Piores nomes de candidatos – 2018.

Está começando a Festa da Democracia, e os convidados são muito estranhos. Mesmo sabendo que a maioria destes candidatos bizarros não vai se eleger, chama a atenção que eles tenham conseguido chegar tão longe e estampar estas caras e nomes nas urnas eletrônicas. Com vocês, o pior dos candidatos das Eleições 2018!

Em um país onde o povo passa vergonha se estapeando por amostra grátis de comida, vai em festa só para comer e se porta o tempo todo como morto de fome, ainda que tenha uma boa condição financeira, me parece acertado que candidatos optem pelo nome de alimentos. Tira um pouco da credibilidade? Tira. Mas credibilidade nunca foi necessário para eleger ninguém, até presidiário se candidata no Brasil.

Então, na categoria “Alimentos”, temos o candidato a Deputado Estadual por São Paulo chamado “Bolinho de Fubá”. Pela cara, faz sentido: feio, barato e todo mundo come. Para o mesmo cargo, temos um elemento que se candidatou com o nome de “Dr. Manteiga”. Percebam que ele fez questão do “Dr.” antes, que é para dar um tom de seriedade. O nome ornou: amarelinho e todo feito de gordura. Pela Paraíba, temos o candidato “Gilson Ovão”, que, a julgar pela foto, deve estar escondendo o ovão nas bochechas. Pelo Mato Grosso do Sul temos “Ilmar Mamão”, que de fato tem cara de quem provoca diarreia.

O Sergipe também deixa sua contribuição no ramo dos alimentos, com a candidata “Aldeide Repolho”. A essa altura, tudo que desejo é que ela não faça o povo peidar. O Amazonas nos apresenta a “Loura do Cupuaçu”, que, a julgar pela foto, foi a primeira pessoa a plantar um pé de cupuaçu no Brasil. No Paraná, temos o simpático candidato “Amendoim”, nome que provavelmente faz alusão ao tamanho do seu cérebro. No Rio de Janeiro, temos o temperado candidato “Cheiro Verde”, apesar de que, em se tratando de Rio de Janeiro, não duvido que seja uma alusão a cheirar maconha. Por São Paulo temos “Olga um Beijo e um Queijo”. No caso, avaliando a foto, quero apenas o queijo, e olhe lá.

O brasileiro é informal. É cool, é descolado, é moderninho ser informal. Não importa se a pessoa tem 80 anos, fala a gíria errada e está de terno e gravata, todo mundo força uma informalidade para parecer muderno. Alguém disse que ser muderno atrai eleitor, então, toda uma leva de pessoas feias, atrasadas e visivelmente conservadoras receberam um toque de mudernidade em busca de votos. Ficou tão natural quanto um jacaré de percua.

Na categoria “Informalidade Galopante” temos o candidato a Deputado Estaual por Rondônia, um tiozão chamado “Só Na Bença”. Não basta ter um nome super informal, tem que usar a grafia mais maloqueira possível da palavra. Para Deputado Estadual do Maranhão, temos outro que abusou da informalidade: “Macho Vei”. Com certeza este termo vexatório tem um apelo melhor do que “Homem Idoso”, mas, mesmo assim, lamentável. Para Deputado Estadual do Acre temos o candidato “Cachorrão”. De fato, há uma identificação, pois parece que tem pulgas e que toma banho uma vez a cada 15 dias, ainda assim, eu escolheria Big Dog.

O brasileiro tem o dom de fazer o inacreditável. Acho que, pelo menos três vezes ao dia eu uso a frase “Tá de sacanagem!”. Você pensa que já viu de tudo, mas o Brasil surpreende, dia a após dia. Sempre pode ser mais grotesco, mais brega, mais inacreditável. E sim, na maior parte das vezes, eles estão de sacanagem, porque a “zoeira” é mérito por aqui.

Na categoria “Tá de sacanagem”, podemos observar um candidato a Deputado Estadual por São Paulo chamado “Palhacinho Pimpão”, usando um chapéu de palhaço na foto e um fuckin´ terno de paetês. Pelo Ceará, concorre uma senhora que achou benéfico usar o nome “Estrela que Brilha”. A pede de fato está oleosa, com um brilho ímpar. O empoderamento feminino parece ter aumentado o numero de vexames protagonizados por mulheres este ano. Diretamente da Bahia, temos a candidata “Coração de Mãe”, que, de tão acabada, me leva a crer que, ao longo da sua vida, sempre coube mais um dentro nela.

Respeito está em extinção. Se a pessoa não tem nem por ela mesma, quem dirá pelo próximo. A falta de respeito começa com o nascimento do filho, quando a mãe pega a criança no colo e diz “Tem cara de Jocleverson” e se estende por toda a vida adulta, para com os vizinhos, amigos e até no trabalho. Isso cria uma espiral de merda onde a regra é não respeitar nada, mas com jeitinho e bom humor, para encurralar a pessoa se ela se ofender.

Na categoria “Perdi o Respeito por Mim Mesmo”, começamos com o candidato (supostamente homem) a Deputado Estadual pelo Mato Grosso “Madona Arruda”, que está mais para Maradona Arruda, pelo shape. Tentando uma vaga para Deputado Estadual do Rio de Janeiro, tinha que ser, temos Miga. Já seria péssimo se Miga fosse uma mulher, mas Miga é um homem, uma espécie de versão humana do Zé Gotinha. Agora quero citar o que talvez seja o pior nome de todos: concorrendo à vaga de Deputado Estadual pelo Pará, “Viado da Bike”. Só não posso dizer que concordo 100% com o nome porque não tem uma bicicleta na foto.

Ainda nesta categoria, pois é assustadora a quantidade de candidatos que perdem o respeito por eles mesmos, diretamente do Rio Grande do Sul temos a candidata a Deputada Estadual “Márcia Bruxa”. O detalhe é a sua pose para a foto, emulando uma bruxa, com grandes unhas escuras. Do Rio de Janeiro (tudo a ver), temos o candidato “Molezinha”, alcunha que provavelmente serve tanto para sua barriga como para sua gana de trabalho. Temos o Distrito Federal nos presenteando com “O Papai Chegou”, que, francamente, tá mais para vovô. Obviamente não poderia faltar uma barbaridade baiana, que nos brindou com o maravilhoso candidato “Cacete Pão Dividido”. Não tenho nem coragem de comentar.

Personagens são seres ficcionais que alegram nossas vidas: princesas, sábios, alienígenas, não importa. Eles foram criados para ensinar coisas, contar histórias, nos emocionar e fazer rir. Exceto os personagens abaixo, que parecem ter a única intenção de disseminar a depressão e a descrença na raça humana. É o Toque de Merdas do brasileiro, onde mete a mão, caga tudo.

Na categoria “Personagens que Não Gostaríamos de Ver”, começo com o candidato a Deputado Estadual pelo Pará, “Papai Noel”. Se você for a um cartório e tentar registrar um bebê com o nome de Papai Noel, não vai conseguir, por se tratar de um nome humilhante e inadequado. Já que os candidatos não tem discernimento, talvez fosse necessário barrar certos nomes, utilizando os mesmos critérios. Seria para o bem deles. Temos ainda Rondônia nos presenteando com o candidato “Professor Xavier” e Distrito Federal com “Wolverine”. X-Men Tupiniquim. Diretamente do Rio de Janeiro, um mix de futebol com obesidade, personificado no candidato “Neymar Pesadão”. Pelo estado do Amazonas, temos o candidato a Deputado Estadual “Lacraia Morena”, cuja peruca faz o cabelo do Fux parecer madeixas naturais.

O brasileiro é o rei do auto-elogio: “sua inveja é a velocidade do meu sucesso” e outras atrocidades auto-elogiativas povoam o inconsciente coletivo. Não raro vemos barangas com camisetas ressaltando o quanto são lindas e homens que se passar a carrocinha leva proclamando o quanto são pegadores. Não é de se estranhar que o auto-elogio tenha chegado ao “nome político” dos candidatos.

Na categoria “Auto-elogio Vergonhoso”, temos, obviamente, vindo do Rio de Janeiro, o candidato a Deputado Estadual “Lek Bom”. O candidato está desatualizado, permitam que eu lhes informe a evolução desta gíria no universo carioca: começou com “moleque”, evoluindo para “leke”, evoluindo para “lek”, evoluindo para “lesk”, evoluindo para “lesk Luthor”. Fazendo Minas Gerais passar vergonha, temos ainda o candidato a Deputado Estadual “Keridão Potência”, que, a julgar pela foto, não é nenhum dos dois.

Humor brasileiro se resume, via de regra, a bordão e trocadilho. O brasileiro, esse grande Tio do Pavê, se acha super engraçado. Ser humorista no Brasil é muito fácil, basta subir a um palco e proferir meia dúzia de palavrões, que o brasileiro médio ri. E não é que tem gente tentando capitalizar voto na base da gracinha?

Na categoria “Trocadalhos do Carilho” mais um do Distrito Federal: “Palhaço Lamby Sal. Ao menos esse é coerente, tem uma puta cara de palhaço e talvez tenha lambido sal pela cara de poucos amigos. São Paulo nos apresenta o sensacional “Professor Minhoca”, sem qualquer risco de incorrer na acusação de macho opressor, pois de macho não tem nada e, para fechar com chave de fezes, temos o candidato a Deputado Estadual por Goiás chamado “Alceu dispor 24hs”. A julgar pelo tamanho da olheira, deve ser verdade.

Plágio também é mania nacional, só que no Brasil recebe o nome de “homenagem”. Spoiler: só é homenagem quando vem de alguém que depõe a seu favor e quando tem a única intenção de te homenagear. Quando se usa o nome de alguém famoso para conseguir voto, é oportunismo que chama.

Na categoria “Plagiando e ofendendo” temos Goiás nos presenteando com o candidato “Xuxa”. Parece com o nadador? Em nada. Tá mais para a Rainha dos Baixinhos mesmo, só que de tromba. Por São Paulo, temos a futura Deputada Fenderal “Grete Cover”. Sim, era uma tentativa de ser um cover da Gretchen, inclusive pareceria, se a Gretchen tivesse 500 anos, mas a grafia falhou miseravelmente. Novamente por São Paulo, temos “Roberto Leal”, um cover tosco, o que é um mérito, pois o original, por si só, já cumpria esse papel.

Temos também “Pipa Pau”, cujo topete vermelho me leva a crer que esteja desrespeitando o personagem de desenho. Pelo Mato Grosso do Sul, o candidato “Cascão” nos ensina da importância de não desperdiçar água e, por último, do Sergipe, o candidato “Bob Esponja” prova que seres humanos podem sim ter a cabeça quadrada.

Ninguém é colonizado por Portugal e sai ileso deste processo. Além da higiene precária e da torpeza habitual, o brasileiro padece de uma literalidade escrota, que pode facilmente ser percebida ao analisar as tatuagens que circulam por aí. Brasileiro não se tatua, brasileiro é legendado. E não é que essa literalidade migrou para o campo eleitoral?

Na categoria “Literalidade Lamentável” vemos a candidata a Deputada Estadual pelo Pará chamada “Lora do Boticário”. De loira não tem nada, como delata a raiz. Não duvido nada que fosse vendedora da loja e achou isso um excelente currículo para atrair votos. O Pará também alegra o nosso dia com a candidata “Feirante Negona”. Ainda bem que ela mandou chamar assim, pois se qualquer um de nós se refere nestes termos à pessoa, vai parar na delegacia com toda a certeza. Temos ainda o candidato fitness, também do Pará, “Fábio Bombado”. Quer dizer, presumo eu que seja esse o motivo, ou então Fábio andou recebendo uns carinhos exóticos…

Que político não costuma ser mentalmente saudável a gente sabe, mas assumir isso é uma novidade. Tem toda uma leva de candidatos que não tem o menor constrangimento em estampar seu destempero na urna eletrônica. Se por um lado é assustador, por outro, achei sincero. Não dá para dizer que foi enganado se um dia defecarem no plenário e, ato contínuo, começarem a comer as fezes.

Na categoria “Saúde Mental” temos São Paulo apresentando o candidato “Chico Loco”, cuja cara de fato corrobora para o nome. Como um era pouco, temos outro maluco concorrendo no mesmo estado, só que com uma grafia mais moderninha: “Chico Loko”. Mas não são apenas os Franciscos a padecerem de problemas mentais, ainda por São Paulo temos também “Carlão Loco”. O Ceará nos prova que mulher também é desequilibrada mental e nos presenteia com a candidata “Erika Loka”, cujo sorriso confirma o nome. Se abre a porta de um elevador e Erika Loka está do lado de dentro, eu não entro nem com uma arma apontada para a cabeça.

Tem sempre aquelas pessoas tão bizarras que fica difícil até estabelecer uma categoria. É aquele patamar de danação que apenas uma letra define: “q”. Um misto de perplexidade e ignorância tão profunda que você chega a procurar algum significado naquilo que nasceu para ser acéfalo.

Na categoria “q”, o Paraná nos apresenta o candidato “Boca Aberta”, que, contraditoriamente, está de boca fechada na foto. Pelo Rio de Janeiro, temos o candidato “Zé Ninguém”, cujo layout converge para o nome. Por São Paulo, temos o cult “Buscando o Imponderável”, que, pela cara, está buscando no dicionário, para saber o que significa.

Para finalizar, na categoria “Deveria Ser Presidente da República”, ele, nosso herói, nosso candidato, nosso amor: Dr. Rey, que achou bacana inserir a alcunha “Dr. Hollywood” em seu nome de candidato. Olhar maroto, topete caindo na cara, uma versão Tupiniquim do Ronald Regan. Muito amor pelo Dr. Rey.

É isso, Brasil. Estas pessoas foram consideradas pelo seus partidos como as melhores, as mais aptas, as mais representativas para concorrer a um cargo importante, cuja remuneração tem cinco dígitos mais benefícios. Fica alguma dúvida de que não tem a menor chance do Brasil dar certo?

Obs: sei que é difícil de acreditar em alguns nomes, então, se quiserem confirmar a informação e entrar em depressão profunda, basta ir aqui e procurar por região.

Para dizer que a Festa da Democracia é um pesadelo, para dizer que perdeu metade do seu dia procurando estas pessoas no site do TSE ou ainda para lamentar que Dr. Rey não esteja concorrendo à Presidência: sally@desfavor.com

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