Transtorno Dissociativo de Identidade.

Quem é você? Tem certeza? E se além de você, existisse outra “pessoa” aí dentro que, de tempos em tempos, assume o volante e te joga para o banco do carona, sem que você consiga se lembrar do que esse outro você fez? Múltiplas personalidades não são lenda, histeria ou sugestão. Não são possessão demoníaca, incorporação ou um fenômeno divino. São um problema físico e mental, real e comprovado. Desfavor Explica: Transtorno Dissociativo de Identidade.

O Transtorno Dissociativo de Identidade, mais conhecido como “Múltiplas Personalidades” ou “Dupla personalidade”, é uma condição mental em que um único indivíduo demonstra características de duas ou mais personalidades ou identidades distintas, cada uma com sua maneira de perceber e interagir com o mundo. Recentemente ela foi retratada no filme “Fragmentado” de M. Night Shyamalan e já ilustrou muitos outros filmes e livros.

É reconhecida como doença faz pouco tempo (só foi reconhecido pela Associação Americana de Psiquiatria em 1980), ou seja, vem sendo estudada com seriedade há poucas décadas, por isso ainda não se sabe tudo que se gostaria sobre TDI. No passado era tratada como possessão demoníaca, bruxaria e outras explicações pouco técnicas. É uma doença de difícil estudo e comprovação, que ainda encontra resistência em parte da comunidade médica.

Não se sabe com certeza por qual motivo ela “acontece” na vida de uma pessoa, mas, a teoria mais aceita é a de que estas diferentes personalidades surgem como mecanismo de defesa para lidar com situações traumáticas às quais a pessoa foi exposta sem ter estrutura psíquica para conseguir lidar adequadamente. Essas diferentes personalidades seriam uma ferramenta de defesa, em sua maioria, contra abusos cometidos sistematicamente, na maior parte das vezes, dentro de casa e durante a infância do paciente.

O abuso, de qualquer tipo que seja, pode ser insuportável de lidar, então, a mente “se afasta” (papo técnico: dissociação) como mecanismo de defesa, “se desliga”. Mas, alguém tem que estar no volante desse carro, então, como uma ficção ou medida desesperada, a mente e “cria” uma outra personalidade mais apta para lidar com a situação de estresse e abuso. Posteriormente, essa personalidade pode retornar diante da ocorrência de uma situação que lhe remeta a esse evento ou à sensação de desamparo que o evento desencadeia. É como vestir uma armadura, só que na sua personalidade.

Geralmente abusos repetidos, sofridos na infância (violência, ameaças, abuso sexual etc.), quando o ser humano é mais vulnerável e tem menos estrutura para se defender e lidar com eles, são os principais responsáveis por esse start. Abandono sem que a criança esteja pronta para lidar sozinha com a vida também pode ser uma causa. Porém, também é possível que adultos com uma infância feliz desenvolvam TDI, geralmente fruto de um grande trauma pontual, coisas como um acidente sério ou um desastre. Quando falamos da mente humana, falamos de tendências, não de certezas.

Segundo estudos mais recentes, há uma confluência de fatores físicos com fatores psicológicos que podem levar ao TDI.

Fisicamente falando, situações traumáticas e de grande estresse levam à atrofia de uma parte do nosso cérebro (papo técnico: hipocampo e amigdala) e essa atrofia gera uma diminuição progressiva da capacidade de funcionamento desta parte do cérebro. Essa diminuição seria o principal start para o TDI: quando a situação traumática se repete, ela fragiliza sistematicamente esta área, até que algo se “quebra”, algo se fragmenta na mente humana e ela passa a funcionar como se fossem várias mentes.

O hipocampo e a amigdala (estruturas que estão conectadas) em pessoas com TDI podem ser até 20% menores do que em indivíduos considerados normais. O hipocampo é basicamente a sede da memória humana no cérebro (o que explica as crises de amnésia sofridas entre personalidades diferentes) e a amigdala, responsável pela percepção de emoções. Mas as causas deste transtorno não são apenas físicas, se você simular esta diminuição de tamanho em um ser humano, não necessariamente vai obter como resultado o desenvolvimento de TDI. É uma junção de cérebro e mente.

Psicologicamente falando, quando sofremos um grande trauma com o qual não temos estrutura para lidar, algo na nossa personalidade “desliga”, “se afasta”, “se separa” daquele evento, para preservar nossa vida e sanidade mental. Simplificando grosseiramente, é o que a psicologia chama de “dissociação”.

É muito comum escutar de pessoas que passaram por situações extremas, como por exemplo, tortura, a vivência de sensações de dissociação, coisas como se afastar do próprio corpo, sentir uma anestesia e até se ver fora do corpo, para não vivenciar aquilo. O problema é: alguém tem que estar no comando, então, quando a sua personalidade se afasta, não se sabe muito bem como, por mecanismo de sobrevivência, se “cria” outra para assumir o volante.

Quando esta combinação física e mental ocorre, abre-se uma porta para duas ou mais personalidades coexistirem. Uma vez aberta esta porta, é possível que a outra personalidade volte de tempos em tempos, quando uma situação qualquer relembrar a condição insuportável que tornou necessária sua criação. Eventualmente, a vida da pessoa pode passar a ser um grande rodízio de personalidades, sem que ela se lembre do cada uma disse ou fez.

Normalmente há uma personalidade predominante, que passa mais tempo “ativa” e outras secundárias, que aparecem temporariamente. Quando uma personalidade entra, a outra sai e a consciência é fragmentada: cada personalidade se lembra apenas do que aconteceu quando ela estava ativa, lembrando nada ou quase nada do que aconteceu quando as outras tomam o seu lugar. É mais comum que poucas personalidades se alternem (cerca de 3 ou 4), porém há casos onde uma única pessoa desenvolveu mais de 60 personalidades diferentes.

Não escolhi este tema por curiosidade mórbida. Escolhi porque, no meu entender, o Transtorno Dissociativo de Identidade, apesar de ser um problema sofrido para quem o vivencia, tem um lado muito interessante a ser pensado: é a maior prova do alcance do poder da mente humana.

A informação mais valiosa deste texto, que serve para reflexão de todos nós, vem agora: ao mudar de personalidade, não raro a pessoa muda sua realidade física também, o que nos leva para aquela frase que vocês cansaram de ler este ano: sua mente cria realidade. Não por mágica ou misticismo, mas por um mecanismo ainda não compreendido e dominado pelos humanos.

Quando incorpora diferentes personalidades, muda o semblante, a voz, a linguagem corporal e até mesmo a força física que a pessoa tem. Mas isso é só a ponta do iceberg. Acontecem coisas muito mais surpreendentes, que tornam inegável o poder da mente e como ela é capaz de transformar nossa realidade. Muitos supõe que seja sugestão ou fingimento, algum tipo de “histeria”, mas a ciência já se encarregou de bater o martelo: é real.

Já está comprovado que cada uma das personalidades alternativas tem um único perfil de eletroencefalograma, ou seja, simplificando de forma grosseira, cada uma das personalidades tem uma “impressão digital neurológica” própria, diferente das demais. Isso é algo que a ciência não esperava que pudesse acontecer, que um cérebro se “transforme” em outro cérebro. Mas acontece.

Exames de Ressonância Magnética também comprovam que não há qualquer chance de ser um fingimento ou uma fantasia, a mudança cerebral é real, em um patamar que não poderia ser emulado pela pessoa: muda toda sua programação do cérebro. Isso se reflete de forma assombrosa também no corpo. É um grau de mutação que interfere em todo o funcionamento do organismo, de forma surpreendente e inacreditável.

Por exemplo, já ocorreram casos comprovados de pessoas cuja personalidade dominante era diabética, mas quando trocava de personalidade, a outra não era, então, o corpo conseguia lidar perfeitamente bem com açúcar: a pessoa comia doces e seus níveis de glicose no sangue continuavam baixos. Este caso foi inclusive retratado no filme “Fragmentado”. A mente humana é capaz de controlar o funcionamento do corpo em proporções que nós sequer imaginamos. Nós temos esse controle em algum lugar, só não conseguimos acessá-lo conscientemente – ainda.

Em outro caso ainda mais surpreendente, uma alemã de 33 anos, que ficou cega aos 20 anos, em decorrência de um acidente (papo técnico: cegueira cortical, um dano cerebral ocasionado pelo acidente, não uma cegueira psicológica) conseguia enxergar perfeitamente quando “incorporava” suas outras personalidades. A parte do cérebro da moça responsável pela visão estava morta, e ela conseguia ver quando mudava a personalidade. Isso é um indício (não uma prova, um indício) que nossa consciência talvez possa se sobrepor ao físico a ponto de superar até mesmo a “morte” de uma parte do seu corpo.

Há casos comprovados onde, ao mudar de personalidade, muda também a cor dos olhos da pessoa, ou seja, em alguma proporção que ainda não conhecemos, a consciência é capaz de alterar nosso físico de forma perceptível e inquestionável. Não estamos falando da percepção do interlocutor e sim de exames realizados que indicam a mudança na tonalidade do olho. Ninguém explica, mas acontece.

Em outros, o corpo apresenta cicatrizes em uma personalidade que desaparecem quando outra toma o seu lugar. Também há casos onde uma personalidade tem alergias e outras não. Mas, talvez o caso mais surpreendente seja o de uma personalidade que tinha câncer, mas, ao trocar para outra, o corpo simplesmente conseguia combater esse câncer e ele desaparecia. Repito: sua mente cria realidade, você é que não sabe como acessar esta ferramenta maravilhosa. Não é fascinante?

Esses casos, combinados com outras informações intrigantes, chamaram a atenção de pesquisadores e ajudaram a criar uma nova área, a “Psiconeuroimunologia”, ou PNI: Psico = Mente, Neuro = Cérebro, Imuno = Sistema Imunológico, logia = Ciência. Ou seja, o estudo de como a mente e o cérebro influenciam no sistema imunológico. A proposta é avaliar até onde a mente controla nossa saúde e bem estar, mesmo que de forma inconsciente, sem que a gente perceba. Ou, em bom português: até onde a mente pode nos adoecer ou nos curar. Os estudos são todos muito interessantes.

É uma área recentíssima, mas o pouco que vem pesquisando já aponta para uma direção controversa: é possível que nossa mente seja responsável por criar doenças e, como criadora, ela teria o poder de curá-las se a pessoa souber acessá-la da forma correta. Obviamente a ideia da mente acima da matéria, da mente controlando a biologia, ainda encontra muita resistência e esse assunto ainda vai dar muito pano pra manga, mas é bom que ao menos se saiba que essa possibilidade existe e vem sendo estudada. É um tema complexo que um dia vai ganhar seu texto próprio.

Hoje, estima-se que o Transtorno Dissociativo de Identidade afete entre 1 e 3% da população mundial, porém, apenas uma minoria é diagnosticada. O Brasil tem um índice baixo de portadores de TDI nas estatísticas, mas especialistas acreditam que não seja baixa incidência e sim pouco diagnóstico.

Graças a um sistema de saúde precário (onde as pessoas não têm acesso ao diagnóstico) e às fortes crenças religiosas que dominam o Brasil (fica mais fácil explicar como uma incorporação, uma possessão ou até mediunidade) muitos pacientes morrem sem um diagnóstico correto. Por sinal, não só no Brasil, mas no mundo, não é raro que pessoas com TDI só sejam corretamente diagnosticadas após passarem metade da sua vida convivendo com este transtorno. É que nem sempre são casos gritantes como aparecem nos filmes, pode se apresentar de forma muito mais sutil.

Por exemplo, pessoas normalmente pacíficas, gente boa e bem-humoradas que, de tempos em tempos tem um “surto” de raiva, quando alguma situação gera um gatilho que a relembra (ainda que de forma sutil e indireta) do grande trauma que gerou o TDI. Não raro vemos pessoas que tem esses surtos de raiva dizendo que “ficaram cegos”, que “não vi mais nada na minha frente”. Percebem? Não precisa mudar a voz, a cor do olho e o idioma que a pessoa fala, pode ser algo rápido e sutil, como um rompante violento que não condiz com o que a pessoa costuma mostrar no seu dia a dia. Outra personalidade assume para “defender” a pessoa, ainda que por uma fração de segundos, faz um show intimidador e vai embora com sua “missão cumprida”.

A ficção abusa do TDI, relatando casos extremados e muitas vezes estereotipados, que podem induzir medo e preconceito. Desde “O médico e o monstro” até o filme “Identidade” e o próprio “Fragmentado”, somos levados a crer que os portadores de TDI podem ser muito perigosos, o que nem sempre é verdade. Também presta um desserviço aos diagnósticos, pois nos levam a acreditar que só casos escabrosos com mudanças caricatas são Transtorno Dissociativo de Identidade. Tenham me mente que a arte precisa de sua dose de exagero para ser interessante e que a realidade nem sempre corresponde a isso.

A verdade é que existe uma zona cinzenta enorme quando falamos nesse tipo de condição. Quando falamos da mente humana, no geral, há infinitas nuances: variações mais brandas de TDI, outras condições parecidas, uma junção de várias condições, uma condição nova e totalmente desconhecida… tudo é possível. O que quero dizer é que você não vai bater o martelo de um diagnóstico com um texto superficial de quatro páginas. Mesmo especialistas com décadas de experiência podem levar diversas consultas para encontrar um diagnóstico. E, quer saber? O diagnóstico não é o mais importante. O mais importante é como médico, psicólogo e paciente vão lidar com isso.

Mas, no geral, as pessoas precisam de um diagnóstico, de um nome, de uma classificação para o que está acontecendo com elas. Então, saiba que o diagnóstico deve ser feito por um psiquiatra, após uma cuidadosa investigação clínica do paciente, e, por ser subjetivo, requer muito cuidado e atenção. Por isso é recomendado que a pessoa procure mais de um médico, para ter acesso a diferentes perspectivas.

O erro mais comum no Brasil é que o Transtorno Dissociativo de Identidade seja confundido com esquizofrenia. Não é. A diferença é bem simples: em uma comparação simplória, na esquizofrenia é um coral (todos cantam juntos), no TDI é um dueto (quando um canta o outro cala a boca). O esquizofrênico escuta outras vozes coexistindo com a sua, que interagem entre si, o que não acontece no TDI, que é marcado por episódios de amnésia e mudança de comportamento sistemática, consistente com diferentes personalidades.

Outro fator que pode dificultar o diagnóstico é o fato do TDI geralmente coexistir com outras condições, como depressão e síndrome do pânico. Fica mais difícil separar os sintomas do que pertence a quem. Se o médico procurar uma única condição que abarque todos os sintomas não vai encontrar, pois o que se apresenta é um mix de sintomas de diversas condições juntas.

O TDI não tem “cura”, ou seja, garantia de que nunca mais vai se apresentar na vida da pessoa. Porém, a condição pode regredir e portador ter uma vida funcional, desde que realize a manutenção constante (e eterna) necessária. Geralmente o tratamento é feito combinando terapia com remédios, com a intenção de fundir todas as personalidades em uma só. Porém, a pessoa nunca deve esquecer que ela tem essa “porta aberta”, se não cuidar dessa condição de forma permanente, pode ter problemas.

O Transtorno tem maior incidência em mulheres, ao que tudo indica, por elas serem mais suscetíveis a abusos, por sua fragilidade física e social. Estima-se que o tempo médio que um paciente leva para conseguir um diagnostico após o início da percepção dos sintomas é, em média, de sete anos. O objetivo final do tratamento, como já falamos, é fundir todas as personalidades em uma só, mas também é possível conseguir uma vida funcional se o paciente alcançar uma relação pacífica e de cooperação entre as personalidades.

Se você acredita que possa sofrer de TDI, procure não um, mas vários psiquiatras. Psiquiatras que te escutem, que façam uma consulta longa, de pelo menos uma hora, conversando com você e demonstrando interesse no que você diz e te levando a sério. Procure mais de uma opinião e, tenha em mente que, o que quer que você tenha, é tratável e você pode recuperar sua qualidade de vida, desde que entenda e aceite que é necessária uma manutenção com terapia constante, coisa que, por sinal, todos nós deveríamos fazer, com ou sem TDI.

E se você conhece alguém que possa ter TDI, tente salvar essa pessoa da ignorância, deve ser muito difícil ser portador de um transtorno como esse no Brasil. Leve informação, que, em última instância, é a melhor ajuda que todos nós leigos podemos dar. Pode fazer toda a diferença na vida da pessoa.

Para dizer que quer um texto sobre Psiconeuroimunologia, para dizer que isso é encosto ou ainda para dizer que dá para se safar de muita coisa colocando a culpa em TDI: sally@desfavor.com

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Comments (16)

  • As pessoas que têm memória fraca e se esquecem facilmente das coisas deveriam pensar nisso, rs… Vai que você não lembra por que era outro “você”.
    Aliás, receio que TDI pode ser confundida inclusive com bipolaridade ou borderline, que, aos olhos de pessoas leigas, não diferem em praticamente nada.
    Quanto a capacidade do cérebro de fabricar doenças, me faz bastante sentido – se o cérebro consegue te fazer ter náuseas só de ver a cara do Datena… Ou fazer com que sua pressão caía quando se assusta ao ouvir o preço da gasolina, ou mesmo conseguir fazer com que você passe mal só de fixar esse pensamento de que passará mal…
    Sem falar nos sonhos… Pra quê servem? Como surgem, do que se consistem? Existe algum sentido nas historinhas que nos acomete enquanto dormimos? Eu mesma já senti efeitos muitos reais em sonhos, como dor ou calor sem que houvesse um fator externo os causando. Assim que despertei, essas sensações imediatamente sumiram.
    O cérebro é mesmo fascinante…

    • Existe uma teoria que defende haver diversos “você” em diversas dimensões diferentes e, dependendo do seu estado frequencial, você pode dar um pulo entre uma e outra algumas vezes. Mas, por hora a ciência só provou que de fato existem diversas dimensões, essa alternância entre elas não se tem certeza ser possível.

      O cérebro fabrica doenças e também a nossa realidade, temos um texto sobre isso, que se chama Efeito Pigmaleão.

      Sonhos servem, em tese, para ajudar a fixar memórias e “descartar” aquilo que não precisa ser armazenado. Porém, há muitos estudos que indicam ser bem mais complexo do que isso, quase um bate-papo nosso com o nosso inconsciente. Também há quem acredite que durante os sonhos podemos trocar de dimensão.

  • Amo esse tipo de texto! Agrega conhecimento e me faz correr atras de mais informações para tentar entender melhor o assunto.

    Acredito muito em possessão espiritual e incorporação, mas acredito que algumas pessoas que não são médiuns, mas acreditam que são, podem confundir essas coisas.

    Realmente, nossa mente é um quebra cabeças

    • Acho que o limite está na funcionalidade: se a pessoa consegue levar uma vida normal sem qualquer prejuízo de trabalho, socialização, família etc, aceito qualquer explicação, inclusive a mediunidade. Mas se atrapalha a vida da pessoa de alguma forma, é psiquiatra sem pensar duas vezes.

  • Não sei se isso tem a ver com o tema, mas aconteceu algo comigo recentemente que quando li o texto acabei lembrando. Na sexta passada eu havia participado de uma reunião muito estressante e quando tinha chegado em casa, talvez por causa do estresse, eu não lembrava o percursso que eu havia feito. O mais assustador é que eu tinha dirigido até em casa, podia ter causado um acidente… porém eu não lembrava de nada depois da reunião. Queria saber se em casos de estresse o nosso corpo entra num modo “automático” ou survive, porque até dirigir sem ter consciência a gente pode. Eu realmente fiquei assustada quando parei pra pensar nisso…

    • Pode acontecer sim. Mas também pode acontecer que você tenha vivenciado cada momento, desde a reunião até a volta para casa, com consciência total (ou seja, na hora, você não se colocou em risco, você estava consciente e sabia o que estava fazendo) mas por algum motivo sua mente não armazenou este trecho da sua vida na memória.

      De um jeito ou de outro, me parece que seu corpo está mandando um aviso claro para desacelerar. Felizmente foi um aviso gentil, sem maiores consequências, mas, por favor, escute o aviso. Pisa no freio, procura uma terapia, reduz o estresse.

    • No caso, como você estava dirigindo, isso parece mais ser hipnose de estrada do que estresse ou transtorno de identidade.

      • Mas ela não lembra nem da reunião…

        Tem que ver se de fato ela estava em uma estrada ou dirigindo num transito do caralho de cidade grande voltando pra casa.

      • Pensei nessa possibilidade de ser uma hipnose ou até sonambulismo… Uma coisa é certa, quando fico muito cansada ou estressada esses lapsos de memória acontecem com frequência. Vou ouvir o conselho da Sally e procurar terapia. Esse estilo de vida acaba com a nossa saúde mental. Se cuidem.

  • Pq o “histeria” está entre aspas ?
    A mente realmente é algo incrível. Se pensarmos bem, o próprio pensamento é resultado da necessidade de sobreviver é um milagre. Através dele chegamos ao topo da cadeia alimentar.
    Já leu sobre as células HeLa? Se ainda não escreveu , é um ótimo tema.

    • Porque existem dois usos para a palavra “histeria”. O rotineiro é apenas dar um faniquito, mas existe um uso mais técnico, onde uma crise de histeria se apresenta como problema psicossomático e pode causar sérias consequências, como cegueira, por exemplo.

      As celulas HeLa são as imortais, né? É realmente um ótimo tema, vou pesquisar.

    • Ao que tudo indica, sim, você poderia queimar gordura com mais velocidade. Mas você não precisa de múltiplas personalidades para isso, está em algum lugar da sua mente, é só tentar acessar.

  • Então a gente pode ser o que quiser? Enfiar uma coisa na mente com hipnose por ex, ter mais força física e se curar até de doenças? Caraca!

    • Não é hipnose, o buraco é mais profundo. É um lugar da mente muito mais difícil de acessar que só você, sozinho, pode fazer. Demanda tempo, muito trabalho e muito investimento expandir a consciência nesse nível.

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