Fama internacional.

O Brasil tem muitas famas ao redor do mundo, poucas realmente boas. Sally e Somir tentam escolher a pior dentre as piores, e os populares exibem seu orgulho ufanista.

Tema de hoje: qual a pior fama do brasileiro no exterior?

SOMIR

A fama de alegre. Dizem que o diabo está nos detalhes, e no caso da fama mais comum do brasileiro em outros países, a presunção de povo descontraído e despreocupado esconde uma das piores consequências: a condescendência.

Numa primeira análise, não parece de todo ruim ter a fama de ser uma pessoa animada e geralmente de bom humor. Pessoas tendem a gostar de quem torna a vida mais divertida, quem é “pra cima” normalmente recebe um bônus considerável em popularidade. Apesar de ser rabugento pessoalmente, sei que não tem nada de necessariamente errado com gente feliz e animada. Bacana, força pra elas.

Mas, estamos analisando algo maior que uma pessoa específica, estamos analisando o todo. Nada de mais em ser considerado alegre como indivíduo, mas como povo? Aí o buraco é mais embaixo. Para que toda uma categoria de pessoas receba essa imagem, é necessário um tanto de desdém pelo intelecto delas como um todo. Veja bem, não é sinônimo de burrice estar animado, mas… estar sempre animado já começa a entrar num território mais arenoso.

Se estou sendo muito sutil: um povo que é sempre feliz é meio retardado. Nem sou eu sendo amargo, é uma conclusão lógica até que simples. Quem está sempre disposto para as diversões da vida não está cansando o cérebro com mais nada. Então, por mais que a fama gere sorrisos no exterior (isso é, se você estiver bem vestido), são sorrisos com uma dose nem um pouco saudável de condescendência.

Bacana ser a pessoa animada, mas péssimo ser o bobo da corte. Porque a vida não é só intoxicação e simulação de cópula ao som de batuques, tem coisa muito mais séria acontecendo. E é nessas horas que a fama começa a pesar… as pessoas de outros países vão te levar inconscientemente menos a sério. Como se você não fosse a pessoa certa para tratar de assuntos mais profundos do que rebolar e chutar uma bola.

O que até pode ser válido caso você esteja viajando só por diversão, mas te torna uma pessoa mais bidimensional, que não é lembrada na hora de fazer um negócio, dividir conhecimento ou algo do tipo. Num mundo como o atual, extremamente conectado, boas oportunidades de crescimento pessoal normalmente passam pela relação com pessoas do resto do planeta. Foi-se o tempo que dava para ficar rico só falando português (ok, ainda existe a política), até mesmo funkeiro está colaborando com artistas internacionais!

E como uma opinião como a minha vai ser vista como amarga e chorona para muita gente, o habitual é acharem que essa fama de alegra é elogiosa. Quando a pessoa sequer tem que se preocupar com reações negativas pelo seu preconceito, ele fica totalmente sob o radar, indetectável. Então, até mesmo um estrangeiro que só tenha boas intenções é capaz de não pensar em você para algo mais sério que uma balada pelo simples fato que “brasileiro é alegre”.

Vamos pensar em outro povo tão fodido quando o brasileiro: o indiano. A fama internacional deles tem a ver com porquice, mas também com foco em tecnologia. Em vários países de primeiro mundo, os indianos são conhecidos como a mão de obra mais barata em programação e suporte técnico do mundo. Não é uma fama 100% agradável, mas esse preconceito te faz enxergar um indiano como alguém que tem noção de trabalhar com computadores e aprende rápido.

O chinês? O chinês pode ter todos os seus problemas, mas são os reis do hardware. Você lembra de condições de trabalho horríveis e produtos baratos. Ideal? Claro que não. Mas você sempre pensa num chinês num contexto de mais seriedade. E nem comecemos a falar de povos com famas realmente boas de seriedade como os alemães. Um alemão festeiro e divertido pode expor esse seu lado quando quiser, mas sempre vai ser lembrado como alguém que sabe fazer coisas bem feitas e é muito organizado.

O ponto aqui é: a fama de alegre e divertido do brasileiro gera um preconceito que elimina oportunidades para nós antes mesmo delas nos serem apresentadas. É muito mais fácil quando você é levado a sério logo de cara e depois tem a escolha de demonstrar um lado mais divertido. Agora, o caminho inverso é bem mais tortuoso. Condescendência é algo terrível de tirar, pior que fama de corno.

Você individualmente pode montar sua imagem para ser visto como alegre, mas quando isso cai em cima do você por causa do país que nasceu, pode apostar que seu país projetou uma imagem muito errada.

Para dizer que eu não gosto de felicidade, para dizer que prefere fama de festeiro do que nerd, ou mesmo para dizer que não é retardado: somir@desfavor.com

SALLY

Qual dos estereótipos normalmente atribuídos a brasileiro é o mais nocivo para a imagem do país?

Desonestos. Essa fama de malandros, de safados, de aproveitadores é um câncer que está por trás de todas as outras famas ruins do brasileiro.

A desonestidade é a raiz de tudo que é ruim sobre o brasileiro. A mulher está dando em cima do gringo porque é puta, porque quer cobrar, porque quer se dar bem dando um golpe para sair do país? Tudo desonestidade. O brasileiro vai pegar o seu dinheiro e não vai fazer o serviço, ou vai fazer mal feito, ou vai te roubar dizendo que algo que é desnecessário é necessário? Tudo desonestidade. A malandragem é a mãe da má-fama nacional.

Quando se é desonesto na essência, tudo pode ser mentira. Nada deve ser sincero, tudo que é dito ou feito deve ter uma segunda intenção oculta, sempre voltada para que o brasileiro se dê bem. Assim, da desonestidade nasce a falta de confiança. Brasileiros não são confiáveis. Brasileiros não hesitam em mentir, enganar, distorcer as regras para se dar bem. E, a partir do momento em que um grupo não é confiável, que se parte da premissa que ele quer te passar a perna, este grupo se torna um “inimigo”, alguém do qual você tem que se proteger.

Olha, eu sinto repulsa por todo o ridículo barulhento o colorido que brasileiro sempre passar no exterior. A falta de educação, a falta de adequação, a falta de bom senso, sim, tudo isso pesa, mas são coisas que, em minha opinião, causam um dano menos. Causam pena, causam um certo distanciamento ou, no máximo uma piadinha maldosa. Ser um babaca subdesenvolvido colorido e barulhento é humilhante, mas não coloca o resto do mundo necessariamente na posição defensiva.

A desonestidade é uma ameaça real. O mundo sabe que o brasileiro é capaz de ir ao limite da desonestidade: rouba dinheiro de hospital (ou vota em quem rouba), dinheiro da merenda das crianças ou o tão famoso caso de dinheiro da UNICEF, das criancinhas. Isso passa uma sensação muito ruim de que não há limites para a desonestidade: pode morrer gente, pode morrer criança, pode acontecer o que for, a desonestidade sempre fala mais alto. Isso é muito assustador, isso faz com que o brasileiro seja excluído do resto do mundo como cidadão confiável.

Outros defeitos padrões como breguice, cafonice ou falta de educação podem ser atribuídos a causas externas como cultura ou falha no sistema educacional. Também podem ser corrigidos. Já a desonestidade não, ela é índole, ela é questão de caráter, está no íntimo de cada pessoa e não me parece passível de correção. Honesto não se “está”, honesto se é. Ou você é ou você não é. Logo, o estado de desonestidade nacional soa quase que como irreversível para quem vê de fora.

É assim que brasileiro é visto: desonesto. Em muitos lugares turísticos pelo mundo há treinamentos específicos só para lidar com grupos de brasileiros, e faz parte do treinamento alertar o funcionários para que não roubem coisas nem apliquem golpes. É institucionalizado: até segunda ordem, brasileiros são assim. Imagina que boa vontade para contratar, hospedar ou até se tornar amigo de brasileiro que os gringos tem.

Sempre se espera uma malandragem, uma segunda intenção de fundo. E é merecido. Coisa mais engraçada é ver mulher brasileira indignada por ser tratada como prostituta. Gente, a realidade da vida é essa, não é preconceito, é pós-conceito. A maior partes das mulheres brasileiras de fato se comporta de forma indigna com gringos então, as pessoas seguem essa premissa.

Não creio que exista coisa pior do que a presunção de desonestidade e malandragem usando a questão sexual para obter benefício. Isso é o mais baixo que o brasileiro poderia ter chegado. E ainda reforça esse estigma com turismo sexual, vinculando o Brasil a bunda, aplaudindo mulheres que “caçam” gringos e os usam para alavancar sua vida, saindo do Brasil. Nem tão cedo esta fama vai mudar, e não consigo pensar em outra pior.

Quando você é apenas um idiota, um imbecil bem intencionado, um patético, o mundo ri da sua cara, sente pena mas não necessariamente fecha todas as portas. Ainda há coisas que pessoas incompetentes porém simpáticas podem conseguir. Mas quando você é desonesto, bem, todas as portas se fecham. A menos que seja para matador de aluguem ou para qualquer outro trabalho sujo, ninguém quer um desonesto por perto. Uma pessoa que pode obter uma vantagem ilícita às suas custas, que pode pegar sua mulher (e se achar o máximo por isso), que pode se dar bem a qualquer momento não importa o que ou quem ela tenha que sacrificar para isso.

Um idiota só faz mal a ele mesmo, desde que não lhe seja confiada nenhuma tarefa importante. Um desonesto é um perigo em potencial para todo mundo, pois não possui um limite ético, muito menos consciência. Isso pode se refletir em tudo, desde pequenas coisas como levar para casa o troco errado que recebeu, ficando com um dinheiro que não lhe pertencia, até ter um caso com a mulher do amigo. É a cada segundo, é a cada instante o perigo de dano a terceiros.

Não se enganem, essa imagem alegre e malemolente que brasileiro adora achar que tem no exterior não é o que melhor o representa. Brasileiro é visto como desonesto, como alguém a ser observado, que merece providências. É preciso se precaver de brasileiros, o que leva a um circulo de desconfiança que não apenas mina reputações como também fecha portas.

Para dizer que eu tenho inveja de brasileiros, para dizer que brasileiro não tem competência para chegar a se classificado como desonesto ou ainda para dizer que o que mais queima o Brasil são as próprias mulheres: sally@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Etiquetas: ,

Comments (30)

  • Já passei por uma situação de estar em um point em Ipanema e um americano sair perguntando ás meninas, do nada (E sem qualquer senso) “Hey, do you wanna drink with me? You’re pretty.” O pior foi: ALGUMAS ACEITARAM!!!!
    Será que isso é fundamentado em racismo, também (Apesar da má imagem da brasileira ser formada por ela mesma)? Percebi que gringos abordam muito mais mulatas/ negras com propósito de seduzir, ou achando que são garotas de programa. Nisso, agradeço de joelhos por ser mais branca do que a parede!

  • A fama do brasileiro é do vagabundo bobo-alegre que tem orgulho de passar os outros pra trás. E apesar de termos espécimes assim em toda a Banânia, isso se potencializa no Hell de Janeiro (nada me tira da cabeça que o calor tem sua parte de culpa nisso), e como aquele inferno é a vitrine do Brasil, nosso conceito na gringa é especialmente ruim.

    Temos a fama de ser aquele cara que chega atrasado nas reuniões, que quando vai prestar um serviço além de cobrar mais caro se perceber que o contratante não manja nada do assunto, presta um serviço meio merda e manda aquele “desculpa qualquer coisa” na saída que é essencialmente uma forma mais afável de dizer “fiz umas gambiarras no serviço e não vai demorar muito pra você descobrir”. E faz isso perdendo prazo. A parte do bobo-alegre é aquela falta de noção de espaço alheio, que mal conhece a pessoa e já quer levar pra sua casa, que mal conhece a pessoa e já quer ir na casa dela, que é barulhento e expansivo e acha que quem não é é um recalcado amargo e prepotente.

    Aliás, queria saber de onde vem o mito do brasileiro hospitaleiro. Brasileiro é um bicho recalcado pra caralho que sofre daquilo que eu chamo de falsa modéstia: se está diante de alguém igual ou mais humilde, gosta de fazer aquela pose condescendente, faz elogios e o caralho aquático. Mas se está diante de alguém mais bem sucedido ou que viva num país melhor, pronto, já começa a cuspir veneno. Inclusive é por isso que aqui não se tem o costume de compartilhar coisas boas que acontecem com você: a inveja é pesada, dá pra sentir no ar. NINGUÉM merece ser ou estar melhor do que o brasileiro médio, e se é ou está, é porque fez algo errado, é porque se aproveitou dos outros, é porque teve privilégios. Ele se orgulha de ser medíocre porque pobreza e ignorância são sinônimos de integridade e honestidade.

    • Brasileiro só é legal com alguém quando tem um interesse. Nunca vi povo mais interesseiro. E sim, você tem razão, boa parte dessa fama ruim vem do Rio de Janeiro, o esgoto quente e ensolarado do Brasil.

  • Eu só sei que eu odeio a fama de puta sorridente e rebolativa que a brasileira tem. (2)

    Uns anos atrás eu fui com a minha irmã visitar um tio meu na Finlândia. Fiz escala em Portugal e vivi um verdadeiro inferno lá. Perdi meu voo porque o pessoal da imigração não queria me liberar de jeito nenhum. Não falaram abertamente pra mim, mas eu tenho certeza que acharam que eu estava lá pra me prostituir ou fazer coisa errada (Porque, né… Duas moças jovens, brasileiras e sozinhas na Europa boa coisa não há de ser). Até eu conseguir resolver tudo e provar que eu não era uma delinquente levou umas 3 horas.

    E hoje você nem pode criticar brasileira que se porta como vagabunda no exterior, senão vem a turma da lacração achar que você está sendo “maxistaaannn” (pra piorar a situação). Mas eu reforço o que foi dito, brasileira que fica surtada por causa de gringo é nojento sim (e acho pouco quando elas veem que o “xerecard” delas não vale coisa nenhuma quando são dispensadas por estrangeiros).

    • Prejudica a todas as mulheres.

      MULHERES prejucando mulheres e as prejudicadas não podem reclamar se não levam pedrada. Tá fácil?

  • Sally, o troço é tão tuim, que até em jogo online, se você fala que é brasileiro, neguinho já não te quer perto, porque você vai dar algum golpe, ou está usando algum cheat, ou vai simplesmente encher o saco. Como pode uma raça ter má fama até em joguinho? Ughs!

    • Sim, o brasileiro é desonesto nas pequenas coisas. E ainda se acha queridão, carismático, prestigiado internacionalmente. Haja negação.

      • Lembro que na época em que eu jogava Warcraft. O jogo tem muitos servidores, cada um com um nome específico referente a um objeto, personagem ou local do jogo, o Brasil tinha a sua lista.

        Quando você ia fazer missões em grupo, você entrava numa fila e o jogo juntava você com mais jogadores que estivessem no seu nível e estivessem procurando parceiros para fazer essas missões. Quando em grupos, seu personagem aparecia como (Nome do Personagem), (Nome do Servidor) e Clã que está filiado. Ou seja, os outros tem como saber de que país você é. Nas missões de nível mais alto, se você calhasse de ser o único brasileiro, havia uma boa chance de abrirem uma votação pra expulsar você do grupo, os outros votavam sim e lá ia você de volta pra fila.

        Tem uma classe, Caçador, que é bem útil nas missões, mas tem o potencial de avacalhar com tudo por causa de algumas técnicas que, mal usadas, atraem todos os inimigos do local pra cima do grupo de uma vez, o que invariavelmente acaba na morte de todos os jogadores do grupo. Ser um caçador brasileiro era como andar com um cartaz preso nas costas escrito ME CHUTEM em letras garrafais.

  • Nesses últimos anos vivendo fora do Brasil, inúmeras vezes me deparei com os pontos citados por Somir e Sally.
    A fama de feliz, festeiro, amante de futebol e samba é muito chata, concordo. Já notei que algumas nacionalidades tendem a nos inferiorizar intelectualmente devido à esses fatores. O que normalmente faço é cortar essa palhaçada logo no início da conversa. Assim que descobrem que sou brasileiro, logo falo que não gosto de esportes e toda a palhaçada brasileira; e sou a pessoa menos brasileira que eles poderiam conhecer. Resolvido.

    Como a Sally pontuou: A desonestidade é uma ameaça real.
    Já vi inúmeras barbaridades de brasileiros vivendo no exterior:

    -Casos de brasileiros que alugam quartos para brasileiros ilegais, promovem esse comércio em rede social, cobram semanas de aluguel adiantado, e tão logo os ilegais chegam, eles ligam para a polícia de imigração e o denunciam – e ficam com os meses de aluguel pago;

    -Brasileiros que trabalhavam comigo numa multinacional e descobri que eram uma máfia que roubava os estoques da empresa;

    -Brasileiros que abusam das regras do visto de estudo e trabalho, utilizando-o apenas para trabalhar, e consequentemente causando mudanças nas leis daqui para impedir esse tipo de atitude;

    -Inúmeras vezes que ouvi “não gostamos de contratar brasileiros, vocês são desonestos e gostam de formar gangues” em entrevistas de emprego e empresas famosas;

    -Brasileiros com passaporte europeu, que vem pra cá como “cidadão europeu”, solicitam benefícios sociais (auxílio moradia, estudo, etc), trabalham o mínimo possível pra nao perder os benefícios, enquanto isso vivem uma vida de blogueiros de viagem nas redes sociais financiada pelo dinheiro público;

    -A mesma situação acima, só que aproveitam que não precisam pagar aluguel, mandam esse dinheiro todo para o Brasil e compram mansões, carros de luxo, sítios etc – enquanto “fingem” serem pobres aqui para usurparem dos benefícios.

    -Brasileiros/Europeus que solicitam moradia social, sublocam a moradia para terceiros;

    Poderia citar tantas outras coisas que acabaria rendendo um texto…
    Infelizmente esse tipo de atitude fode a imagem de quem, como eu, não compactua com o jeitinho brasileiro e toda essa desonestidade.

  • Triste verdade Sally. Realmente as br se comportam como putas quado se trata de conseguir visto para ir embora do país. Trabalho em meio a estrangeiros que vem ao Brasil a intercâmbio e, sem exagero, a maioria das mulheres aqui não podem ver gringo e se comportam como cadelas no cio. é nojento, nada garante que você ganhe a permanência em um paìs dessa forma, mas elas acreditam fielmente que conseguirão melhorar de vida assim. Conheço gente que tentou o golpe e voltou ao brasil, com filho e tudo, e foram abandonadas. Não sei de onde que elas tiram essas ideias. Mais triste ainda é ver com os próprios olhos essa putaria e a negação: “Ain, não somos mais vistas assim”. Se acham espertas demais e depois se lascam. pior que eu queria visitar alguns países, mas morro de vergonha e sei das humilhações que as brasileiras passam por lá. Como vc mesma disse, é pós-conceito.

    • Acho curioso essa negação que o brasileiro tem da sua verdadeira imagem internacional. É uma dupla negação, primeiro porque não acham que se portam de forma errada (principalmente as mulheres) e também negam que sejam vistas como putas, acham que uma minoria preconceituosa pensa assim. É lamentável, ao não encarar a realidade, a pessoa não tem oportunidade de se corrigir e melhorar.

  • O pior é ser chacota internacional ppr motivos políticos, mas a fama que a mulher brasileira carrega é a pior coisa. É humilhante, é um estigma. Eu não tenho palavras para definir o que eu sinto.
    Ano passado, fui a Portugal e fiquei numa vila pequena, me senti um pouco vendida quando a vizinha supôs só pelo fato de estar solteira e ser brasileira que estaria disponível e interessada em sair com o filho dela muito mais velho que eu. Esse meu sentimento de asco sobre esse assunto pode ser fruto desse estigma? Sim, pode. Ela pode ter feito uma aproximação entre mim e o filho dela sem pensar em nada disso? Também pode. Eu só sei que eu odeio a fama de puta sorridente e rebolativa que a brasileira tem.
    Eu penso em morar fora para estudar, e já sei que vou ter que dissimular um modo carrancuda e séria para não ter que passar por situações das quais eu não mereço passar. A desonestidade do brasileiro é horrível, mas o que mais me afeta é a fama de puta que a brasileira tem.
    Desculpa o desabafo.

    • Sim, até provar que você não é a maioria, vai demorar um tempo, mas basta você ter postura e eles vão perceber.

      Mulheres são as que mais detonam a imagem das mulheres, é impressionante.

      • Sim, para as brasileiras sérias, que querem estudar, trabalhar ou apenas conhecer um país novo, esse estigma é terrível! E não precisa nem sair do país para sofrer com ele. Certa vez eu fui assediada via LinkedIn (sim, LinkedIn!) por um gringo que queria ou uma esposa por encomenda, ou traficar meus órgãos, nunca saberei, pois denunciei o perfil na hora.

        • Uma vez eu estava na praia, no próprio Rio de Janeiro, quando uns gringos chegaram quase que me puxando pela cintura. Quando viram uma tatuagem que tenho e se deram conta que eu era argentina, ficaram muito constrangidos, pediram mil desculpas e disseram “Desculpa, pensamos que você era brasileira”

    • Maya, a viada da bike

      Quando fui à Europa sofri também, e olha que eu tinha só 15 anos. Dói muito sentir na pele a forma como nós somos vistas logo de primeira. O jeito é enfrentar de cabeça erguida e ter postura. Boa sorte, anônima!

    • Uma conhecida minha viajou pros Estados Unidos e convidaram ela pra uma “festa”. Acabou que não era uma festa mas sim uma suruba coletiva. Viu o nível? Apesar de tudo ela ainda quer morar lá, porém sofre horrores. Uma coisa que aconteceu comigo aqui no Brasil mesmo foi um velho me parar no meio da rua, percebi que era estrangeiro pela fala, me perguntando se eu queria tomar café. Assim do nada. Eu fiquei PASMA. Eles devem pensar de verdade que qualquer mulher aqui é puta, não importa quem. Qualquer uma.

  • O Brasil está como está e tem a imagem que tem, por culpa dos brasileiros. Aliás, o único povo que fala mal do próprio pais é o brasileiro. O país tem problemas, como todos os outros. E muitos desses problemas seriam resolvidos se os críticos do país fizessem a sua parte.

    • Sinto te desapontar, mas argentinos falam mal de si mesmos, venezuelanos falam mal de si mesmos, chilenos falam mal de si mesmos, ingleses falam mal de si mesmos e muitos outros povos falam mal de si mesmos.

      O mal do brasileiro é isso que você acabou de fazer: afirmar com base em achismo, sem estudar, sem pesquisar sem saber. Aí ficam desmoralizados.

      • Milionário em euro$ (não-praticante) & sem paciência para novata

        Pois é, Sally; é por causa desse tipo de BMs (mau exemplo : yvone) que dupla e/ou outra nacionalidade parecem (ou até são !) tão viáveis para vááááárias pessoas…

        Voltando à pergunta : a pior fama internacionalizada de brasileiros é a da desonestidade; tenho certeza disto antes de estar (re)lendo vocês nesta madrugada.

Deixe um comentário para yvone pereira Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: