Pronomes neutros.

“Bom dia a todos, a todas e a todes.” Foi assim que a escritora Conceição Evaristo se dirigiu no último dia 7 ao público que lotou a Bienal do Rio. (…) A referência a “todes” também lançou luz sobre a vida cada vez mais visível dos pronomes neutros no vocabulário utilizado no dia a dia – seja nas redes sociais, nas ruas ou na rotina empresarial. LINK


Pode parecer implicância reclamar de pronomes neutros, mas a ideia denota uma preocupante desconexão da realidade. Desfavor da semana

SALLY

Talvez você não esteja familiarizado com o assunto, por isso, uma rápida explicação. A atual designação do antigo grupo GLS, o LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros, queer, pessoas intersexo, assexuais e outras orientações e identidades), doravante denominados “O Pessoal do A”, apelido carinhoso dado pelo comediante americano Dave Chappelle, está reivindicando novos pronomes neutros quando nos referimos a alguns deles.

Eu compreendo perfeitamente um homem trans que se sente uma mulher, se veste como uma mulher, se sentir constrangido de ser chamado de “ele”. Você chamaria Leo Aquila de “ele”? Não combina. É humilhante para alguém com uma aparência deslumbrantemente feminina ser chamado de “ele”. É artificial, me é muito mais natural falar da pessoa dizendo “ela”. Até aí a minha cordinha estica.

Porém, a notícia se refere a outra situação: um grupo dentro do Pessoal do Alfabeto quer implementar alterações no idioma para uma “comunicação inclusiva”. Pessoas que não se identificam nem com um gênero nem com o outro (os não-binários) acham ofensivo terem que ser chamados de “ele” ou “ela” e demais pronomes que obrigatoriamente te enquadram em um dos gêneros. Por isso, pedem a criação de pronomes neutros.

Eis um trecho de um manifesto deles sobre o assunto: “Nossa língua não é flexível o suficiente pra designar alguém que não se sente nem homem, nem mulher. Ou melhor, pra designar alguém que se sente ora um, ora outra. Ou melhor, pra designar quem não se conforma com as normas de gênero. Ou melhor, pra falar de quem vive seu gênero de uma forma que é fora da caixa”.

Então, pessoas que não se identificam com nenhum gênero, ou que, hora se identificam com um e hora com outro, pedem para que artigos sejam substituídos, segue uma tabelinha para melhor compreensão:

a/o………………..X
ela/ele……………ILE
dela/dele………..DILE

Então, segundo o Pessoal do Alfabeto, o correto seria dizer “Esta maçã é DILE”, em vez de dizer que a maçã é dele ou dela, se modo a não ofender, discriminar, classificar ou marginalizar pessoas que não se identificam com nenhum dos dois gêneros. Outros grupos do Pessoal do Alfabeto apoiam a iniciativa, alguns por motivos diferentes. Por exemplo, feministas dizem que o português é um idioma sexista, pois se houverem dez mulheres em uma sala e apenas um homem, ainda assim prevalece o pronome masculino (nesse caso diríamos “todos os que estão na sala”, apesar de serem uma maioria de mulheres).

Muito que bem, exposto o problema. Agora vamos para a aquela parte que a gente adora que um dia pode nos levar para a prisão: nossa opinião pessoal. Começo dizendo que se não quer ser chamado nem de “ele” nem de “ela”, o melhor que eu posso fazer é chamar fazendo “pssssiu”. Não dá para esticar a corda além disso no momento atual, na sociedade atual. Não forcem, quem vai sair perdendo são vocês, Pessoal do Alfabeto.

Se a gente for analisar a pirâmide de Maslow do Pessoal do Alfabeto, veremos que falta o básico do básico: desde oportunidades de trabalho até segurança. São pessoas que podem apanhar no meio da rua apenas por serem como são. Esse é o grau de involução do brasileiro, quando alguém difere dele em escolhas de vida, é possível que se sinta no direito de lidar com as diferenças desferindo socos e pontapés. Vocês acham que mudar pronome vai trazer algo de bom, considerando que o brasileiro médio é basicamente esse tipo de pessoa?

Em uma sociedade tão mentalmente atrasada, não faz sentido queimar etapas e gastar tempo e energia pedindo para que pessoas falem “ile” em vez de “ela” ou “ele”. É preciso aprender a andar antes de correr, caso contrário você vai cair no chão e quebrar os dentes. É preciso conseguir o básico: educar o brasileiro sobre as diferentes orientações sexuais, ensinar a respeitar, tratar com igualdade, com dignidade. Se, no estado de barbárie em que estamos, você mete o pé na sola e pede algo anos luz à frente de onde estamos, vira motivo de chacota ou desperta revolta.

É como se a sua casa estivesse pegando fogo e você, em vez de apagar o grave incêndio que coloca em risco a sua vida, decidisse fazer batata-frita. “Ah, mas uma pessoa tem que se alimentar”. Sim, mas quando a casa está pegando fogo, quando tem um evento que compromete sua vida e sua segurança, esta é a prioridade!

Não é assim que se combate a ignorância, isso joga o grande público contra o Pessoal do Alfabeto. Os comentários mais comuns nesse tipo de notícia são no sentido de afirmar o quanto “é ridículo” pedir para mudar os pronomes. Por mais razão que alguém tenha em qualquer reivindicação, expor isso de modo a que a opinião pública te esculache é uma burrice e merece ser repensado.

Não vai ser o fato de dizer que tal coisa é “dile” e não “dele” ou “dela” que vai fazer com que um agressor pare de dar vazão a seu preconceito com os punhos. Até porque, quem não simpatiza com a causa não vai usar os pronomes novos. E, sinceramente, não vai ser dile, dela ou dele a abalar uma pessoa bem resolvida.

Se você está em paz com o que você é, se você tem uma autoestima intacta, não te incomoda. Nada do que terceiros dizem te incomoda. Já entoamos esse mantra desde 2009: a ofensa está na cabeça do ofendido. Não pegue pra você e pronto. Querer que um país de proporções continentais mude seus pronomes para não te ofender ou para validar a sua escolha é um passo muito à frente do tempo em que vivemos, existem questões muito mais importantes e urgentes para serem olhadas.

E, quando existem questões mais importantes e urgentes, bater numa tecla como essa fica parecendo pirracinha, coisa de pessoa mimada, uma futilidade. Isso volta a opinião pública contra o Pessoal do Alfabeto, pois faz parecer que não tem qualquer bom-senso, que suas demandas são loucas e injustificadas. Acaba fazendo mais mal do que bem, pois em vez de conscientizar o povo, o repele.

Mesmo que uma lei obrigue a todos a usar o raio dos pronomes novos para não magoar pessoas que não se identificam com nenhum gênero: o povo vai continuar puto. Metade dos brasileiros não tem esgoto, boa parte não tem o que comer. Muita gente vê o filho morrer em seus braços na fila do SUS. Então, puta que me pariu, acho que dá para as madames não-binárias lidarem com o terrível desconforto de serem chamadas de “ele” ou “ela”.

A realidade é essa: o brasileiro médio vive em constante desconforto, em constante desrespeito, em coisas muita mais básicas e vitais do que um pronome. Não tem como pedir para quem não consegue colocar comida na mesa para os filhos aderir a um novo pronome. É desaforo. Tá todo mundo na merda e o pronome de tratamento, das merdas, é a menor.

Voltem para a realidade, se não a realidade vai cair como um piano na cabeça de vocês.

Para dizer que é por isso que apanham na rua, para dizer que se não sabe seu gênero é só olhar dentro das calças ou ainda para dizer que não quer nem pensar na confusão que isso causaria na cabeça de uma criança sendo alfabetizada: sally@desfavor.com

SOMIR

Existem vários preconceitos contra homossexuais, transexuais e as diversas novas categorias que surgem a cada dia. Alguns deles são evidentes no discurso estúpido proferido por religiosos e conservadores em geral, mas outros conseguem se esconder no meio da confusão generalizada e infectar até mesmo as pessoas com inclinações mais liberais. A coisa é bem transparente quando é alguém dizendo que gays são uma abominação em nome de seu deus ou quando tentam relacionar homossexualidade com pedofilia, por exemplo, mas existem outras formas de fazer mal para esse público com preconceitos que sequer parecem negativos na hora, e por isso não registram como uma má caracterização.

E eu argumento que dessa faixa de preconceitos escondidos, um dos mais perigosos é o de que gays e afins são mais inteligentes que a média da população. Isso pode soar bizarro para você agora, mas permita-me explicar melhor: com o passar dos anos, o teor das críticas feitas aos homossexuais mudou de ofensas pessoais diretas para a noção de um movimento coordenado cujo objetivo é destruir a família e tornar crianças gays. Você não acusa de conspiração nesse nível alguém que considera burro. Até mesmo os adversários mais ferozes desses grupos abandonaram a ideia de que eles são meros degenerados agindo impulsivamente.

Para quem está “lutando contra a ditadura gayzista”, o adversário é uma entidade extremamente inteligente com um plano de longo prazo para erodir as fundações sociais vigentes e assumir o poder. Mesmo que essas pessoas não consigam articular a ideia dessa forma, é o que transparecem nas entrelinhas de suas falas confusas. Quando tudo se resumia às “bichas” nos programas de humor da TV e nos desfiles de carnaval, ninguém presumia um adversário intelectualmente perigoso, aliás, de certa forma, mal viam como adversário. O cenário mudou. A exposição maior de gays e afins nas grandes mídias fez com que o cidadão médio perdesse o conforto de um estereótipo inofensivo e o colocou diante de pessoas que conseguiam ir além roupas coloridas e trejeitos afeminados.

Não era saudável a imagem antiga de bobos-da-corte indignos de respeito, mas a nova parece ser o outro extremo: o de que o público LGBTQIA+ é formado por pessoas com total consciência de suas ações e capaz de agir de forma unificada para conquistar seus objetivos, como se fosse possível combinar tão bem objetivos de grupos tão distintos. Já sabemos boa parte dos absurdos proferidos por gente retrógrada, basta ler qualquer coisa que o Bolsonaro escreve. Mas não estamos percebendo as bobagens que o lado daqueles que acreditam em tolerância e liberdade pessoal estão dizendo e fazendo por causa do mesmo erro de percepção sobre o grupo.

Dos vários absurdos ditos sobre gays, lésbicas, transexuais e afins, a presunção de extrema inteligência e capacidade de organização passa longe de ser incômoda, não? Se o pastor evangélico está te criticando dizendo que você está controlando a sociedade através de um plano complexo que dura por gerações, tem algo de agradável aí. Ainda mais para um público que nunca foi levado a sério. E para quem não faz parte desses grupos, mas não corrobora com o atraso mental de religiosos e conservadores autoritários, também tem algo de bacana na ideia de perpetuar esse preconceito. Um grupo tão marginalizado merece o elogio da inteligência, não?

Mas é aí que precisamos fazer o duro caminho de volta ao equilíbrio. A verdade definha nos extremos, transforma tudo em caricatura, e quando vamos ver, estamos lidando com situações bizarras como pressão social para falar “ile dirigiu x carro dile”. O pastor evangélico vai ter algo hilário para contar para suas ovelhinhas no dia que te ouvir falando isso. Precisamos voltar para a realidade: assim como qualquer grupo humano suficientemente numeroso, o LGBTQIA+ é composto por gente burra, gente mediana e gente inteligente. Algumas dessas pessoas tem uma visão extremamente limitada da realidade, e realmente tem seu dia estragado se alguém não utilizar um pronome inventado para elas. A cabecinha é tão pequena e incapaz de lidar com a complexidade das relações humanas que só conseguem sobreviver num mundo onde seus caprichos pessoais são equiparados a direitos universais.

A pessoa advogando o uso de pronomes neutros é tão intelectualmente limitada quanto o deputado evangélico que quer legalizar a “cura gay”. Não que os resultados de suas maluquices sejam os mesmos, afinal, a exigência de um pronome aleatório é menos danosa para a nossa vida cotidiana, mas o processo mental que gera essas ideias desastradas é o mesmo. Resultado de uma visão de mundo minúscula, egoísta e infantilizada. É uma pessoa que talvez nunca tenha tido a oportunidade de expandir sua percepção para fora da zona de conforto e tenha contato muito limitado com pessoas mais inteligentes no seu dia a dia.

Sinto muito dizer isso, mas nem toda opinião tem o mesmo valor. Quem não trabalha pela sua tende a falar besteira. Ninguém merece mais ou menos respeito pelo o que acredita com base no grupo que pertence. Ideias e proposições devem ser julgadas com base no seu mérito e reprodutibilidade na vida real. Não dou a mínima para a opinião do pastor que prega a obediência da mulher assim como faço pouco sim de quem vem me dizer que se sente “oprimidx” por um pronome. São coisas que denotam no mínimo baixa capacidade de compreensão do que significa uma vida em sociedade. Soa caprichoso e até mesmo infantil.

E por mais que faça parte desse movimento de busca por igualdade acomodar as necessidades de grupos muito distintos, não podemos nos perder numa visão romântica de como o mundo deveria ser ao invés de enxergá-lo como é. Até porque existem tantos mundos ideias quanto existem seres humanos. Aprendemos a duras penas a tentar equilibrar os nossos desejos com o de outras pessoas, e por isso todo mundo tem que acabar cedendo em algum ponto. Se uma pessoa quer decidir trocar de gênero todos os dias, ela deve ter esse direito, mas sem esquecer que existem mais pessoas no mundo: ninguém é obrigado a modificar sua linguagem que funciona perfeitamente em 99,999999% dos casos por causa de uma minúscula variável.

É bater palma para maluco dançar. Infelizmente o mundo é cheio de pessoas extremamente egoístas e desconectadas da realidade. Elas podem estar pregando a palavra de seu amigo imaginário numa igreja, mas elas podem estar escrevendo textos sobre como sofrem horrores quando alguém erra o gênero delas, mesmo sem ser de propósito. Nenhum grupo é inteligente ao ponto de merecer respeito por todas suas ideias. Todo mundo erra, todo mundo tem seus caprichos e teimosias. Não precisa aceitar qualquer coisa vinda de um grupo considerado oprimido para ser simpático à causa. Há mais de uma década estamos aqui achando bisonho como ainda tem gente que tem problemas com gays, mas isso não nos impede de enxergar uma baboseira como dar prioridade para pronomes neutros e julgá-la pelo o que realmente é: um capricho que só atrapalha a parte que ainda funciona do ativismo. É hora de enxergar as placas de pare. Estamos vendo pela primeira vez em décadas uma redução da aceitação de homossexuais ao redor do mundo.

O movimento está virando uma caricatura. Não dá para incluir todo mundo e não pagar o preço pelos elementos mais limitados do grupo. E aí, vão teimar com isso até o fim?

Para me chamar de homofóbico por tentar ajudar, para dizer que seu respeito acaba no T, ou mesmo para dizer que chamar de burro é o grande equalizador: somir@desfavor.com

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Comments (43)

  • É realmente um desserviço, atualmente sou obrigado a ser chamado de todes, não gosto, me sinto mal, sou gay, me identifico como homem e mesmo em ambientes sem pessoas trans esses pronomes são impostos. Essa imposição, essa falta desrespeito com o instituído naturalmente, historicamente, “subjetivamente me enoja”…

  • Eu acho que poderia ser Homens, Mulheres e Estrelinhes. Todo o Alfabeto seria Estrelinhe, colocaria um banheiro para Estrelinhes, uma cela pra Estrelinhes, oficializaria o casamentx Estrelinhe e o artigo seria I. Eles fundam o Partido Estrelinhe, o dia do orgulho Estrelinhe, etc. Todo mundo que quiser ser Extraterrestre, cão, fazer sexo com torta de morango, vestir-se de Napoleão, toda galera que não gosta do fato da natureza ter inventado a reprodução sexuada, pode ser Estrelinhe. Uma vez que você adote o gênero Estrelinhe, deixa de ser homem ou mulher. Terá os direitos de todo humano, mas terá de aceitar deixar de usar banheiro masculino ou feminino, etc. Aí os conservadores podem ficar tranquilos e o Alfabeto também. Não terá Estrelinhe dividindo banheiro com heterossexuais. Homens e mulheres não poderão criticar o estilo de vida de Estrelinhes, e vice-versa. Homens e mulheres celebrarão casamento, Estrelinhes celebrarão Casamenti. E nada de lacrar ou mitar com o coleguinha, a coleguinha e i coleguinhi. Simplifiquem essa porra e deixem cada macaqui ni si galhi.

  • Eu fico imaginando a merda que seria se essa proposta passasse. Até porque a língua portuguesa já tem inúmeras regras e na prática, ninguém fala direito. No final não mudaria nada, na verdade, acho que tornaria o problema ainda pior.

  • Caso achem que incluir todes, x, e outras excrescências na língua é para melhorar o País, então, em se tratando de regras gramaticais, o alemão é perfeito: não só tem o gênero neutro como o artigo no plural é sempre o feminino.

    Vai ver por isso que a Alemanha virou a potência que é hoje, apesar das duas guerras. Desculpa, Somir, erramos feio ao apontar o motivo do sucesso deles outro dia.

  • Ninguém quer fazer o básico pq o básico não dá visibilidade e nem te deixa na posição de injustiçado.
    Recentemente a youtuber trans Natalie Wynn (canal Contrapoints recomendo os vídeos dela são bem produzidos e sensatos) excluiu o twitter por conta de ofensas do próprio meio depois de dizer que em ambientes LGBTQIA+ sempre precisa explicar qual pronome usar e enquanto em ambientes `normais´ (na falta de palavra melhor) isso não precisa ser feito.

  • Geraldo Renato da Silva

    Ultimamente, estou percebendo que está se usando tod@s, ao invés de todos ou todas (inclusive em comunicações de repartições públicas).
    É tendência da lacração ou estou ficando mais louco do que já sou?

  • Como se fosse difícil entrar no evento e dizer “bom dia para TODO MUNDO”. Meio que existe uma maneira de você não especificar o gênero quando você fala sem precisar assassinar o português. Mas ei, estamos falando de pessoas que acham que vão aplacar o problema da homofobia inventando pronomes, não dá pra esperar muita cognição…

  • Honorável Ninguém

    Pelo visto, a lacração não se preparou direito pra formular esses pronomes neutros nas formas de oblíquos tônicos, átonos, pronomes possessivos… Brasileiro adora inventar problemas novos para fugir da obrigação de resolver os problemas antigos.

    • Acharam que seria tão simples como no inglês. É até engraçado como esse povo copia com um ou dois anos de atraso TUDO o que os lacradores americanos fazem. E ainda chamam os outros de colonizados…

  • Creio que essa merda de “x” no lugar do “a” e do “o” (fora outras aberrações que foram descritas no texto) foi a coisa mais inútil e patética que essa “pós-modernidade” trouxe. Eu genuinamente não consigo levar a sério quem escreve desse jeito aí. Saio de perto mesmo, evito contato.

    Quem propõe uma coisa ridícula dessas tem que sofrer muito bullying, de preferência pelo resto da vida.

    PS: As vezes eu também acho que fazem isso de sacanagem pra emputecer o povo e queimar o filme das minorias, não é possível.

    • Tem algumas compilações de eventos de lacradores que parecem um quadro de humor. De cinco em cinco minutos alguém aparece dizendo algo que achou ofensivo, na pegada de roteiro humorístico mesmo, até o timing da piada é perfeito… deve ter gente infiltrada, não é possível.

  • As vezes parece que existem pessoas dentro desses movimentos com a única intenção de foder a porra toda, como pode enquanto tem travesti morrendo, marginalizada a ponto de prostituição ser o único meio de vida, ter gente preocupadíssima com pronome!? Me poupe… Isso que eu chamo de procurar pelo em ovo.

  • Esse pessoal de alfafa já tomou carcada porque queria colocar X no lugar do O e do A, mas os surdos reclamaram com toda a razão que isso mais atrapalhava do que ajudava na hora da transcrição de palavras do escrito pro falado ou vice-versa e inventaram essa de todEs pra contornar.
    Mas não aprendem… Querem pagar de revolucionário, mesmo não passando de meros Revolucionários de Boutique S/A.

    • Passa uma imagem de pessoas sem noção da realidade, sem noção de prioridade. Fica feio, infantil, faz surgir um desprezo social e até chacota.

      • Mas com o apoio do Big Buzz, que viu nessa gente militante uma grande oportunidade de excluir gente das enormes fileiras de pessoas que disputam a tapa uma boa vaga no “mercado de trabalho”, essa nova onda está sendo um grande sucesso, com o bônus de passarem uma falsa imagem de “inclusivos”.
        E o grosso desse povinho mal resolvido com a própria identidade sexual se enfiou nessa bolha do não-binário por motivações egoísticas.
        PS: Nem transsexual suporta essa parada de não-binário.

  • O ser humano passou séculos vivendo como caçador-coletor, correndo e lutando contra bichos da floresta. Essa vida moderna, o dia todo sentado usando pacote Office/Adobe buga o cérebro e abre espaço pra conspirações, é o instinto lutador apitando.
    Eu acesso todo canto da internet e é incrível a diversidade de desesperados. Dependendo de onde você está, o chefão final do jogo da vida é um nazi-fascista ou um satanista pedófilo. Tem que jogar uns comprimidos de Maracujina na água desse povo.

  • Assunto complexo e polêmico esse… Outro dia havia comentado aqui, em outro texto, que isso é polêmico até na academia, entre nós estudantes de letras. Há os “moderninhos” que dizem que a língua é um organismo vivo e que vive mudando, e há os conservadores que dizem que a língua tem que se manter fiel à sua estrutura e não pode mudar etc e tal.

    Agora, eu concordo com a opinião geral do texto: a meu ver é muita falta do que fazer, muita desconexão com a realidade mesmo não se ater a problemas mais graves e querer “lacrar” querendo mudar a língua só por causa de um ou outro que se sentiu oprimido pelo uso inadequado de pronome. A solução, em partes eu diria, seria utilizar um psiu mesmo, ou pessoa ou sei lá…

  • Considerando que já vi alguns textos de empresas e até instituições estatais, como universidades, escrevendo tod@s e usando termos progressistas, é questão de tempo até usarem “ile” oficialmente. Vivemos a era dos mimados, que são aplaudidos pela mídia e sustentados por empresas e até governos (cotas, leis especiais etc).

    Mas isso não tem nada a ver com conspiração pra sequestrar seu filho de 5 anos e cortar o pinto dele. Como sempre, por trás disso está o dinheiro. A maioria da humanidade de fato tende pro conservadorismo e moralismo, mas essa maioria é pobre e fudida demais e quem tem poder de compra no geral é “lacrador” (mesmo que seja o cartão do papai não deixa de ser dinheiro). Consomem e assistem qualquer coisa que tenha bandeirinha arco-íris. Mas o direitista que vive na bolha ainda insiste que “quem lacra não lucra”. Quem está fora de realidade, mesmo?

    • Você. Estude o mercado e verá que os numeros mostram que lacre não lucra. Veja o resultado das eleições por todo o país e me diga se no saldo geral não há enorme rejeição ao lacre.

  • Esse povo parece que não tem louça na pia pra lavar, então usa o tempo sobrando pra inventar moda. Português já é tão difícil, feral já fala tudo errado, imagina se ficarem mudando sempre que um grupo desocupado quiser… Eu mandaria eles tomarem no cu ou na cua, se preferirem!

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