Dia da Mentira!

Dia 25 de Dezembro, e como todos sabem, hoje comemoramos o Dia da Mentira aqui na República Impopular do Desfavor! Dessa vez ao invés de falarmos de mentiras em abstrato, vamos ser mais específicos. Sally e Somir escolheram casos de mentirosos famosos e trazem aqui duas histórias (de pescador?). Viva a mentira!

SALLY

Existem muitos mentirosos no mundo, mas, no geral, os que ganham fama geralmente são bem-sucedidos. Pessoas brilhantes que ficam ricas e realizam seus sonhos às custas de mentiras muito bem elaboradas. Isso é fácil se você for minimamente inteligente. Difícil é contar mentira merda, cagada, vergonhosa e ainda assim se sair bem e conseguir tudo que quer.

Por isso eu escolhi este mentiroso. Um brasileiro médio que se deu bem propagando mentiras medíocres e vergonhosas. É o novo Macunaíma, símbolo nacional, que representa tudo de tosco e vergonhoso que há neste país. Depois de ler uma mentira muito bem elaborada, se prepare para um festival grotesco, tosco e desnecessário de caô brasileiro: Marcelo Nascimento Rocha, a cara do Brasil.

Marcelo Nascimento da Rocha nasceu no Paraná e se dedicava a golpes e mentiras desde cedo. O que chama a atenção e, por isso eu escolhi este elemento, é a mediocridade dos golpes. Quando você pode escolher se passar por qualquer pessoa no mundo e mente que é guitarrista do Engenheiros do Hawaii, isto é Brasil puro, é brasilidade nagô na veia. Vale a pena conhecer mais sobre os golpes tupiniquins, pois são extremamente tristes, porém engraçados.

Ele começou cedo. Ainda adolescente, conseguia fazer viagens de graça para outros estados se dizendo parente de donos de companhias de ônibus. Às vezes conseguia até se hospedar em acomodações da empresa. Eventualmente, foi pego e levado até a delegacia, mas ele fez do limão uma limonada: ficou amigo dos policiais, visitando o local com frequência, estudando o esquema tático da polícia, sua rotina e seu modus operandi.

Depois disso, com algum conhecimento de causa, começou a se passar por policial… e colou. Chegou a andar de viatura, efetuar prisões e até promover um churrasco de confraternização entre policiais da delegacia que ele enganou. Porém, no final das contas, o policial pelo qual ele estava se fazendo passar descobriu a mentira e fez questão de prendê-lo pessoalmente, fazendo roleta russa com ele durante o trajeto.

Aos 18 anos serviu ao Exército e nem assim parou de dar golpes. Disse ao comandante que era campeão de jiu-jitsu e que competiria, para não ter que realizar exercícios, por exemplo. Com o tempo, foi pegando confiança e se aperfeiçoando, chegou a vender várias motos da polícia e do exército sem o consentimento de ninguém, simplesmente na lábia.

Para tentar conseguir benefícios inventou diversos status que não tinha ao longo da vida. Aí você pode pensar que ele se disse vencedor de um Nobel para ganhar reconhecimento ou dono de um banco para ter acesso a dinheiro. Não. Vejam só o que ele achou oportuno explorar: se dizer repórter de televisão, DJ, músico da banda Engenheiros do Hawaii, músico da banda Nenhum de Nós, repórter de Domingão do Faustão e olheiro da Seleção Brasileira. Tem como não sentir compaixão por uma pessoa dessas? O pior é que as mentiras colaram.

Porém, a vida deste brasileirinho não foi só forjada em mentiras. Ele de fato desempenhou uma função para a qual estava devidamente habilitado: pilotar aviões. Tudo bem que ele decidiu pilotar aviões para o tráfico e trazer drogas e armas ilegalmente para o país, mas, ainda assim, é a coisa mais limpa que tem na história dele. Apesar de estar qualificado para exercer essa função, ele também mentiu pra cacete. Disfarçava os jatinhos particulares como se fossem jatos militares, pintando e tunando o avião até ficar igual, de modo a circular sem levantar suspeitas. Em certo ponto, começou a passar a perna nos próprios traficantes, o que encurtou sua carreira neste ramo.

Mas nem sempre as mentiras eram para fins profissionais. Ele mentiu muito para conseguir regalias. Certa vez foi para um carnaval no Recife e se declarou como herdeiro da Cia Aérea Gol, uma das patrocinadoras do evento. Entrou em todos os camarotes e foi entrevistado por programas de TV, fez amizades com globais e frequentou eventos onde estava a nata da subcelebridade nacional. Acabou sendo preso, quando uma pessoa que de fato conhecia o filho do dono da Gol o desmentiu, mas, quem se importa? Já tinha comido e bebido do bom e do melhor…

Como é brasileiro, ele não desiste nunca. Preso, em Bangu, presídio de segurança máxima, se deparou com uma rebelião no presídio, com a qual ele não tinha o menor envolvimento. Resolveu que iria tirar proveito disso e se apresentou à imprensa com nome falso, se dizendo líder da rebelião e de uma importante facção criminosa. Deu entrevista até ao Jornal Nacional e fez exigências para que a rebelião acabe.

Malandragem nível máximo, deu um jeito de conseguir progressão de regime e cumprir a pena em casa no ano de 2014, comprovando que estava em um emprego estável. Obviamente, tudo falso. Em 25 de abril de 2018 foi preso novamente quando descobriram que os atestados que ele havia apresentado não eram verdadeiros, de uma empresa fantasma, para dizer que estava trabalhando quando na verdade não estava. Jura? Ninguém decidiu conferir um documento apresentado por uma pessoa com esse histórico?

O que podemos aprender com o caso Marcelo: 1) o brasileiro é idiota e crédulo; 2) No saldo final, valeu muito à pena para ele a mentira e 3) Aparência importa mais do que essência ao olhar de terceiros.

Um povo que se acha tão esperto, tão malandro, tão safo, é na verdade um povo ávido por ser iludido, por ter disponibilizada uma realidade mais agradável sendo ela ou não verdadeira, por tentar conseguir um pouco de glamour e importância em suas vidas: “EU conheci o herdeiro da Gol” rende um status pessoal que turva o discernimento.

Neste contexto, quem prospera socialmente são pessoas como Marcelo, que dão a essa massa sedenta por aparência, ostentação e bens materiais o que ela tanto quer. Certo está ele, nós é que estamos errados: ou você se adapta a essa política da mentira ou vai para outra sociedade, que valorize outras coisas.

Palmas para Marcelo, que fez militar de otário, polícia, Rede Globo, atores globais, empresários, juízes, promotores e até presidiários de otários. Não pela mentira em si, mas por desmascarar a grande palhaçada e falta de seriedade que é este país, uma República das Bananas que gosta de se dizer especial, pomposa e cheia de méritos. Não tem. É tudo uma zona.

Qualquer estelionatariozinho cujo goal é se passar por repórter do Domingão do Faustão ou guitarrista do Engenheiros do Hawaii engana meio mundo, inclusive o Judiciário, conseguindo progressão de regime no cumprimento da pena, percebem? É nas mãos destas pessoas que estamos: dos enganados pelo Marcelo Sou Repórter do Faustão. De pessoas que, se você afirmar com convicção, engolem basicamente qualquer bosta. Ê Brasil!

Não precisa de grandes estratégias nem de grandes planejamentos. A grande ferramenta de Marcelo foi a cara de pau. É só isso que basta para você enganar a maior emissora de TV do país, o Judiciário, os militares, a polícia e até mesmo os bandidos: cara de pau. Basta afirmar algo com convicção que o brasileiro médio se sente constrangido em te contraditar, pergunte à Grávida de Taubaté. Basta afirmar algo que acresça algo ao status pessoal de quem escuta que a pessoa não questiona nada e usa aquilo a seu favor.

Muitos mentiram e mentem sistematicamente no Brasil, mas Marcelo é um ícone nacional da mentira. Parabéns por mais este predicado para o povo brasileiro.

Para dizer que vai passar a ser mais cara de pau, para dizer que antes de mais nada o brasileiro é um grande estelionatário ou ainda para dizer que a maior mentira de todas é Papai Noel: sally@desfavor.com

SOMIR

Já faz algum tempo que eu quero contar aqui a história de William Horace de Vere Cole e sua trupe. William nasceu no século retrasado na Inglaterra, e no começo do século XX, estudava na prestigiosa Universidade de Cambridge. Vindo de família rica, assim como virtualmente todos os seus pares na universidade, ele tinha em si um desprezo pela pompa e arrogância comum à elite britânica. Desprezo que canalizava em trollagens cada vez mais complexas.

Rodeado por tudo que detestava numa universidade fundada no ano 1209 e frequentada pela mais alta sociedade, começou de leve com pegadinhas como contratar vários carecas para sentar nos primeiros lugares de uma peça teatral que julgava pretensiosa. No topo da cabeça de cada um, uma letra. As pessoas que pagaram mais caro pelos camarotes viram um sonoro palavrão nas carecas naquela noite. Também montou uma festa e só convidou pessoas ricas locais com o sobrenome “Bottom”, que também serve como uma palavra para bunda em inglês, morrendo de rir quando começaram a notar o padrão. Mas isso era só o aquecimento para os dois casos mais famosos da sua carreira troll.

O primeiro foi o Embuste de Zanzibar. O ano era 1905, e o clima não estava muito saudável na Europa. Inglaterra e Alemanha viviam numa rivalidade tensa que alguns anos depois desembocaria na Primeira Guerra Mundial. Alguns anos depois, porque William e seu grande amigo e parceiro de trollagens, o também rico e entediado estudante de Cambridge Adrian Stephen, estavam procurando a pegadinha perfeita. Willian pensou em se fantasiarem de oficiais alemães e fazerem soldados incautos marcharem até a fronteira da França. Por sorte do mundo, Adrian era um pouco menos insano: queria algo menos… bélico. William então pensou em outra coisa: e se fizessem o prefeito da cidade recebê-los oficialmente como o Sultão de Zanzibar com toda a pompa?

Zanzibar é um território da Tanzânia atualmente, mas naquele tempo, tinha governo próprio aliado ao Reino Unido. O plano era enviar um telegrama à prefeitura de Cambridge anunciando a visita, fantasiar-se de Sultão e ver até quando conseguiam empurrar a mentira. Para o azar deles, os jornais locais adoravam colocar as fotos do Sultão em suas páginas, por isso tiveram que subir o nível da pataquada: inventaram um príncipe aleatório e disseram que ele viria. Para o golpe, convidaram conhecidos da universidade de Oxford, para evitar reconhecimento do pessoal de Cambridge.

William, Adrian e mais três malucos não perderam tempo: mandaram um telegrama falso pedindo uma reserva de hotel para o príncipe de Zanzibar e sua comitiva. Eles sabiam que todo mundo lia os telegramas, e assim que deu a hora combinada da chegada da comitiva do príncipe, o prefeito e vários outros oficiais de Cambridge estavam lá esperando por eles na estação de trem. E ao invés de escrever, vou só colocar a foto de como eles chegaram:

Vestidos com roupas que achavam que eram árabes o suficiente (até pelo fato de ter um Sultão, vocês podem imaginar que Zanzibar tinha influências árabes) e repetindo meia dúzia de palavras desconexas em Sawhili, a língua do local. A cereja do bolo com as maquiagens “black face” e barbas falsas. O plano correu perfeitamente: as autoridades locais não sabiam nada sobre Zanzibar, por isso eles podiam inventar o que bem entendessem. Passaram o dia sendo escoltados pelo prefeito e vários puxa-sacos, conhecendo a cidade que já moravam e fingindo fascinação com as vistas. William adorava o fato de que todos eram orgulhosos demais para ver a palhaçada óbvia na frente deles.

E quando eu digo que o plano ia bem… até certo ponto. Na ânsia de realizar logo a pegadinha, eles esqueceram do que fazer para terminar a “visita real”. No final do dia, tinham que escapar dali antes de serem levados para o hotel reservado. Disseram que precisavam passar em Londres primeiro, e foram escoltados até a estação de trem. Sem paciência de ir até Londres só para fazer pose, decidiram então sair correndo do nada e se enfiaram num táxi, que disparou dali aos pedidos de pressa de William e sua turma, deixando o prefeito e outros tantos extremamente confusos.

Apesar disso, ainda era uma mera desconfiança que tinha algo de errado naquela comitiva. Isso até Willian dar uma entrevista “anônima” para um jornal de circulação nacional contando tudo o que aconteceu. O jornal voou em cima da oportunidade, estampando a foto do grupo nas suas páginas. O prefeito virou piada na hora. A gracinha de William deixou um ponto fraco na história toda, e provavelmente através do jornal, descobriram ele e seus comparsas. William e Adrian quase foram expulsos de Cambridge, mas o prefeito decidiu deixar o assunto morrer para não virar ainda mais piada do que já era. Todo mundo achou engraçado (menos os enganados), então acabou saindo elas por elas.

Só que o tempo passa, e o troll tem que voltar à ativa. Cinco anos depois, já com todos formados e seguindo suas carreiras, Adrian recebe um pedido curioso de um primo da Marinha Real Britânica: queria pregar uma peça na tripulação de um outro navio com o qual mantinham uma rivalidade “esportiva”. Daí surgem dois problemas: o primeiro é que o navio rival era o HMS Dreadnought, a jóia da coroa da marinha inglesa, criado para demonstrar força contra os alemães numa corrida armamentista cada vez mais acirrada (lembra que a guerra está chegando?)… e que Adrian tinha William como amigo. Essa combinação gerou o Embuste do Dreadnought.

Adrian chama William, William bola um plano envolvendo… fantasias e países africanos. Poucas coisas poderiam ser mais saborosas para ele do que pregar uma peça na Marinha Real, tão prestigiosos quanto pomposos (era a maior marinha do mundo). Nessa época, Adrian tinha uma turma de artistas e escritores com a qual convivia bastante, uma delas a sua irmã Virginia. William descreve o plano para os irmãos e mais alguns amigos desse grupo, e como boa parte dessas pessoas eram intelectuais que desprezavam o exército e guerras em geral, o plano faz muito sucesso. Dessa vez a equipe conta com seis pessoas.

William decide subir o nível de tudo. Não só estavam lidando com uma entidade muito maior que a prefeitura local, como também tinham que esfregar ainda mais na cara de todos como eram ignorantes sobre o mundo. Por isso, dessa vez o país escolhido foi a Abyssinia (atual Etiópia). Uma visita ao mapa múndi pode te mostrar que não faz muito sentido esse país querer ver o navio de guerra mais moderno e poderoso do mundo (o nome Dreadnought traduz-se porcamente como “Não teme nada”): o país não faz fronteira com o mar.

Mesmo assim, forjam outro telegrama dizendo explicitamente que o príncipe da Abyssinia e seus acompanhantes estavam vindo visitar o HMS Dreadnought, pedindo até desculpas pelo pouco tempo de aviso. Enquanto isso, contrataram o melhor figurinista da cidade para fazer as fantasias. Dessa vez o grau de dificuldade seria maior, até porque não ia colar ter uma mulher na comitiva. Por isso, até mesmo Virginia precisou passar por uma alteração radical:

Sim, Virginia é a primeira da esquerda para a direita. Blackface e barba. Com as fantasias prontas, pegaram o trem para Londres para chegarem na hora combinada. Só que dessa vez não era a prefeitura local, era a Marinha Real Britânica. Em poucas horas, eles prepararam honrarias de chefe de estado para William e sua turma. Tapete vermelho, banda tocando o hino da Abyssinia e todo o rapapé esperado da situação. O buraco era mais embaixo. Eles foram levados até o navio, e apresentados pedaço por pedaço do maior orgulho da marinha britânica.

Por incrível que pareça, tudo correu muito bem. Toda vez que se sentiam apertados, o grupo inventava desculpas esfarrapadas horríveis que colavam: por exemplo, quando convidados a participar de um banquete preparado em tempo recorde pelos cozinheiros do navio, não podiam comer para não estragar a maquiagem. Disseram que pela sua religião, só poderiam comer comida preparada de forma muito específica. No caso a religião seria a mesma dos ingleses, porque a Etiópia é historicamente cristã. Seja como for, colou.

Cada vez mais confiantes e inconsequentes, começaram a forçar a barra, mesmo sabendo que dessa vez não tinham pra onde correr dentro de um barco e todos os que enganavam estavam armados até os dentes. Reza a lenda que toda vez que eram apresentados a alguma parte do navio, começavam a dizer “Bunga Bunga”, como se fosse uma expressão elogiosa. Pela total ignorância dos oficiais ingleses, passou. Achavam que africanos falavam assim mesmo e ficavam até felizes repetindo a expressão. Virginia não foi descoberta em momento algum debaixo da maquiagem e da barba postiça.

A visita seguiu seu curso e terminou com sucesso, com o grupo sendo levado de volta para a estação de trem, dessa vez com o destino correto. Pegaram o trem e foram para casa, rindo do que tinham acabado de fazer. Mas… William… William não se contentava em enganar, ele tinha que fazer suas vítimas passarem vergonha. Adivinha quem foi contar tudo para o mesmo jornal de antes, novamente como “anônimo”? Os jornais voaram em cima da matéria de novo, mas dessa vez tinha muito menos gente rindo. Cabeças rolaram na marinha por causa dessa falha de segurança enorme, ainda mais com os alemães no encalço da tecnologia marítima inglesa. A expressão “Bunga Bunga” virou meme local, com crianças correndo atrás de oficiais da marinha gritando isso e rindo.

Foram umas duas semanas até a investigação da marinha dar em algo, mesmo sem o jornal cometer o mesmo erro duas vezes de entregar a fonte: a marinha chegou em Adrian, que entregou o grupo para proteger seu primo. E não era nada demais para ele, porque tecnicamente o grupo não tinha cometido um crime: é crime fingir ser um policial ou militar, mas não é crime fingir ser um príncipe que nem existe. Como tecnicamente desperdiçar tempo da marinha inglesa não era crime, achou que não daria em nada. Estavam todos formados mesmo, nem poderiam ser expulsos.

Mas a marinha tinha outros planos: resolver com as próprias mãos. Dos seis, dois tinham sumido, uma era mulher (eles não iam bater nela) e outro era primo de um oficial (Adrian). Sobrou para William e Duncan Grant. Mas, numa demonstração de cavalheirismo britânico, ficaram com pena de Duncan por ele não lutar de volta e William estava muito doente quando foi pego. Nenhum dos dois apanhou muito.

E acabou tudo por isso mesmo. Adrian acabou montando uma editora grande no país, Duncan Grant virou um pintor famoso, Virginia adicionou o sobrenome Woolf depois de casar e virou uma dar escritoras mais influentes do século passado (sim, era ESSA Virginia Woolf, de blackface e barba). Quem não se deu muito bem foi justamente William Horace de Vere Cole. Sem as pegadinhas, ele definhou e nunca mais encontrou sucesso no que fez. Tem gente que não vive sem uma boa mentira.

Fica a homenagem pelo menos. Troll raiz. Feliz Dia da Mentira!

Para dizer que as fotos valem tudo, para dizer que a pegadinha do exército seria a melhor de todas, ou mesmo para dizer que achou Bunga Bunga: somir@desfavor.com

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Comments (7)

  • Eu li o livro desse cara e achei que ele deve ter algum problema psicológico, porque é impossível, é mentira demais. Ele diz que uma atriz da malhação tava querendo ficar com ele nesse Recifolia, que ficou conversando com ele sobre a novela. É serio que a pessoa acha que um empresário desse porte vai ter tempo de ver uma novela para adolescentes?

  • Sugestões de textos para o dia da mentira do ano que vem: artigos científicos falsos. O das vacinas causadoras de autismo, ou qualquer coisa homeopática. Se vocês me lembrarem eu posso escrever. Os textos de hoje estão ótimos.

  • Sally, Somir e Impopulares…

    Já ouviram falar de Carlos Kaiser? Também conhecido como “O Rei do Migué”, esse figuraça, cujo nome verdadeiro era Carlos Henrique Raposo – que sobrenome mais “apropriado”! – , enrolou um monte de gente e viveu mais de 20 anos como jogador de futebol profissional sem jamais ter realmente entrado em campo!

    Apesar de não ser exatamente um craque, Carlos Kaiser tinha muita cara-de-pau, alguns contatos e um tipo físico que até que convencia como “atleta”. Outro fator que o beneficiou foi ter passado toda sua “carreira” em uma época sem internet e com poucos jogos na TV. Mesmo chegando a treinar nas categorias de base do Botafogo-RJ desde os 10 anos sob pressão da família porque a ajuda de custo que recebia era importante para complementar a renda de casa, esse “Forrest Gump brasileiro” de início, não queria ser do meio do futebol, mas as coisas foram acontecendo, acontecendo… E olha só como era o modus operandi do sujeito: ingressar nos clubes profissionais como “contrapeso” na transferência de algum outro jogador real e assinar um contrato de experiência de curta duração. Depois, já integrado aos elencos desses clubes, Carlos alegava estar fora de forma para ficar fazendo apenas exercícios de condicionamento físico por algumas semanas e, quando chegava a hora de efetivamente participar dos treinos com bola, inventava uma muito conveniente “lesão” para ganhar ainda mais tempo.

    Esse era um esquema pra lá de tosco? Claro que era. Mas mesmo assim, esse tal Carlos Kaiser conseguiu enganar meio mundo com suas lorotas, passou – pasmem – por times como Botafogo-RJ, Vasco da Gama-RJ, Fluminense-RJ, Palmeiras-SP, Bangu-RJ, América-RJ, Puebla-MEX e Ajaccio-FRA e até virou tema de documentário! Nessas andanças, esse “jogador de mentirinha” fazia um monte de “amigos”, ajudava a organizar festinhas, levava craques trôpegos de bêbados de volta para casa nas madrugadas, animava concentrações e motivava os colegas que estivessem em má fase. Para terminar, deixo quatro links:

    – Matéria da ESPN: http://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/4585352/carlos-kaiser-a-vida-do-maior-jogador-que-nunca-jogou-bola-vira-documentario

    – Matéria do UOL: https://www.uol/esporte/especiais/carlos-henrique-kaiser.htm#imagem-2

    – Trailer do documentário: https://www.youtube.com/watch?v=NcGaz0KdDwk

    – Entrevista de Carlos Kaiser no Jô Soares: https://globoplay.globo.com/v/1533449/

    Em tempo: jogador de verdade apelidado de “Kaiser” era o alemão Franz Beckenbauer, autêntica lenda viva do futebol, um dos maiores craques de todos os tempos, ídolo eterno tanto no Bayern de Munique quanto na seleção alemã, além de campeão de Copa do Mundo como jogador (1974) e como técnico (1990).

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