Mar de lama.

Três anos após o desastre em Mariana (MG), o maior da história da mineração, uma barragem da Vale se rompeu e pelo menos outra transbordou na sequência, em Brumadinho (MG), a cerca de 60 km de Belo Horizonte. A tragédia aconteceu na região do córrego do Feijão, que deságua no rio Paraopeba, na Bacia do Rio São Francisco. O Corpo de Bombeiros estima que o número de vítimas pelo acidente pode superar a quantidade de mortos de Mariana, onde uma barragem da Samarco se rompeu há três anos e dois meses. LINK


Da primeira vez já foi difícil de ignorar o descaso, mas na segunda vez não nem como pensar em outra alternativa. Desfavor da semana.

SALLY

Começo o texto de hoje com uma frase do Procurador (Ministério Público) Carlos Eduardo Ferreira, responsável pelas investigações do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana: “Era lógico que isso iria acontecer”. Mais uma tragédia anunciada, que acabou se concretizando por puro descaso.

A tragédia de Mariana, considerada o maior desastre natural do país, ainda repercute, graças à falta de punição adequada e indenização igualmente adequada a todos os envolvidos. Foram 19 mortos. No rompimento desta barragem de Brumadinho temos, até o momento, 200 desaparecidos, já que as sirenes que deveriam ter tocado para dar o alerta não tocaram e as pessoas não tiveram qualquer chance. Ou seja, estamos diante de um desastre com potencial de ser dez vezes mais mortal.

De quem é esse filho feio que com certeza não vai ter pai no Brasil? Bem, antes de mais nada, é da Vale, que além de fazer uma construção/manutenção de merda, não aprendeu com seus erros. Ao contrário do que muitos pensam, a tragédia de Mariana também está na conta da Vale, uma vez que a Samarco é controlada pela Vale. À época, se disseram mortificados, tomar todas as providências para que nada sequer parecido aconteça nunca mais e… aqui estamos, com uma tragédia dez vezes pior.

Se este fosse um país fosse um lugar sério, a empresa receberia uma multa que nem vendendo o rim de todos os sócios poderia ser paga e fecharia. Ou então, simplesmente seria proibida de continuar atuando. Ou então os responsáveis seriam açoitados em praça pública, porque sim, punição da Idade Média é mais evoluído do que o não fazer nada do Judiciário brasileiro, que estabelece apenas multas risíveis quando comparadas ao patrimônio da empresa.

A desculpa para esta punição branda para cagadas sérias de grandes empresas foi discutida e acertada a portas fechadas: o discurso que deve ser dito oficialmente é: “fazemos isso para preservar a economia nacional, pois se aplicarmos multas muito vultuosas as empresas fecharão e a economia colapsará”. É óbvio que o motivo real não é esse, é o sistema, é um jogo de poder e interesses onde o Judiciário é amplamente favorecido por grandes empresas.

Com a globalização, esse discurso de colocar em risco a economia multando uma grande empresa ficou um tanto quanto ridículo, mas o que esperar de Desembargador que sequer entende como a internet funciona? Obviamente são pessoas que não se atualizam e não atualizam nem mesmo as desculpas que vomitam em público.

Ainda que fosse um risco para a economia, seria perfeitamente possível punir com mecanismos de proteção econômica, como fazem muitos países civilizados. Em um levantamento realizado em setembro do ano passado o valor estimado da Vale foi de MAIS de 300 BILHÕES. Após uma reincidência como esta, seria lindo ver uma multa de 300 bilhões, usando metade deste dinheiro para fomentar outras empresas que pratiquem a mesma atividade, assim não compromete a “economia nacional”. Dá e sobra. Com a outra metade, indeniza as vítimas. Só um de muitos exemplos de que dá sim para punir sem emburacar o país.

Mas não são apenas os peixes grandes que devem ser punidos. Os peixes grandes só conseguem praticar este tipo de escrotidão porque vários pequenos trabalham como formiguinhas do mal, em conjunto, para viabilizar esse tipo de atrocidade. Em algum lugar tem um técnico atestando que está tudo bem, em algum lugar tem um jurídico liberando aquilo como sendo seguro (acreditem, eu já fiz parte desse jurídico um dia), em algum lugar tem funcionário público autorizando, em algum lugar tem centenas de atos que respaldam que se tratem vidas humanas e o meio ambiente como lixo, em troca de dinheiro, favores ou prestígio. A corrução não está só no alto escalão, só em Brasília, ela começa no zé cuzinho, serventuário de Vara ou técnico de órgão público.

Esses tem que ser punidos também, para que outros sintam medo de fazê-lo. Para que o medo de ser preso, de perder todos os seus bens para indenizar uma família que ficou sem pai, lhes dê forças para peitar e dizer que não assina quando sofrer ameaça de demissão, de agressão e até de morte por aqueles que o pressionam. Eu já estive lá, não é bonito o que acontece quando você se recusa a assinar: desde colocarem drogas na sua gaveta até um boicote ferrenho e humilhante no local de trabalho. A vida vira um inferno, então, o medo de assinar uma coisa dessas tem que ser muito grande para que a pessoa não o faça.

O Poder Público, óbvio, também tem responsabilidade. Leis mais rígidas, fiscalização mais rigorosa e tantas outras providências que nem a Mulher Sapiens tem o Temer tomaram. Vão culpar o Bolsonaro, que assumiu há 20 dias? São quase 20 anos de PT, um desastre como esse não se forma em 20 dias. Palavra de quem já trabalhou com o combo Poder Público + Desastres, nunca outro governo, por mais cagado que fosse, cagou tanto para a segurança e prevenção de desastres como o PT.

Não é que não focavam em prevenção, é que descaradamente se autorizavam coisas inseguras a torto e a direito, em parte por corrupção e em parte por incompetência. E quem tentava fiscalizar, por mais poder que tivesse, era varrido para longe por uma máquina estatal autoritária que não hesitava em sabotar, difamar e até mandar matar. O promotor já citado é um exemplo disso, quando ele investigava o caso de Mariana ele começou a incomodar e o transferiram para o interior do estado, pois ele estava destoando da forma de condução do caso que havia sido… decidida.

Para corroborar com o que digo, curiosamente, diversas barragens do local tiveram suas atividades ampliadas em dezembro do ano passado, com uma autorização relâmpago do Poder Público feita pela COPAM (Câmara de Atividades Minerárias do Conselho Estadual de Política Ambiental), que pertence à Secretaria do Meio Ambiente estadual, de Minas Gerais. A aprovação foi feita sem respeitar a lei (licença prévia + licença de instalação + licença de operação). Aqueles que reclamaram disso foram imediatamente… silenciados. Não preciso explicar o que aconteceu ali, certo? Uma aprovação express sem cuidado, de forma irresponsável, em troca de muito dinheiro.

Nas palavras do Procurador, com bastante experiência em rompimento de barragem: “Uma barragem se rompe porque entra água na sua estrutura, simples assim. E isso só é possível por descuido da empresa e falta de fiscalização das autoridades e da empresa”. Então, não, não tem que esperar laudo, não tem que dar benefício da dúvida. Barragens cagadas são a especialidade de Vale, bem como descaso pela vida humana, tanto é que no meio dos mortos estão diversos funcionário da Vale.

Desde Mariana (2015) até hoje, nada foi feito para tornar as barragens mais seguras, mais bem fiscalizadas e prevenir esse tipo de acidente. Só em Minas Gerais existem mais de 400 barragens, muitas em estado precário, e o estado continua dando autorização para criação de novas barragens sem tomar precauções de segurança mínimas. Segundo relatório da Agência Nacional de Águas, apenas 3% das barragens do país foram fiscalizadas. Todo o resto está nas mãos do acaso.

Isso afeta a todos nós. Ao contrário do que muita gente pensa, as vítimas não são apenas as pessoas diretamente atingidas. Os danos causados afetam populações que vivem no entorno em função do desastre ecológico e, muitas vezes, o país todo, graças ao desdobramento catastrófico dos danos causados.

O descaso e a irresponsabilidade estão claramente desenhados, e de forma reincidente. Em vez de ficar entrevistando vítima do desastre e perguntando como ela se sente agora que toda sua família morreu e que sua casa foi varrida, a imprensa bem que poderia cobrar punição. Não vai, vai explorar a desgraça, que é o que rende audiência. Mas você pode cobrar punição, você pode pressionar. Estamos todos unidos na internet, que permite boicote, pressão e até vias menos convencionais de buscar justiça.

Termino o texto com uma pergunta. Sabemos que o Judiciário não vai punir como deveria. Sabemos que a imprensa não fazer nada além de explorar a desgraça. Ninguém vai fazer nada e isso vai continuar acontecendo. Só resta a gente, se quisermos que as coisas mudem. O que vamos fazer a respeito?

SOMIR

Com toda a razão, levanta-se uma preocupação sobre a forma como o governo Bolsonaro e a onda “direitista” que passa pelo poder público brasileiro vai lidar com questões de responsabilidade empresarial e proteção ambiental. Não há como se negar a maior propensão do cenário político atual de fazer vistas grossas para potenciais catástrofes como essa de Brumadinho.

Talvez até sem entender bem as implicações disso (ou mesmo o significado) Bolsonaro foi eleito numa plataforma liberalista, que prega mais liberdade do mercado e um estado menos interventor. Num mundo ideal, o liberalismo prega a extinção de um governo central em prol da auto-regulamentação da sociedade. Pode-se chamar quase de uma lei da selva, mas presumindo que as pessoas tenham internalizado o senso de civilidade o suficiente para não voltarmos à barbárie total.

Como quase todo sistema de organização social diferente da democracia capitalista, em tese pode ser lindo, mas na prática dá errado. A maioria dos países minimamente civilizados seguem o caminho capitalista e democrático porque é um sistema baseado em desigualdade e falta de consenso, nosso estado mais natural (até que se prove o contrário). Tanto comunismo quanto liberalismo (e tantos outros no meio desse caminho) dão errado porque não há uma concordância universal sobre eles. Como sempre, são as pessoas que inviabilizam mudanças sociais.

Porque no final das contas, não existe nenhum sistema de organização de sociedades que resista às pessoas vivendo sob ele. Não importa o alinhamento ideológico do governo se ele não é compartilhado com o povo. Por isso vemos tantas lideranças caindo durante nossa história. Ou, parafraseando algo que a Sally sempre diz: quando as leis ignoram as pessoas, as pessoas ignoram as leis.

O que me leva de volta ao caso da barragem: existe uma preocupação válida com uma falta de ações contundentes contra as óbvias falhas na segurança das operações da Vale por causa do viés liberalista do governo Bolsonaro, mas não podemos esquecer que ele acaba de chegar no poder. Antes dele, supostos governos de esquerda tinham a missão de fiscalizar as ações da empresa. A barragem de Mariana caiu num governo petista, que teoricamente deveria ser muito mais regulador. O Estado num governo de esquerda cresce muito, tentando aumentar o controle sobre todos os aspectos da vida de seus cidadãos. O Estado petista cresceu a olhos vistos, cheio de ministérios e com gastos públicos estratosféricos.

Mas para a Vale, era um sistema liberalista do mesmo jeito. Aliás, para toda grande empresa. O que se descobriu nas empresas de construção civil não foi um fato isolado: a partir de um certo tamanho, qualquer empresa começa a gozar do direito de ser “grande demais para falhar”. Tornam-se entidades maiores do que qualquer um de nós consegue conceber na prática, tão simbióticas com o funcionamento da economia e do Estado que ninguém mais tem controle total sobre seu impacto no país. Tão grandes que a corrupção se torna praticamente inevitável (tanto dentro da empresa como na relação com o poder público) e a incompetência dificílima de notar.

Cada departamento lança subdivisões abaixo de subdivisões, cada uma com objetivos e metas criados por pessoas e processos que desconhecem os andares inferiores, com métodos de comunicação falhos entre as partes que servem de criadouro de subornos, jeitinhos e más decisões. Sistemas de gestão eficientes conseguem observar lucratividade ou desperdício, mas não conseguem controlar como isso acontece. De uma certa forma, toda empresa grande o suficiente trabalha com uma medida básica de “mágica” fazendo tudo funcionar.

Não é factível achar que um presidente de empresa tenha conhecimento total sobre cada centavo desviado, ou cada decisão temerária realizada cadeia de comando abaixo. Eu sei que no final das contas as pessoas no topo da estrutura que lucram de verdade com isso, mas o serviço sujo costuma acontecer mesmo longe de suas vistas. Evidente que sabem que algo de errado acontece e aceitam do mesmo jeito, mas há de se tomar muito cuidado com a ideia de que basta apontar o dedo para grandes executivos e governantes. Não são os únicos responsáveis.

Se alguém de fora disser isso, seria criticado, mas é a verdade: o problema é comportamental e compromete todas as camadas sociais. A bandalheira é modo de funcionamento brasileiro. O governo pode ser de direita ou esquerda, mas o povo é sempre o mesmo. Em países onde o sistema funciona, como o Japão, terremotos são terríveis do mesmo jeito que em qualquer outro lugar, mas perde-se menos vidas humanas e infraestrutura do que em qualquer outro lugar. Lá a preocupação com o tema vem de baixo pra cima, o governo só organiza o processo. Uma enchente na França não é a mesma coisa que uma enchente no Brasil. Um furacão nos EUA não é a mesma coisa que um no Caribe. O povo que constitui um sistema de organização faz toda a diferença.

Deve-se punir exemplarmente a Vale e cobrar muito do governo Bolsonaro e Zema para evitar outras catástrofes? Claro. Isso é obrigação. Mínimo. Mas a tragédia tem que impactar todos os níveis da população. Quem aceita suborno para facilitar os projetos da Vale em qualquer grau de organização pública é cúmplice do crime. Quem fecha os olhos para qualquer temeridade da operação deles pelo benefício econômico regional é na melhor das hipóteses uma testemunha que não quis prestar socorro. Não estou dizendo que você tem que se sentir péssimo por não estar resolvendo esses problemas, estou só dizendo que é uma questão de mentalidade: toda grande empresa tem um custo humano. Todo progresso tem um custo humano.

Não dá para crescer sem riscos, mas também dá pra escolher o quanto de risco se pode correr. Nos países onde eles se preocupam com pelo menos uma catástrofe específica, a tendência é que ela seja menos destrutiva, mesmo que continue tão prevalente quanto antes. Não dá para abrir mão da mineração da Vale? Direito de cada um achar isso, mas se é sabido que as barragens não são seguras, tem um custo para controlar esse risco. E não é com um processo judicial que ele vai ser resolvido. Se aceitarmos que só a punição pós-desastre serve, só continuar no mesmo caminho.

Se não, se acharmos que o desastre tinha que ser muito menor caso acontecesse, existem outros caminhos. Mas todos exigem trabalho e uma mudança de mentalidade: grandes empresas não são só seus diretores, são todas as pessoas que orbitam sua existência. Isso só muda quando cada suborno ou atalho for registrado, responsabilizando gente que nunca responsabilizamos antes junto com os figurões que adoramos crucificar depois de situações de tipo (e mesmo assim, só até o próximo ciclo de notícias). Isso significa olhar até mesmo para quem morreu na tragédia. Sabiam do risco? Contribuíram para o risco? Horrível, mas necessário.

Porque a única mentalidade eficiente aqui é a baseada na próxima barragem. Porque vai ter a próxima.

Para dizer que não sabe de que lado eu estou, para dizer que a culpa é da China que compra, ou mesmo para dizer que viver na lama é natural para o brasileiro: somir@desfavor.com

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Comments (40)

  • Queria deixar aqui registrado os meus PARABÉNS a quem projeta uma sede administrativa no caminho de uma barragem.

    É muita JENIALIDADE com J maiúsculo, J de Jumento. Tem que ter uma auto estima, confiança e falta de noção.

  • Já passou da hora de repensar esse modelo de barragem. E de outra tbm, pq o brasileiro não entende e não faz NADA na construção civil me termos de manutenção preventiva.

    Não tem como criar um sistema já pensando no desastre? Prédios são assim não? Projetados pra implodirem verticalmente.

    Sei lá uma barragem que opere em 80% da capacidade, SEEEE acontecer de superar isso, 100%, 120%, aconteça realmente uma tragédia ambiental, a barragem já ser projetada pra ceder no meio ou numa área específica, com comporta mesmo, como uma válvula da panela de pressão. Assim não cede tudo de uma vez só VARRENDO a cidade abaixo.

    Outra coisa, fazer um sistema de barragem dupla. Após uma barragem, faz outra, num sistema de queda, aliviando a pressão em uma barragem e deixando a segunda de stand-by pra eventual cagada (lógico que ela deveria ser projetada pra suportar o muito mais do que a primeira e tbm resistente a alto impacto de massa).

    Enfim, acho que a sociedade deveria repensar esses sistemas. E começar desde já os projetos nas barragens de alto risco espalhadas por aí.

    Desapropriação das áreas e construção de novas barragens, diminuição da capacidade de operação das atuais barragens em risco….

    Única coisa que não dá pra fazer é deixar tudo como tá.

  • Ainda sobre essa questão da multa “não poder ser pesada para não desestabilizar a economia nacional”: lembram de quando estourou o escândalo do Dieselgate, da VW nos EUA? A EPA (agência ambiental americana) aplicou uma multa de nada menos que 15 BILHÕES de dólares à empresa. A multa foi aplicada com base em um valor por unidade vendida com o sistema adulterado, mais ou menos o dobro do preço que cada carro foi vendido.

    Porque esse é o intuito de multar: lesar o multado, de modo que a pessoa/empresa nunca obtenha uma compensação positiva pelo esquema fraudulento/criminoso. Não tem que ter pena, pode multar a Vale com um valor totalmente agressivo!

    • Sim, Gui. Exatamente. A multa só cumpre sua função se doer: faz o multado nunca mais repetir o erro e faz as empresas à sua volta redobrarem os cuidados para que essa mesma multa amanhã não seja delas.

  • Leane Lorguetie

    É uma situação revoltante. Já passou da hora de proibir esse tipo de barragem e obrigar o reaproveitamento ou permitir somente o empilhamento a seco dos rejeitos. Não basta só multar essas empresas, tem que obrigar a mudar o jeito que lidam com os rejeitos e acabar com essas barragens, pois sabemos que um dia elas se rompem, não dura para sempre.
    Soluções é o que não faltam e ainda pode gerar empregos e renda ou até economia pro Estado, pois até asfalto dá pra fazer.

    https://youtu.be/1_WqHbS2FVk

    https://youtu.be/T5cy2NslhJ0

    https://youtu.be/GpQBy0bkIr4

    Momento hipocrisia.
    https://youtu.be/VAWAE3-5wTQ

    .

    • O problema é que todos os envolvidos ganham alguma coisa com esse esquema de barragens. Só uma pressão externa muito forte pode mudar isso, e é aí que entramos todos nós…

  • Ah sim, Sally e Somir, me lembrei de algo que me deixou e me deixa revoltada: Vcs acreditam que estão espalhando a teoria de que este desastre criminoso da barragem de Brumadinho seria um ATENTADO orquestrado por Cuba e Venezuela pra desestabilizar o governo Bolsonaro? Quanto penso que já vi de tudo o que é idiotice, quando penso que o poço da estupidez é fundo o suficiente por aqui, sempre dão um jeito de cavar mais um pouquinho pra afundar ainda mais…

    E o pior, nem precisa desse tipo de teoria pra livrar a cara de Bolsonaro, só o fato de ele estar há apenas 27 dias no governo já tiraria o dele da reta deste trágico episódio. E quem aumentou as licenças para mais barragens em Minas foi o antigo governo do PT, bem como a negligência assassina é fruto de governos federais do PT também…

    • Os caras não tem dinheiro nem para comprar papel higiênico, imagina se iam botar dinamite em uma barragem no interior de Minas!

      Não precisamos de atentado, a incompetência e corrupção brasileiras dão conta de tudo quanto é desgraça que acontecer por aqui!

  • Não é um país sério mesmo, politicos e servidores enxergam o Estado como cabide de emprego e de vantagem pessoal, logo toda sorte de irresponsabilidade e risco como Mariana-Brumadinho-Viadutos de SP-BoateKiss acontecem. Soma-se a isso uma populaçao gananciosa, individualista, omissa e indiferente politicamente. Assim temos hoje uma tragica descontruçao de naçao que resulta nesse lamaçal e ruínas por todo o país.

  • “Em um levantamento realizado em setembro do ano passado o valor estimado da Vale foi de MAIS de 300 BILHÕES”.

    Quando foi noticiado que o governador mandou bloquear 1 bilhão da Vale me lembrei logo deste trecho. Como multar uma empresa destas com 1/300 avos do seu patrimônio? É troco de garçom! Tinha de “botá pra fudê” e bloquear o valor dela todinho, até pagarem dignamente todas as vítimas! Mas estamos no Brasil, país de “praias lindas”, “natureza linda”, “festas” etc – mas com incompetência e corrupção crônicas que chegam a custar vidas – todos os dias…

  • Muito bom vcs terem abordado mais esta tragédia anunciada em Minas Gerais! Parabéns!

    É o Brasil do jeitinho fazendo mais vítimas fatais. O que Sally narrou a respeito do que se faz com corrupção para conseguir laudos favoráveis a barragens na verdade “bichadas” é muito, muito preocupante. Sinal de que a preocupação com a vida humana é abaixo de zero neste país, confirmando o quanto vida humana não vale nada por aqui. E a impunidade né… Mariana até hj não teve suas vítimas indenizadas, corre-se o risco de que as vítimas de Brumadinho tenham o mesmo destino. O Brasil que não é pra amadores revelando mais uma faceta cruel para o mundo. O Brasil que nunca aprende (nem quer aprender). Horror em todos os sentidos. Veremos se providências serão tomadas (e quais).

  • Se alguma autoridade falar que não tem problema consumir a água da cidade, que serve também BH, mande a pessoa bebê-la na sua frente, assim como fizeram em Fukushima…

      • Leane Lorguetie

        BH é abastecida pelo rio das Velhas, o Paraopeba e outras captações de menor porte. Até então eles cortaram a parte que relaciona ao rio Paraopeba e segundo a COPASA não vai comprometer tanto o abastecimento, então não teremos acesso a água contaminada. Tenho dó de outras cidades que dependem mais só desse rio.

  • Se depender do sistema, dos empresários e dos próprios brasileiros médios, toda a natureza do Brasil seria asfaltada pra virar shopping ou uma igreja evangélica. Estamos nas mãos dessas pessoas.

    Esse acontecimento aí fica de aviso pra quem acha que a única coisa que importa num país é a economia estar boa. E pra variar, a ganância humana está por trás de tudo. E pra variar (2), não atinge os gananciosos e sim gente que não teve nada a ver. Elysium era só uma alegoria do que já acontece hoje.

  • Vendo comentários nas redes sociais, já tem “gente” de esquerda culpando o fato de que a Vale foi privatizada – como se empresa estatal fosse imune a desastre. Além de outras asneiras do tipo, claro

    Logo, e com outros exemplos de outras ocasiões, concluo que: as pessoas que compõem a esquerda são absolutamente incapazes (repito, ABSOLUTAMENTE INCAPAZES) de encarar uma tragédia sem transformá-la em palanque pra divulgação de agenda política.

    Triste e nojento, na mesma proporção

    • Vi a Jandira Feghali achando “bem feito” que Brumadinho “se fodeu” porque 60% da cidade votou no Bolsonaro.

      Sinceramente, a pessoa tem que ser psicopata para continuar votando na esquerda no Brasil.

      • Tem um monte de eleitor de PT/PSOL nas redes sociais indo nos perfis de quem perdeu parente na tragédia pra dizer que é bem-feito por terem votado no Bolsonaro. Teve o caso de uma médica que morreu, e os militantes entraram no perfil do pai dela pra falar que era a “lei do retorno”, porque a médica era anti-PT e eleitora do Bolsonaro.

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