A renúncia de Evo Morales à presidência da Bolívia, após a “sugestão” feita pelo Exército no domingo, e sua subsequente saída do país mobilizam a atenção mundial desde o início da semana. (…) Enquanto isso, os governos latino-americanos reagem de acordo com sua própria interpretação da crise política e social que assola a Bolívia há três semanas. LINK


A América do Sul continua seguindo o caminho da polarização, provando vez após vez que ainda não sabe lidar com a democracia. Desfavor da semana.

SALLY

A América Latina parece ter caído em uma espiral de decadência. Nunca foi um bom lugar para se morar, mas parece ter conseguido a proeza de ficar ainda menos confiável e digna.

Apesar da quantidade avassaladora de problemas e ilegalidades, tudo que vemos são discussões polarizadas onde cada lado defende seu mocinho e ataca seu vilão. Quem dera a vida fosse tão simples. Quando tem esse grau de desgraçamento acontecendo, podem ter certeza, não é fruto de um vilão, tá todo mundo errado, desde o sistema até aqueles que dizem ser os salvadores da pátria.

O que aconteceu com a Bolívia é um ótimo exemplo. Dificilmente você vai escutar a história mastigada, sem uma militância ferrenha. Uns gritam que foi golpe, outros gritam que Evo Morales era um ditador. Nada contra qualquer dos posicionamentos, desde que se mantenha uma coerência no discurso.

Vamos aos fatos. A Bolívia realizou eleições presidenciais. Pelas leis do país, só é possível que o Presidente da República seja reeleito uma vez. Evo Morales tentou alterar por diversas vezes essa restrição e não conseguiu, tanto o Legislativo como o Judiciário entenderam (assim como é no Brasil e em muitos outros países) que não é saudável que uma mesma pessoa fique tanto tempo no poder. Essas eram as regras do jogo dentro da lei.

Mas A Pequena Eva cagou para as leis. Com uma série de distorções e forçações de barra, ele estava tentando se reeleger pela quarta vez. Quarta, em um país onde só se permitem duas reeleições, já esgotadas por Evo, que está no poder desde 2006. Já começamos mal, mas piora. Em 2016 Evo tentou mudar isso, convocando um referendo (voto do povo) para alterar a constituição e permitir mais uma reeleição. O povo votou e disse “não, obrigada, com duas já está mais do que bom”.

Ainda assim, Evo usou de uma série de distorções e forrações de barra muito fáceis de se conseguir quando se tem a máquina estatal na mão há mais de uma década e se candidatou, indo contra o que a constituição do país determina. O povo votou já descontente e contrariado e, durante a apuração do votos, o caldo entornou. Aconteceram duas apurações pelo TSE Boliviano, uma rápida, que faz uma contagem express, e uma mais detalhada e demorada. Como as cédulas são de papel, o processo é mais lento.

No próprio domingo saiu um resultado da apuração express (normal, nas eleições argentinas o resultado saiu no próprio domingo também) e, por esse resultado, Evo Morales não ganhou as eleições no primeiro turno, haveria um segundo turno e com boas chances dele perder. Após divulgar essa informação, a apuração dos votos foi interrompida por uma ordem superior, provavelmente do próprio Evo. Silêncio total no país.

Quase 24h depois, surgiu, do nada, uma nova apuração, com resultado diferente. Agora, Evo Morales ganhava no primeiro turno e continuaria como Presidente. Como foi algo muito, mas muito descarado, desencadeou uma série de protestos pelas ruas. Na real, o povo já estava bem de saco cheio dele e dessa candidatura que, aos olhos da constituição, era ilegal.

A coisa foi crescendo e saindo do controle. Não foi pouca gente e não foi armado. Pelas fotos panorâmicas você vê que uma parcela enorme da população estava ali, e estavam muito putos. Entre outras coisas, incendiaram a sede do tribunal eleitoral do país e outros prédios públicos. Organismos internacionais também se manifestaram repudiando a visível fraude na candidatura (ele não poderia ser candidato) e nos resultados adulterados das eleições.

Gradualmente, os envolvidos foram renunciando, pois diante da fúria popular, ninguém queria segurar esse pepino. O vice-presidente do Tribunal Eleitoral chegou a informar que estava renunciando, pois a apuração não havia sido realizada dentro da legalidade. Passaram-se três dias das eleições e o resultado não saía, um resultado que normalmente sai, no máximo, no dia seguinte. Mais e mais agentes do Poder Público foram pulando fora de seus cargos.

Evo Morales cagou para o resultado oficial, continuou agindo como se presidente fosse e disse que as manifestações eram uma tentativa de golpe. Começou a comparecer a compromissos cercado por militares, com ordem para atirar a matar qualquer um que esboce uma reação contrária a ele, e assim foi feito. Pessoas foram fuziladas, executadas, em plena luz do dia. É uma prática muito comum neste continente das bananas: quando alguém antagoniza com você, é golpe. Mesmo que seja pelas vias legais, mesmo que seja para convocar outras eleições democráticas e não para usurpar o poder. Vitimismo é especialidade da casa.

Quatro dias depois das eleições, o resultado final foi anunciado: a pequena Eva ganhou no primeiro turno, contrariando os resultados anteriores. Como havia dúvidas sobre a imparcialidade desta apuração, opositores pediram a anulação dessa eleição e a realização de uma nova eleição. Os protestos aumentam, mais pessoas são mortas na rua. O país entra em greve, insatisfeito com a visível fraude. A situação ficou realmente insustentável.

A coisa ficou tão insustentável que até as forças armadas do país, que mantinham a pequena Eva no poder, pularam fora. E isso acontece em qualquer país, quando se percebe que uma esmagadora maioria está muito puta e disposta a brigar, todo mundo que não é lunático recua. Aí o fim foi inevitável. Sem apoio dos militares, Evo foi removido contra sua vontade e fez disso um show populista de vitimização, dizendo coisas como “Meu delito foi ser indígena e anticapitalismo”.

Gastei meu tempo detalhando o caso da Bolívia, pois ele ilustra muito bem o que está acontecendo: está tudo errado, e cada lado tenta justificar seu erro como o erro do outro em vez de trabalhar para solucionar um impasse e construir um país melhor.

Vamos por partes. Esse papo de “golpe” é muito complicado. Golpe de Estado ocorre quando se tira do poder um governo LEGÍTIMO por vias ilegais, geralmente por força militar. Geralmente, quando o governo era ilegítimo, quando chegou ao poder por fraude por vias não democráticas, não se chama “golpe”, inclusive muitos chamam de “revolução”.

Então, fica a critério de cada um dar o nome que quiser, porém, sejam coerentes. Quem acha que Che Guevara e Fidel Castro fizeram a revolução em Cuba pois tiraram do poder um Chefe de Estado que não representava a vontade popular, não pode de forma alguma falar que Evo Morales sofreu um golpe.

Fulgêncio Batista não havia chegado ao poder em Cuba pelas vias democráticas, portanto, os defensores de Fidel não encararam sua retirada a tiros e bombas como golpe. Portanto, como Evo chegou ao poder com eleições fraudadas, nas quais nem candidato poderia ser, por qual motivo se fala em golpe? O motivo é muito simples: “se é alguém com quem eu simpatizo, é revolução, se é alguém com quem eu antipatizo, é golpe”. É uma distorção de raciocínio grotesca. Tome o lado que quiser, mas seja coerente.

Por outro lado, mesmo que Evo tenha feito todo tipo de ilegalidade e imoralidade, não é assim que se resolve, colocando as forças armadas para apontar um fuzil pro caboclo e falando “Vaza, tio. Já deu”. Como já falamos neste texto e em tantos outros, se você é um defensor do Estado Democrático de Direito, não pode defender a retirada de alguém do poder pelas vias da força, não importa o erro que a pessoa tenha cometido.

É algo grave demais para deixar a critério do subjetivismo de qualquer pessoa: “Ah, esse aqui é muito fdp, vamos pausar a democracia só um pouquinho e tirar ele à força”. Não. Mil vezes não. Não pode. Nunca. Não se você é a favor da democracia. Se você é defensor da democracia, tira o sujeito dentro das regras de um Estado Democrático de Direito.

O grande problema é: Legislativo, Executivo e Judiciário da América Latina são fracos, corrompidos e polarizados. As últimas instâncias que deveriam resguardar a democracia, que deveriam se assegurar da premissa básica que é fazer valer a vontade do povo, não o fazem. Qual é a solução para esses casos? Toma no cu, tendo em vista que as instituições não fazem valer a democracia ou abre mão da democracia e parte para a força bruta?

Se você acha que a democracia não deu certo e que jogar tudo pro alto, ok, é uma opinião válida (da qual eu discordo, mas, ainda assim, válida). Então bate no peito e fala que não há estrutura nem órgãos que assegurem uma democracia por isso está abrindo mão desse regime e quer que outro seja implementado. O que não dá é para dizer que quer sim democracia, mas só vai dar uma rápida pausa para removerem o Zacarias Boliviano do poder e depois retoma. Fazer as coisas assim não é democracia.

A verdade é que a América Latrina está colapsada. Não soube implementar regimes democráticos em sua essência (só no nome, no papel), pois seus líderes, todos eles, pouco importando o partido, só pensam em si mesmos e naqueles que os cercam. Não atuam pensando no povo.

É uma mentira dizer que há democracia na América Latina. É uma mentira dizer que há ideologia na América Latina, temos apenas corruptos burros e incompetentes em uma eterna disputa por poder, pouco importa o partido ou alegoria que vistam.

E se você está esperando uma solução para este problema, vou ser bem sincera: faça as malas e vá para outro continente. Durante muito tempo acalentei o sonho de morar na Argentina, mas hoje vejo com clareza que não dá para ficar na América Latina, pois é um grande aterro sanitário humano. Vá embora. Estou falando muito sério: se puder, vá embora.

Esse papo de democracia é uma ilusão para conter o povo. Democracia é só no nome, não há nada de democrático na condução dos governos latinos. Não representam a vontade do povo, não agem buscando os melhores interesses para o povo, seja qual partido for. Não se iludam, pouco importa o partido, todos agem da mesma forma antidemocrática.

O que você tem que pensar é se o fato de quem estar no poder não ser democrático justifica que VOCÊ comece a agir e pregar coisas não democráticas em resposta. O erro do outro (que você critica) justifica o seu? Se sim, se assuma contra a democracia e pare de criticar quem é antidemocrático.

Para dizer que assim que puder vai embora, para dizer que tirar do poder é pouco tinha que matar empalado ou ainda para dizer que Desfavor é mais democrático do que a América Latina: sally@desfavor.com

SOMIR

Como Sally já teve o trabalho de explicar a situação, eu vou aproveitar para explorar um ponto que é polêmico, mas não deveria ser: na América do Sul, faz muito sentido ser socialista. Não estou falando disso como uma solução mágica para nossos problemas, mas sim como uma tendência à esquerda que deveria mesmo nos guiar tendo em vista a história e a construção social dos países do nosso continente.

De um ponto de vista ideológico, é razoável querer enfrentar a gigantesca desigualdade que assola cada um dos países da região. Da Venezuela até a Patagônia, o continente tem uma divisão bem clara entre uma minoria muito privilegiada e uma maioria marginalizada. Cabe lembrar que todos os países desta região são basicamente mato, com populações pequenas para o tamanho que tem e um histórico muito tardio de industrialização. Todos fomos colônias de Portugal ou Espanha, que só queriam desovar gente desagradável e buscar recursos naturais em suas colônias.

Claro que não dá para ficar culpando eternamente o “papai” pelos nossos problemas, mas o estado das coisas é resultado direto disso. A América do Sul sempre foi terra do capitalismo selvagem, um continente cuja razão de existir para a humanidade (moderna) é a extração de recursos. E como esse tipo de indústria sempre foi baseada em mão de obra barata e o mínimo de infraestrutura, sempre fomos o ambiente ideal para a formação de pequenos grupos de donos dos recursos e uma maioria incentivada a não pensar muito, para não tornar os custos desses recursos caros demais.

Com o passar dos séculos, vários sul-americanos começaram a notar o problema. E com a explosão populacional do século XX, finalmente tiveram números para tentar modificar essa realidade. Quando o pessoal da esquerda diz que americanos e europeus estão nos explorando, é a mais pura verdade. O Brasil pode parecer um país insignificante pela sua falta de voz no cenário internacional, mas o que sai da nossa terra é muito importante para a economia global. Hoje em dia, até a China entrou na jogada e está comprando praticamente tudo o que conseguimos produzir em matéria de agricultura e extração de minerais.

Se a América do Sul não se mobilizar de alguma forma para no mínimo fazer esse dinheiro chegar nas mãos dessa maioria miserável, não temos a menor chance de sair desse limbo entre sociedade agrícola e sociedade industrial. Então, eu vou te dizer que em tese, Lula, Maduro, Evo Morales e até mesmo o novo governo argentino falam de algo real e necessário para nós. O problema é a prática. No final das contas, falta para esse povo um senso de ética básico. Com a certeza de que os fins justificam os meios, lutam para instaurar suas versões populistas de estados de bem-estar social por aqui. Mas isso não é possível com a tendência à corrupção e ao autoritarismo que parece inerente à figura pública do continente…

Então, acabamos fazendo um rodízio perverso de corruptos autoritários que usam o Estado para fingir que estão fazendo reformas, mas no final das contas estão só dando esmolas e não desenvolvendo o país (a esquerda) e corruptos autoritários que usam o Estado para fingir que estão salvando a economia, mas no final das contas só estão ajudando os amigos e fortalecendo os oligopólios. Estamos girando em falso, trocando um sistema que não funciona por outro. E nessa confusão, o povo demora demais para alcançar um grau de instrução mínimo para enxergar o que acontece.

O processo de aumentar a capacidade de entendimento do povo da América do Sul sobre a insanidade que acontece em seus poderes é terrivelmente lento. Mas existe. E aos poucos vai fazendo com que protestos se tornem mais numerosos, geração a geração. O problema é que o modelo de capitalismo que acaba funcionando aqui evolui ainda mais rápido, concentrando ainda mais a renda disponível. Nenhum país alcança estabilidade política e econômica sem uma classe média numerosa, e é justamente aí que temos que entender a importância da esquerda nesse processo: sem alguma forma de redistribuição, o modelo capitalista puro já provou que não consegue evitar concentração excessiva de valor na mão de poucas famílias.

Capitalismo é basicamente o sistema natural da humanidade, não quero que desapareça, mas precisa ser regulado contra suas fraquezas. E na América do Sul, vemos essas fraquezas há séculos. Países que consideramos modelos de democracias capitalistas já passaram por isso, e tiveram que tomar medidas pra lá de esquerdistas para estabilizar o sistema e chegar onde chegaram. A Noruega fez a mesma coisa que a Venezuela em relação ao petróleo: estatizou toda a extração e disse que ia dar todo o dinheiro para o povo. A diferença? Os noruegueses cumpriram a promessa, e hoje o país tem um fundo de investimentos de mais de um trilhão de dólares que SÓ existe para financiar o Estado e seus programas sociais. A Venezuela torrou seu dinheiro com corruptos e distribuição de comida para uma população que se tornou dependente disso. Os Estados Unidos usaram a riqueza sem precedentes que acumularam depois das guerras mundiais para oferecer estímulos para diversos programas sociais. A América do Sul tem exemplos de momentos de bonança em todos os países que foram desperdiçados em velocidade recorde por corruptos e incompetentes.

E é muito por isso que vivemos nesse ambiente polarizado: ninguém confia no outro lado. Ditaduras de direita e esquerda, populistas de direita e esquerda… todos deram algum jeito de torrar as imensas riquezas do continente ajudando os amigos em grande oligopólios e dando peixes para um povo que nunca é estimulado a aprender a pescar. Ninguém confia em ninguém por um bom motivo: sabem que o outro lado é terrível. Temos que quebrar esse ciclo. Temos que mandar toda essa gente para uma prisão numa ilha de guano no Peru e fazer eles catarem caca de gaivota até morrerem. Tem um câncer no poder na América do Sul, e ele está na direita e na esquerda.

É tudo golpe E revolução ao mesmo tempo, porque os dois lados só enxergam isso. Só querem saber de quem está com o cheque do Estado na mão para poder gastar com bobagem e fazer discurso de vítima enquanto come lagosta…

Para dizer que hoje eu entro para o PCdoB, para dizer que não tem solução mesmo (talvez para seus netos, se o mundo estiver habitável), ou mesmo para dizer que faltou guilhotina na América do Sul: somir@desfavor.com

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Comments (12)

  • Olha, eu nunca tinha lido um texto tão bom quanto esse. Talvez o do Somir sobre gentalha no caso do Neymar, mas é outro tema. Nunca tinha imaginado que o cenário era esse. Realmente da muita tristeza nascer numa terra que está fadada a ser escrava de regimes que só pensam em si. Desfavor impecável, Sally e Somir. Ótimo texto. Obrigado!

  • “mas no final das contas estão só dando esmolas e não desenvolvendo o país (a esquerda) e corruptos autoritários que usam o Estado para fingir que estão salvando a economia, mas no final das contas só estão ajudando os amigos e fortalecendo os oligopólios”
    após ‘oligopólios’ era pra ter um parêntese escrito (a direita), não?

  • Fascista Pedófilo Neonazista e Satanista

    Vocês não entenderam que na América Latina, a “democracia” é só uma FACHADA para manter as aparências em favor principalmente dos grupos de interesse no topo da pirâmide social? Acordem!
    O “socialismo” que a família Castro implementou e governos como o venezuelano tentaram importar é um modelo em muito similar ao soviético. Pretensamente igualitário na fachada, mas extremamente dependente dos políticos e da alta burocracia na prática, que se mostra no limite como um grande moedor de riquezas e gerador de miséria em grande parte dos países que tentaram implementar tal modelo (que também foi aplicado em algumas republiquetas africanas), que quando em colapso, tende a se tornar um concentrador de riquezas ainda mais forte do que o “capitalismo” da velha oligarquia.
    A discussão ai é quanto a quem vai controlar a servidão, se é a velha oligarquia “capitalista” ou se é a “nova” oligarquia que usa do estado para fazer valer seus interesses mesquinhos com seus arroubos neocaudilhescos.

  • Não sabia que estava essa treta toda, mas q audácia querer abater as pessoas . Eu hein … bem feito. Tinham q cortar a cabeça dele e desfilar nas ruas hahahaah. Tá , foda-se a democracia. Pessoas emputecidas eu respeito.

  • Beleza, temos um sub-continente sendo saqueado há mais de meio milênio e cujos países não sabem o que querem da vida, num eterno toma lá da cá. Não sabem se agradam os países ricos, se fazem uma união latina e desapegam do primeiro mundo, não sabem se vão pra direita, se vão pra esquerda. E se você fizer uma pesquisa dos sobrenomes dos políticos brasileiros, vai puxar alguns fios e chegar até às fuckin’ capitanias hereditárias. Aff… Vai piorar muito antes de melhorar.

  • Apenas mais um sedentário falando em revolução

    “ou mesmo para dizer que faltou guilhotina na América do Sul”
    Mas é exatamente isso, sem ironia nenhuma.
    O que fode o Brasil é que a capital fica lá na puta que pariu no meio do cerrado, enquanto o grosso da população está espremida no litoral, aí fica mais difícil fazer uma marcha e derrubar prédios do governo, igual nas capitais dos nossos vizinhos. Se a capital ainda fosse em Salvador ou no Rio de Janeiro, as coisas provavelmente seriam diferentes…

  • Ditado que resume a situação da América Lat(r)ina:“Farinha pouca, meu pirão primeiro”. O problema é que a “farinha” – ou”as imensas riquezas do continente”, para usar as palavras do Somir – nem é pouca, mas todos os que têm algum poder por aqui, sejam de esquerda ou de direita, vivem agarrados a essa idéia de “meu pirão primeiro”. Isso sem falar na incompetência pura e simples. E no lado mais fraco, onde a corda sempre arrebenta primeiro, temos um populacho custa demais a aprender com seus erros, está sempre apontando “culpados” e fica eternamente esperando por um “messias”.

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