Oscar 2019

Se você não assistiu à cerimônia do Oscar, fez muito bem. Se poupe desse tipo de coisa. Um culto ao lacre, com formato, pessoas e conjunto da obra decadentes, que mascaram essa decadência (tudo que existe de bom migrou para seriados) querendo fazer parecer que cinema é uma grandes bosta para poucos intelectuais privilegiados.

Nada contra utilizar a lógica do clubinho esnobe para fazer um grupo de pessoas se sentirem especiais, porém, para que não fique tão patético, é preciso sustentar isso com atos muito além do discurso. Não dá para revestir cinema dessa aura nobre e premiar filmes bostas como Pantera Negra. Ou é cult, cabeça, intelectual ou bota filme de super-herói no rol de indicados/vencedores.

O Oscar tentou fazer ambos, e não acertou em nenhum. Não é um clubinho intelectual, pois, em troca de popularidade premia filme de super-herói que sempre desprezou abertamente, e também não é popular, pois no final das contas, ainda valoriza pseudo-intelectuais que compactuem com sua agenda, fechando as portas para quaisquer outras obras que não sigam sua cartilha. Mas, vamos à cerimônia em si, esse show de horrores que não valeu um minuto do meu sono.

O cenário por horas parecia um cabaré de quinta categoria, por horas um pano de funda para uma apresentação de teatro infantil. Não que alguém espere bom gosto de algo historicamente brega como o Oscar, mas este ano se superaram. Nos anos anteriores, ao menos, havia um alívio cômico para aplacar a vergonha alheia: apresentadores, geralmente comediantes, faziam piadas que tornavam a cerimônia menos nauseante.

Graças à histeria do lacre, o apresentador deste ano foi banido e nenhum outro comediante quis aceitar o papel, considerando a quantidade de censura e proibições impostas. Acho que apenas um tema de piada seria permitido: esculachar o Trump. Graças a essa recusa, tiveram que fazer uma cerimônia sem um apresentador fixo.

Coube à organização do evento escolher pessoas que representem cada categoria. O que fizeram? Cagaram e andaram para a pertinência temática: se você é negro, oriental ou algum tipo de minoria, pode vir apresentar. Foda-se se é esportista e não ator, foda-se se o auge da sua carreira foi apresentar vídeocassetada de bichinho no Animal Planet, é minoria? Sobe aqui e lê esse envelope.

Se o critério fosse apenas para os apresentadores… Parecem ter usado os mesmos critérios para a premiação. Sempre que dava para premiar uma minoria, era essa a escolha. A minoria subia ao palco, pegava o Oscar, discursava sobre igualdade, superação, alfinetava o Trump e descia. Foi basicamente isso a noite toda. Uma panelinha nojenta, que nem ao menos era formada por afinidade e sim para criar uma imagem de lacre aos olhos do público.

Quem vota nos vencedores não são negros, latinos, orientais ou trans. São homens brancos, são judeus, são heteros que provavelmente já assediaram violentamente mais de duas dúzias de mulheres cada. Essas pessoas escolheram minorias para saírem vencedoras não por merecimento, mas pela imagem que querem passar ao público. Uma manipulação descarada, na qual os fantoches negros e latinos dançaram lindamente puxados pelas cordinhas, em troca de cinco minutos de fama. Muito triste ser tão carente de reconhecimento a ponto de se prestar a esse papel.

A coisa começou cagada com o show do “Queen” na abertura. Entre aspas mesmo. Havia especulações sobre fazer uma apresentação com o Freddie Mercury como holografia com o resto (sim, sem o Freddie eles são resto) tocando. Não fizeram, sabe-se lá o motivo. Colocaram o Adam Lambert como vocalista. Desculpa, mas sem o Freddie, não é o Queen. Ele era o Queen. Desrespeitoso colocar outra pessoa no lugar cantando. Mas o pior ainda estava por vir, ele seria ainda mais vilipendiado nessa noite.

Para que vocês tenham uma ideia, o “ponto alto” da noite foi considerado a Lady Gaga cantando. Lady Gaga parecia uma cruza de Temer com Trump: as feições do Temer, com a cor de pele do Trump. Como sempre, cafonérrima, com um cabelo descolorido oxigenado que não orna com seu visual latino. Tem gente que é assim, por mais cara que seja a roupa, a pessoa é tão ralé de layout que sempre parece estar usando coisas de camelô.

Lady Gaga pode se vestir toda de ouro que ainda assim fica com cara de gentalha. Por isso, sabiamente, seus empresários sempre a mandaram fazer a linha exótica. Quando ela estava coberta de plumas, pedaços de carne e máscaras, sua cara de favelinha não contaminada o look. Quando ela sai vestida de gente sempre fica com essa cara de Creuza, por mais cara que seja a roupa. E olha, não tem raça mais chata que fã da Lady Gaga, um bando de adultinho adolescente com Daddy Issues, se caírem alguns aqui, pau no cu de vocês e dos seus pais ausentes, não me encham o saco.

Todos os apresentadores fizeram piadinhas idiotas, infantilizadas, caricatamente coreografadas e artificiais. Era uma festa para lacradores isolados em suas bolhas, sem qualquer noção da realidade ou do ridículo. Pior: era uma festa arquitetada para fazer parecer que essas pessoas têm algum poder ou relevância pois no atual contexto convém exaltá-los. Se amanhã algo mudar, os homens brancos e heteros por trás do evento vão descartar essas minorias feito fralda suja. Não é algo conquistado, é prêmio para inglês ver.

Mas ninguém ali parecia se importar. Pessoas cada vez mais desacreditadas, desempoderadas e ridicularizadas por seus excessos pareciam se agarrar com unhas e dentes ao único evento que ainda os prestigia. Foda-se se aquilo é uma puta hipocrisia, eles queriam os cinco minutos de fama ganhando um Oscar e discursando sobre como a vida de todos os negros vai ser melhor agora. Spoiler: não vai. É sobre ego, não sobre lutar por um grupo.

Já na entrega do prêmio de melhor atriz coadjuvante começamos a ver quais eram os reais critérios. A excelente e muitas vezes indicada Amy Adams branca, cabelo liso, loira, olhos claros) perdeu para Regina King, gerando uma enxurrada de Memes nas redes sociais de tão ridícula que foi esta decisão. Mas tudo bem, até veteranas peso pesado, como Glenn Close perderam a estatueta por serem brancas demais e loiras demais. Se você não era negro, gay, latino, feminista, ou qualquer outra categoria do lacre, sem chances.

Não, não é exagero. Estamos falando sobre uma cerimônia que premiou filme sobre menstruação. Um filme feito por mulheres, que quando subiram ao palco para pegar o prêmio, fizeram questão de se portar de forma a reforçar o estereótipo da mulher histérica e debilóide: discurso aos berros, choro, postura infantilizada. Obrigada por mais esse desfavor, como mulher, estou envergonhada.

Aliás, os discursos de agradecimento eram praticamente um palanque. Até onde eu entendo, aquele espaço é para comemorar os frutos de um bom trabalho com todos aqueles que contribuíram para ele. Mas parece que não, parece que é para levantar bandeiras, lacrar o máximo possível, como adolescentes rebeldes que desafiam o Papai Trump e se acham o máximo por isso. Não era sobre comemorar nada, era sobre antagonizar. Que triste dar tanto ibope para posicionamentos e pessoas que se despreza, não?

Durante a cerimônia, em redes sociais, famosos negros contavam e estimulavam a que outros contem quantos negros ganharam Oscar até então. Realiza se fosse ao contrário, a merda que não ia dar. E cada vez que um negro ganhava, vinha um discurso inflamado e provocativo contra brancos. Sim, a palavra é “contra”, pois eram coisas como “morte aos brancos”. Inverte essa frase, só em pensamento, que o Ministério Público bate na sua porta em cinco minutos.

Os Chicanos também estavam assanhados. E, que fique claro, para os EUA, todos nós somos Chicanos, independente de cor de pele. Somos “sand monkeys”, como eles costumam dizer. Javier Bardem foi convidado para apresentar a premiação de melhor filme estrangeiro e, não contente em falar em espanhol.

Pensa comigo: se um ator americano que mora e trabalha no Brasil apresenta um prêmio brasileiro falando em inglês, chamam de filho da puta para baixo. Ainda fez picuinha com o muro do Trump. Amigão, é o presidente do país, eleito democraticamente por uma maioria de americanos, se você não gosta, faz as malas e volta pra casa. Agora está em alta fazer esse tipo de antagonismo, mas as coisas mudam. Quando tudo mudar, essa gente vai ter que pedir esmola debaixo da ponte. Não é possível que sejam tão burros.

Obviamente premiaram Roma em mais de uma categoria. Roma é uma das coisas mais chatas já filmadas, porém com diretor mexicano, então, ele tinha o Selo Lacre de Premiação. Não me espanta, ano passado premiaram outro mexicano que apresentou um filme comprovadamente plagiado (“A forma da água”) e ninguém se incomodou com isso.

O diretor de Roma, Alfonso Cuarón, é um homem que teve a capacidade de fazer um filme NO ESPAÇO e COM A SANDRA BULLOCK ficar chato pra caralho. A julgar por Roma, que supostamente retrata suas origens, tá explicado, ele teve uma vida chata pra caralho. Tá de parabéns. Acho que deveríamos mudar o ditado popular: quem tem boca vaia Roma.

Mas o que mais me agrediu foi o discurso do Rami Malek, premiado como melhor ator pelo filme Bohemian Rapsody (imigrante, tinha o Selo Lacre de Premiação). Ele resumiu Freddie Mercury e o filme sobre a história do Queen como “a história de um imigrante gay”. Puta que me pariu, o maior cantor de todos os tempos, uma banda que fez história e o cara resume a imigrante gay? Foda-se se onde ele era ou o que ele fazia com seu cu, Freddie Mercury é muito maior do que todos esses rótulos. Lamentável.

Depois não entendem por qual motivo o público migra para seriado. A indústria do cinema é um adolescente fazendo pirraça, são pessoas que vivem em um a bolha, incapazes de se atualizar, de entender o público e de se adaptar a novos tempos. Parece que qualquer um que entre nesse meio tem que passar por um processo de lavagem cerebral, de propagar o medo, o antagonismo, a dualidade. Não estão combatendo nada, estão apenas criando mais dualidade e piorando o que já está bem ruim.

E, não me entendam mal, não quero aqui defender “o outro lado”, quero defender que não exista lado. Quanto mais você antagoniza, mais alimenta que exista esse “outro lado”. Artes são um excelente veículo para unir pessoas e esses merdinhas estão utilizando para separar ainda mais, acentuando uma polaridade que já é suficientemente nociva.

Gostaria de pontuar também que eu teria tudo para me beneficiar dessa onda de “empoderamento”. Sou mulher, sou filha de imigrantes de outro país. Mas não vou, me recuso a fomentar diferenças. Foda-se de onde eu sou, foda-se a cor da minha pele, foda-se quem é meu parceiro. Não é assim que se premia ou se avalia um ser humano, muito menos que se melhora o mundo.

Não se muda o mundo combatendo nada. Se muda com informação, com conhecimento, com diálogo. Para cada filme ou discurso lacrador, surgirão centenas de americanos conservadores ainda mais putos, reforçando ainda mais o Trump Way Of Life. Para cara discurso de empoderamento negro surgirão mais Jussie Smolletts, simulando agressão de brancos opressores para capitalizar a seu favor. A indústria do lacre presta um enorme desfavor e o Oscar, por oportunismo/desespero de encontrar um nicho, a está alimentando de forma patológica.

Chega de aplaudir guerrinha de lado, chega de incentivar ou estimular o empoderamento de alguns grupos. Quanta merda ainda vai ter que acontecer para que estas supostas “cabeças pensantes” percebam que não é por aí?

Já vivemos o bastante para saber que a história é um movimento pendular. Quando esse pêndulo virar e voltar no sentido contrário, essas pessoas serão varridas com uma violência proporcional ao lacre que estão fazendo agora. Parem. Apenas parem.

Para me chamar de racista, para me chamar de fascista, para me chamar de qualquer outro “ista”: sally@desfavor.com

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Comments (53)

  • E isso vai longe ainda. Um dos motivos é a tal “espiral do silêncio”, mas vai muito além dela. Deve haver uma quantidade considerável de gente dentro do armário nesse meio, no sentido de ter uma visão de mundo que não compactua nem um pouco com essa histeria lacradora, porém não ter coragem de manifestar isso.

    Pensa, por exemplo, se uma dessas cantoras pop resolve dizer em uma entrevista que nem acha o Trump esse monstro todo, que não concorda com a imagem extremamente vilanesca que pintam dele. Sequer precisaria elogiar, bastaria dizer que não acha ele de todo mal. Não tenho dúvida de que apenas isso seria o suficiente pra causar uma tremenda dor de cabeça a essa cantora, que passaria a ser desprezada e esculhambada pela maioria, podendo inclusive ter sua carreira prejudicada. É como aconteceu com a Anitta aqui, quando foi praticamente obrigada a aderir ao movimento “elenão” sob ameças de boicote e pressão de outros artistas. E não tivesse “se rendido” provavelmente estaria queimada agora. Ou seja, dependendo da situação, nem a neutralidade eles toleram. Ou você lacra ou tem mais é que se foder.

    Por isso não acho que figuras como Kanye West deixarão de ser raríssimas, pelo menos não tão cedo. Quem compra essa briga tem que estar disposto a encarar as consequências (que podem ser MUITO duras). E até aqueles que conseguem prosperar bastante enquanto cagam pro politicamente correto e pra lacração, ainda são prejudicados de alguma forma, em algum grau. Não tem como sair totalmente ileso. Um bom exemplo disso é o Gentili. O cara tem milhões e milhões de seguidores nas redes sociais (além de um enorme engajamento, que é tão importante quanto no sentido comercial) e um programa que há anos vem batendo de frente com a Globo na audiência, muitas vezes deixando-a pra trás; mas ainda assim é rejeitado pelo mercado publicitário, ao passo que comediantes de menor expressão, porém lacradores como Porchat e Adnet são requisitados pelas grandes marcas.

    • Comentário irretocável. É isso mesmo. No mundo dos quadrinhos (do qual não sou muito fã mas acompanho uma ou outra coisa), recentemente fechou o tal Terra Zero, um blog (ou podcast ou sei lá eu de que outro formato era isso na Internet) sobre quadrinhos da DC (isso foi há pouco tempo, já em 2019). Os detratores dizem (e concordo com eles) que as causas do encerramento de suas atividades foram justamente a lacração exagerada e o engajamento politicamente correto em que seus redatores passaram a incorrer de uns anos pra cá. Um certo Mauro Tavares já havia alertado para este aspecto lacrador da área numa postagem de 2015 em seu site (veja: há quatro anos!), na qual, justamente, esse Terra Zero e vários outros blogs eram elencados por levantarem bandeiras incompatíveis com o mundo das histórias em quadrinhos (busque por “13 piores sites de gibis”). É claro que, enquanto instrumento de divulgação cultural, certos problemas podem e devem ser levados às histórias em quadrinhos, desde que com o tratamento adequado. A lacração, entretanto, produz efeitos completamente avessos e sempre levará para o buraco qualquer empreendimento que dela lance mão.

    • No fim das contas, o dinheiro sempre fala mais alto. Prefiro permanecer no anonimato mesmo. Deve ser uma merda você ter determinada opinião, mas não poder expressá-la por ser refém de certos grupinhos (e depender deles pra se sustentar). Isso é uma baita violência consigo mesmo.

      Eu ainda torço pro pêndulo virar de vez (como sempre é dito aqui) pra esse tipo de ativismo ser descartado como lixo.

      • Mas QUEM vai ficar lendo sites que ficam na eterna lacração, alternando entre a autopunição exagerada (“sou homem, me bata, me xingue, eu mereço”) e a exaltação de qualquer minoria que passe por ele?

        Se você quer conteúdo, esses sítios não são para você.

  • Toda vez que ouço falar em Oscar, vejo em minha mente um rabino ortodoxo (pode ser o Menachen Mendel Scheerson, por exemplo) segurando uns marionetes representando Warners, Foxes, Columbias e outros clubinhos de judeus e estes por sua vez segurando marionetes representando toda essa porcariada de classe artística de Fuckywood, enquanto uma multidão de lacradores os ovaciona na platéia do teatrinho.

  • Finalmente alguém que odiou Roma!
    Sinceramente, o filme mais fraco indicado ao Oscar que eu já vi, não sei o porquê de tanto hype…

  • Olha, a única coisa que prestou nesse Oscar foi o “exemplo de superação” da própria Lady Gaga, que ganhou todos os prêmios que podia. De mais a mais, uma festa que não consegue ser lembrada pelas pessoas merece a lata do lixo (e olha que teve gente que disse que o Oscar não foi negro o suficiente…).

    P. S.: Já viu que nossos ídolos agora não são mais americanos, a começar dos desenhos? Quando sua filha tem como inspiração uma porquinha inglesa e uma francesa vestida de joaninha é que você percebe que o mundo está deixando essa “americanização forçada” de lado – por culpa dos democratas, esses chatos de galocha.

  • “não tem raça mais chata que fã da Lady Gaga, um bando de adultinho adolescente com Daddy Issues”. É isso mesmo sally, não conheço um serumaninho que goste da gaga que não possua esse perfil. É um bando de adolescente lacrador que acham que arrasam, mas vivem nas casas dos pais e não sabem nem lavar as roupas íntimas direito. E sim, também acho ela ridícula, brega, assim como a voz que não é grande coisa.

    • Sem paciência para esse povo “Ain, olha como ela é diferentona, quero ser diferentão também”. Ser diferente não é ser especial nem melhor, ser diferente te separa do resto. Chega de fomentar dualidade, polaridade.

    • Nossa, só aqui no desfavor mesmo pra achar gente que pensa de maneira parecida contigo sem soar ou parecer um ambiente hostil ou algo do tipo. Concordo que fã de Lady Gaga (incluo aqui também qualquer diva pop do momento) é um pé no saco!

      Eu, como tenho uma formação em música desde pequeno, tendo a apreciar música de maneira diferente: não ligo se o artista fez tal ou tal performance, disse sei lá o quê na mídia. Ligo sim para os aspectos técnicos e composicionais da música: melodia, letra, harmonia, se está bem composto, se os acordes se encaixam bem, se tem um ritmo legal, enfim.

      Agora, essa galera aí que diz amar incondicionalmente Lady Gaga porque ela é lá diferentona ou porque a letra de sei lá qual música representa sua superação e aceitação, bem como saída do armário e bla bla bla… bahhh!

      Eu tenho uma hipótese sobre isso, não sei se é válida: tendo a perceber que esse tipo de gente que elege qualquer diva pop do momento como um monumento num pedestal geralmente é gente carente ou com personalidade fraca, pra não dizer os dois também; e que acaba que elegendo justamente algum ícone como válvula de escape, como uma saída para seus problemas.

      • Sim, eu acho que é gente que precisa de um mito, para se realizar através da outra pessoa, viver a vida da outra pessoa. Muito triste.

  • Lembro de uma premiação em que o Chris Brown fez um discurso anti-branco e anti-azelite, todo mundo aplaudiu e achou o máximo. Só se esquecem do detalhe é que o cara foi contratado por um conselho de judeus milionários e poderosos, e que o discurso foi previamente analisado e aprovado por eles. Stunning and brave!

    No mais, transformaram o evento de uma masturbação de ego mútua para uma masturbação de ego mútua temperada com discursos resumidos em “Orange Man Bad”, mas agora em vez daquela punhetinha padrão em que um elogia o trabalho do outro, agora apimentaram a punhetinha com uma massagem prostática de “olha só, agora todas as vagas são por cotas!”

    E é sempre divertido ver as Lacretes e os Lacrynhos se achando os rebeldes da resistência por alfinetar o Trump. Vai lá alfinetar um Maduro da vida, pra ver se você não vai preso no mesmo dia por “conspirar contra a segurança nacional e o governo democrático popular do povo”.

  • Ué, sempre me ensinaram que no ditado é “vaia” e não “vai a”…

    Pantera Negra: Filme chato, elenco chato, roteiro chato… Até o discurso no Oscar tem sempre que ter aquela pegada nósXeles
    Tinha que ser essa histeria do lacre pra botar uma coisa dessas no ar

    • O que eu sabia era que naquela época Roma era uma cidade muito procurada, inclusive para comércio, mas não era muito fácil de se chegar. Então, só aqueles que persistiam muito e perguntavam muito pelo caminho conseguiam chegar à cidade. Mas, considerando o nível das escolas cariocas, é bem possível que esteja errado.

      • Eu também achava que era do verbo “ir” até uns anos atrás. Um professor me ensinou que o povo vaiava deslizes dos imperadores e era um modo de protesto. Cultura inútil: Até os soldados vaiavam as autoridades e isso só parou quando começaram a aplicar penalidades.

          • Aqui no Sul do País, já me ensinaram outras coisas. “Quem tem boca vai à Roma, tanto no sentido literal pois “Todos os caminhos levam à Roma. Tanto no figurado, caso se desejasse que uma mensagem chegasse na Capital, só era necessário ter boca para falar, que as caravanas e mensageiros se encarregariam de levar até Roma.

  • Faz tempo que não tem mais como levar a sério essa pataquada de Oscar. Faz tempo que já está na cara que não é mais sobre melhores performances artísticas, e sim um evento que premia o posicionamento político-ideológico dos artistas. Mas não estou totalmente surpreso com esse descacetamento politicamente correto de Hollywood: eles disputaram com o Vale do Silício o título de maiores doadores de campanha do partido democrata na eleição presidencial de 2016.

    Mas o que de certa forma ainda me surpreende é que eles chegam no fundo do poço e continuam cavando: a cada edição eles fazem questão de deixar cada vez mais claro essa ode ridícula à lacração, achando que se os “inimigos” dessa guerrinha estúpida de lados os repudiam, é porque eles estão no caminho certo (alguém avisa eles que é por essas atitudes que a galera abandonou o cinema em favor das séries, e que isso vai ser a ruína da indústria se não mudar logo).

    Em tempo: acho que se Freddy Mercury estivesse vivo, ficaria putaço ao ver essa declaração retardada do Rami Malek, reduzindo um dos maiores (senão o maior) talentos do século XX a meros rótulos ideológicos. “Ain, o filme fez sucesso pq as pessoa querem ver gay e imigrante nos filmes” NÃO ANIMAL, FEZ SUCESSO PORQUE QUEEN FOI UMA DAS MAIORES BANDAS DE TODOS OS TEMPOS!

    • Pois é, eles não percebem que esse tipo de coisa elegeu o Trump?

      Certeza que a queda do Malek ao descer do palco foi um puxão de pé dado pelo eterno vocalista do Queen!

  • Uma coisa que eu acho ridícula hoje em dia é o “how brave” que muita gente aplaude quando alguém se diz contra o antigo status quo, sendo que há zero risco de repercussão negativa pois o atual status quo se alimenta disso. Tipo celebridade fazer indiretinha pro Trump. How brave! Fazer manifestações ofendendo imagens e objetos católicos. Revolutionary! Criticar o conservadorismo. How daring!
    Daí faz matéria sobre mutilação genital feminina, não fala a palavra muçulmano ou islâmico nenhuma vez. Menciona de leve que há motivação “religiosa”. Entendam, cago pra religião mas essas pessoas agem como se xingar o papa hoje é o mesmo que xingar o papa no século 15 e como se fosse muito desafiador criticar um dos presidentes mais impopulares da história dos Estados Unidos.

    Vocês só chutam cachorro morto. Fácil ser desafiador com quem é indiferente.

  • Caramba…
    …quanto ódio no coração rsrs…
    …eu devo ser muito atrasado intelectualmente, porque eu curti o filme do Pantera Negra.

    • Não é sobre o filme em si e sim sobre o que ele representa. Virou uma bandeira. Por mais que você tenha gostado, você acha que é um filme para concorrer a Oscar de melhor filme?

      • Mas e existe algum critério para melhor filme?
        Qual seria um filme com qualidade suficiente para satisfazer seu refinado gosto e ser indicado a melhor filme?

        • Critério objetivo não. Mas desde sempre existe uma tradição de que o melhor filme tenha uma qualidade de roteiro que Pantera Negra não tem.

      • Não, não é. Não há nada de inovador ali e é mais do mesmo. Mas como tudo agora é cota e lacre, ele foi indicado.

        Por isso gosto dos chineses, morei um ano e meio na China e eles estão CAGANDO para isso tudo. Sem mimimi e sem lacração…

      • Eu assisti pq sou fã de Marvel (pode me chutar, sou geek), mas eh bem fraquinho… comparado aos outros filmes da Marvel, é…. meh…. passável. Só foi pro Oscar por que o elenco era negro, fato.

        Se fosse assim, há filmes melhores na categoria ‘sem história lógica, cheio de explosão e homem sexy com roupa colada, baseados em gibis que você leu/lê’ que poderiam concorrer a melhor filme, mas não concorreram porque os protagonistas eram brancos. Sejamos coerente, aquele povo jamais deu prêmio para blockbuster. Black Panther foi só pela lacração, fazer o que?

  • “Ele resumiu Freddy Mercury e o filme sobre a história do Queen como “a história de um imigrante gay”

    Freddie deve estar se revirando no túmulo neste exato momento. Apenas o maior vocalista da história do Rock sendo resumido a um “imigrante gay” pra satisfazer a narrativa doentia dessa gente imunda. E olha que ele próprio cagava pra esses estereótipos em vida, só queria expressar a arte dele e foda-se o resto.

    Ainda bem que nunca tive o menor interesse em assistir essas premiações.

  • E é por causa dessa “ode ao lacre” que o Oscar e os próprios filmes em si viraram que eu quase não vou mais ao cinema…

    • década de 2010, a década mais bosta do mundo do entretenimento.
      associo isso ao culto à juventude, que existe desde a era hippie dos anos 60/70, mas hoje tem proporções maiores. tudo é voltado pros jovens, desprezam os mais velhos como dinossauros que precisam ser extintos pra não atrapalhar a evolução do mundo, envelhecer passou de ganhar experiência pra ser um pesadelo, jovens na casa dos 20 agindo como eternos adolescentes, com alergia a trabalho e responsabilidades (por isso falam tanto em mudar o sistema) enquanto seus pais nessa idade já trabalhavam e juntavam o dinheiro pra comprar a primeira casa e se estabelecer, na mídia exaltam pessoas que “não envelhecem” (com filtro de foto e 300 plásticas é fácil), jovens desprezam seus pais e avós por opiniões políticas e preferem largar a família pra idolatrar seus políticos e ideologias de estimação.
      sei que nem todo jovem é assim, família pode ser uma merda, o mundo está cada vez mais caro e cobrando cada vez mais conhecimentos e formações, minha crítica vai mais pra mídia e empresas no geral, que se dedicam aos jovens e esquecem que pessoas mais velhas vivem cada vez mais e são um mercado em potencial, e PELAMORDEDEUS é muito cringe receber um email de um banco ou uma livraria cheia de gírias e referências a cultura pop!!! sei umas referências de uns 10 filmes que nunca vi porque as referências são usadas em todo canto.

      • exatamente!! é só olhar o que estão as propagandas de carros e cerveja, produtos consumidos por adultos. as propagandas estão extremamente infantilizadas e direcionadas para esse público ‘cool’ não com tanto objetivo de vender, mas sim de repercutir.
        programas de tv também tratam sua audiência com linguagem infanto-juvenil depois que o lobby dos grandes grupos de mídia fez com que retirassem a necessidade de cursar jornalismo pra trabalhar na área.
        são os ‘eternos jovens’ com 40 anos que ‘um dia vão’ mudar o mundo.

      • PELAMORDEDEUS é muito cringe receber um email de um banco ou uma livraria cheia de gírias e referências a cultura pop!!! Concordo, potato. E mais: já viu e-mail de operadora de cartão de crédito com emoticons? Eu já. Acabou de chegar um aqui de uma empresa dessas se desculpando por uma “falha de sistema” encerrado com o um : “Estaremos sempre ao seu dispor -^_^-“. É mole?

  • Pra vocês verem o quanto eu estou por fora: nem sabia que a Lady Gaga ainda existia. Pra mim, ela tinha tido seus 15 minutos de fama há alguns anos com aquele lance do visual esquisitão e depois sumido no limbo a que pertencem as pencas daqueles “artistas” que “chocam a sociedade” num primeiro momento e depois não tem mais nada pra mostrar. Mas a dita cuja ainda está por aí. E agora até ganhando um – desprestigiado – Oscar…

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