De peito aberto.

A deputada estadual de Santa Catarina Ana Paula da Silva (PDT), conhecida como deputada Paulinha, foi alvo de ataques nas redes sociais em função da roupa que usou na cerimônia de posse da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Na sessão do dia 1º de fevereiro, Paulinha vestiu um macacão vermelho decotado que foi alvo de comentários ofensivos. LINK


Uma mulher não seguir regras que homens também tem que seguir é taxado como opressão? Desfavor da semana.

SALLY

Existem códigos sociais em qualquer aglomerado de seres humanos que convivam: em uma tribo remota no Xingu, na África até a metrópole mais cosmopolita do mundo. São convenções criadas e mantidas conforme o que aquele grupo considera mais adequado para a convivência.

Podemos concordar ou discordar, a maior parte delas não é 100% impositiva. Porém, existe um preço para quem decide ir contra uma regra estabelecida, e este preço tem caráter evolutivo: como grupo, para assegurar sua sobrevivência, os humanos do passado precisavam estabelecer uma série de normas de modo a funcionar em sua melhor forma. Atitudes que atraíssem predadores, que acabassem com estoque de comida ou colocassem em risco o grupo de qualquer outra forma eram severamente punidas.

Deve ser muito frustrante viver seguindo absolutamente todas as regras sociais, anulando seu querer para se adequar a um bando. Sou contra, tanto é que, por uma decisão consciente, eu mesma escolho não me adequar a várias delas, inclusive através do Desfavor. Mas, tenho a plena consciência de que, certo ou errado, não se adequar às convenções sociais tem seu preço e o pago de bom grado, sem reclamar, sem me vitimizar e sem fazer escândalo por isso.

Também tenho a consciência de que se quiser promover mudanças nestas regras, não será na base da porrada: quem segue regras é uma maioria esmagadora, se eu entrar na porrada ou antagonizar com uma maioria, vou apanhar. Simples assim. Como já falamos no texto de quinta, não se muda o mundo na marra, se muda com informação, inteligência e diálogo.

O Congresso é um ambiente formal. Concordemos ou não, sempre foi assim e todo mundo está ciente disso. Eu não gosto desse tipo de ambiente, no qual transitei por muito tempo, enquanto ainda trabalhava com direito, mas sei que quem quer ser levado a sério, tem que se adequar a ele. Curioso que isto precise ser dito, mas, por mais floquinho de neve especial que você se ache, até segunda ordem, é você que tem que se adaptar ao resto do mundo e não o contrário.

Caso não queira se adaptar, bem, sagrado direito seu. Inclusive, acho saudável. Mas aí, para não pintar um alvo na sua testa e receber pedrada de todos os lados, o melhor a fazer é não entrar no meio com o qual você discorda das regras de conduta. Não gosta de formalidade, de dress code? Não acho que o Congresso seja o lugar certo para você. Quer peitar tudo mesmo assim? Beleza, acho uma tremenda sabotagem tentar mudar o mundo se colocando como cavalo de batalha, mas sagrado direito da pessoa. Só não reclama quando o resto do mundo não se adaptar a você, porque o centro do universo não é o seu umbigo.

A deputada estadual de Santa Catarina Ana Paula da Silva (PDT) alega estar sendo alvo de “ataques”, sobretudo em redes sociais, pelas roupas que usa. Olha, crítica não é ataque, se a pessoa tem uma autoestima frágil e entende assim, recomendo que faça terapia ou vai acabar no antidepressivo e ansiolítico. Ela alega que sempre se vestiu assim e, por isso, não vai mudar. Isso não é coragem, combatividade ou força. Isso não é mérito. Bater o pé e dizer “Eu sou assim, eu sempre fui assim, não vou mudar” talvez seja uma das maiores expressões de burrice de um ser humano. Falta de flexibilidade, de capacidade de adaptação, de maleabilidade.

Como eu disse, é praticamente impossível que alguém se adapte perfeitamente a todas as convenções sociais, até porque, muitas delas são idiotas (inclusive essa da roupa). Porém, temos que escolher nossas batalhas, para não viver brigando, e também temos que escolher nossa estratégia de batalha, para não gastar tempo e energia com uma mensagem que jamais será escutada.

Escolher a briga por um decote como batalha no atual momento me parece egóico, egoísta e narcisista. E escolher como estratégia enfrentar o mundo na marra me parece burro. Não se conscientiza pessoas obtusas de que a roupa não diz nada sobre a essência de um ser humano desta forma, se colocando na linha de fogo e antagonizando. Se você quer conscientizar as pessoas de algo, sua melhor chance é com diálogo, com informação, com conversa.

Mas, novamente, sagrado direito dela escolher esta causa e esta estratégia. E a resposta vem no mesmo tom da mensagem: bélica, afrontosa, agressiva. Não é ação, é reação. E a falácia usada como resposta chega a dar pena: comparar um decote com corrupção. Filha, não tem absolutamente nada a ver uma coisa com a outra. É como se eu quisesse cagar no meio da rua (uma coisa que se convencionou que não se faz) e falasse que é “pior quem comete homicídio”. O cu é meu e eu cago onde quiser? Sim. Mas se eu cagar na rua, existirão consequências, pois se convencionou que isso não se faz.

No mérito a moça tem razão. Ela deveria ter o direito de se vestir como quer. Mas na forma, ela presta um tremendo desfavor a quem quer mudar esse código de conduta, pois se porta de forma impositiva, afrontosa, algo que sabemos, fecha as portas para o diálogo e deixa o grande público reativo. Se você se porta desta forma, a reação virá no mesmo tom.

Também não se trata de machismo, como ela fez questão de alegar. Se um parlamentar desrespeita o dress code e aparece de bermuda florida, sem camisa, de sunga ou de chinelos, vai ser igualmente criticado. Aliás, inúmeros homens já foram criticados pelas roupas que estavam usando no Congresso. É uma questão das regras do lugar onde ela optou por entrar, independente de sexo. Regras estas que podem sim ser discutidas e modificadas, mas de outra forma. Agindo desta forma ela só fortalece essas regras babacas.

E se for para falar em feminismo e machismo, peço um pouco mais de coerência. Está confuso esse discurso de que a mulher pode ser o que quer e vestir o que quer, mas se não for conforme as regras feministas, é objetificação da mulher. Ora, um grupo que faz campanha para abolir a Mulata Globeleza por entender que ela denegria as mulheres perde o direito de defender que mulher pode vestir o que quiser. Tem que uniformizar esse discurso, porque está minando a credibilidade do movimento.

Quando votamos em um congressista esperamos que ele vá ao Congresso e faça seu trabalho, que é criar leis eficientes que melhorem o país. Pagamos caro por isso. Eles são nossos funcionários. Então, se para fazer o bem para o povo a pessoa tiver que fazer uma pequena concessão de roupa, me parece algo pequeno. Tirar o foco do trabalho para o qual foi votada para impor seu guarda-roupa não é uma luta nobre, é ego puro. Não vamos travestir isso de feminismo, é vaidade. Coloque o foco em criar boas leis que ajudem o povo que te elegeu.

Deputada, convenções de roupa valem para ambos os sexos. Já vi homem barrado em festa por não estar com roupa adequada. Se um homem for de sunga a um banco (que não seja no Rio de Janeiro), não entra e vai ser chamado, no mínimo, de “sem noção” em redes sociais. Conselho: se você quer contestar essas regras, tem todo o meu apoio, mas faça de forma inteligente, com informação e diálogo, não aparecendo na marra com uma roupa que vai desrespeitar uma norma estabelecida. E se resolver fazer as coisas desta forma, “na marra”, bem, saiba que a reação vai ser no mesmo tom.

As coisas são como elas são, não como gostaríamos que elas fossem. Não se muda nada na porrada, muito menos se colocando na linha de tiro. Nunca façam isso com vocês mesmos, além de ser ineficaz e só gerar mais antagonismo, vocês serão pisoteados pela manada.

Para me chamar de machista, para dizer que o problema não foi o decote e sim a roupa brega ou ainda para dizer que o país tem problemas mais urgentes para congressista focar: sally@desfavor.com

SOMIR

Muito embora um decote não ofenda pessoalmente e eu ache quem se ofende por isso muito chato, é complicado ter simpatia pela deputada Paulinha nessa situação: quando a polêmica parece tão meticulosamente criada, perde toda a graça. Não era segredo algum que existia um padrão de vestimenta numa assembleia legislativa: bastava ter visto qualquer uma das sessões anteriores para perceber. Uma pessoa que passou pelo complicado processo de se eleger deveria ter pelo menos essa noção.

O decote estava lá como isca para polêmica nas redes sociais. Era evidente que isso aconteceria: uma pessoa vestida de forma sensual num ambiente político dificilmente seria ignorada. Quero viver num mundo onde as pessoas podem se vestir como bem entenderem, mas a realidade não é essa. Existem regras, existem padrões. E essas regras e padrões não existem à toa: foram desenvolvidos por milênios de socialização humana.

Especialmente em ambientes focados em atividades intelectuais como a política. Pode-se argumentar que não selecionamos pessoas suficientemente inteligentes para ocupar essas vagas, mas em tese conta como um ambiente do tipo. Reduzir o impacto do corpo e da expressão pessoal nesses lugares ajuda a manter o foco nas ideias e argumentos que deveriam se manter em primeiro plano. Somos humanos, precisamos de muita ajuda para não voltarmos para comportamentos primais.

Por isso o homem aprendeu a usar um uniforme quando vai exercer funções do tipo: o terno é um grande equalizador. Todos os homens parecem iguais nessas situações, há um espaço muito limitado para expressão criativa da aparência pessoal com essa roupa, forçando todos a se destacar pela personalidade e comunicação falada ou escrita. Usar o uniforme reduz o impacto de pré-julgamentos, e acabou aceito como norma no mundo civilizado: se quer jogar o jogo do poder, tem que estar de terno.

Eu gosto disso? Não. Terno é uma roupa confortável? Nunca. Por incrível que pareça funciona bem e diminui muitas das tensões na hora da socialização em ambientes de política ou negócios? Sim. Então segue-se o padrão. Talvez um dia isso mude, mas vai precisar de umas mudanças consideráveis na humanidade para termos essa possibilidade. Por enquanto, o consenso é que reduzir o impacto da aparência física em ambientes intelectuais é benéfico para o sistema.

O que a deputada Paulinha fez foi mais do que usar a roupa que queria, ela deliberadamente vestiu algo que chamou mais atenção do que qualquer uma de suas ideias e gerou a polêmica sobre a qual discutimos agora. Se você não quer que a conversa gire ao redor dos seus seios, é evidente que não está se ajudando ao usar um decote generoso. Um homem usando uma bermuda no mesmo ambiente estaria atraindo atenção para a metade inferior do seu corpo ao quebrar os padrões, e não poderia se sentir surpreso ao ver as pessoas discutindo suas pernas de fora, não?

Existe um mundo de diferença entre oprimir mulheres a colocar uma roupa específica para não gerar atração sexual em homens (como uma burka) e dizer que um decote daquele tamanho não está de acordo com o dress code da Assembleia Legistativa. Ela foi criticada, mas continua com sua liberdade intacta. Liberdade de ação e expressão não é sinônimo de imunidade de críticas. Deputada Paulinha quebrou as regras por livre e espontânea vontade, sofreu consequências.

Sou favorável a quem chama ela de “puta” nas redes sociais? Não. Claro que não. Bando de babaca que não consegue se comunicar de forma minimamente racional. Mas, não é só porque alguns imbecis usaram expressões de baixo calão contra ela que sua ação automaticamente se torna correta. Ainda tem todo o problema dela ter sido ofendida em dobro pelo fato de estar num partido de esquerda considerando o cenário político atual (o que não deveria acontecer, mas era previsível).

Não podemos deixar que a falta de educação das pessoas nas redes sociais balize nenhuma das nossas decisões. Como eu disse no texto de quarta: a maioria das pessoas simplesmente não se importa com o intelecto. O mundo tem que ser tocado por quem gasta sua energia com a mente, e esse povo vai seguindo o fluxo, como sempre fez. Quem consegue chegar neste ponto de um texto e ainda entender o que está sendo argumentado que me interessa: existe uma lógica por trás da crítica feita à deputada Paulinha, mesmo que no fundo não devesse existir. A sociedade humana é cheia de regras feitas para acomodar diferenças e manter nossas interações minimamente toleráveis.

E a imensa maioria delas não tem nada a ver com oprimir a sexualidade feminina. São baseadas em eras de experiência com o que funciona na hora de manter a objetividade das argumentações e tornar práticas as ideias que temos. O ambiente social atual permite que muitas mulheres ignorem completamente a lógica dessas regras para fazerem o papel de vítimas e terem ganhos pessoais, sem que contribuam em nada para gerar uma sociedade melhor. Nem tudo é machismo, nem tudo é opressão. Às vezes mulheres erram, assim como homens erram.

Esse modelo de liberação feminina não é sustentável, principalmente porque não libera ninguém. Vai gerando cada vez mais ressentimento e tirando a seriedade das verdadeiras questões que atrapalham o desenvolvimento da mulher na sociedade moderna. Já está num grau caricato o suficiente para não sabermos mais se o certo é celebrar o corpo feminino ou se isso é exploração sexual! Uma das outras convenções da sociedade que faz mal para as mulheres é a ideia de que elas nunca sabem o que querem, e situações como essas realmente não fazem nada para diminuir essa percepção. Ou a mulher é igual ao homem e deve seguir as mesmas regras (não chame atenção para o seu corpo em locais de política ou negócios), ou é especial e troca alguns direitos por alguns poderes (use sua sexualidade para se destacar, mas aceite ser diminuída por isso). Pessoalmente, eu acho mais justa a primeira opção, mas eu não posso decidir pelos outros… quer usar decotão? Poder para você. Mas não é de graça.

Nada nessa vida é de graça. Impressionante que justamente as mulheres parecem estar esquecendo disso. Nada nunca foi de graça pra elas…

Para me chamar de machista, para dizer que os deputados deveriam ir de sunga então, ou mesmo para dizer que ela não é feminista de verdade por não ser gorda: somir@desfavor.com

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Comments (16)

  • Já faz tempo que jogadores e amantes do Tênis fazem campanha contra a regra do uniforme branco em Wimbledon. Ate o “risadinha eterna” do Tênis brasileiro entrou na onda. O torneio é o mais tradicional do circuito, paga uma fortuna aos competidores, oferece todo o conforto, segurança e glamour aos atletas e, a única exigência, é a vestimenta branca. Ainda assim a turma do mimimi reclama. Há pessoas que quebram as convenções por serem originais, e as que tentam quebrá-las por serem chatas.

  • Parlamentares são funcionários e o povo deve exigir deles o mesmo rigor que recebe. E se fosse uma pessoa comum tentando entrar na câmara usando a mesma roupa da deputada? Nem passaria pelos seguranças. Defender a quebra das regras é ser conivente com privilégios. Se temos que seguir o dress code no trabalho, a deputada também deve, já que estava em um ambiente de trabalho a serviço da população.

    • Concordo plenamente. E não se trata de machismo ou questão de sexo, homens sofrem com imposições de dress code, e sofrem muito, tendo que usar terno em dias absurdamente quentes.

  • mas como os adultos ocidentais andam infantilizados, hein. “Eu quero porque eu quero e tem que ser como eu quero”. Se o ser humano já faz muita merda num mundo com tantas regras, imagine num mundo sem regras onde todo mundo pode fazer o que quer “porque eu quero”. [2]

    Coisa mais babaca, tosca, obtusa e sem classe são esses “adultescentes” de hoje. Gente que não se comporta de acordo com a idade que tem é de cair o fiofó da bunda, e acho que as redes sociais só pioraram isso.

    Resumindo: Órgão Público não é lugar pra desfilar e “usar o que eu quero huurr duurr”. E ela se vestiu assim pra causar e chamar a atenção porque sabia que ia ganhar mídia.

    • Pois é, Fernanda. Há regras. É errado impor uma roupa a alguém? É sim, mas se a gente for parar para corrigir tudo que está errado, tem prioridades muito mais importantes…

  • Eu me considero feminista (mas eu raspo o sovaco, eu juro!), e achei que ela estava errada, pelo simples fato que há um código de vestimenta em certos ambientes. Eu trabalho em banco. Se eu aparecer lá com uma roupa dessa, o gerente me faz voltar para casa e trocar de roupa, porque há um ‘dress code’ (banco anda com essa frescura de usar inglês agora) para o serviço, e decotes muito abertos são contra esse ‘dress code’. Simples assim. Mesmo na época do colégio, se você fosse sem uniforme, ou com meia colorida ao invés de branca, era voltar para casa e pôr a roupa certa. Sinto, mas não tem machismo aí não.

    Entretanto, alguma das ofensas que foram dirigidas a ela foram exageradas. Chamá-la de puta só porque ela não tem noção? O certo seria idiota, cretina, louca querendo atenção. ;)

    • Sim, as ofensas são despropositadas. Mas ela chama esse tipo de coisa para si quando resolve antagonizar e impor seu querer na marra. Quando você puxa para um lado, fatalmente vem alguém e puxa de volta para o outro. Por isso é mais inteligente conseguir as coisas sem ficar no cabo de guerra…

    • Já que falou em colégio: eu acho que o problema começa exatamente aí. Ao estabelecer um uniforme escolar, (que pra mim não passa de mais uma forma de ganhar dinheiro em escolas particulares) não se está ensinando ao aluno que existe uma forma correta de se vestir, até porque nem todos são discretos. Um uniforme não torna ninguém melhor aluno. É simplesmente uma imposição inútil, como cadernos de capa com certa cor. Aí pode se dizer que isso deveria vir de casa. Mas quando a pessoa não tem isso em casa vai acabar não aprendendo nunca.

  • Nossa hein, que pauta que virou esse Brasil. Moça do céu, você foi eleita pela população, tem saúde, educação, meio ambiente e previdência pra discutir. E você escolhe ESSA BATALHA pra bater de frente. Nível de egocentrismo 1000.

    “uma pessoa vestida de forma sensual num ambiente político dificilmente seria ignorada. ”

    Ain Somir, a sensualidade é coisa da sua cabeça machista cis hetero que sexualiza a mulher!

    Esse com certeza seria um dos “argumentos” que os lacradores iriam usar caso o lessem esse texto.

    Saco de gente chata, vcs dois bateram bem na questão: Existem padrões, quebrá-los na base da marra e não querer consequências é utopia. Mas a deputada parece mais preocupada em usar o que sempre usou do que se adequar ou tentar mudar as coisas de outra forma.

    PS: Sally, seu texto foi PERFEITO. Essa depurada precisava duma amiga pra falar essas coisas pra ela.

  • “quando a polêmica parece tão meticulosamente criada, perde toda a graça.”
    Pelo menos metade das coisas que uma mulher faz são pra chamar atenção, com isso em mente fica mais fácil entender suas atitudes.
    Não fico incomodado com tetas, longe disso, mas como os adultos ocidentais andam infantilizados, hein. “Eu quero porque eu quero e tem que ser como eu quero”. Se o ser humano já faz muita merda num mundo com tantas regras, imagine num mundo sem regras onde todo mundo pode fazer o que quer “porque eu quero”. O que iria sair daí? Pessoas mais felizes ou pessoas mais exigentes, mimadas e sem senso de coletividade? Eu apostaria na segunda opção.
    E imagina se isso chegasse em profissões ainda mais sérias. Uma médica lacradora chega e fala que jalecos são opressores e quer operar o estômago de um paciente seminua, de cabelo solto e usando um monte de joias e glitter na pele, com direito a fotinho no Instagram e matéria nos sites de notícia. Pode parecer reductio ad absurdum, mas estamos no ocidente e tudo pode acontecer e ser acobertado pela narrativa de liberdade, aceitação e tempos modernos.
    Sem mais delongas, trabalho é pra trabalhar, não pra desfilar. Escritório não é Tinder. Tem depois do expediente e fins de semana pra se vestir até feito um pavão se quiser.

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