com um sofrimento extremo, pois apenas assim se aprende. Com muita dor. Mesmo que respingue em quem está à sua volta.

Sendo esta sua atitude, respeito sua posição, pois está totalmente alinhada com seu pensamento. De verdade. Discordo dela mas consigo te respeitar. Afinal, a coerência diz que não é sobre quem faz e sim sobre o que se faz. Se você acha que a solução é agredir de volta, perseguir, ensinar na dor, mesmo que seja com um dos seus, juro que te respeito.

Se você vacilou na hora de dar as respostas, eu apenas desejo que você reflita um pouquinho sobre isso. É normal que quando no incitam contra algo, acabemos indo com o bando, iluminando o lado ruim da questão, vilanizando quem errou, polarizando as coisas nessa dualidade fictícia que vivemos. Somos humanos, somos tomados por momentos de raiva e de revolta, acontece com todo mundo inclusive comigo. O que não pode é vivermos constantemente na raiva e na revolta. Então, bota a mão na consciência e repensa.

Ninguém nega que o vídeo foi feio, escroto, babaca, sem noção, mal educado, incorreto, ridículo e desrespeitoso. O que eu estou negando aqui, meus amores, é que nós sejamos melhores do que estas pessoas para julgar desta forma agressiva, para responder com desrespeito e violência de volta.

Todos nós aqui, sem exceção, já fizemos algo que se virasse vídeo, nos faria ser escrachados por toda a sociedade. A “falta de caráter” de que tanto acusamos esses rapazes, pode ser falta de noção, pode ser falta de educação ou de muitas outras coisas. E, sinceramente, todos nós temos, em maior ou menor grau, alguma “falta” que nos faz falar ou fazer merda de vez em quando. Então, o que nos diferencia destes rapazes é apenas o discernimento de não postar nossas merdas na internet. Não se achem tão melhores do que eles, porque não somos.

Para dizer que esta semana eu estou PolemiQueen, para dizer que ainda está puto com o esculacho aos nerds ou ainda para dizer que quando é com os outros é grave e tem que ter punição máxima, mas quando é com você ou sua família é apenas uma brincadeira infeliz e ninguém tem o direito de te agredir de volta por isso: sally@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Comments (37)

  • Poxa Sally, ando muito ocupado, e você comentou que ia falar sobre o video. Só consegui apreciar agora.

    Resumindo minha opinião: voto integralmente com o relator. Sem mais.

    • Hoje mesmo vi umas mocinhas ridicularizando um suposto ex chamando de pau pequeno em um vídeo.

      Nada vai acontecer com elas…

      • Assim como nada aconteceu com os zoadores dos japoneses, ou nada acontece com quem zoa argentino, português, etc.

        Coerência, cadê?

        • Esse tipo de conduta só gera algum problema se o ofendido, pessoalmente, abrir um inquérito. Como não vale a pena gastar dinheiro com gente sem noção, só sobra o coro dos nervosinhos.

  • Felizmente, ser babaca ainda não é crime. Esses caras foram babacas, só isso. Não justifica nem de longe a repercussão que teve e o fato que alguns (se não todos, não lembro) foram demitidos de seus empregos. Agora por causa de uma brincadeira idiota os caras ficaram marcados e talvez tenham uma puta dificuldade pra conseguir outro emprego. Parabéns, sociedade, tá sertinho viu?

    Apesar de contextos diferentes, me lembra os casos do Danilo Gentili e do Rafinha Bastos. Um monte de santo se revoltando vindo com quatro pedras na mão, tomando as dores de gente que nem sabe que elas existem pra se sentirem moralmente superior.

    • Se fossem meus empregados, eu demitiria. Não recrimino a empresa que os demitiu, se eles não tinham o perfil desejado, podem ser demitidos, até por menos.

      O problema é invadir a vida destas pessoas para agredi-las, sobretudo quando o brasileiro corriqueiramente é desrespeitoso nos mais diversos aspectos.

    • (…Defendi o Rafinha Bastos na época e um – a três – dos melhores textos de todos os tempos – desta RID – foram pró-DG…)

  • Ué, toda essa revolta só porque fizeram uma brincadeira com cor?
    Agora ficar chupando pau de alfa e massacrando nerd pode né?

    • Não, a revolta não foi por isso não, meu anjo. Sua cognição e mente inconsciente não te permitem ver.

      Se quiser chupar pau de quem for, é sagrado direito da mulher. Sobre massacrar nerd… vocês tem essas crenças na cabeça de vocês e só conseguem ver isso, nada além disso. Mude suas crenças e mudará sua realidade.

  • Em um grupo muito famoso de Facebook da qual participo, esse vídeo em questão foi repudiado, os sujeitos foram xingados, expostos, e quem questionou a severidade da retaliação foi banido. No mesmíssimo grupo, circulou um vídeo em que um (aparentemente) mendigo abraça e beija uma moça de surpresa. Esse vídeo foi tratado como um episódio pitoresco e divertido, com absoluta minoria se manifestando contrária, e sendo hostilizado por isso.

    Tem horas que as pessoas me cansam.

  • A atitude deles foi infantil, idiota e desnecessária.
    Mas ver justiceiros sociais pegando suas tochas e promovendo um linchamento público, com direito a marcar espera em aeroportos, difamar profissionalmente, entre outras coisas, me fez até ter simpatia por eles. Causou o efeito contrário.
    A pergunta que fiz a muitos que questionaram minha posição de crítica a sanha social foi: “vc gostaria de ser julgado por algo que tenha feito, por uma turba de gente semi ignorante e passional?
    Se sim, que tal eliminarmos os juros e tribunais, além de advogados, e deixássemos toda a justiça nas mãos de gente em redes sociais, e a pena seria de acordo com o número de views e reações do post?!
    Teve gente que achou uma boa ideia. Só pra não desgarrar de sua sede de se mostrar uma ‘boa pessoa’

    • Hugo, tenho pra mim que as pessoas projetam no erro do outro tudo de ruim que já lhes aconteceu e buscam uma vingança pessoal através de terceiros. Saímos da era “gozar com o pau dos outros” para a era de “se vingar com o pau dos outros”.

      Nada de bom surge se responder com agressividade, caça às bruxas e violência. Quem faz isso não é melhor que esses babacas que filmaram o vídeo, está no exato mesmo patamar.

  • Aí, pior que a imprensa e a sociedade, os empregadores querendo capitalizar em cima dos cachorros mortos, divulgando até pelo twitter que o fulano da silva foi demitido por ter valores que vão de encontro a cultura da empresa bla bla bla, ou a corporação comunicando ter aberto um processo disciplinar para, se for o caso, exonerar bla bla bla…sem falar que isso poderá ser utilizado silenciosamente contra a pessoa em uma entrevista, chance de promoção ou aprovação em um algum órgão público. Com sorte, no curto e médio prazo.

    Nisso, se a pessoa acha proporcional que a empresa capitalize em cima de sua carreira (ou de seu ente querido, seu amigo), e sua vida profissional ficar prejudicada por um registro perpétuo de seu erro na internet ou em seu prontuário, a partir de uma aplicação exagerada do estatuto no serviço público…

    • Esses caras tem mais é que se foder, não discordo disso. O que eu discordo é que eu tenha o direito de provocar a danação deles.

  • As pessoas não se contentam com o judiciário porque nosso judiciário é mega falho, porém não é certo jogar mais lenha na fogueira e fazer justiça com as próprias mãos.Isso, com certeza, é o caminho pra barbárie. Reprovação social a atitude dos caras é necessária, mas sem exageros. Sem limites seríamos todos selvagens.

    • Pois é, eu achei que a forma como as pessoas se comportaram, com fúria e ódio, fez mais mal do que bem à sociedade como um todo.

  • Sally, eu invejo a tua didática e paciência as vezes, viu? Será que nem assim com um texto desses as pessoas não conseguem minimamente entender o que é ser coerente?

    • Ge, as pessoas encontram justificativas para avalizar seus impulsos. São escravas de ódio, julgamento, vingança. Quando a violência e agressividade estão dentro da pessoa, ficam atras da porta, esperando a primeira oportunidade socialmente aceita para sair. Não é revolta com o ocorrido, pois são pessoas que já trataram outros seres humanos muito mal, é algo podre que está dentro da pessoa e um evento desse autoriza a ser colocado pra fora. Fiquei realmente muito triste com a reação das pessoas.

      • (…E por “evento autorizador”, lembrei daquele atual pessoalzinho do #BrasilContraOAborto – estão merecendo “web tijolada” daqui de novo, mais que Top Des…)

  • Tem outra coisa que não vi ninguém dando foco: a necessidade do brasileiro em ser o povo mais engraçado e zueirão do mundo. Com certeza os babacas postaram o vídeo esperando gratificações e selo “o melhor do brasil é o brasileiro”. Aí quando a repercussão é negativa vem o velho “não esperava essa repercussão toda” e o “desculpa se ofendi alguém”, que é o pedido de desculpas mais vazio do mundo, apenas culpa quem se ofendeu e não assume o erro.

    De qualquer forma, depois esse assunto vai ser esquecido e a vida dos babacas do vídeo vai voltar ao normal. Provavelmente não vão aprender nada e vão continuar sendo babacas com outras mulheres.

    • A melhor pra mim foi “eu sou humano, eu erro”. Qualquer coisa pode ser justificada com esse argumento!

      Que os caras são uns idiotas, todo mundo concorda. Mas quem nunca foi um idiota na vida? Tem inclusive textos meus aqui onde eu fui uma idiota. Será que por isso mereço ser caçada, execrada, ter minha vida pessoal devassada, coberta de merda respingando na minha família?

      Estado Democrático de Direito. Se foi cometido um abuso, vamos deixar a lei agir. “Cidadão de bem” tentando fazer justiça com as próprias mãos é ainda pior do que esses caras.

      • “Mas quem nunca foi um idiota na vida? Tem inclusive textos meus aqui onde eu fui uma idiota. Será que por isso mereço ser caçada, execrada, ter minha vida pessoal devassada, coberta de merda respingando na minha família?”

        Por isso que hoje em dia meus perfis em redes sociais tão mais como enfeite do que outra coisa. Não pode falar nada que vem justiceirinho social enchendo o saco. Prefiro ficar na miúda que eu ganho mais.

        • Criticar é saudável. Uma sociedade onde não se pode criticar é viver na censura. Porém, quando as pessoas começam a se achar no direito de ir até o criticado e agredi-lo, invadir sua esfera pessoal, fazer tudo isso que estão fazendo com esses infelizes, se extrapola o direito à crítica e passa a ser caça às bruxas.

          Não gostou? Critique no seu quadrado. Ir até a pessoa agredi-la é se tornar tão invasivo e desrespeitoso quanto ela. O erro do outro não pode justificar o nosso erro.

  • Sally, acho que o buraco é mais embaixo do que simplesmente ser sem noção e desrespeitoso. O Brasil é um país incrivelmente machista com índices de violência contra a mulher nas alturas. E o pior, muitos achando no final que ela mereceu.
    Ver homens com poder aquisitivo e educação expondo a mulher a essa humilhação causa muita revolta, porque reflete como ainda temos muito que evoluir nesse quesito. Não é só a pobre coitada do interior que sofre com o marido, somos todas nós diariamente no metro, no trabalho, dentro de casa. Em pleno 2018 e a pessoa viaja milhares de kms para fazer uma palhaçada dessas. Sinceramente, não considerei como assédio sexual, mas é mais do que natural que isso tenha um impacto negativo na vida deles. Assim como qualquer outra coisa que façamos em sociedade, boa ou má, tem impacto no nosso dia a dia. Que empresa quer ter vinculado ao seu nome uma pessoa que faz esse tipo de coisa?
    Não concordo com violência, ameaças nem nada do tipo, mas o cara que se disse pai de família está sendo no mínimo um babaca escroto expondo também a sua família nessa “brincadeira”. Na onda de conscientização e tentativa de mudanças no sistema esse tipo de coisa está se tornando inaceitável e eu acho legal que seja assim.

    • A empresa tem todo o direito de demitir quem passa uma imagem que não condiz com sua filosofia. Eu demitiria também se fossem meus funcionários, na hora.

      Minha questão é que a sociedade se ache no direito de responder a isso com agressão de volta: xingar, perseguir, promover um linchamento moral. É assim que queremos construir uma sociedade melhor? Escrotizando quem escrotiza?

  • Conforme esse vídeo foi ganhando repercussão, percebi que o que mais me incomodava não era nem a hipocrisia das pessoas que criticavam, mas mais a incapacidade das pessoas de ponderar que alguém pode cometer um erro e de que esse erro não precisa resumir o caráter de quem o cometeu (não me refiro a ninguém em específico).
    “Mas você pensa assim porque não foi com a tua irmã”, realmente, se fosse com minha irmã eu ficaria cego de raiva e iria querer espancar cada um deles; e justamente por isso minha capacidade de julgamento estaria prejudicada. E aí eu pergunto: e se fosse o teu irmão que tivesse feito isso com minha irmã, você iria querer que eu arrebentasse ele.
    Achei o vídeo nojento, uma babaquice e uma atitude condenável, mas não passa disso.

    • Gente… na boa? Mulher faz coisa pior com homem hoje em dia, tá? Eu sou mulher, eu vejo o tipo de coisa que se fala e se mostra, a forma como se ridiculariza até mesmo namorados…

      Os caras erraram sim, em maior ou menor grau, como queiram ver. Mas daí a se sentir no direito de errar de volta e responder com ataque e agressividade? Olha a merda de sociedade que estamos construindo! Assim esse ciclo de violência e agressão não termina nunca!

  • Este fato me lembrou texto seu que falava a respeito de brasileiros quando reagiam a piadas feitas sobre eles por estrangeiros ou algo assim, confrontando com o fato de que eles fazem piada com todo mundo. E é bem assim mesmo, BM faz piada de japonês do pau pequeno, da loura burra (tanto brasileiras como nórdicas, por ex.), de argentino “marrento” e outros “elogios” (especialmente em época de campeonatos como copas do mundo), do judeu pão duro, de árabe pão duro, e tudo mais… Mas vai algum estrangeiro fazer piada de brasileiro que a guerra mundial da lacração de rede social já começa. Esses aí que fizeram essa cagada provavelmente ficariam ofendidinhos se viesse um “gringo” falando mau do jeitinho brasileiro e outras coisas mais. Tá na hora do BM se tocar de que tem que entrar na linha no país dos outros, pra depois aí sim, pedir respeito dos “de fora” a ponto de se calarem a respeito dos inúmeros problemas daqui. A questão é sobretudo moral (no sentido mais amplo da palavra), valores, ética, coisa que aqui é tida como “coisa de otário”. E as coisas começam nos lares, quantas vezes eu já vi país reproduzindo comportamentos deploráveis na frente dos filhos? Como um país com famílias tão ruins em grande número tem a mínima possibilidade de se civilizar? Claro que escroto tem em todo lugar, mas um país onde escroto e é louvada e a malandragem endeusada em todos os aspectos – sociais e políticos – só iria dar em pessoas desprezíveis assim. Eles são uma amostra da hipocrisia e mais uma vez o mito do “brasileiro = povo simpático e acolhedor” vai caindo a medida que os “micos” públicos vão se acumulando. E eles que se cuidem, porque se as leis russas sob o Czar Putin a respeito disto forem rígidas, é provável que paguem um pato bem feio (ainda que não sejam presos).

  • Ahhh, tia, que decepção! Pensei que seria um daqueles textos machistas defendendo os caras incondicionalmente… #Chatiado
    Pior mesmo foi o russo que pegou no peito da repórter colombiana.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: