Nesta semana, Jair Bolsonaro participou de duas sabatinas, no Roda Viva da Cultura e na Central das Eleições da GloboNews. Em dois ambientes hostis, o candidato saiu mais forte que entrou, e isso tem muito a ver com a teimosia e incompetências dos seus detratores. Bolsonaro virtualmente eleito, desfavor da semana.

SALLY

Nós estamos avisando faz tempo: a coisa desandou num grau que o Bolsonaro já está eleito. Se você perguntar a qualquer pessoa que entenda de política ou que trabalhe com isso, vão te dizer o contrário, assim como os entendidos da CNN diziam que Hillary tinha 99,8% de chances de ser eleita. A verdade é que o que aconteceu nos EUA está prestes a se repetir no Brasil, inclusive pelos mesmos motivos, e ninguém parece estar percebendo ou aceitando isso.

Depois de muitos textos explicando o que está fazendo com que as pessoas votem no Bolsonaro, não tenho mais saco para falar no assunto. Está feito. É irreversível. O que me espanta é o grau de negação e desconexão das pessoas com a realidade. Como o brasileiro desaprendeu a ler os sinais e passou a acreditar naquilo que gosta, não naquilo que está de fato acontecendo.

É muito claro, é praticamente cristalino, é certo. Entretanto, pessoas que eu considero inteligentes e com boa experiência política, juram de pés juntos que Bolsonaro não vai ser eleito. Os motivos são claramente ultrapassados, coisas que impediriam alguém de ser eleito 4, 8 anos atrás. Hoje não. Não mais. Sim, de um ano pro outro todo o mindset muda, todo o funcionamento social, todas as regras, códigos. É o preço do crescimento exponencial, tudo muda o tempo todo, muito rápido, e nos obriga a fazer uma baita ginástica mental para acompanhar.

Esta semana, ao ver a entrevista do Bolsonaro no Roda Viva, percebe que me dói muito perceber que tantas pessoas queridas e supostamente inteligentes tenham ficado para trás e se tornado mentalmente obsoletas em menos de uma década. Os comentários, as previsões, as especulações. Tristeza de verdade. Tem que correr cada vez mais rápido para acompanhar o ritmo das mudanças e conseguir compreender e tentar prever o mundo atual. É muito, mas muito fácil ficar para trás.

Sério mesmo, estudem futurismo, vejam vídeos sobre o assunto, façam cursos. Não sejam essa pessoa que fica pra trás. Aceitem que é mentalmente cansativo acompanhar esta realidade na qual vivemos e invistam nisso, pois todo o resto um robô vai acabar fazendo melhor do que vocês, mais cedo ou mais tarde. Sejam os primeiros a perceber, a ver, a saber. Vocês estarão dez passos à frente da maioria, inclusive de profissionais da área.

Pois é, até profissionais renomados estão ficando pra trás. O grande problema não é mais se atualizar em informação e sim se atualizar em mindset. As tentativas de desacreditar o Bolsonaro nos programas de TV mostram claramente como os jornalistas não compreendem mais como o mundo funciona. Seja citando Wikipedia como fonte, seja apelando para “Jesus era um refugiado”, os jornalistas parecem não entender que jogar pedras só aumenta a simpatia popular pela pessoa. Parecem não perceber que não é a TV ou a imprensa que elege ou não alguém. Não compreendem que o fato do Bolsonaro bostejar pela boca não vai mudar o voto do brasileiro.

Entendam, quando eu demonstro tristeza aqui, não é por terem “perdido uma oportunidade” de derrubar o Bolsonaro. Salvo uma grande catástrofe, ele está eleito. Aquelas poucas pessoas da mídia não tem poder para derrubar o Bolsonaro. O que me entristece de verdade é ver como as mentes supostamente mais treinadas não estão conseguindo acompanhar a mudança dos tempos, como continuam pautando seu raciocínio, sua lógica e tudo que depreendem por realidades de uma década atrás.

Na década de 80, quando o debate era o único momento em que o povo efetivamente escutava os candidatos falando ao vivo, eu até entendo que ele fosse decisivo para vencer uma eleição. Hoje, a dinâmica mudou. A imprensa tem um poder bem próximo do zero, pois graças à internet e redes sociais, uma informação vinda de um Zé Cu qualquer pode ter mais repercussão do que o Jornal Nacional. Por favor, virem a página. O mundo mudou por completo. Aprendam a desaprender tudo que aprenderam e reaprender uma nova realidade todos os dias, caso contrário serão analfabetos mentais como esses jornalistas que acharam que estava atacando o Bolsonaro.

No texto de hoje eu quero deixar consignada minha tristeza por ver que a maior parte dos brasileiros, inclusive a suposta elite pensante e até mesmo pessoas próximas que me cercam, não tem a flexibilidade mental suficiente para acompanhar a mudança de dinâmica social que se dá diariamente.

Nós somos fodásticos inteligentões e por isso conseguimos? Não. Não é isso que nos diferencia. O que nos diferencia é que nós temos sede de conhecimento, estamos sempre abertos, estamos sempre estudando, estamos sempre observando atentamente e estamos sempre experimentando, com nós mesmos e com aqueles que nos cercam. O mundo é nosso laboratório e tudo que nele habita são nossas cobaias. É assim que se constrói e se desconstrói mindest todos os dias.

As regras do jogo mudaram. Por sinal, elas mudam o tempo todo. Quem quer estar preparado e capaz de depreender realidade e futuro tem que ter a cabeça totalmente flexível, observadora e atenta. A eleição do Trump era previsível, como o Somir bem o fez, antes mesmo dele vencer. Ninguém deu bola, a CNN garantia que isso não ia acontecer. Mas aconteceu. Agora estão contestando a vitória do Bolsonaro com os mesmos argumentos. Não aprendem não? Até quando insistir em um velho mindset que não funciona?

Estamos em um país de cegos, não por votar no Bolsonaro, mas por não compreender mais como a realidade funciona. Sim, claro, Bolsonaro se eleger é um tremendo desfavor, gritante, grotesco e, justamente por isso, vai roubar todos os holofotes. Mas o desfavor sobre o qual falamos hoje, essa desconexão com a realidade, essa desatualização de mindset, é muito mais grave, pois vai gerar infinitos Bolsonaros em infinitas áreas. As pessoas são, socialmente, aquela tia-avó que clica um link com vírus no grupo do whatsapp. Isso não vai acabar bem.

O estrago está feito, Bolsonaro está eleito e os principais cabos eleitorais foram os que tentaram falar mal dele. Vamos respirar fundo e pensar na Big Picture, nessa falha de atualização mental, de compreensão do funcionamento social cada vez que ele muda, de percepção de presente e futuro. Isso sim ainda pode ser modificado, ao menos em cada um de vocês.

Para tentar me explicar os motivos pelos quais o Bolsonaro não ganha, para dizer que não entendeu qual é o desfavor da semana ou ainda para dizer que esperava que a gente se limite a dizer que o desfavor era o Bolsonaro ter se saído bem: sally@desfavor.com

SOMIR

A missão da Sally era o Roda Viva, a minha era o programa da GloboNews. A entrevista de ontem foi muito mais previsível do que eu gostaria: numa sala com jornalistas de renome claramente combativos, Bolsonaro não só resistiu à pressão como conseguiu dominar a discussão usando vários dos truques popularizados no ciclo eleitoral de Trump nos EUA. Quando o atual presidente americano utilizou a tática, foi uma surpresa generalizada, mas… agora que pelo menos as pessoas mais estudadas em política sabem que é uma estratégia viável, como é que funcionou de novo?

Bolsonaro abraçou a hostilidade (natural, ele fala muita merda mesmo) e fez dela sua linha guia durante as mais de duas horas de sabatina. Percebia-se claramente que era sua estratégia causar divisões dentro do grupo de jornalistas, dando tratamentos mais ou menos agressivos para alguns do que para outros. E pelo o que eu vi ali, funcionou: desestabilizou alguns como o Gerson Camarote e o Merval Pereira com agressão direta, matou duas das três mulheres ali basicamente cagando para o que elas diziam (a Cristiana Lôbo não conseguia nem terminar as perguntas dela), abraçou o Fernando Gabeira como “amigão” no grupo; e até mesmo a única grande força contrária lá dentro, a Miriam Leitão, terminou a noite passando vergonha tenho que ditar uma nota editorial vinda de cima basicamente pedindo desculpas pelo Roberto Marinho ter apoiado o Golpe Militar…

Provavelmente não foi algo treinado exaustivamente pelo estafe do candidato mas algo natural da pessoa: ele conseguiu analisar os “adversários” da vez e desmontar a pretensão de neutralidade tão necessária nesses casos. Bolsonaro se vira muito bem no meio da pancadaria, é onde ele se sente mais seguro, e por tabela, é o que o cidadão médio está realmente analisando ali: se ele pareceria fraco diante da mídia. Eu posso achar o Bolsonaro uma merda de um candidato ao ponto de aceitar votar até no Alckmin contra ele (eu sei, eu sei…), mas sei reconhecer quando alguém faz as coisas direito.

E Bolsonaro resolveu essas duas provas de fogo com desenvoltura. Começava qualquer resposta com algum ataque pessoal, contra os jornalistas ou outras pessoas, mantinha-se forte o tempo todo evitando interrupções, nunca perdeu a disputa no grito, soube fazer piadinhas no meio da situação para não demonstrar nervosismo… e ainda não arredou o pé em nenhuma de suas posições. Percebem que só agora eu entrei na parte do conteúdo da sua fala? O verdadeiro desfavor da semana era que o candidato não estava sendo julgado realmente pelo o que propunha para o país, mas em como resistiria diante de pressão da mídia.

Porque, em última instância, nada do que ele dissesse teria chance de mudar algo na corrida eleitoral, bastava mostrar força e um mínimo de estabilidade mental. O resto, como de costume, os bolsominions resolvem nas redes sociais depois. E nada do que os outros candidatos disseram também fez muita diferença… nessa sociedade extremamente polarizada que vivemos, as pessoas estão colocando suas crenças em um candidato e só esperando que ele se mantenha estável o suficiente até o dia da votação.

Quem entende de economia, educação, saúde ou mesmo política internacional no Brasil mal conseguiria eleger um Deputado Federal pelos números. Não precisa de um plano de governo excelente para ser eleito, basta falar obviedades que chamem atenção do grande público (que basicamente só tem o próprio senso de lógica pessoal para analisar qualquer política pública) e ter o carisma necessário para carregar esse gente até as urnas. Não se enganem, Bolsonaro é um babaca, mas um babaca carismático. Não no sentido agregador de um Lula, mas um carisma de força e ordem, algo que provavelmente falta na maioria das casas hoje em dia.

Sua personalidade é previsível e seus posicionamentos ideológicos ressoam com a maior parte de uma população brutalizada. Muitos especialistas previam que ele derreteria quando fosse exposto ao grande público, estou vendo exatamente o contrário. E isso é tão parecido com a eleição do Trump que não tem mais nem desculpa para a grande mídia ser pega de surpresa assim. Cada vez que você bate no Bolsonaro, é mais um voto que ele garante em Outubro. E quanto mais gente tiver o primeiro contato “real” com ele vendo programas como o Roda Viva e o Central das Eleições, menos insano ele parece, reforçando sua “votabilidade” para quem estava indeciso.

“Peraí, eu achei que ele ia dar um murro no Gabeira e passar a mão na bunda da Sadi… mas ele só falou com convicção das ideias dele…” Deixar as expectativas tão baixas assim só aumenta o poder dele quando é exposto ao grande público. A mesma merda que aconteceu com o Trump: foi pintado de forma tão caricata antes de ser apresentado ao grande público que ao falar meia dúzia de coisas minimamente racionais não só recuperou boa parte da sua imagem como ainda queimou o filme da grande mídia no processo.

Ainda não sei se essa armadilha foi planejada ou se era inevitável com o Bolsonaro, mas que está acontecendo, está. Nós aqui calculamos que Bolsonaro ganharia a eleição assim que calou a boca sobre o caso da Marielle, e parece que acertamos mesmo. A TV não tem mais a força que tinha, e os 8 segundos dele no horário eleitoral não vão ser tão negativos quando esperava-se. Os vídeos das entrevistas dele estão nos trending topics de todas as redes sociais neste exato momento.

Prever ganhador de eleição com certeza não é uma ciência exata, mas a minha impressão só se reforçou depois das entrevistas. Continua achando que ele vai ser um presidente bem ruim, mas nunca foi sobre convencer uma minoria tão minoria dessas, é sobre ganhar o coração do povão. E ele parece que sabe como fazer isso. Preparem-se para o impacto, 2019 tende a ser um ano no mínimo curioso…

Para dizer que até esqueceu que o Alckmin estava concorrendo (a gente esquece que ele é governador aqui em SP há décadas), para dizer que adorou ver a Globo pistola, ou mesmo para dizer que pelo menos não é o Lula: somir@desfavor.com

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Comments (69)

  • Se vocês dois enxergam o Bolsonaro como péssima opção, eu gostaria de saber o por quê ?

    E principalmente, quem seriam as opções viáveis dentre os presidenciáveis com chances e o porquê.

    Explicariam, Sally e Somir ?

    Fico no aguardo,

    Abraços

  • Innen Wahrheit

    Hoje vou brincar de futurólogo sem noção.

    Anotem aí:

    – Jair Bolsonaro NÃO será eleito, nem irá para o segundo turno
    – Lula será candidato (e Desfavor da semana pelo resto do ano)
    – O segundo turno terá Lula x Geraldo Alckmin
    – Esta eleição terá o maior percentual de votos brancos, nulos e abstenções da história
    – Lula será eleito, por diferença mínima de votos
    -Em 2022, teremos a primeira das eleições com a nova estrutura territorial do Brasil (sem os Estados de Roraima, cedido à Venezuela pelo governo Lula, e do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, que se opuseram ao resultado da eleições de 2018 e formaram um novo país, sem relações diplomáticas com o Brasil)
    – Inflação em 2022: 40%
    – Dólar em 2022: R$ 20,00

    (nem eu acredito nessas coisas… mas vai que…)

      • Aí eu ia querer euro$, mesmo que sul-americano$ !!!!!

        …Aí o Amapá deveria querer anexar-se à Guiana Francesa; após “voadoras” nos Sarney / Capiberibe / Randolfe…

    • Eu chuto que o segundo turno vai ser Bolsonaro x Haddad, Haddad leva e dá um jeito de soltar o Lula. Em 2022, Lula é eleito presidente. Por volta de 2030 estaremos todos procurando comida no lixo.

  • Poxa, pra variar tenho estado ocupado e perdi o timing pra comentar.

    Mesmo assim comento:
    – Entrevista do Roda-Viva foi ridícula. Ficaram o tempo inteiro tentando lacrar em cima do cara, e ele mitou em cima de tudo. Saiu por cima legal;
    – Entrevista do Globo News foi boa. Questionaram ele em diversos pontos que me interessam (por exemplo, a governabilidade), e apesar dele não ficar nervoso, ficou nítido o despreparo. Mas no final, com a fatídica pergunta “Roberto Marinho era um ditador ou um democrata?”, ele deu um tremendo nó tático na Globo, daqueles que todo esquerdista “Globo golpista!” aplaudiria (só não aplaudem porque é ele). Pegou muito mal depois a Míriam “lendo” o ponto em voz alta, ficou ridículo.

    Detalhe: ele já havia falado, no Roda Viva, do editorial do Roberto Marinho. Putaqueopariu, a Globo não viu isso vindo? Foi pega de calça arriada.

    Meu palpite pro segundo turno: Bolsonaro x Alckmin. Quem ganha eu não sei, mas vai ser impagável ver o PT apoiando o Alckmin no segundo turno. Vou rir muito e perguntar pros meus amiguinhos petistas: onde está seu Deus agora?

    • …É, quem ainda acredita(m) nas urnas vai precisar aceitar o Alckmin…
      E concordo que cômico, porém tragicômico.

  • O Brasil tem uma dinâmica diferente dos EUA. Não acredito que o Bolsonaro seja eleito, acho que ele não vai nem pro segundo turno, pra ser honesto. Quando começar a ter chuva de santinho no subúrbio falando que ele é retardado, e quando todo o APARELHO MANDAR o povo votar no Alckmin, a maré muda rapidinho. Pode escrever: Alckmin x Haddad. O voto aqui ainda é de curral.

  • Até agora rindo muito do gran finale que o Bolso deu na entrevista à globo news.

    Votaria nele, pq quero a cara dessa chatonildos da esquerda no chão. Mas como Saly disse aqui Presidente não RESOLVE NADA NO BR. As empresas e pessoas com muito dinheiro que compram tudo e todos que mandam no mundo mesmo.

  • Tia, tu manja mesmo dos paranauê do comportamento humano. O xororô dos mimizentos elegeu o Trump e vai eleger o Bolsonaro. Vc não estudou nada mesmo de psicologia ou tem algo pra indicar? Eu queria aprender esse manual de instruções das pessoas. Tu poderia ser coach. Eu pagaria se tivesse $

    • Isso foi para mim ou para o Somir?

      Se foi para mim, eu estudo de tudo, mas por conta própria: neurociência, futurismo, autoconhecimento, antropologia, psicologia…

  • Também acho que Bolsonaro ganha, e não sei se é viagem minha mas faria todo sentido esse comportamento burro da esquerda.
    Se Bolsonaro ganha e afunda o país, a esquerda ganha tempo para se recompor, talvez Lula até consiga sair da cadeia e montar uma base forte para o PT (no mundo ideal dele, ele viria como candidato – não sei se seria possível). Seguindo essa lógica, o povo iria se dar conta de que a direita não é uma solução viável e que o Brasil so alcançou tempos de destaque (internacional inclusive) durante o governo do PT. Seria tipo um retorno da fenix. Pensei muito nessa teoria. Porque só isso explica essa burrice massiva da esquerda diante de um homem severamente limitado quanto o Bolsonaro.
    Se for muita viagem minha, me falem!

    • Não acho que o Bolsonaro afunde o país não. Indifere quem seja Presidente, no Brasil Presidente da República quase não tem poder.

      • Tem a canetada da medida provisória, que vem sendo tão abusada que acho que já está na hora do congresso dar um basta na festinha. E não é quem vai ser eleito que me preocupa e sim a base de congressistas que vamos eleger. Essa sim dá medo.

        • O Congresso tem força para barrar as MPs. Quem manda hoje é o Congresso, e, curiosamente, são sempre os mesmos que se elegem. Brasileiro prega renovação só no Presidente da República, algo que não adianta nada.

  • “É o preço do crescimento exponencial, tudo muda o tempo todo, muito rápido, e nos obriga a fazer uma baita ginástica mental para acompanhar”.

    Fui uma das que acreditou que o Trump deixaria o recado, porém morreria na praia, tal qual a Le Pen na França.

    Isso foi um tapa na testa. Passei a procurar conhecimento com ainda mais afinco. Sobretudo
    autoconhecimento. Pois, assim como o físico, uma hora o cérebro também não terá mais forças para ficar só correndo o tempo todo atrás de cada surpresa.

    Dá pena ver gente ao redor comentando os vinte ou mais minutos que o Alckmin terá no horário gratuito obrigatório como grande vantagem, quando as pessoas poderão acompanhar o Bolsonaro ao vivo pelo facebook. Conforme a conveniência.

    • Hoje em dia todo mundo tem voz, rede social vale muito mais que alguns minutos na tv aberta. Aliás, quem é que assiste tv aberta hoje?

      Essa eleição é do whatsapp, não da televisão.

      • E não foi foi por falta de dica: no começo de uma entrevista com a Mariana Godoy ano passado, o Bolsonaro disse algo como “não represento as ideias do brasileiro, eu SOU os anseios do brasileiro”. Propaganda gratuíta disponível no Youtube.

  • Bolsonaro nem precisa gastar com campanha eleitoral se não quiser, esses idiotas vão acabar elegendo-o. Eu vou rir pra caramba do choro da lacrolândia e do desespero da imprensa se ele ganhar mesmo (coisa que eu só acredito vendo, ainda mais por causa do modo como as eleições são feitas aqui).

    • É péssimo isso, mas eu sinto esse prazer também. Já que só tem merda e todos nos levarão ao fundo do poço, que seja alguém que faz a lacrolândia chorar. Efeito Trump.

      • Mas o PT ainda tá com seu golpe a todo vapor, com grande possibilidade de dar certo. Ainda não acabou, até porque o Lula vem de coelho numa vibe “Joaquim Roriz” em 2010 largando na corrida presidencial só pra deixar o seu preposto Fernando Haddad em vantagem.

          • Se o golpe der certo, o preposto passa ao segundo turno contra o Bolsonaro, podendo ganhar com uma margem apertada de votos, tipo o Collor em relação ao Lula em 1989. Mas isso não significa que ele vá ter facilidade num congresso dominado pelo “centrão” e que pode puxar o tapete caso considere isso conveniente, sendo que o pessoal da lacrolândia vai chorar lágrimas de sangue mesmo assim porque uma andorinha não faz verão.

    • O choro da lacrolândia foi a melhor coisa das eleições do Trump. Floquinhos de neve tendo ataques de pânico, como se tivessem anunciado o apocalipse e os 4 cavaleiros tivessem descendo na terra. Espero que os nossos floquinhos brazucas não nos decepcionem na hora do chilique quando o Bolsonaro for eleito.

  • Sally, ok, Bolsonario está eleito, mas… Será que ele se mantém no poder até o final? Poxa, o cara só sabe gritar, não tem projeto pra nada, não tem argumentos etc! Eu imagino que, se de fato for eleito, a pressão vai ser muito grande pra cima dele, e ele não vai conseguir se sustentar sozinho lá em cima.

      • Wellington Alves

        Com o general Mourão de vice, acho que a esquerda não vai gostar muito dessa ideia de pedir impeachment.

      • Tb acho isso. Como bom bonecão de posto, ele sabe sufar no vento.
        É um vendido economicamente e politicamente falando e um conservador nos costumes. Não tem como ser impitimado.

  • Bem … pelo menos ele passa a ser presidente e param com essa merda de bolsomito 2018. Sinceramente … gostaria muito q fosse muito ruim haahaha merda em cima de merda, tipo Silvio Santos.

  • Eu gosto muito do blog, entro nele quase todos os dias, mas Sally seus textos estão cada vez piores. Estava ansioso para ler sobre essa entrevista do bolsonabo, mas vc ficou 12 parágrafos dizendo “as pessoas tem que acompanhar as mudanças”. Foi só isso seu texto, vc não comentou quase nada além disso, você não comentou as barbaridades que perguntaram pra ele e as merdas que ele respondeu, nada nada nada, esperando textos melhores.

    • Lucas, em momento algum minha intenção foi focar o texto na entrevista. Nossa proposta sempre foi falar o que mais ninguém fala. Se você quer uma análise da entrevista tem aos montes na internet.

  • As pessoas falam como se presidente fosse um monarca absolutista e num piscar de olhos vai melhorar a economia e a cultura decadentes do Brasil. Bolsonaro eleito? Tá. As universidades e as mídias vão continuar dominadas por ideologias de esquerda (a tendência é piorar), carnaval e funk vão continuar existindo, os problemas básicos não vão sumir e a economia pode se esburacar ainda mais e cair numa espiral de merda semelhante à que a Argentina entrou há uns 90 anos e não saiu mais.
    Olha a Bolívia, Equador, Venezuela… O Brasil é ainda um dos poucos cantos minimamente habitáveis desta região bosta. Ou abre um livro de história e veja como deu supercerto votar num outsider que jurava varrer a corrupção: Jânio.

    Em nenhum setor a eleição do Bolsonaro vai trazer algo bom, só uma sensação passageira de que “a direita venceu”.

    • No Brasil quem manda é o Congresso, não o Presidente. Aliás, hoje em dia, até o Judiciário manda mais que o Presidente.

      • Eu diria mais: quem manda no merdil são grandes empresas que manipulam os vagabundos do congresso. Não se trata de nenhuma besteira de “teorias de conspiração” ou babaquices semelhantes daqueles maníacos de internet ou supostos sabidões que têm fontes confiáveis (adoro quando a Sally diz: “Vallisney, 23, reciclador, morador de Pirarucu do Norte (fronteira com o Tocantins), ensino fundamental incompleto, diz isso com convicção”. É só ver! Tem tomada nova? Algum filho da puta de deputado já tava com a fábrica dele produzindo a todo vapor as tais tomadas antes da lei ser aprovada, de acordo com um padrão que veio de fora (e que – é claro! – vai receber por isso!); temos condição de ter malha ferroviária invejável? Claro que temos! Mas quem disse que Firestone, Goodyear, Bridgestone, Pirelli e Michelin vão deixar? E o papo do kit de primeiros socorros? E o extintor automotivo? Esse país de bosta é um imenso laboratório de testes de tudo que é tipo de país de primeiro mundo, tendo como operadores legais os malditos que estão em brazília (só pra não dar muito na vista), eleitos pela cambada da cabocada que troca voto por dente. Na prática, trocou-se a portuguesada fedida de bacalhau que sangrava a terra pela gringalhada que lhe come os restos depois de 500 anos. Caminha-se a passos largos para uma africanização do bundil, independente de quem seja eleito, pois terá que se vergar obrigatoriamente a um poder superior. É pena.

        • Sim, compram os vagabundos do Congresso sem perceber o dano que isso causa a todos (inclusive a eles) a longo prazo.
          Estamos africanizando mesmo, e ainda periga vir um arrombado aqui dizer que relacionar África a coisa ruim é racismo. Haja saco.

  • * …Sim, concordo que “o 17” ganha nesse ano mesmo; pelo menos os Pirula + Icles + Lucio Big foram claros de que 2022 é outra enorme chance (palavras minhas : que viraria “nova” obviedade)…

    * Alguns “left-twitter” ainda tentaram do melhor humor em “faltou um jogador de RPG simular reunião de economia sem Paulo Guedes”; mas a maioria deles é mesmo daquele tipo que está tentando “criar manual de se oposicionar”…

    ***** Aliás, acho que o mesmo venceu ainda antes do período Marielle, quando acumulou a segunda recém-troca de partido (PP > ex-PEN >> PSL) com “arremesso para escanteio” que foi uma saída do talvez mais verdadeiro grupo de liberais-liberais que voltou a ser “apenas movimento” (o “Livres”)…

  • Wellington Alves

    Bolsonaro é um político esperto, pragmático, não é preso a ideologias, e o principal, é sensível a real necessidade do povo. Quando ficam querendo saber se ele será mesmo liberal ou nacionalista como foram os militares, É porque não entenderam isso. Ele não está fazendo tipo só pra ganhar as eleições, ele realmente entendeu que Paulo Guedes tem razão e dará todo apoio a ele no governo.
    Tenho certeza que ele será um ótimo presidente pelo seguinte: só precisamos de um presidente que não atrapalhe a economia, não roube, monte uma equipe competente, indique ministros sérios ao STF e não atue para melar a lava jato. Isso é o suficiente para que o Brasil deslanche.

      • Raul Mendonça

        Bolsonaro é o primeiro passo da mudança…

        O Congresso também não exerce grande força sem apoio presidencial… O Presidente tem força de veto, além de efetua a liberação das Verbas.

        Sem o apoio presidencial, o congresso também não caminharia, então iniciariam as negociações, só que o Bolsonaro não negocia em troca de favores pessoais.

        A descentralização da verbe publica indo até os municípios farão que Prefeitos de Oposição, PT, PSOL, votem e apoiem decisões presidenciais, pois, irão querer suas verbas lá…

  • Antes Bolsonaro do que Cangaciro, quando as primeiras entrevistas no jovem pan tive medo de que o Ciro fosse se destacar, Bolsonaro estava indo mal porem se recuperou a tempo. Sim eu acredito que ele é o menor dos males, PSDB (PT azul) nem me passa pela cabeça eles não são realmente uma boa opção, Bolsonaro pode ser CANCERvador mas talvez melhore a economia, meu voto é pela possibilidade de mudar alguma coisa, votar em qualquer outro é dar continuidade aos planos do PT e de um país socialista, se Bolsonaro não fizer nada, bom já é melhor do que cagar em tudo como o PT ou PSDB fariam. O mercado se regula sozinho é só parar de mudar as regras do jogo o tempo todo que as coisas se resolvem. Ideal mesmo seria que um liberal vencesse tipo o João Amoedo mas ele ainda é só um ilustre desconhecido e eu duvido que passe dos 5% dos votos.

        • Eu não voto, mas eu votaria em qualquer um para impedir que ganhe um cara que diz que a única forma de soltarem o Lula é ele se eleger.

            • Não voto porque quando votei meu voto foi desconsiderado. Fui renovar passaporte e constava na PF que eu tinha pendências eleitorais. Fui até minha zona eleitoral com os comprovantes de votação na mão e eles disseram que por algum motivo, mesmo tendo votado, meu voto não foi computado. O funcionário até comentou que isso “acontece muito” com urna eletrônica.

              Depois dessa, no cu que faço fila e me aborreço para votar.

                • Aconteceu comigo. Ninguém me contou. Eu votei, eu tinha o comprovante que votei. Eu tirei foto no dia da eleição (por causa de um desfavor que aconteceu na zona eleitoral), eu posso provar que estava lá. Ainda assim, para a justiça eleitoral, meu voto nunca existiu.

                  Vão à merda que eu vou fazer fila no sol para não ter meu voto computado, francamente.

        • Tenebroso isso. Eleição como moeda de troca.
          Ainda é burro, pois a maior parte da população quer Lula preso. Idiotão.

    • Amoedo quer privatizar a educação pública. Só isso já é suficiente que mereça que passem com um carro por cima dele. Só porque tem uma corjinha vermelha que grita alto o bastante pra parecer que é enorme nessas instituições, já aparece imbecil simplista como ele achando que privatizar tudo é a solução, esquecendo da importância das mesmas nas ciências do país (ciências mesmo, não essas porcarias de humanas e sociais). Pro inferno com esse Amerdedo.

      • …Aliás, se já é muito ruim ter quase proximidade do Itaú (BláBláRina / Huckciano / Laudares), ainda mais ser da própria cúpula (!!!!!)

        • Esquece, retiro tudo que eu disse sobre o Amoedo, o cara é louco quer regulamentar o bitcoin, para um cara que se diz libertário até que ele é bem estatista.

          “Em geral não gosto de regras especificas pois trazem um engessamento desnecessário a atividade. Talvez apenas um framework institucional que permita um crescimento seguro de setores inovadores”

          “A internet não é para ser paraíso fiscal.”

          Ambos os trechos podem ser vistos aqui: https://portaldobitcoin.com/bitcoin-pode-ser-meio-de-pagamento-legal-diz-candidato-a-presidencia-do-partido-novo/

          Reparem no “framework institucional” que nada mais é que um eufemismo para regulamentação, que no mínimo significa rastreamento e imposto. Você pode discordar que imposto é roubo mas não pode discordar que o cara é incoerente, só mais um em busca de poder.

          • Chineque de goiaba

            E ainda tem gente que quer criticar quem vota nulo… Com essas belezas de opções, como não anular? Tem o argumento da porcentagem, mas anulando pelo menos eu não vou ajudar diretamente nenhum desses pulhas e fico de consciência limpa.

            O argumento de votar no menos pior também não cola pra mim e, apesar de não ser anarquista (outra bosta), não confio em gente cuja ambição é estar no controle de uma população e um território.

          • …Concordo exatamente (!) sobre a incoerência proposital que quase acho que “até um de nós ou a Sally ou o Somir” ganharia dele…

        • Semi-Discípulo de Olof Palme (também tenho raiva da Era Castro)

          Primeiramente : mesmo que ancap se realizem, seria “menos uma desculpa” ou o fim dos “embolsamentos de impostos” ? Quase nem entendi…hahahahahahahahahahahahaha

          Aliás : quando que os ultraliberais (esse é o nome científico em humanas, não lamento informar !) realmente sabem discutir e teriam futura coragem contra “os neo-Bakunin” e “os neo-Proudhon” ? hahahahahahahahahahahaha

          Finalmente : o que você realmente tem contra os CPTEC/INPE ? E o IMPA ? E o(s) grupo(s) do Exército que colaboraram com Marcos Pontes ? E a Itaipu Binacional ? haha

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