Primeiros Socorros – Realizando um parto.

Quando a mãe natureza chama, o ser humano não tem muita opção se não obedecer. O grande problema é que algumas vezes este chamado vem nos piores momentos, nos colocando em uma tremenda cilada. Tomara que nunca aconteça com vocês, mas se acontecer, não vão ser pegos desprevenidos. Desfavor Explica Primeiros Socorros: realizando um parto.

Fazer um parto sozinho tem que ser a última e única opção. Se for possível chegar a um hospital, posto de saúde ou até mesmo a uma farmácia, dê prioridade por levar a gestante até lá. Só realize um parto sem um profissional capacitado e a devida infraestrutura se não houver mais nenhuma possibilidade. E, mesmo assim, ligue para 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, vulgo SAMU) e para 193 (Corpo de Bombeiros) dando sua localização e informando sobre o parto. Pode ser que eles cheguem a tempo de te ajudar.

Também é possível ligar para o médico responsável pela gestante e pedir que ele te oriente em tempo real, por telefone, sobre o que fazer durante o parto. Se não puder localizar este médico, você pode pedir estas orientações para o SAMU ou para o Corpo de Bombeiros, eles encontrarão alguém para te orientar à distância. Tente tudo, TUDO, antes de agir sozinho sem supervisão.

Porém, se você está completamente sozinho e incomunicável, respire fundo e faça a sua parte para ajudar a trazer este bebê ao mundo da melhor forma possível. Nós vamos fazer a nossa parte e te dar o máximo de ferramentas para isso.

Saiba que pode ser um alarme falso (e tomara que seja!). Algumas vezes o corpo produz umas contrações chamadas de “Contrações de Treinamento” ou “Braxton Hicks” que funcionam apenas como um “ensaio” para um futuro parto. Elas têm características diferentes das contrações de verdade. Para descobrir se é alarme falso ou não, você e a gestante vão precisar trabalhar em equipe, observando as características abaixo.

Se for alarme falso, as contrações não vão aumentar de frequência progressivamente (normalmente não acontecem mais de 5 por hora), não vão aumentar de intensidade progressivamente, não aparecerão em intervalos regulares, durarão menos que as contrações verdadeiras (em média, menos de um minuto) e normalmente param quando a gestante muda de posição: se está deitada, coloque ela de pé. Se estava de pé, coloque ela deitada.

As contrações reais, que indicam trabalho de parto, tem uma duração maior (cerca de 60 segundos ou mais), são regulares (acontecem dentro de um mesmo intervalo de tempo, que vai se tornando mais curto progressivamente), vão ficando cada vez mais doloridas, não melhoram com mudança de posição, são sentidas na barriga toda (e não em parte dela), às vezes até nas costas.

Se forem contrações de treinamento, fique com a gestante até que elas cessem e, assim que possível, leve ela para um atendimento médico. É fundamental que ela seja avaliada por um profissional para confirmar se realmente está tudo bem. Se forem contrações reais, se prepare para fazer um parto. Não vou mentir, não vai ser agradável, mas você terá uma bela história para contar.

Tente tranquilizar a gestante, se ela estiver calma, tudo vai ser mais fácil. Coloque ela deitada de lado, se isso for possível, para que o peso da barriga não esmague veias importantes que se localizam nas costas (papo técnico: veias cavas), pois estas veias levam sangue para o coração e para o cérebro, assim você evitará um desconforto desnecessário. Somente na hora do parto a pessoa deve ser virada de barriga para cima.

O que indica o quão perto uma criança está do nascimento é o intervalo das contrações que a gestante está sentindo. Normalmente elas começam com intervalos longos entre uma e outra e, com o passar do tempo, o intervalo vai ficando cada vez menor. Uma gestante entra oficialmente em trabalho de parto quando as contrações tiverem um intervalo de dez em dez minutos. Neste ponto, ainda é possível ir a um hospital, se ele não estiver muito distante.

O sinal de alerta acontece quando o intervalo entre contrações estiver entre três e cinco minutos (a frequência média de duração da contração é 60 segundos, mas pode oscilar entre 40 e 90 segundos), aí provavelmente não dá mais tempo de chegar a lugar algum, só de se preparar pegando toalhas, lençóis, kit de primeiros socorros, antisséptico e o que mais você tiver à mão.

Quando as contrações estiverem acontecendo de dois em dois minutos, pare onde está, não dá tempo de mais nada, o bebê vai nascer.

A forma mais fácil e rápida de mensurar as contrações é recebendo esta informação da própria gestante, o que, via de regra, fica bem claro pois elas costumam provocar dor. Mas atenção para contar certinho: o intervalo só se conta quando a contração cessa, ou seja, se a mulher sentiu uma contração por um minuto, só ao final dessa contração (e não durante) é que você vai cronometrar o tempo para mensurar quando a contração seguinte começa.

Porém, se por qualquer motivo a gestante estiver inconsciente ou impossibilitada de falar, você pode tentar perceber as contrações colocando a mão na barriga da futura mamãe: a região vai ficar mais rígida que o normal por algum período, quando ela relaxar, é que a contração cessou. Sim, mães inconscientes podem parir, até mesmo mães em coma podem parir. O corpo humano é voltado para sobrevivência e procriação e tem mecanismos maravilhosos para isso.

Quando chegar nesse ponto de contrações de dois em dois minutos, ninguém entra e ninguém sai. Mantenha a mulher deitada e não a deixe sair dali. Muitas mulheres querem levantar para ir ao banheiro, pois as contrações comprimem o ânus também, causando vontade de evacuar. Nessa brincadeira, a criança pode sair, cair e até morrer. A gestante deve ficar deitada em um local seguro e monitorada. Não permite que ela saia, se levante, se vire… Tente ser firme, mulheres podem ficar muito alteradas nessa hora. É para o bem dela e da criança.

É isso, o bebê vai nascer e você vai ter que ajudar. Antes de mais nada, remova qualquer jóia ou acessório das mãos e pulso (anéis, relógio, pulseiras, etc). Depois, higienize suas mãos como puder. Em um mundo ideal, a pessoa esfregaria as mãos e braços até o cotovelo por cinco minutos com um sabonete antibactericida específico e água morna e depois usaria luvas esterilizadas, mas infelizmente este texto não é sobre um mundo ideal: álcool 70%, álcool gel, água e sabão, somente água… vai o que tiver. É uma situação emergencial, vale usar qualquer coisa que possa matar ou reduzir germes.

Não se esqueça que você deve tentar limpar até os cotovelos, não serão apenas suas mãos que vão entrar em contato com o bebê. Se não tiver luvas cirúrgicas esterilizadas (e quem é que tem uma coisa dessas na bolsa?) não improvise com luvas de limpeza ou outros tipos de luva, pois é provável que estejam contaminadas de bactérias. Suas mãos limpas são mais seguras que uma luva de limpeza.

Procure manter um ambiente confortável para a gestante. Se possível, forre o local com tecidos limpos, como toalhas, lençóis ou toalhas de mesa. Reserve uma manta, toalha ou algo aquecido para “embrulhar” o bebê e mantê-lo agasalhado depois que ele nascer. Se houver um kit de primeiros socorros, mantenha-o por perto, pode ser útil.

O ideal é que a gestante tire toda a roupa da cintura para baixo. Se possível, coloque uma toalha ou um lençol limpo cobrindo-a, para que ela se sinta menos exposta. Daí pra frente, meus queridos, vocês serão meros coadjuvantes, torcendo, orientando e apoiando, mas quem vai ter que fazer tudo até o bebê sair é a gestante.

Tenha em mente que trabalho de parto é exclusivo da parturiente. Sendo leigo, você está lá para dar apoio e pegar o bebê quando ele sair. O resto é com a gestante. Jamais meta a mão na barriga, empurre ou pressione, leigos podem causar mais mal do que bem fazendo isso. Estimule a futura mamãe a fazer força, tente tranquiliza-la e fique tranquilo também: por séculos mulheres pariram sozinhas, a mãe natureza está a favor de vocês.

O que você pode fazer para ajudar: falar baixo (nada de fazer o louco e gritar para ela fazer força, como obstetra de filme), ajudar com a respiração, pedindo que ela respire junto com você de forma mais lenta (o grande perigo e o que se pretende evitar é a hiperventilação, quando a pessoa respira rápido demais), pedir que ela respire pelo nariz e expire pela boca em um ritmo regular, segurar a mão dela e colocar contra o seu corpo para que ela sinta a sua respiração e tente entrar no mesmo ritmo.

Outra ajuda válida é estimular a gestante a só fazer força na hora certa, se ela ficar fazendo força o tempo todo, vai entrar em exaustão. É comum que gestantes façam força automaticamente no auge da contração, por causa da dor, se cansando à toa. A hora precisa para fazer força é quando ela sentir uma pressão crescente na lombar, no períneo ou no reto. Aí sim a futura mamãe deve concentrar todas as forças para “empurrar” a criança para fora. Mas não é para fazer força por minutos seguidos, a regra é fazer força para empurrar de três a quatro vezes durante 6 a 8 segundos por contração. Pode ser um pouco mais, um pouco menos. Mas nunca muito mais tempo que isso, pois seria desperdiçar energia em um evento que vai consumir muito dela.

O pior para a mãe vem quando é possível ver a cabeça do bebê, esse é o momento do empurrão final. É mais difícil por ser necessário mais força e pela gestante já estar exausta. Dê forças, não a deixe desanimar. Outra dica que pode ser útil: oriente ela a concentrar a força na região abdominal em vez de contrair tudo e fazer força com o corpo todo. Continue estimulando uma respiração lenta, mesmo que ela te xingue por isso.

Transmita confiança. Minta. Repita quantas vezes for necessário que vai ficar tudo bem, que ela vai conseguir, que você está lá para ajudar. Uma parturiente precisa de segurança e calma, não da verdade. Você não é médico, não tem o dever legal de falar a verdade absoluta. Não julgue o que a futura mamãe está sentindo, apenas apoie.

Muitas gestantes se sentem mais confortáveis parindo em outras posições que não aquela clássica deitada de barriga para cima com as pernas flexionadas (papo técnico: posição de litotomia), optando, por exemplo, pela posição de cócoras, para ter ajuda da força da gravidade. A questão é: você se acha apto a segurar uma gestante e ao mesmo tempo pegar seu bebê nesta posição? Eu não me acho. Apesar de não ser a mais confortável, a posição deitada de barriga para cima ainda é a mais segura quando falamos de parto realizado por leigos. Então, se possível, use essa posição.

Exceção: se em vez de sair uma cabeça, saírem os pés ou o bumbum da criança. Quando a criança nasce “sentada”, ou seja, primeiro os pés, depois a cabeça, a melhor chance é colocar a mãe de cócoras. Você vai precisar de alguma habilidade para este evento.

A mãe deve ficar de cócoras e você deve ficar a postos pronto para pegar a criança apenas quando sua cabeça sair do canal vaginal, ou seja, vai ter que pegar a criança “no ar”. É muito importante não tocar na criança até que a cabeça esteja do lado de fora, caso contrário seu toque pode ser um estímulo para que o bebê comece a respirar ainda com a cabeça submersa em líquido amniótico, o que pode matar a criança. Não puxe, não encoste, deixe a criança sair no seu tempo… e tente pegar um bebê molinho e escorregadio no ar. Se houve a possibilidade de forrar o chão com travesseiros, recomendo que o faça, assim, se você falhar, o dano será menor.

Como eu disse, sua função principal começa depois que bebê sair. Antes disso, é com a mãe. Mesmo na posição convencional, mesmo se a cabeça sair primeiro, não puxe o bebê pela cabeça, não torça o bebê, não puxe o cordão umbilical, não interfira em nada, há mais chances de que a natureza acerte do que você. Se você perceber que a criança está saindo, ao ver o primeiro sinal da sua cabeça, coloque as mãos próximas à vagina como anteparo para segurar a criança, mas deixe ela sair naturalmente. Quando a cabeça sair, segure-a de forma firme, mas sem apertar, e espere que o resto do corpo saia.

“Mas Sally, o cordão está enrolado no pescoço do bebê, não tem que puxar?”. Não, não tem que puxar NUNCA, nem que esteja enrolado no seu pescoço, isso pode causar danos ao sistema nervoso da criança. Você pode, no máximo, levantar o cordão com muito cuidado para que a criança passe pelo vão, mas puxar jamais.

Normalmente o bebê gira a cabeça para um dos lados antes de “escorregar” por completo para fora do corpo da mãe. Se você perceber ele girando a cabeça, prepare-se para segurá-lo, pois ele vai sair. Se ele não conseguir fazer isso sozinho, há manuais de primeiros socorros que recomendam girar de forma muito leve e cuidadosa a cabeça do bebê em direção às costas da mãe. Eu acho isso uma temeridade e jamais faria, fica a critério de cada um. Já vi leigos torcendo o bebê para ele sair, eu jamais faria isso.

Uma vez que o bebê sair por completo do corpo da mãe, aí sim é sua hora de brilhar. O pescoço de um bebê não consegue suportar o peso de sua cabeça, portanto, é indispensável que você segure a cabeça com uma mão e o corpo com a outra. Cuidado, ele estará escorregadio, segure firme, mas sem apertar.

Primeira coisa a fazer é limpar a boca e o nariz do bebê, que estarão cheios de líquido amniótico, para que ele possa respirar sem sufocar. Existem aspiradores nasais de borracha específicos para isso (aqueles de plástico vendidos em farmácia, que se aperta para tirar meleca do nariz de criança), mas você também pode limpar com gaze ou algum pano limpo. Não precisa bater na criança para ela respirar, ok? E, não se assuste se isso não acontecer imediatamente, pode demorar até 30 segundos para ele dar a primeira respirada e chorar. E não precisa ser um berreiro, pode ser um choro discreto.

Se passarem 30 segundos e a criança não chorar, em hipótese alguma vire o bebê de cabeça para baixo ou faça respiração boca a boca nele. Virar o bebê não ajuda e ainda vai machucá-lo e respiração boca a boca pode explodir seus pulmões, que são muito pequenos e não comportam a quantidade de ar que você vai assoprar. A melhor coisa que um leigo pode fazer nessa situação é massagear as costas do bebê. Meça sua força, é um recém-nascido. Você pode usar uma toalha para fazer essa massagem.

Se a massagem nas costas não funcionar você pode tentar dar pequenos estímulos na sola dos pés e no bumbum do bebê, mas não é aquele tapa de mão cheia de filme, é bater muito de leve com os seus dedos. Pior dos mundos, em caso de vida ou morte, quando o bebê está ficando azul e não respira, você pode improvisar um sugador de fluidos usando um canudo, uma caneta sem carga ou qualquer coisa que você possa inserir delicadamente na boca ou nariz do bebê e sugar com a sua boca. Se nada, nada, nada funcionar, você terá que fazer ressuscitação cardiopulmonar, que já foi ensinada em outro texto.

Cordão umbilical: se você puder chegar a um hospital em no máximo 20 minutos, deixe com está, não corte. Leve o bebê ainda preso na mãe para que o cordão seja cortado da forma correta, com assepsia, por um profissional. Cortar o cordão não é apenas passar a tesoura, é complicado, é preciso sentir sua pulsação e cortá-lo só depois que a pulsação parar, ou seja, só depois que a placenta acabar de se separar do bebê. O cordão não tem terminações nervosas, por isso nem mãe nem bebê vão sentir dor, mas cortar com um objeto não esterilizado não é algo desejável, só em último caso.

Se realmente não tiver outro jeito, faça da seguinte forma: amarre uma corda ou um barbante em volta do cordão a uma distância de mais ou menos 8 cm do umbigo do bebê, com um nó duplo. Depois, faça outro nó duplo a 6 cm de distância do primeiro nó. O corte deve ser feito entre as duas amarras. Nos filmes parece fácil, mas na vida real não é: o cordão é elástico, grosso e difícil de cortar, por isso não se desespere se não cortar de primeira.

É muito importante colocar o bebê imediatamente em contato com a mãe, preferencialmente deitado no seu peito. O cordão é grande (cerca de 80cm), portanto, você pode colocar o bebê no colo da mãe mesmo sem cortar o cordão. Esse contato da pele do bebê com a mãe estimula a produção de um hormônio (papo técnico: oxitocina) que vai ajudar a mãe a expelir a placenta. Se possível, coloque o bebê em uma posição que favoreça escorrer eventuais líquidos que ainda estejam em seu nariz e boca.

Se mesmo depois do parto não foi possível levar a mulher a um hospital ou receber socorro, você vai ter que cuidar do “pós-parto” e ajuda-la a expelir a placenta em segurança.

Provavelmente a mulher vai sentir um instinto de fazer força, que pode acontecer minutos ou horas após o parto: ao fazer força, haverá um sangramento e a placenta vai sair. Não puxe o cordão, não puxe a placenta, não mexa em nada, você pode causar sérios danos à mãe. Só depois que tudo sair naturalmente é que você entra: é preciso esfregar de forma firme a barriga da mão na região abaixo do umbigo para ajudar a diminuir a hemorragia e estimular a cicatrização do útero.

O problema é: dói. Precisa ser feito, mas vai doer. O ideal é massagear até sentir que o útero regrediu ao tamanho de uma laranja (você vai conseguir senti-lo através da barriga). Colocar o bebê para mamar também ajuda a expelir a placenta e a reduzir este sangramento.

Mantenha mãe e bebê aquecidos e nunca, jamais, em tempo algum deixe de leva-los a um médico para que ele avalie se está tudo bem. Mesmo que você ache que seu parto foi um sucesso, eles precisam de avaliação profissional o quanto antes.

Para dizer que agora entende o uso da expressão “é um parto” para coisas complicadas, para dizer que depois deste texto se encontrar uma gestante em trabalho de parto você corre ou ainda para não responder porque está indo na farmácia comprar um estoque de camisinha: sally@desfavor.com

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Comments (33)

  • Bem…embora eu seja contrária à ideia de engravidar e isso me bota na confortável posição de chegar aos 40 sem nunca ter parido alguém… sou contrária ao parto em hospital. Minha mãe mesma relata maus tratos antes, durante e após o meu nascimento naquela madrugada. Além disso, ela mais dw uma vez teve que dar um jeito de, mesmo cheia de dores e pontos “lá”, correr gritando atrás de uma enfermeira que ia me buscar da hora da mamada e seguia uma direção suspeita, oposta ao caminho para o berçário. Tenho certeza de que se ela não tivesse feito esse escândalo eu teria sido roubada na maternidade. E tem muita coisa ruim que fazem com crianças e adolescentes desaparecidos. Então, só posso ser grata pela força e coragem da minha mãe … e contrária aos hospitais.

  • Sally, chocada de como você conseguiu descrever tudo tão certinho, me vi novamente no meu parto, foi feito por um médico em uma maternidade, mas me vi nos detalhes.

    • Ainda bem que você conseguiu chegar na maternidade, se depender de pessoas na rua (inclusive de mim), sua situação seria muito complicada… hahaha

  • É bem comum sair um cocozinho junto… lembre-se de tentar “isolar” o coco da área do parto com algum tecido… triste mas real.

  • Esse texto ensina a fazer um parto melhor do que é feito nos hospitais por aí…

    Desse jeito é melhor torcer pra uma gestante encontrar um impopular do que ir até uma maternidade na hora H.

    Em relação às luvas estéreis, só lembrando que o bebê está passando por um caminhos extremamente contaminado, mtas vezes com fezes no meio, a sua mão é o menor dos problemas!

    Pra finalizar, acho que a posição de 4 apoios (o popular “de quatro”) é uma posição melhor que a deitada de barriga pra cima pra gestante e pro leigo. O parto com a mulher de barriga pra cima é o mais difícil de fazer, e ficando de 4 a mulher tem força pra se sustentar e o bebê nasce mais fisiologicamente.

    • Tá ruim assim o nível dos hospitais?

      Nanda, na posição de quatro não fica muito difícil pegar o bebê quando ele sai?

      • Temo que, infelizmente, o nível dos hospitais esteja ruim assim mesmo, Sally. E deve acontecer cada barbaridade acontecendo sem que a mídia sequer noticie e que a gente nem imagina…

      • Nem tanto! Não é de 4 tipo um cachorro… é meio ajoelhada no chão e as mãos apoiadas em algum lugar… fica próximo do chão, se o bebê escorregar (é pior que sabonete) a queda é curtinha também!

      • É só ficar na posição 69, abaixo da parturiente. Se cair, cai na pança do parteiro. A sujeira será grande, mas não é hora de ligar pra isso. (isso é uma brincadeira, não tente isso em casa).

        P.S.: Que ironia do destino… a posição de entrada e a de saída podem ser a mesma.
        P.S.2: Saudades da Nanda comentando aqui!

        • Na boa, eu tenho a maior boa vontade, mas me arriscar a alguém cagar em mim está além das minhas possibilidades de socorro…

      • De lado é mais raro de acontecer, viu…

        É mais difícil ter a abertura necessária pro bebê passar, MAAAS eu já vi um parto de lado (era a posição que a gestante se sentia mais confortável) e foi tudo ótimo!

        Ironicamente, o pior jeito é de barriga pra cima nas macas ginecológicas em hospitais! Tanto pra nascer quanto o risco do bebê cair e sofrer alguma lesão (as macas são feitas pro conforto do obstetra, não da mãe e do bebê)! Mas infelizmente é o que temos pra hoje no Brasil.

        • Interessante…
          E não existe nenhuma perspectiva de mudar essa realidade?
          Por isso que cada vez mais pessoas estão querendo parir fora dos hospitais…

        • Não sabia que o pior jeito de parir é justamente com a mãe deitada de barriga para cima nas macas ginecológicas de hospitais. Mas antigamente – no tempo em que só se paria em casa mesmo – as mães já não eram colocadas também nessa posição para as crianças nascerem?

          • Pelo que sei, muitas pariam de cócoras. E isso ainda é muito mais comum do que se pensa, no interior profundo do país, onde não há assistência médica ampla e a maioria dos partos ainda é feito por parteiras (não “doula” ou qualquer outro nome gourmet que queiram inventar).

  • na vida real eu ia desmaiar na primeira gota de sangue que aparecesse, aliás, seria capaz de eu desmaiar no meu próprio parto se eu fosse mãe. não tenho estômago pra essas coisas.
    e a famosa água quente, também é mito de filme? imagino que seja pra ajudar na esterilização…

  • Sinto dores só de ter lido. Céus. Meu útero sofre dentro de mim e me ameaça de morte agora.

    Começar a fugir de mulheres grávidas na rua, depois dessa, minha nossa, Sally. Traumatizada para sempre.

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