Falsa escolha.

Com poucos dias restantes antes da eleição, o grau de divisão do país alcança níveis cada vez maiores. O que se passa na cabeça das pessoas? Desfavor da semana.

SALLY

Sabe aquele discurso que a gente fala desde 2009, de que se você não gosta de algo, o digno a fazer é se afastar em vez de dar importância? O clássico “não gosta, não consuma”. Pois é, parece que o país conseguiu piorar exponencialmente nos últimos dez anos nesse quesito. Esta eleição é a “Eleiçao do Contra”, todo mundo é contra alguém, dando dimensão, importância e focando sua energia em personagens que, em tese, desgostam.

O grande personagem da eleição é o Bolsonaro, não tem jeito. Ou a pessoa é a favor dele ou é contra ele. Não me lembro de um candidato que tenha conseguido atrair tanta atenção quando ele, e olha que metade da campanha ele passou em uma cama de CTI. Bolsonaro só cresceu o tanto que cresceu pela atenção que recebeu, principalmente pela atenção “contra”. Tanto é que quando ficou vulnerável e começaram a poupá-lo de ataques, ele se enfraqueceu.

Gostemos ou não, quando focamos nossa energia em alguma coisa, mesmo que seja para criticar, damos importância a ela, a divulgamos, a alimentamos. Mas parece que a vontade de odiar é maior. Odiar gera um ganho secundário enorme: extravasar todas as merdas que a pessoa tem estancadas dentro dela, fruto das escolhas infelizes que ela faz diariamente, se mantendo em uma vida incompleta, insatisfatória e frustrante. Isso tem que transbordar por algum lugar e, atualmente, é socialmente aceito que transborde em opiniões políticas.

É uma eleição movida a ódio. Não acredito que nada de bom possa sair desse cenário, de atitudes tomadas com base nessa premissa, de um descontrole emocional fortíssimo que toma conta das pessoas. É muita gente emanando sentimentos ruins e canalizando isso para um evento. Quais são as chances de pessoas tomadas pelo ódio ou pelo fanatismo terem o discernimento para fazer boas escolhas? Quais são as chances de pessoas que tem o emocional de uma criança retardada elegerem um bom representante?

Além do ódio, temos outro elemento sabotador poderosíssimo: o medo, que eu acho o pior de todos e a origem de tudo. Todos os lados estão com medo que o “inimigo” ganhe. Na verdade, esse medo não passa de uma projeção interna de pessoas desconectadas consigo mesmas, atordoadas por sentimentos ruins e com a cabecinha muito, muito fodida por mazelas modernas, coisas como levar uma vida de aparências em redes sociais, levar uma vida vazia e sem significado por não ter claro na sua cabeça qual é seu propósito de vida, estar preso a um relacionamento insatisfatório e faltar com a verdade para consigo mesmo e com os outros.

Por mais que a pessoa não perceba, em algum grau inconsciente essa quantidade de lixo que ela faz consigo mesma cobra um preço: angustia, insônia, depressão, síndrome do pânico, distúrbios alimentares, descontrole emocional e tantos outros sintomas que surgem “aparentemente do nada” mostram que, internamente, a pessoa está em desarmonia. O povo brasileiro está em desarmonia consigo mesmo, perdeu seu centro, perdeu a sanidade mental, está tendo uma grande diarreia emocional coletiva. E isso se mostra na forma do medo, a pessoa projeta suas sombras e, ao fazê-lo, é isso que atrai para si.

Se você está nesse medo, apenas saia. Deixe eu te relembrar algumas coisas que já falamos aqui em outras eleições, sendo a principal delas: FODA-SE QUEM VAI VENCER. Foda-se mesmo, pouquíssima coisa vai mudar. Apesar de bravatas de campanha, sabemos como funciona o sistema, no final todos se aliam para que cada um receba uma fatia do bolo. É como aqueles lutadores de Telechath, finge que brigam para divertir o público.

Nem que eles quisessem (e, veja bem, não querem) seria possível mudar o atual sistema corrupto de governar. Está enraizado, para romper com isso será preciso derrubar instituições, instaurar um novo sistema no lugar da democracia, fazer mudanças profundas que nenhum desses paumolengas quer, pode ou sabe fazer. Então, vai continuar mais do mesmo, mudando apenas alguns detalhes e a carinha de quem invade sua casa para fazer discurso. Saia do medo, foda-se quem vai ganhar, pouca coisa vai mudar.

Não vai ter golpe militar, não vai ter morte, não vai ter deportação, não vai ter nada disso. Saia do medo. Isso são apenas projeções dos seus piores pesadelos pipocando na sua cabeça tipo um popup do mal, porque sua realidade está péssima. Você projeta no mundo a sua realidade. Se a sua realidade é de medo, frustração, angústia, incompletude, mentira, violência para consigo mesmo, é isso que você tende a ver no seu cenário. Não, não é o peido do unicórnio místico, é algo cientificamente comprovado, chamado Efeito Rosentha ou Efeito Pigmaleão, temos um texto sobre isso se te interessar.

Além disso, o sistema brasileiro não dá muitos poderes ao Presidente da República. Na verdade, não dá quase nada. Ele tem muito poder para dizer “não”, para vetar coisas que queiram ser implementadas, mas pouquíssimo poder de dizer “sim” e impor a sua vontade. Quem manda mesmo no país é o Congresso Nacional, dividido entre Senadores e Deputados Federais. São eles que fazem as leis, são eles que aprovam mudanças, são eles basicamente que escrevem o que todos nós temos ou não temos que fazer. E, eles são um mix muito variado, que vai do ruralista ao evangélico, de vários partidos, mas todos se alinham rapidamente com qualquer presidente, mediante um belo mensalão.

O Judiciário também tem muito mais poder que o Presidente da República. O STF é quem diz se uma lei vale ou não, se ele entender que a lei não é “constitucional”, ou seja, que está em desacordo com a Constituição (e tudo pode ser inconstitucional, tamanho o subjetivismo das leis e da constituição no Brasil) a lei não precisa mais ser cumprida. Ou seja, a Câmara escreve o que pode ou o que não pode e o Judiciário diz se é válido ou não. O Presidente da República só assina para que o que foi decidido.

E vocês não tenham dúvidas que todos esses putos que estão aí liderando pesquisa já conversaram em off para definir como faz se um ou outro ganhar. Em um sistema parasitário como o nosso, onde, para que a roda gire precisa do apoio de todos, não importa quem ganhe, no final todos recebem um agradinho e andam de mãos dadas. Isso acontece porque não existe ideologia no Brasil, existe sede de poder. Quem vence não está lá para implementar um sistema, uma ideia, um projeto, está lá para dar as cartas e pegar a maior fatia do bolo.

Não importa quem ganhe, Bolsonaro, Haddad ou Patati Patatá, o governo vai ser o mesmo: voltado para manter esse sistema corrupto rodando. Ninguém quer fazer mudanças expressivas para melhorar o país, todos querem poder e a manutenção de um sistema podre que é muito conveniente para quem está em Brasília, mas muito escroto para o povo. Desculpa a grosseria, a merda é a mesma, só mudam as moscas.

Portanto, saiam do medo, saiam da polarização, saiam da cegueira do ódio. Ninguém ali vale nada, todos estão aliadinhos em off e nada, quase nada vai mudar independente de quem se eleja. Vai lá, vota, faz a sua parte e depois entrega, porque não está mais no seu controle. Se aborrecer por algo que não está no seu poder mudar é burrice.

SAIA DO MEDO e desfrute esta palhaçada como um show de humor. Rir é muito melhor do que se aborrecer por algo que você não pode mudar. Vem rir com a gente desses merdas comendo pastel e beijando criança remelenta na rua em vez de ficar projetando seus medos e ódio nas redes sociais, que vai ser muito mais legal pra você!

Para tentar espalhar o medo nos comentários, para dizer que as pessoas tem um ganho secundário enorme no medo por isso vão refutar este texto ou ainda para respirar fundo e desapegar do envolvimento desta merda toda: sally@desfavor.com

SOMIR

Numa coisa o povo brasileiro parece unido: querem votar CONTRA alguém. Ou você é contra o Bolsonaro ou contra o PT. A cultura do medo que se estabeleceu e foi bem definida pela Sally é uma excelente forma de analisar a situação, mas eu acredito que tenhamos outro problema ainda nessa composição. Se o medo é o grande motivador, a forma de lidar com ele também sugere algo muito mal resolvido.

Sair do medo é complicado, é um dos sentimentos mais primais e de certa forma, um dos alicerces do mundo no qual vivemos. O sentimento gera uma das motivações mais vívidas que o ser humano pode experimentar, e somos criados para agir de acordo desde a mais tenra infância. Normalmente é o sinal que a maioria de nós está condicionada a esperar antes de tomar uma atitude. Ideias como prevenção ou mesmo adaptação e aceitação ficam em segundo plano, tornando-nos mais expectadores da vida do que propriamente atores dela. E o expectador da vida costuma ter armas mais limitadas para encarar seus problemas, especialmente fuga e agressividade.

Podemos fazer melhor, mas vamos aceitar por enquanto que uma revolução na mentalidade humana – saindo do medo como grande motivador – ainda está muito longe de ser conquistada. Vamos pensar então em como lidar com nossos problemas agora, partindo desse princípio. É uma questão de onde colocar sua energia, se no problema ou na solução. O foco do brasileiro está completamente no problema, votar contra Lula ou contra Bolsonaro faz com que se instaure a ideia de que eles e as ideologias que representam são imutáveis e invencíveis.

Como se as coisas fossem assim mesmo e fosse esperado de nós simplesmente decidir qual dos males é o menor. Ambos os lados podem ser enfraquecidos em troca de uma solução melhor, se você não é fanático por nenhum deles, não deveria sequer gastar sua energia tentando manipular os resultados da eleição em nome de nenhum dos dois. Quando o foco está apenas no problema, o problema toma conta de toda nossa percepção, gerando uma falsa escolha. Tanto Bolsonaro quanto o PT fazem questão de manter o grau de agressividade e polarização no máximo, porque é isso que faz o cidadão médio perder de vista qualquer outra opção.

Se nenhum deles consegue te vender boas ideias e um consenso básico sobre como governar o país, consegue pelo menos demonizar o adversário com a ideia de que vão causar um desastre. E é muito mais simples gerar esse terror contra o adversário do que demonstrar capacidade você mesmo. Pode ser uma das eleições mais divisivas da história do país, mas ao mesmo tempo é uma das mais preguiçosas. Ambas as plataformas mais populares no momento baseiam-se em barrar o inimigo. “Vote em mim para que o outro não ganhe!”

E num mundo baseado em medo, isso funciona. Funciona hoje e funcionou no passado, os piores regimes começaram escolhendo um inimigo comum e inflamando a população contra ele. Essa “mentalidade nazista” (entre aspas porque usa-se isso há milênios) não é monopólio da direita ou da esquerda, é uma mecânica de convencimento testada e aprovada pela história humana. Dizer porque não gosta de algo é consideravelmente mais fácil do que dizer porque gosta. Ao invés de assumir a responsabilidade pelas propostas que fazem, ambos os lados estão tentando desconstruir o pouco que o outro mostrou até aqui.

Pelo menos lembramos que o Ciro quer tirar o nome de todo mundo do SPC, que a Marina é ecochata, que o Amoêdo quer liberalizar a economia, que o Meirelles quer fazer as reformas que o Temer não conseguiu… até mesmo que o Cabo Daciolo quer que todo mundo louve a Deux… mas Bolsonaro e Haddad? Eles querem que o outro não ganhe. Percebam que eu pulei o Alckmin porque Alckmin queria ser o Bolsonaro e falhou terrivelmente.

Não estou dizendo que nenhum dos outros candidatos são válidos, mas pelo menos havia um mínimo de solução no discurso percebido deles. Se aparecer algum fã deles aqui nos comentários listando as propostas que saíram (até porque são obrigados a lançar plano de governo), entenda que é uma análise do que tornou-se a discussão política no país. As propostas ficaram em segundo plano total com as duas candidaturas mais fortes até aqui. O foco está totalmente no problema que seria se o outro lado ganhasse.

E caímos feito patinhos nisso. Estamos votando contra alguém. O sistema democrático faz muito menos sentido quando isso acontece. Por isso nem surpreende como ambos os lados sugerem uma tomada de poder, seja pela força ou pelo populismo. A democracia tirou férias nesse ciclo eleitoral, a fuga e a agressividade tomaram conta do cenário. Ficamos reféns de uma escolha basicamente impossível entre duas posições antagônicas entre si, mas que não dizem nada sobre como melhorar esse país.

Compramos a briga deles (que some assim que decidirem quem fica com a caneta e o cheque na mão) e esquecemos da nossa. Eles vão continuar mamando nas tetas públicas e sendo incompetentes em geral. Nós vamos ficar radicalizados por alguns dias e voltar a trabalhar para pagar as contas. Eu estava seriamente considerando fazer um voto “prático” logo no primeiro turno, mas sabe do que mais?

Pau no cu do Bolsonaro, pau no cu do Lula. Eles podem me forçar a essa escolha uma vez, mas não agora. Quem quer solução não bota lenha na fogueira do problema.

Para dizer que vai votar no Cabo Daciolo só para ver ele passar até o o Alckmin, para dizer que vai votar no Haddad mesmo se digitar outro número, ou mesmo para dizer que dia 7 é Lula 17: somir@desfavor.com

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Comments (24)

  • Sally, eu não tenho medo do que pode acontecer caso o PT seja eleito. Ainda assim, voto sorrindo em um Bolsonaro para não ter de volta o PT. Até votaria em algum candidato mais de centro ou de direita (voto no Amoedo no primeiro turno), mas no segundo turno, PT nem fodendo. Já ficou bastante tempo no poder, sei do que o PT é capaz.

    • Concordo com você que o PT tem que ser neutralizado, justamente nessa mentalidade: uma escolha racional, serena, sem ser movida por medo ou por desgraças que supostamente podem acontecer.

  • Sally, não sei quando você escreveu o texto, mas você viu a conversa do Haddad de nova constituinte? Isso não seria uma manobra para “tomar o poder”, usando o termo do Dirceu?

    Eu estou de fato com muito medo, porque acho que o PT vai levar essa.

    • Sim, uma nova constituinte que não seja convocada pelo povo se chama “golpe de estado”. Reescreveriam as leis para beneficiar o PT e o Lula. Felizmente isso não é fácil de fazer, só vai acontecer se TODOS estiverem coniventes e acertadas.

  • Apesar de bravatas de campanha, sabemos como funciona o sistema, no final todos se aliam para que cada um receba uma fatia do bolo.

    Em um sistema parasitário como o nosso, onde, para que a roda gire precisa do apoio de todos, não importa quem ganhe, no final todos recebem um agradinho e andam de mãos dadas. Isso acontece porque não existe ideologia no Brasil, existe sede de poder. Quem vence não está lá para implementar um sistema, uma ideia, um projeto, está lá para dar as cartas e pegar a maior fatia do bolo.

    Fui a uma “reunião” de dois candidatos a deputados estadual e federal do PT. Vivi um show de horrores. Ouvi sobre: se vocês me elegerem, será a vitória do povo negro, do povo periférico, da mulher e do homossexual (clamando pelas minorias); que a globo é golpista, que quer acabar com o PT (como se precisasse); e, que (cereja do bolo) é necessário regular a imprensa. Como fui parar nessa reunião? Fui convidada por um conhecido de faculdade (estudei em uma famosinha por ser esquerdona e empoderada), fui lá para ver com os meus próprios olhos a palhaçada que é. Ahhh, na reuniãozinha tinha cerveja liberada, com dinheiro de quem que essas coisas acontecem?
    A grande verdade é que ser político é a melhor forma de ganhar dinheiro sem ter que trabalhar ou estudar, por isso que existe quase que um sistema hereditário, vide família bolsonaro, os acm, garotinhos, cabralzinho, etc.
    Ahh, mas o povo da esquerda é menos corrupto, faz pelo povo. Faz porra nenhuma! Eles perpetuam e maximizam diferenças sociais e culturais, criam um ar de nós contra eles, fortalece o discurso de minorias que na verdade são maiorias só para ganharem voto. Mais do mesmo!
    Só para fechar, dentro dessa reunião, tinha gente que achava estranho a bolsa de colostomia do Bolsonaro não aparecer, que ele forjou o ataque para não ir mais aos programas.
    Ps.: somos todos massa de manobra.

    • Regulação da imprensa é algo que eles já falaram ABERTAMENTE que vão fazer. Para mim, é o que de pior pode acontecer, perder a liberdade de escrita. Não creio que consigam, mas só de terem essa intenção, já sinto nojo dessas pessoas!

  • O que eu vou dizer pros meus amigos gringos se o Andrade ganhar? Ele é a viúva do Lula, como dizem no RJ. Eles vão acabar de raspar o que sobrou desse lixo. Eles recebem dinheiro até de fora e compram todo mundo. Quanto menos poder se der pra essa raça, melhor. E estou cagando de medo mesmo. Sempre que tiver PT disputando eu vou ter medo.

    • Você vai dizer que esse tipo de coisa acontece por causa de um sistema educacional falho, que cria brasileiros médios. Se for o caso, diga a ele o que você já fez ou faz para mudar essa realidade

  • “Além disso, o sistema brasileiro não dá muitos poderes ao Presidente da República. Na verdade, não dá quase nada”

    Eu acho que as escolas deveriam incluir Direito Constitucional na grade curricular (tá que isso não vai acontecer nunca, mas enfim), porque o que tem de gente que NUNCA a pegou pra ler e fica bostejando sobre o que ACHA que um Presidente da República faz é assustador (juro que ouvi de uma moça, que trabalha no caixa de um mercado perto da minha casa, que se o Bolsonaro ganhar, ele “vai mandá matá as mulher tudo”. Se vergonha alheia matasse, eu teria morrido na hora em que ouvi isso).

    • Presente da República só acena e manda beijinho. Olha o Trump… Todo mundo achou que o mundo ia acabar e quase nada mudou!

      • Na verdade, o Trump tem feito muita coisa boa pelo país dele mas, como a imprensa o alçou ao posto de inimigo número um, está sempre focando em meia dúzia de erros ou mesmo em qualquer factóide que envolva seu nome. Não dá pra confiar na informação que chega.

  • “Moinho ou não moinho, dizia ele, a vida seguiria como sempre – ou seja, mal.”

    Por isso que andei pulando as postagens sobre política, quando eu começava a ler parecia que eu entrava numa máquina do tempo direcionada pra 2014. Foi tudo a mesma coisa, ameaçaram luta, jogaram toda a culpa pro Nordeste, ameaçaram impedir a Copa, quebrar tudo e sei lá mais o quê. Não passou de alguns barracos na internet e uma pichação aqui e ali. Os próximos 4 anos não serão diferentes, apesar desse hype de “população dividida” que a mídia tenta empurrar (mesmo hype de 2014, aliás). Não vai ter golpe militar, nem guerra civil, nem revolução comunista, nem fragmentação do Brasil, nem nada. O melhor que a gente faz agora é só continuar a trabalhar, comer, dormir, cagar e pagar as contas. Se surgir uma oportunidade de ir pro exterior, por que não? Mas não vou me matar por isso, pra quem já viveu quase 30 anos no Brasil, o que são mais 30?

    • Se não está bom, há duas opções: fazer a sua parte para tentar mudar a sua realidade ou sair do país. Ambos são projetos demorados, comece hoje

  • Wellington Alves

    A forma de se acabar com essa polarização é desmoralizando o PT nessas eleições. Eles são os responsáveis pelo discurso do nós contra eles.
    Foram eles, com o slogan “a esperança vai vencer o medo“, que instauraram essa política do medo. A única forma de se vencer o medo é com coragem. E é isso o que pede o atual momento. Queira ou não, essa não é a hora de se omitir, é hora de ser pragmático, o voto útil é sim um ato de coragem!
    Enfraquecer os 2 principais representantes do sistema é A única maneira de se abrir caminho para que, nas próximas eleições, esse discurso do medo saia de cena.

    • O problema não é lado A ou lado B. É a mentalidade das pessoas. Se o PT sumir do mapa, alguém surge para ocupar esse polo.

      A única forma que eu vejo de melhora, momento, é cada um tratar de tomar mais consciência e fazer sua parte, sem reclamar do outro, ficando em si.

      • Wellington Alves

        Mas teremos conseguido quebrar a hegemonia esquerdista que perdura há 30 anos no nosso cenário político. Aí sim poderemos falar em alternância de poder. Pois até agora o que tínhamos era a estratégia das tesouras funcionando tranquilamente.
        Essa estratégia comunista consiste em apresentar 2 partidos supostamente antagônicos afim de dominarem o cenário político. Cada um cortando o tecido de um lado até se encontrarem no objetivo comum.
        Por isso que o PT sempre tachou os tucanos de direita, representantes das elites, o PSDB era o “eles”, a oposição de mentirinha.
        Em 2014 essa estratégia parecia tão consolidada que o PSDB começou a botar as asinhas de fora e se assumir de esquerda para disputar os votos do PT. Tanto que Aécio deu uma declaração dizendo “pra direita não adianta me empurrar que eu não vou“ e o senador Aloysio Nunes, em entrevista ao Danilo Gentili, disse que eram mais esquerda do que o PT! Eis os trechos das entrevistas: https://youtu.be/82tqfpzFU2o e https://youtu.be/gLjfJyEn3Bs
        Já nessas eleições, vendo a população em direção ao discurso da direita verbalizado por Bolsonaro, o PSDB começou a se intitular centro direita! Não raro, sendo chamados de direita pela imprensa para poderem rotular Bolsonaro de extrema direita.

        • O poder está sempre nas mesmas mão: no Congresso. O Presidente só dá a canetada final do que o Congresso decide.

  • “Nada vai mudar” acho que essa é uma previsão muito otimista, se o PT ganhar o dólar vai bater os 6,00 reais, vão fechar as fronteiras (pra ninguém sair, entrar pode), executar opositores, rasgar a constituição e finalmente conheceremos o que é uma democracia a moda Venezuelana.

    Sim, eu tenho medo, não tem como ficar tranquilo diante de um cenário como esse.

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